Um esperado inesperado amor. escrita por Diário Digitado


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

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PoV. Mariana

Desperto com o celular vibrando ao lado do meu travesseiro. Tateio a cama e o pego meio desnorteada, quando desbloqueio a tela vejo 11 mensagens da minha irmã. O que ela quer? Leio as mensagens, para só no final, descobrir que ela queria ir no shopping, como sempre, numa tarde de domingo. Envio uma mensagem confirmando e recebo de volta mensagens de coraçõezinhos, dou risada revirando os olhos. Tiro o braço pesado de cima de mim e me sento na cama um pouco tonta, incomodada com a claridade do quarto, olho para Felipe que está dormindo ao meu lado e tento sair da cama sem acordá-lo. Me arrasto procurando com o olhar as minhas roupas, encontro meu short e minhas botas, pego e saio do quarto cambaleante. Chego na sala e vejo minhas coisas, cato tudo e deixo uma mensagem no celular de Felipe avisando que tive que ir.

Quando chego na rua, vejo o quanto está calor, sorte que minha bota é de cano curto ou eu estaria desesperada. Passo pela padaria e compro um suco de caixinha, adoro essas coisinhas industrializadas, quando olho para o relógio, já são 11hs. Daqui a exatamente 9hs vão divulgar o resultado do InterPsi, a minha faculdade acabou ficando em último lugar e por isso o nome dos alunos escolhidos só vai poder ser divulgado hoje, deixando assim, uma semana para os sortudos se organizarem. Não estou ansiosa, sei que não vou conseguir, mas não custa nada ter um pouquinho de esperança. Paro para atravessar a rua e vejo o meu ônibus parado no ponto. Sério? Passo correndo e chego a tempo de entrar.

— Bom dia, obrigada! - aceno para o motorista ofegante.

— Disponha.

Sento em um dos bancos e meu celular vibra anunciando uma nova mensagem, é de Felipe, perguntando se eu estava bem e me desejando bom dia, confirmo e guardo o celular novamente. Felipe é um cara legal, conheci através de um amigo da faculdade e desde então, nos encontramos de vez em quando. Mantemos uma relação distante, eu diria, só nos vemos para diversão e é só, nem conversamos muito também, a vantagem disso é que ele não quer nada sério e muito menos eu. Lembro que a primeira coisa que me atraiu nele foi o cabelo preto até as bochechas, parecendo as vezes um personagem de malhação. A minha hora de descer do ônibus chega e vou caminhando direto para casa. Quando chego, encontro minha mãe assistindo algo na televisão.

— A noite foi boa, hein? - ela pergunta me encarando com a sobrancelha franzida.

— Foi normal - sorrio ao responder, me jogando no sofá - Cadê a Clara?

— Dormindo, vocês vão sair hoje? - questiona, pegando o controle da TV.

— Não sei, acho que sim. - me levanto e vou para o quarto, pego minha roupa e vou para o banho.

Depois de um banho bem tomado, resolvo dormir um pouco, eu mereço. Minha irmã me acorda para sairmos, levanto, visto uma saia longa e uma  camisa regata e deixo meus cabelos soltos mesmo. Chegamos no shopping e ficamos rodando de loja em loja até escolher algo que a agrade. Já são 19hs quando paramos para comer algo na praça. Escolhemos o de sempre, comida chinesa, já ia quase colocando a primeira garfada na boca quando meu celular começa a tocar impacientemente.

— Por que atrapalhou a minha hora sagrada de comer? - questiono depois de já ter visto o nome de Rosa no visor do celular.

— Amiga, onde você está? Pelo amor de Deus, você já abriu o site??????? - grita do outro lado da linha. Do que ela está falando? 

— Para de gritar menina, quer me deixar surda?! Que site? - eu reclamo.

— Do InterPsi lerda! Não acredito que minha amiguinha conseguiu! Que orgulho bicha! Vai trazer presentes para mim, não vai? - ela tagarela enquanto eu estou parada com a latinha no meio do caminho até minha boca. Não acredito nisso. - Mariana! Tá ai? Não morre agora não!

— Rosa, você só pode estar brincando, isso é sério?????? - quase grito e nesse momento, Clara me encara e para de comer. Meu Deus, o que vou fazer? Quer dizer, não me programei pra isso, tava certa de que não iria! Eu em Nova Iorque com tudo pago? Nem em sonho! Aliás, em sonho sim.

— Juro que estou falando sério, vou te mandar o print da... - Clara toma o celular da minha mão, me deixando atônita.

— O que tá acontecendo Rosa? Seu irmão gato terminou o namoro e finalmente quer pedir a minha mão em casamento? - ela sorri, mas aos poucos seu sorriso se desfaz e ela vai ficando tão chocada quanto eu estava quando recebi a notícia. Rosa contou a ela. Puxo o celular de volta.

— Tô indo pra casa, lá eu falo contigo! Bjo. - minha irmã está me olhando sem saber o que dizer, para ser sincera, eu também não sei, por isso continuamos comendo caladas. Perdemos a fala, não a fome.

Terminamos e saímos de lá apressada, resolvo pegar um táxi para adiantar a minha chegada. Depois que entramos no carro e ele já está na metade do caminho, ela me acerta um tapa.

— Por que não me contou isso? Anda fazendo planos as escondidas agora? Vai pra lá? Será que vai dar certo? - ela desata a questionar enquanto ainda levo minha mão ao meu braço, no local onde ela bateu - Anda, responde!

— Tenha fé - respiro e passo as mãos pra ajeitar o cabelo - me inscrevi nisso mas não fazia a mínima ideia de que daria certo, porra! Mas agora que deu certo, não sei como vou, só sei que vou! - afirmo.

— Caramba, tanta coisa pra organizar! E o seu trabalho?  E as roupas? - ela começa a ficar tão nervosa quanto eu. Me encosto no banco e só penso em como vou conseguir resolver tudo em uma semana. Chegamos em casa e Clara salta do carro, deixando o táxi para eu pagar. Quando chego em casa, minha mãe já está rindo achando que tudo não passa de uma brincadeira. Nem olho pra ninguém, sigo para o notebook e abro a página, confirmo meu nome. É, eu passei.

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo? - indaga minha mãe. Sentamos no sofá e explico tudo a ela. Minha mãe de início fica muito preocupada e achando que não vai dar tempo, mas no final, ela me dá força. Meu pai já é diferente, ele acha tudo um máximo, apesar de ficar preocupado também. Depois de contar, ligo pra Luíza, ela merece saber, e logo.

— Lu, você não sabe! Me inscrevi para o InterPsi desse ano e passei, não achei que ia conseguir mas pensei que poderia ser uma boa chance para a nossa viagem que você tanto falou, eai? Preparada? - solto tudo de uma vez, melhor assim que abafa o choque. O telefone fica mudo. - Lu?

— Você se inscreveu e não me contou? Bela amiga hein!- ela começa com um tom duro - Mas, eu também escondi uma coisa de você, iria mesmo viajar mesmo que você não fosse, já tenho até a passagem comprada, desculpa, mas meu pai tinha me oferecido e eu não podia negar né. - ela conclui. Enquanto giro na cadeira do quarto.

— Claro que não, eu mesma te esfolaria se negasse! - sorrio do seu medo - A minha viagem já é próxima semana, ainda preciso conversar no trabalho e comprar umas roupas né, só tenho roupa pra calor, se visto um troço desse lá, morro em segundos de frio. Ou poderia usar como desculpa pra um gringo me esquentar né - falo e ouço seu riso do outro lado.

— Sabia que já estava pensando nisso! Ó, vou desligar aqui que vai começar o filme, fala comigo por mensagem, bjo. - e desliga. Mal posso acreditar que consegui.

O restante da semana foi uma correria, conversar no trabalho para ficar os dois meses fora e na volta, ainda ter o meu emprego, até chorei para fazer drama, no fim deu certo. Com certeza, estourei o cartão de meu pai comprando as coisas, já que não tenho um. Ele vai me matar, pelo menos quando ele descobrir eu vou estar bem longe daqui. Chega o dia da viagem e paramos no Hotel Morada do Sol para reunir todos os estudantes. Tem umas 15 pessoas aqui, entre meninos e meninas, e estão todos bastante animados. Eu havia esquecido de um pequeno detalhe, eu nunca viajei de avião, e quando começou a decolar, eu me agarrei ao rapaz que estava ao meu lado, eu nem o conhecia, mas ele cheirava bem. 

— Moço, não sei quem você é, mas ninguém mandou sentar do meu lado. Juro que não vai durar nada - falei com a cabeça escondida no seu pescoço. Que ideia boa essa. Ouvi ele rindo fraco, mas quando ele começou a falar, notei que não era português, era inglês.

— Tudo bem, o que acontece nesse avião, permanece aqui. - me afastei para reparar nele. Ele parecia alto e ter uns 35 anos, era moreno e tinha um nariz um tanto achatado, era até um charme. Sua roupa era uma calça social, com uma camisa social azul com um nome " Forthshire". Nunca vi isso.

— Trabalho na Forthshire, a empresa de marketing que é uma das patrocinadoras do projeto InterPsi. - e eu achei que ele não tinha notado minha investigação. Me afasto dele por completo e volto para o meu banco. Meu Deus, ele era do projeto. Será que era o dono da empresa? Que vergonha.

A viagem durou e não conversamos mais, quando chegamos já era tarde e fomos encaminhados para o hotel, mas antes notamos outdoors em tudo que era lugar anunciando o InterPsi, ui, que chique. O nome do hotel era Beachplace e era bem bacana. Seria três pessoas em cada quarto, que por sinal, era bem espaçoso. Minhas colegas de quarto eram Brigite e Bianca, pareciam ser legais, mas não sabia ao certo. Após nos apresentarmos e lermos o cronograma que já estava em cima de cada cama, fomos para o banho, uma de cada vez, claro. Quando saí, mandei mensagem para Clara, Luíza e mamãe avisando que já tinha chegado, mas que estava muito tarde e cansada e que iria dormir. De fato, foi o que aconteceu.

Acordei cedo e disposta, pela primeira vez na vida. Levantei, tomei um banho rápido e quente, vesti um jeans, botas e blusa de mangas longas. Deixei o cabelo solto, passei um rímel pra tirar a cara de sono e desci para o café, nunca vi tanta comida boa, tinha de tudo, até camarão empanado! Só não como porque odeio. De repente, aparece um senhor com um megafone avisando que o ônibus que partia para a faculdade, já iria sair. Me levantei correndo, quase derrubando o copo de suco e não notei que tinha uma muralha parada perto da entrada e me bato nela. Levantei meu olhar e encontro um homem lindo me encarando, provavelmente estava falando no celular, já que o vejo em sua mão.

— Ei garota, isso é um hotel, não um parque! - reclama enquanto me encara de cima. Ele tem olhos castanhos, cabelos curtos e quase loiros e uma boca maravilhosa. - Tsc, estou falando com você! - ele segura o meu braço. O seu toque me desperta e me afasto dele.

— Não precisa de tanto, okay? Me esbarrei em você sem querer, ô senhor-sou-muito-importante. - ele passa as mãos pelo cabelo enquanto eu o encaro.

— Se estava com tanta pressa, o que faz aqui ainda? - Ai! O que tem de deus grego, tem de mal humorado, Credo. Caramba, o ônibus! Deixo ele lá e entro apressada, sento em qualquer lugar e fico admirando a paisagem. Será que o pessoal daqui é tão grosso e frio quanto dizem? Ou será que o pessoal aqui costuma se esbarrar tanto um no outro como mostra nos filmes? A diferença é que nos filmes eles se apaixonam e o cara ali só faltou me xingar, pensando bem, eu me apaixonaria por ele bem fácil, bonito daquele jeito, eu passava um mês com ele numa ilha deserta sem reclamar. Saio do meu transe quando uma voz chega aos meus ouvidos.

— Ei, gata. Você é de Salvador, certo? Me chamo Edgar - sentam dois rapazes perto de mim. Um deles, puxando assunto. São bem bonitos, confesso e uma conversinha não faz mal.

— Sim, vocês pelo sotaque, devem ser do Rio. Sou Mariana - sorrio, arqueando a sobrancelha. Um deles se aproxima mais.

— Olha só, alguém gosta do nosso sotaque! - ele ri com o amigo. Na verdade, não gosto, mas não vou desiludir o pobre rapaz. - Tá afim de sair um dia desse pra ver o que Nova Iorque nos reserva? Por que não me dá seu número? - ele pergunta, sorrindo presunçosamente.

— É, quem sabe - ele me entrega o celular e anoto meu número no mesmo. Devolvo, ele confere e olha pro amigo com cara de vitorioso, já o amigo, parece um tanto chateado. Olho de um para o outro sem entender a situação.

— Olha só gatinha - ele se aproxima mais ainda de mim, enquanto o amigo abre a carteira e dá a ele uma nota de 50 reais. - Eu apostei com meu amigo aqui que conseguiria seu número, e olha só, eu consegui. - Fico com muita raiva, que cara babaca, é assim que ele conquista alguém? Não transpareço e sorrio para ele e o amigo. Eles se olham e parecem não entender.

— Já que apostaram 50 reais para conseguir o meu número - digo a ele calmamente - Eu deveria ganhar um porcentagem da grana, não acham? Sem a minha ajuda, você jamais teria conseguido com esse seu papo mole - os dois me olham um pouco embasbacados - Aliás - eu continuo - Eu deveria ganhar tudo. - me levanto rapidamente da poltrona, pegando os 50 reais de sua mão e descendo do ônibus que já estava parado, me esperando para descer. Os dois permanecem lá, já que não é o campus deles. Ridículos, nunca foi tão fácil conseguir 50 reais. Sorrio e entro no local, hora de iniciar as aulas. Hoje ainda é terça e ainda tenho que encontrar Luíza que chega hoje. Esses dois meses em Nova Iorque não podem passar em branco.

 


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo pronto! A Mari finalmente chegou em New York! Agora começa o babado! Bjoks.
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