Pra onde quer que eu vá... escrita por Amanda Vieira


Capítulo 5
Jason


Notas iniciais do capítulo

Música do capitulo https://youtu.be/ZYxqwfCvmN0



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 Nem todos gostam de seus nomes de batismo. Mas eu não tenho problemas com o meu, principalmente quando sai dos lábios carnudos de Lauren, num gemido delicioso.

 Observo a linda mulata em cima de mim, sua pele brilhando com a fina camada de suor. Seu corpo inclinado para trás, irradiando tesão. Agarro seus quadris e ela volta a me olhar. Sopro suavemente seu rosto e ela estremece, agora sou eu quem tenho que segurar um gemido.

 Lentamente movimento seus quadris em círculos lentos e torturantes. Ela volta a arquear o corpo, o que traz seus seios para perto do meu rosto. Passo a língua num bico e ela crava as unhas em minhas costas, enquanto sua boceta aperta meu pau.

 -Jason! -arfa.

 Mais uma vez me delicio com o som do meu nome saindo por seus lábios entreabertos. Puxo seus cabelos com um pouco de força e trago sua boca até mim. Primeiro mordo seu lábio inferior, depois passo minha língua sobre eles, ela volta a gemer e seu corpo pede por mais. Nossos olhares se encontram e uma eletricidade corre entre nós. Seus mamilos agora estão colados ao meu tórax, uma de minhas mãos apertam seu pescoço para que fique imóvel, enquanto a outra agarra sua bunda possessivamente. Tomo seus lábios em um beijo bruto.

 Lembro da nossa primeira vez e de todas as outras. Lembro da sensação de seu corpo em baixo do meu. Lembro de cada momento que já tivemos e como nunca é do mesmo jeito. Também me lembro que assim que acabarmos, ela irá embora.

 Ela remexe os quadris, chamando minha atenção e eu respondo prontamente. Seguro sua bunda com as duas mãos levantando e abaixando seu corpo um pouco mais rápido. Lauren apoia suas mãos em meus ombros, gemendo alto. Mordo seu ombro um pouco forte demais e ela grita, me deixando insano. Inverto nossas posições, ficando por cima e ela ofega, surpresa. Lauren entrelaça suas pernas em minha cintura, buscando maior contato. Mordo seu pescoço antes de aperta-lo com uma mão. Fico de joelhos, estocando freneticamente, apreciando o movimento desesperado de seu corpo.

 Assumo um ritmo acelerado, necessitado. Mesmo que eu queira prolongar seu tempo aqui, não posso negar muito mais o alivio que nossos corpos tanto anseiam.

 -Jason. -chama Lauren, em tom de aviso, ela sabe que estou pensando demais.

 Ela rebola no meu pau lentamente, me trazendo de volta. Aperto sua coxa, a penetrando mais forte. Deixo que meu corpo me controle, esvaziando minha mente e me concentrando apenas em Lauren e nosso prazer. Volto a me deitar sobre ela, passando a língua atrás de sua orelha, a fazendo se contorcer e me apertar.

 -Caralho, Jay! -grita e sorrio, satisfeito.

 Seu corpo arrepiado me deixa ainda mais excitado. Torço o bico de seus mamilos e ela grita, arqueando o corpo. Ela volta a rebolar em mim e eu não sou mais capaz de conter meus próprios gemidos de prazer. Ela passa uma unha, arranhando meu braço, me fazendo estremecer e enlouquecer. Uma de suas mãos aperta minha bunda, enquanto as minhas correm soltas por seu corpo. Lauren se ergue e morde meu queixo fortemente, dou um tapa estalado na lateral se sua coxa e ela volta a gritar.

 Assumimos um ritmo desesperado. Seu nariz passa pelo meu pescoço, me provocando arrepios. Nossos corpos continuam se chocando deliciosamente. Ela puxa meus cabelos no exato momento em que meu polegar escorrega por seu clítoris inchado. Ela atinge o orgasmo chamando meu nome e apertando ainda mais meu pau. Agarro seus quadris e me derramo dentro dela, extasiado.

 Caímos sobre o colchão esgotados. Enquanto recuperamos nossa respiração, Lauren já impõe certa distância sobre nós. Nesses momentos posso imaginar o que uma mulher sente ao ver o cara com quem acabou de transar indo embora, como se não houvessem acabado de estar completamente conectados. É uma merda. Se eu fechar meus olhos e ignorar, ela vai embora e amanhã irá agir como se nada tivesse acontecido. Se eu pedir pra ela ficar, entraremos na mesma briga acalorada de sempre e ela também irá embora, mas ficará sem falar comigo até que seu "orgulho ferido" se recupere. Ou melhor, que o tesão fale mais alto.

 Sinto seu peso deixar o colchão e meu corpo fica tenso. Ela já se explicou diversas vezes, mas para mim nunca foi realmente justificável. Nós crescemos juntos, sempre fomos muito próximos, nossas famílias são amigas. Tivemos outros relacionamentos, mas recentemente, acabamos nos envolvendo sexualmente e eu me vi querendo assumir um compromisso mais sério, enquanto Lauren tentou ao máximo fingir que não estava acontecendo entre nós e mesmo depois de provar que era incapaz de me ignorar, ela continua insistindo que não podemos ficar juntos, não na frente de todos, não diante de nossas famílias e amigos.

 -Não comece com isso de novo. -pede, observando minha postura rígida.

 Ela já está vestida com sua lingerie branca. Aparentemente, ela está com pressa dessa vez, não se permitindo nem um banho. É claro que ela iria vestir a mesma roupa com que veio, pois ela não quis trazer nada seu para cá, assim como não me permite levar nada para sua casa, ela diz que isso traria peso á algo que não existe.

 -Então me diz porquê? -peço e ela cruza os braços, irritada.

 -Eu já te disse. -retruca, ríspida. Me sento.

 -Fale de novo. -insisto. Ela bufa e deixa os braços caírem ao lado do corpo.

 -Você sabe muito bem, Jason. Estou cansada disso, se você não está sabendo lidar com sexo casual, paramos por aqui. -intima. Agora sou eu quem fico irritado.

 -Deixa de ser casual se acontece todos os dias, várias vezes. -pontuo e vejo seus olhos faiscarem. Me levanto, ficando de frente para ela. -Talvez devamos mesmo parar por aqui. Eu quero algo mais e você não, tem razão em dizer que não está dando certo.

 Ela está chocada com a minha decisão. Mas agora sou eu quem está cansado de insistir, de tentar, de continuar me arrastando aos seus pés. Eu não teria problema em me ajoelhar para Lauren, contanto que ela assumisse nossa relação. Aproximo nossos corpos e sinto seu desconforto, abro um sorriso seco e me afasto, indo para o banheiro.

 -Tenha uma boa noite, Lauren, amanhã será como se nada nunca tivesse existido. -afirmo e entro no banheiro.

 Sei que ela não virá atrás de mim, mesmo que eu a tenha surpreendido. Ligo o chuveiro e deixo que ele carregue todas as minhas emoções e lembranças. Eu sei que fiz todo o possível, minha consciência está tranquila. Quando saio do banho, não há vestígio nenhum de Lauren, exceto a cama bagunçada.

 Decido trocar os lençóis, visto uma roupa qualquer e me deito, pesando minha decisão. Eu sabia que acabaria sozinho está noite, de qualquer jeito. No fundo, nós dois sabíamos que não dava para continuar assim por muito mais tempo. Sacudo a cabeça, como se isso pudesse dispersar meus pensamentos. Coloco em um canal qualquer e tento me concentrar na tela.

...

 O amanhã chegou cedo, me surpreendendo. Não posso dizer que tive uma ótima noite de sono, mas não foi uma das piores. Tomo meu café, o que me motiva a enfrentar o dia de hoje e tudo o que ele vier me trazer. Me arrumo impecavel e metodicamente, mesmo assim, acabo saindo mais cedo de casa. Dirijo com tranquilidade, cantando com Erykah Badu.

Você tem que trazer Jim, James, Paul e Tyrone.

Eu acho melhor você ligar para Tyrone.

Mas você não pode usar meu telefone.

 Chego na empresa ainda meditando com a música. Embora ela não seja romântica, a melodia me faz querer valsar com alguém. Me sinto mais leve e determinado. Comprimento todos com um sorriso genuíno enquanto vou para minha sala. Vejo Lauren na sala de reuniões, ocupada.

 Entro no meu escritório e volto a escutar Badu enquanto analiso os papéis em cima da mesa. Me sinto estranhamente tranquilo no dia de hoje. Resolvo tudo o que já estava me esperando e as demais coisas que surgem conforme o expediente ia correndo. Eu nunca gostei de deixar coisas para resolver no dia seguinte, então adianto tudo o máximo possível. Tenho um almoço de negócios e só me lembro disso quando meu sócio aparece na minha sala para me chamar. Geralmente levamos os investidores no mesmo restaurante chique da cidade, é um ambiente conhecido e elegante para uma pequena reunião casual. O pessoal já está acostumado conosco também, então quando chegamos, somos direcionados para uma das melhores mesas do lugar. As vezes fazemos alguns eventos ali ou contratamos a equipe para nos servir em outro lugar. Me sinto em casa.

 Em algum momento durante o almoço vislumbro Lauren ocupando uma mesa com uma amiga. A maioria do pessoal do escritório almoça aqui, por causa da nossa parceria. Nos cumprimentamos a distância, cordialmente. Volto a focar nos meus companheiros. O almoço transcorre naturalmente bem e volto para a empresa satisfeito.

 O resto do dia passa rapidamente e quando estou saindo da empresa acabo esbarrando em Lauren. Ela está belíssima, pronta pra noite. E confirmo isso assim que olho pro seu acompanhante. Ela se assusta com a minha presença e eu apenas sorrio, cordial.

 -Jay. -sussurra.

 -Lauren. Senhor. Tenham uma boa noite. -desejo. O cara acena com a cabeça e Lauren apenas me observa.

 Sigo para minha casa e estaciono meu carro na garagem. Tomo um banho rápido e arrumo algo para comer ainda com a toalha enrolada na cintura. Abro uma garrafa de vinho e seleciono uma playlist no spotify para tocar enquanto eu me alimento e ajeito as poucas coisas em desordem. Tem uma moça que vem toda manhã limpar pra mim, Ana, mesmo assim, eu gosto de fazer o básico, nunca fui de explorar ninguém, então o que eu posso, eu faço.

 Termino de me vestir, pego minha carteira e as chaves de casa. Peço um Uber e termino de beber a garrafa de vinho enquanto espero. Eu vou pra um open bar, me divertir um pouco. É um programa ao qual estou acostumado, gosto de fazer isso as sextas ou sábados quase todas as semanas, me relaxa e me permite ter uma noite agradável por pelo menos algumas horas.

 Uma buzina me avisa que o Uber chegou, tranco a porta e saio. O caminho é curto, mas bato um papo com o motorista. Chego no barzinho e me acomodo em um banco junto ao balcão. Hoje é noite de sertanejo com uma banda contratada. Embora eles sempre façam noites temáticas, eu optei por um jeans e uma camiseta dessa vez, o que não me impede de participar da festa. Uma garçonete me oferece um chapéu de caubói e eu o pego, animado. Ela digita o número da minha comanda em seu dispositivo, sorrindo para mim antes de partir para o próximo cliente.

 Já de inicio da pra perceber que a banda é talentosa e cativa o pessoal. Muitos tomam a pista de dança e fazem passos de dança combinados com o cantor. Eu peço algo para colher enquanto tomo minha cerveja e observo a diversão dos "dançarinos". O lugar é rustico, mas eclético, acolhedor para todas as idades. As noites temáticas ocorrem uma ou duas vezes por mês e é sempre lotado. Me lembro da noite da salsa, onde profissionais foram contratados para nos ensinar a dançar. Teve também a noite do funk e o pessoal extravasou indo até o chão. Eles também já fizeram noites especiais pra criançada e me pareceu que nós, adultos, nos divertimos muito mais que as crianças, relembrando coisas de nossas infâncias.

  Não demora para que eu me junte ao pessoal na pista de dança. Não posso dizer que eu sou um "pé de valsa", mas me esforço. Presto bastante atenção em seus movimentos e aos poucos vou pegando o ritmo. Todos são bastante receptivos, como se fossemos velhos conhecidos. O que não deixa de ser verdade, como eu, muitos aqui são frequentadores assíduos e acabamos trocando algumas palavras as vezes. É como uma grande família feliz, sempre tem gente nova, mas também há conhecidos.

  A noite passa rápido enquanto cantamos, dançamos e nos divertimos ao máximo. Houveram "duelos" de passinhos, um contra um, de grupos, homens versus mulheres, casais. Eu até arrumei algumas parceiras de danças e entrei em algumas dessas competições. Parecia que estávamos num universo a parte. Teve um momento em que todos jogaram seus chapéus para o alto e foi uma confusão para cada um achar o seu, o que rendeu altas risadas de todos.

 Eu dancei mais do que bebi, o que geralmente acontece quando venho aqui. Quando voltei para casa estava me sentindo extasiado. Apesar da solidão do meu lar, meu coração continuava aquecido por todos aqueles rostos com quem eu passara uma das melhores noites da minha vida.

 Me joguei no sofá, segurando o chapéu no peito, esgotado. Antes que eu finalmente fosse para o quarto dormir, a campainha toca e sinto que só pode ser uma pessoa a essa hora. Solto o chapéu e caminho até a porta. Não escondo a surpresa de encontrar Lauren apoiada no portão, ainda vestida com roupas noturnas. Nos encaramos, eu não sei o que dizer e ela parece estar enfrentando uma luta interna. A analiso por um momento, seu cabelo está bagunçado, parece ter suado, pois, a roupa está colada ao corpo.

 -Você está com alguém? -pergunta, me observando. Nego.

 -O que você quer Lauren?

 Ela sacode a cabeça, como se quisesse se livrar dos pensamentos. Ela parece confusa e frágil.

 Eu realmente poderia estar com alguém agora, oportunidade não me faltaram esta noite e eu tinha pego o telefone de uma delas, com a qual passei boa parte da noite. Ela não era Lauren, nem na aparência, nem no jeito de ser. Eu poderia estar com uma garota agora, sem precisar manter segredo da nossa relação, sem que precisássemos dormir separados, sem fingir que nada havia mudado no dia seguinte. Mas não, eu preferi voltar pra casa sozinho, achando que era por eu ter encontrado a plenitude nesta noite e não precisasse de mais nada.

 Então me encontro mais uma vez, diante daquela que me tem por completo. Neste exato momento eu me dei conta de que posso querer muitas coisas, mas enquanto Lauren for dona de mim, nada disso irá acontece sem que ela mesma queira. Percebi que não importa como meu dia tenha sido produtivo e a noite excepcional, a partir do momento em que ela apareceu em minha porta, nada mais tinha importância, nem eu mesmo.

 -Eu fui pra balada com um cara e tentei me divertir com ele, quando não deu certo e eu o dispensei. Tentei outros, não me faltaram opções, mas nenhum deles me agradava. Foi então que eu percebi que nenhum deles era você. -confessa. Ela me encara duramente e não sou capaz de resistir quando ela me puxa para si.

 Eu a puxo para dentro e tranco o portão. Ela caminha a minha frente e eu a sigo. Não trocamos palavras, apenas entramos no quarto e nos entregamos aos nossos desejos mais profundos. Pela primeira vez, ela dorme ao meu lado e não posso deixar de ter esperanças. Mas, quando eu acordo de manhã, não preciso abrir meus olhos para perceber que estou completamente sozinho, mais uma vez.


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