Um esperado inesperado amor. escrita por Diário Digitado
Notas iniciais do capítulo
Hello, mais um capítulo! Boa leitura!
PoV. Andrew
Ontem á noite, o Markus me ligou avisando que os alunos do projeto InterPsi já haviam chegado no hotel. Eles ficaram no Beachplace, que é o mesmo lugar para onde eu estou indo nesse exato momento. O dia amanheceu mais frio hoje e nessa situação, o trânsito sempre fica mais lento. Ligo o aquecedor do carro enquanto treino minha fala mentalmente para a reunião dessa manhã com o Markus e o principal responsável pelo projeto. Pretendia estacionar o carro na vaga frontal do Hotel, mas sou impedido pelo grande ônibus exclusivo dos universitários. Ótimo! Sou obrigado a parar uma quadra á frente e andar com essa brisa gélida batendo em meu rosto. Chego ao hotel, e como de costume, mais cedo do que o combinado; enquanto pego o celular para avisar ao meu amigo que já cheguei, consigo sentir a excitação dos alunos na entrada do hotel, eles riem e conversam muito alto.
— Oi, já chegou não foi? - pergunta Markus na linha - Entra, e me espera na recepção, já estou chegando.
— Certo, já lig...- sou interrompido e perco o ar rapidamente quando algo se esbarra em mim, olho para baixo e vejo ondas castanhas encostadas no meu peito. A pessoa levanta a cabeça e consigo ver uma garota um tanto assustada, deve ser mais uma desses alunos - Ei garota, isso é um hotel, não um parque! - exclamo irritado. - Tsc! Estou falando com você! - toco no braço dela para despertá-la. Pele macia e gelada. Isso parece fazer efeito, já que ela se afasta me empurrando.
— Não precisa de tanto, okay? Me esbarrei em você sem querer ô senhor-sou-muito-importante. - ela diz e posso notar um sotaque diferente.
— Se estava com tanta pressa, o que faz aqui ainda? - perguntei e a garota sai alucinada. De longe eu a observo correndo, só poderia ser uma desses adolescentes, apesar dela não parecer tão jovem quanto imaginei que eles fossem. Lembro do celular na minha mão e o coloco no ouvido.
— Markus, está ai ainda?
— Sim, o que aconteceu? - ele indaga. Vou caminhando para o saguão.
— Uma moça esbarrou em mim aqui, acabei esquecendo de você. - chego e me sento na primeira poltrona que vejo.
— Era bonita? - claro que ele iria perguntar isso. Reviro os olhos e olho no relógio.
— Não reparei - minto. Claro que reparei, era bonita, tinha uma beleza um tanto.. sensual. Não deve ser daqui mesmo. - Você não disse que já ia chegar?
— Sim e aqui estou. - escuto uma voz atrás de mim. - Eai? Vamos subir? - ele aperta e minha mão e subimos. A reunião sai como planejada, apresentamos o que podemos oferecer e ele aceita. Deu tudo certo.
Saímos do hotel e cada um foi para o seu trabalho, tinha muita coisa para ser feita.
A semana passou voando e nesse período nada de errado aconteceu, relacionado ao projeto, o que é um alívio para mim, mas pude ver uns avanços nos lucros da empresa. Não é que eles estavam certos? Como é de lei para um dia de sexta, eu, Markus, Jack e Henry, fomos para o Mojito's Pub. É, o Jack voltou com o Henry. Já passava da 00h quando eles foram embora, deixando apenas eu e o Markus. Má ideia.
— Vou pedir duas tequilas - ele se levanta do banco - você precisa dar uma relaxada e eu também - ele se afasta. Olho ao redor e hoje a casa está bem cheia, consigo ver vários rostos diferentes.
— Aqui, um gole só - viramos ao mesmo tempo - Vamos de mais uma? - quando vou negar, ele já se levantou e foi buscar mais. Ele retorna minutos depois com uma bandeja. Deuses! Depois de virar os seus de uma vez só, ele se levanta e vai dançar com alguém, ou sozinho, não sei. Vou até o balcão e peço uma cerveja, mas nesse momento, vejo uma garota do outro lado, a reconheço de algum lugar. Ela se vira e encontra o meu olhar, sorri e acena com a cerveja, faço o mesmo. Espero que não a conheça, me mataria por ter deixado ela passar, ela parece feita para esse lugar.
Um momento depois, ela vai dançar sozinha, espero que seja um convite para me aproximar. Vou até ela e dançamos juntos, ela é uma ótima parceira. Essa garota é quente, tem um cheiro bom de tequila e canela que me excita. Mas para o meu azar somos interrompidos por um colega do passado, quando noto a garota não está mais do meu lado, me livro do colega e procuro ela na saída e não a encontro. Markus chega logo depois e resolvemos ir embora. Droga!
No fim de semana resolvo ir para Staten Island, onde meu pai, minha tia e o Jack moram; lugar também onde cresci e amo muito. Teria ficado por lá mesmo, se o meu trabalho permitisse, mas atravessar a ilha todo dia realmente não é pra mim. Quando chego é uma festa, sempre por causa da minha tia.
— Adoro quando você vem nos visitar, ainda não me conformo com a sua partida! - ela me diz enquanto me abraça apertado demais. Devolvo o abraço e me afasto para olhá-la.
— Isso já tem 3 anos tia, e eu estou logo ali - ela me dá um beijo na bochecha e se afasta me dando espaço para falar com meu pai. O abraço.
— Deuses! Meu filhinho já cresceu mais 3 cm? Posso sentir a velhice chegando para mim! - ele me abraça e senta na mesa para almoçar. Eu e minha tia fazemos o mesmo.
— Eu me sinto um garoto de 8 anos quando fazem isso - ralho - tinha esse cabelo branco na última vez que nos vimos pai? - resolvo entrar no jogo.
— Para de brincar com isso garoto! - ele se desespera com a ideia de envelhecer. Rimos da situação e pergunto sobre Jack. Ainda não chegou. Parece que alguém teve o fim de noite merecido.
— Então querido, como andam as coisas? Não tem nada para nos contar? - ela arqueia a sobrancelha.
— Não tia, não tem nada de importante. Só que o projeto InterPsi parece que dará certo, eu espero, ao menos. - olho para ela e para meu pai. Os dois estão quase na casa dos 50 e ainda parecem muito jovens. Meu pai tem seu cabelo preto intocável até as bochechas e minha tia a mesma coisa, com a diferença dos cabelos longos. Podem até parecer irmãos, mas não são, ela é a irmã de minha mãe, a qual se foi muito cedo.
— Você é uma decepção para nossa família Andrew, muito certinho, só trabalha e não tem uma vida social muito agitada. Isso me chateia profundamente! - meu pai murmura enquanto enrola o macarrão no garfo e titia balança a cabeça afirmando. Eu sorrio, só podiam ser esses dois a me falar esse tipo de coisa.
— Eu sempre digo isso a ele mamãe - Jack me assusta ao se pronunciar atrás de mim - Bom dia família!
— Bom dia ! - os dois quase gritam juntos
— Achei que não iria chegar por agora, onde está o Henry? Vai me dizer que terminaram de novo? Garoto, não me diz uma coisa dessas! - minha tia desata a falar. Ás vezes fico um pouco perdido, mas gosto desses hábitos dela.
— Não mãe - ele lhe dá um beijo na testa e outro em meu pai - ele ficou na casa dele e eu vim para a minha! And, perdi alguma coisa ontem? - ele se vira para mim.
— Não. - mas eu sim, ainda penso naquela garota. Terminamos o almoço e nos reunimos na área verde atrás da casa para tomar uns drinks e assistir uma maratona de The Walking Dead, todos nós gostamos. Uma ótima ideia essa de colocar uma TV no jardim. Passamos o fim de semana desse jeito, assistindo a maratona, é uma luta para levantarmos e tomarmos banho. No domingo a noite resolvo ir embora, já que segunda de manhã tenho que estar na empresa.
Os dias se arrastam e penso se irei vê-la novamente. Não é como uma obsessão, mas acho que precisamos terminar o que começamos naquela pista de dança. Quarta-feira amanhece bem fria e permanece assim durante o dia inteiro. Visto meu sobretudo e resolvo sair da empresa mais cedo, no caminho para a casa paro em um sinal vermelho e aproveito para mandar umas mensagens, envio e levanto a cabeça. Sinal demorado! Olho para o lado para guardar o celular e algo do outro lado me prende a atenção. Vejo uma mulher de cabelos soltos, casaco preto, jeans, camisa vermelha e botas. Aquela era a mulher? O sinal abre e sou obrigado a seguir, mas só até a próxima rua, deixo o carro estacionado lá e volto para o lugar onde a vi. Ela estava atravessando a rua um pouca distraída e quase a vejo bater no poste, mas ela desvia antes. Resolvo ir até ela, mas paro no meio do caminho. Vou falar o que?
Não percebo que enquanto elaborava uma fala, paro diante dela, impedindo dela seguir o seu caminho.
— Ah... Oi? - ela está com as sobrancelhas franzidas me olhando - eu te conheço? - ela parece ficar um pouco confusa. - Ah, já sei! - finalmente - Você é carinha grosso que eu esbarrei na frente do hotel. O que quer? - ela parece um pouco irritada.
— O que? Não! - droga! É verdade, então ela não era um dos adolescentes - Quer dizer, sim! Eu fui um pouco grosso com você e gostaria de pedir desculpas - digo solene. Ela me olha descrente e depois sorri.
— Isso é uma pegadinha do Faustão? - quem? Do que ela está falando? Ela continua rindo - Você veio até mim pra isso?
— Não, na verdade. Vim para lhe dizer que dança muito bem. - ela continua rindo, mas vai parando aos poucos e arregala os olhos. Sorrio, sei que é ela pelo cheiro de canela, agora sei que é uma bala que está na boca.
— Ai deuses, você é o gostos.. quer dizer, o cara da dança. - não sei identificar a sua expressão, mas acho q ela gostou. - E me reconheceu aqui? - afirmo com a cabeça. - E veio falar comigo? - eu afirmo novamente. - Por que? - ela questiona.
— Não gostou? Se quiser posso dar meia volta e fingir que nunca nos vimos. - faço menção de voltar e ela me segura o braço, com certeza quero essa garota. - Okay, você que sabe. Tá ocupada agora? - resolvo perguntar. Ela sorri o tempo todo.
— Não, na verdade estava numa tentativa frustrada de conhecer a cidade sozinha. Mas não deu muito certo! Se quiser me convidar para fazer algo, essa é a hora. - ela encerra e me encara sorrindo. Ela é sempre assim? Gostei mas fiquei assustado com tanta... espontaneidade.
— Então acho que podemos ir ao Central Park. Gosta? - ela parece pensar um pouco e afirma.Passamos a caminhar lado a lado, não ia comentar nada sobre sua decisão, mas não resisto.
— Costuma fazer esse tipo de coisa? - ela me olha confusa - Aceitar um convite de um estranho para um lugar que você nem conhece. - ela entende e sorri.
— Qual o seu nome? - ela mudou de assunto?
— Andrew.
— O meu é Mariana, Andrew. Já nos "batemos" duas vezes - ela faz sinal de aspas com as mãos - e sei o seu nome e você sabe o meu, teoricamente, não somos estranhos.- sorri - E não faço esse tipo de coisa, considerando que ninguém nunca me parou na rua pra isso. - ela dá de ombros. É uma boa forma de pensar, mas ainda fico temeroso quanto a sua decisão, é muito perigo. Ela é tão espontânea quanto parece? Chegamos e sentamos no banco perto da barraca de pipoca.
— Notei que o seu sotaque é um pouco diferente. Não é daqui, é? - questiono.
— Não, sou brasileira. Mas você é daqui, certo? - ela pergunta se virando para mim e dobrando a perna.
— Sim, na verdade, cresci no Staten Island. - ela franze as sobrancelhas - é um dos condados de Nova Iorque, você não conhece.
— Como sabe que não conheço? - ela levanta um pouco queixo. Está me desafiando? Levo as mão ao meu queixo e massageio a barba por fazer.
— Para uma pessoa que não conhece um dos lugares mais famosos de Nova Iorque, achei que não seria uma surpresa não conhecer Staten Island. - concluo. Ela semicerra os olhos e explico. - Citei o Central Park, já que você iria entrar pelo lado errado - digo apontando ao redor. Agora ela entendeu.
— Ah, quem disse que não conhecia o Central Park? Quem disse que há um lugar certo para entrar? - ela levanta mais o queixo. É, ela está me desafiando. Sorrio e ergo as mãos em rendição.
— Tudo bem, desculpe. Gosta daqui?
— Não, nunca vim. - ela diz como se estivesse falando do clima. Que loucura é essa? Era pra ficar com raiva, mas acabo me divertindo com isso tudo.
— Okay, podemos caminhar se quiser, quer? - ela afirma e nos levantamos - Então, se mudou para cá faz muito tempo? - indago.
— Não me mudei para cá, vim apenas passar 2 meses. - não gosto de ouvir isso - Isso fica um pouco assustador quando escurece, né? - ela diz se aproximando um pouco. Medo?
— Sim, mas você aprende a gostar.
— Não disse que não gostava. - morde o lábio inferior e tenho vontade de fazer o mesmo, o dela, claro. - Mas agora, eu tenho que ir, infelizmente. Tenho que fazer umas coisas antes que fique tarde, tchau Andrew. - se afasta na outra direção.
— Já? Tudo bem, não quer, sei lá, sair um dia desses? - eu começo a falar mais alto já que ela se afasta. - ei, aonde está indo? Essa não é a saída - ela ri alto de onde está e caminha até mim ainda rindo. - ia mesmo naquela direção?
— Provavelmente, mas um estranho me salvou de um trágico destino - ela segura no meu braço - me trouxe até aqui, agora me leva de volta. - não sei se é o tempo frio mas esse braço dado me aqueceu de muitas formas - como estava falando, não quer sair? - insisto.
— Acho que seria uma ótima ideia. Me dá seu número? - eu que iria fazer essa pergunta, mas tudo bem. Ela me entrega o celular e ponho meu nome e número. - Prontinho, chegamos ao nosso ponto de partida, eu vim daquela direção - ela aponta para a sua esquerda. Se aproxima de mim e me abraça, me dando um beijo na bochecha - tchau Andrew, foi um prazer te rever. - ela diz e eu interpreto uma sensualidade acima do normal. Deuses!
Volto para o meu carro e vou para o flat adiantar o trabalho, comer e dormir. Na verdade, vou esperar uma mensagem dela, apenas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Obrigada pela estadia! Volte sempre!
Comentem, se quiser!
Bjoks