Queen of Darkness — Interativa escrita por Khaleesi


Capítulo 4
Relaxe, não é como se eu fosse lhe beijar


Notas iniciais do capítulo

Hello! Aqui estou eu ♥
Gostaria de agradecer pelos comentários e o apoio de vcs!
Deram uma olhada no tumblr da fic? Tem bastante coisa interessante falando sobre os cavaleiros por lá.
Enfim, eu gostei das fichas que recebi até agora, e espero que elas continuem vindo!
Espero que gostem dos novos personagens, tanto os cavaleiros quantos seus respectivos imtzäkis.
É isso, até as notas finais!



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Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.
(William Shakespeare)

Nobody’s Home — Avril Lavigne

*Stamford, 28 de maio, 6:35PM. Pov Bianca Bordin

A menina de longos e ondulados cabelos negros andava devagar pelo castelo. Sua sapatilha carmesim desgastada soava levemente no chão de mármore. Seus olhos castanhos observavam tudo a seu redor. Graciosa, olhava com calma para todos os quadros e esculturas em seu caminho. Nunca havia visto tão belas coisas em toda sua vida, e isso a deixava feliz. Os cabelos loiros de Lilian esvoaçavam à sua frente. Oh, quem visse aquela maravilhosa mulher jamais pensaria que a mesma é, literalmente, uma cobra cascavel.

— Bianca — virou-se a mulher para ela. Bia fitou seus misteriosos olhos negros. — Esta, como comentei anteriormente, é a sede da Ordem.

— Onde estão todos? — Perguntou, curiosa.

Antes que a guardiã pudesse falar, três figuras desconhecidas surgiram na escada do grande hall. Uma adolescente que parecia ter a mesma idade da recém-chegada, um homem e uma mulher. A última apressou-se em ir de encontro com Lilian.

— Oh, que bom que te vejo aqui. Quem és atrás de si? – Clair perguntou, apontando para a menina branca como a neve.

— Teu nome é Bianca Bordin, a encontrei há algum tempo.

— Encantada — disse a mulher mais velha, dando um abraço na menina. Desengonçada, Bia, cujo apelido odiava, retribuiu. — Meu nome é Clair, sou uma imtzäki neste castelo — a Guardiã tentava manter o rosto normal, porém o odor da menina e suas roupas esfarrapadas faziam com que ela torcesse o nariz inconscientemente. A mais nova, por sorte, não notou.

Bianca, de início, suspeitou muito daquelas pessoas. Crescida nas ruas, com a companhia apenas de Lilian, havia aprendido a não confiar em qualquer um. Mas como sua amiga-imtzäki estava ali com ela, pensou que pudesse relaxar por uns instantes.

Todos a encaravam, e a Cavaleira ficou sem jeito. Não se pronunciou com algo que fazia sentido, e sim com mais uma das frases que ela adorava:

— Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito.

Aliyah a olhou como se ela fosse maluca.

— Desculpe?

Bianca soltou um sorriso curto pela ingenuidade da menina, e deu de ombros em seguida.

— É Shakespeare.

A menina morena parada perto dela levantou uma sobrancelha e depois riu.

— Meu nome é Aliyah, esse é Daemon — Liah apontou para o homem parado ao seu lado, que acenou.

— Creio que esteja cansada, que tal acompanhar-me, sim? — Lilian levantou a mão para que Bianca a pegasse, e foi o que a menina fez, começando a subir as escadas.

*FLASHBACK ON

“Era uma noite fria de inverno, faltavam poucos minutos para a meia noite, e nesse instante, milhares de pessoas deveriam estar sentadas em suas mesas esperando a ceia do natal. As ruas estavam desertas, mas bem iluminadas. Era a primeira vez que a pequena e doce Bianca passava essa comemoração em tais condições. Bem, sempre esteve sozinha, para ser sincera. No orfanato em que vivia, a terrível dona fazia questão de aprisionar a garota em seu quarto na noite de natal, enquanto todas as outras crianças se divertiam e corriam pela neve.

Bianca tentava em vão se manter aquecida com alguns pedaços de pano enrolados sobre ela e uma caixa de papelão, mas percebeu que precisava sair dali. Estava fraca, não comia há dias, e a noite estava cada vez mais gelada. Virou-se para o lado na tentativa de fugir-lhe o choro, mas as lágrimas desciam persistentes sobre suas rosadas bochechas. Haviam vários anos que a frágil garota morava nas ruas, fugindo de assistentes sociais, de polícia, de todos que queriam que ela voltasse para o horrível orfanato.

Sem aguentar mais, começou a esfregar as mãos, procurando se aquecer. E não é que estava dando certo? Em alguns instantes Bianca estava quente, e até com calor, digamos assim. Olhou para todos os cantos tentando entender o que estava acontecendo, e percebeu que sua mão estava pegando fogo. A menina arregalou os olhos e soltou um grito espantado, e a parte mais assustadora: ela não estava sentindo aquele fogo lhe queimar. As lágrimas cessaram subitamente, e em alguns instantes ela sorria, olhando encantada para o que havia acabado de fazer. Seria sorte ou apenas um milagre? Para ser sincera, a garota não queria respostas, só agradecia pela vida ter lhe dado mais uma chance.”

*FLASHBACK OFF

— Bianca — chamava Lilian, acenando a mão na frente do rosto da menina —. Alô, terra para Bianca.

A Cavaleira piscou os olhos algumas vezes e depois olhou para sua imtzäki.

— Perdão, só estava pensando.

— A noite de natal, mais uma vez? — Perguntou sua amiga, sentando ao seu lado na cama.

Bia olhou para baixo e assentiu com a cabeça.

— Não fique assim, pequena kiä — a mais velha pegou sua mão. Kiä era o termo designado para as cavaleiras, e a garota sabia disso antes mesmo de chegar no castelo. — Aqui na Ordem vai aprender a controlar todos os seus poderes, não se preocupe. Além disso, fará muitos amigos. É uma pessoa notável, um ser maravilhoso. Todos aqui verão isso.

Bianca sorriu e olhou para Lilian. Sua querida imtzäki, mulher que havia a tirado da fome não só uma, mas várias vezes.

— Obrigada.

— Não há de quê. Agora venha, Aliyah está à tua espera.

*Stamford, 28 de maio, 7:02 PM. Pov Aliyah Szlachta

A morena segurava o pergaminho em sua mão, esperando paciente por Bianca. Inconscientemente também pensava em Daemon. A forma na qual ele salvou sua vida, seus olhos azuis brilhantes que tiravam tanto sua atenção e seu sorriso. Ah, aquele sorriso acabava com ela. Agitou a cabeça tentando afastar o pensamento. Aliás, ele poderia estar ali perto, apenas prestando atenção em tudo que passava por sua mente. Distraída, não percebeu que alguém se aproximava.

— Aliyah — a menina se virou, rapidamente.

— Ah, olá. Seu nome é...? Desculpe, não me recordo — Bianca havia chegado com sua imtzäki.

— Lilian.

— Oh, sim — seu olhar fora direcionado para a outra Cavaleira —. Pronta?

Bia assentiu e logo se aproximou dela, dando uma última olhada em sua amiga.

— Isso é mesmo necessário?

— Sim, venha — Liah interrompeu-a, puxando seu braço até o cristal. Estava bastante curiosa para saber o poder da menina.

Bianca pôs sua mão sob o cristal, que se iluminou por alguns segundos, e depois mostrou um número. Um.

Aliyah se apressou em abrir o pergaminho e ler o poder cujo número havia aparecido.

— Oh, pirocinese. Parabéns, bem vinda à Ordem! — O olhar dela se iluminou, e deu um sorriso amigável para Bianca, que levantou uma sobrancelha.

— Como se eu não soubesse. Só isso?

Aliyah olhou um tanto descrente para a menina à sua frente.

— Como assim, “como se eu não soubesse”?

— Meus poderes começaram a aparecer há algum tempo. Os seus não?

Aliyah ficou frustrada, para não dizer furiosa. Bianca era visivelmente mais nova que ela, e, mesmo assim, seus poderes já haviam aparecido. Ao menos ela já sabia controlar alguma coisa. Já a pobre Liah, nem entendia direito a dimensão de seus poderes ainda, ou o que era capaz de fazer.

— Não — respondeu, tristemente.

— Mas você já sabe quais são?

A morena riu.

— De nome, mas não faço idéia do que fazer com a informação — ela olhou rapidamente para Lilian, que encarava a runa em seu braço com os olhos arregalados. Ao perceber, a menina tapou o braço com a mão.

— Onde você conseguiu isso? — Lilian segurou o antebraço da menina e o analisou, de perto. — Daemon e Clair já viram essa runa?

— Já — a menina puxou o braço de volta, e percebeu que havia o feito de uma maneira muito brusca —. Desculpe, eu só não quero que ninguém fique me olhando dessa maneira.

— E eu achando que a profecia era só um conto de fadas.

Aliyah riu. Tudo aquilo que estava vivendo parecia um.

— Bem-vinda ao clube.

~ * ~

Aliyah estava particularmente magoada. O pergaminho ajudaria todos os cavaleiros a melhorarem seus poderes, menos o dela. Como Clair havia dito, o seu poder era o mais perigoso já visto. Talvez seja melhor que eu não consiga controlá-lo, de qualquer forma, pensava ela. Eu posso me tornar uma megalomaníaca psicopata, e eu não tenho certeza se isso é bom.

Seus pensamentos foram interrompidos por uma batida na porta. Era Bianca.

— Posso entrar? — A morena assentiu com a cabeça, e a Cavaleira assim o fez. — Me pediram para avisá-la que o jantar está pronto e estamos lhe esperando para começar.

— Oh, sim. Havia me esquecido completamente. Bem, eu só irei me arrumar, sim?

Bianca sorriu e saiu do aposento, deixando Aliyah sozinha com suas dúvidas. Andou em direção à encantadora porta de cedro no canto do quarto. A banheira estava com água quente, alguns sais e velas aromáticas em volta. A menina sorriu ao lembrar que no seu décimo quarto aniversário, sua mãe havia preparado um banho como aqueles para ela. Seu sorriso foi transformado num longo suspiro, e decidiu que era melhor se apressar. Odiava deixar os outros esperando.

~ *  ~

O jantar estava maravilhoso. Diversos tipos de pratos estavam espalhados pela mesa. Clair havia escolhido o dia para comida italiana. Tinham risotos, spaghettis, gnoccis, calzones, pizza... Algumas coisas Aliyah nem sabia o nome. Bianca se acabava, comia de uma forma que Liah nem sabia que um ser humano podia aguentar.

— E então, apreciaram a comida? — Clair quebrou o silêncio, olhando atentamente para todos.

— Muito bom, muito bom — Bia disse, em meio a garfadas. Lilian riu do gesto da amiga, e concordou com a cabeça.

— Bem, não quero me gabar, mas eu sou uma ótima cozinheira — a imtzäki sorriu. Seus olhos brilhavam de orgulho.

— Estamos vendo isso — Aliyah comentou. Parou por uns instantes e encarou o prato, procurando as palavras certas para o que ia acabar de dizer.

— Não, Aliyah — Daemon olhou para ela. Droga, ela havia esquecido do pequeno detalhe que era o elo entre eles.

— Mas olhe bem, se for mesmo como Clair disse, eu sou uma bomba-relógio!

— Isso não significa que você tem que desistir de tudo. Você pode aprender a controlar, não seja tão dramática — Daemon rebateu.

Foi como se ela tivesse recebido um tapa. Piscou algumas vezes e abriu a boca para falar, mas a imtzäki cozinheira a impediu.

— Ele tem razão, tu não precisas virar uma Regina Mills da Ordem dos Cavaleiros.

Liah levantou uma sobrancelha.

— Regina quem?

— Esqueças — Clair bufou. — O que importa é que tens a nós, não precisas sentir medo.

— Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar — sorriu Bianca.

— Shakespeare novamente, menina? — Lilian olhou torto para ela, ainda prestando atenção nas cebolas empanadas que Bia tanto adorava.

— Você me conhece — e deu um meio sorriso.

— Enfim — suspirou Daemon —, hoje eu estava conversando com as meninas —olhou para Clair e para Lilian, que piscou para ele (ato que Aliyah não gostou muito) — e decidimos que amanhã partiremos em busca de outros Cavaleiros. Então descansem o suficiente esta noite pois sairemos cedo.

Bianca bocejou, e Liah, ainda pensando na atitude de Lilian, permaneceu indiferente.

— Que seja.

Daemon riu, percebendo que ela estava realmente incomodada.

— Não estou, Daemon — revirou os olhos jogando o guardanapo com força em cima da mesa e saindo, sem falar com ninguém.

— A raiva é um veneno que bebemos esperando que os outros morram —. Bianca deu uma última mordida na maçã, entre risos.

Aliyah ouviu de longe e bufou.

— Shakespeare estúpido.

*Stamford, 29 de maio, 6:17AM

A luz do sol entrava insistentemente por entre as frechas da pesada cortina. Aliyah ainda estava adormecida, consequentemente não ouviu baterem na porta de seu quarto. Sem resposta, a pessoa entrou. Era Daemon.

O imtzäki sorriu ao ver a cena, e parou alguns segundos para observá-la. Pouco depois, andou em direção às janelas e puxou as cortinas, fazendo com que o quarto todo se iluminasse. Ouviu alguns resmungos da kiä, que logo colocou o travesseiro sob a cabeça.

— Ah, vamos Aliyah. Levante, o sol brilha lá fora, passarinhos cantam alegres e...

Sua fala foi interrompida por uma almofada que acertou seu rosto em cheio.

— Cale a boca, Daemon.

O guardião riu, e logo puxou os lençóis que cobriam a menina morena.

— Agora falando um assunto sério, precisamos sair logo, novos Cavaleiros nos esperam.

Liah resmungou alguma coisa e fez sinal com a mão para que Daemon saísse do quarto. Rindo novamente, assim o fez.

~ *  ~

Quando Aliyah chegou na sala de jantar para comer, a mesa já havia sido retirada. Bufou, impaciente e olhou para Clair.

— Onde está a comida?

— Demoraste de mais, kiä. O café foi servido até às seis e meia. Vieste tarde — disse a imtzäki, indiferente.

— Como infernos vocês esperam que eu passe o dia todo procurando por pessoas com o estômago vazio?! — Aliyah levantou as duas mãos, suspirando, e Clair deu de ombros.

Um sanduiche enrolado com plástico filme havia sido jogado nela. Ágil, o agarrou antes que ele caísse no chão.

— De nada — Daemon sorriu.

Ela revirou os olhos, e percebeu que o seu guardião ainda a olhava. Havia escolhido uma vestimenta com cores escuras, suas unhas estavam pintadas e seus olhos e boca contornados com maquiagem preta.

— Agora está parecendo uma rainha da escuridão — debochou Daemon, sorrindo.

— Tem razão — Lilian apareceu por trás do imtzäki, depositando um beijo em sua bochecha. — Ah, desculpe se estou passando uma má impressão para você, Aliyah.

A morena levantou uma sobrancelha e deu de ombros.

— Não faço idéia do que esteja falando.

A guardiã riu, saindo da sala.

— Tudo bem então. Venha, estão nos esperando no carro.

Quando Liah chegou no jardim, viu dois carros estacionados. Um porsche prata e uma SUV. Olhou imediatamente para Bianca, que observava os dois carros com atenção.

— Eu nunca andei num desses. Acho que sequer vi algum.

Daemon chegou perto das duas e disse:

— Bem, você — apontou para Liah — vem comigo. Bianca vá com Lilian e Clair — e entrou no porsche, seguido por Aliyah.

— Não vou nem perguntar de onde vocês tiram tanto dinheiro para comprar esse tipo de carro.

O comentário arrancou uma risada do homem, que virou para ela.

— Bem, é melhor não saber de qualquer forma. Ponha o cinto, iremos para Londres.

— Não acho que existam mais Cavaleiros por lá.

— É, sobre isso... — Daemon olhou para o volante, começando a andar com o carro — você está enganada.

— Como assim?

— Bem, Clair recebeu uma ligação.

— Ligação? — Levantou uma sobrancelha.

— Sim, uma antiga amiga que sabia o destino do seu filho. E bem, estamos indo buscá-lo.

Aliyah soltou uma gargalhada.

— Uma ligação? É sério? Não era para ser uma coisa toda mística? — Ela tentava explicar gesticulando com as mãos, o que arrancou algumas risadas de Daemon.

— Bem, na teoria sim. Mas na prática as coisas são outras — ele virava uma esquina, com a SUV logo atrás deles —. Eu entendi essa história tanto quanto você. Quando chegarmos lá, ela nos explicará melhor.

*Londres, 29 de maio, 8:03AM PoV Khristopher Czuchry

Os olhos negros de Khris encaravam o jarro de cerâmica à sua frente. Seus cabelos castanhos eram bagunçados pelo pouco vento que entrava pela janela do pequeno apartamento ao norte de Londres. Sua mãe tamborilava os dedos impacientemente no braço do sofá.

— Bem, como ninguém chegou ainda, eu vou saindo — levantou-se subitamente, mas a mão de sua mãe agarrou-se em seu antebraço.

— Não irá à lugar algum. Clair deve estar chegando, imagine a vergonha de ela bater em minha porta lhe procurando e você não estar aqui!

Khristopher bufou. Sentou-se novamente, para a alegria de sua mãe. Estava impaciente, queria dar um jeito de sair dali. Mestre na arte do parkour, passou por sua cabeça que talvez pudesse pular da janela na escada de incêndio e simplesmente dar o fora dali. Já com seu plano em mente e pronto para ser executado, a campainha soou.

— Devem ser eles, com certeza! — Sua mãe saiu do sofá num salto e foi atender a porta. — Oh, que bom que chegou! Estávamos à sua espera.

Khris decidiu levantar para ver os visitantes, e se deparou com três adolescentes, uma mulher e um homem. Cujo olhar era muito bonito, diga-se de passagem.

— Onde ele está? — Uma das meninas mais jovens perguntou. Seus cabelos eram negros e lisos. Seus olhos eram verde-claros e calmos, que observavam tudo com paciência.

— Oh, você deve ser Aliyah, é um prazer lhe conhecer! Clair me falou muito sobre você e...

— Desculpe se estou sendo grossa, mas estamos aqui pelo garoto, e não para escutar a senhora puxar o saco dela— outra jovem falou. Seus cabelos eram castanhos e ondulados, e seus olhos de mesma cor.

A mãe do menino levantou uma sobrancelha.

— E você, quem é?                                                                           

— Bianca. Eu sou Lilian e esse é Daemon — disse a mulher ao lado de Clair, entrando na casa.

Khristopher se apressou em apresentar-se.

— Khristopher Czuchry — levantou uma mão. A paixão na fala no menino era visível, dizia cada palavra com convicção.

— Aliyah — a menina deu um passo à frente, apertando a mão do garoto que, até alguns segundos atrás, tinha sido ignorado por todos.

Antes que pudesse abrir a boca para falar algo, uma águia real entrou pela janela e pousou em cima de uma cristaleira com algumas xícaras. Em poucos segundos a ave se transformou em uma bela garota de cabelos castanho-arruivados e muitas sardas em seu rosto.

— Olá, idiotas.

— Uma imtzäki? Não estou entendendo — Liah olhou para Daemon, que encarava a menina da mesma forma que todos no aposento.

— Olha só, se não é a famosa herdeira de Abraham — sorriu com escárnio a recém-chegada. — Sim, esse garoto parado aí na sua frente é meu ryüi.

Antes que Aliyah pudesse perguntar, Daemon riu.

— Ela é a guardiã dele. Ryüi é a forma na qual nos referimos aos Cavaleiros que protegemos. Kiä para meninas, ryüi para meninos.

Era a milésima vez que Aliyah escutava aquela explicação. Se alguém a falasse mais uma vez, capaz de a menina avançar no pescoço da pessoa.

— A propósito, meu nome é Daria.

*Londres, 29 de maio, 8:32AM Pov Aliyah Szlachta

Após alguns minutos da mãe de Khristopher explicando toda a infância do garoto e mostrando fotos dele quando criança, Liah se ofereceu para fazer um chá.

— Sim, filho — disse, virando-se para Khris — leve-a até a cozinha, sim?

O menino assentiu e a Cavaleira o seguiu. O apartamento deles era pequeno, mas confortável. Vários quadros estavam expostos nas paredes, algumas prateleiras continham vários troféus de diversos esportes. A kiä perto dele se sentia uma formiga, o menino era imenso.

— Vai ficar aí me encarando ou vai me ajudar a fazer esse chá? — Brincou ele. Algo em sua voz atraía Liah, ele falava tudo com uma intensidade sem igual. Será que o poder daquele Cavaleiro seria “apaixonar” as pessoas por ele? A garota riu com o pensamento, indo na direção do bule e o enchendo de água.

— Então, Khristopher, alguma idéia de qual seria seu poder?

— Bem, eu não sei exatamente o nome, muito menos como controlá-lo. Mas sabe, eu tenho um flashback de vez em quando ao tocar em certos objetos — o garoto se aproximava muito de Aliyah, que ficava sem jeito — ou até mesmo em pessoas —. Khris riu ao perceber a atitude da Cavaleira. — Relaxe, não é como se eu fosse lhe beijar.

Ok, aquele garoto estava lhe tirando do sério, qual era o problema dele?

— Ahn, não, eu só... — tentou explicar, ainda constrangida, mas foi interrompida pela mão dele na frente do seu rosto, que apontava para uma prateleira.

— O açúcar, por favor.

Aliyah revirou os olhos, mas entregou o recipiente para ele. Após alguns minutos de um silêncio constrangedor, o chá estava pronto, e os dois foram até a sala com uma bandeja, algumas xícaras e o bule. Ao vê-la, Daemon levantou uma sobrancelha como se dissesse “por que demorou tanto?”. Liah simplesmente deu de ombros, colocando o chá em cima da mesa de centro.

— Oh, obrigada — disse a mãe de Khris, sorrindo.

— Bem, cara amiga... A conversa está agradável, porém temos um longo dia pela frente, tentando procurar os novos integrantes da Ordem. — Clair se pronunciou, levando a xícara até sua boca.

— Oh, sim, entendo — a mulher olhou para seu filho com uma expressão cansada —. Não vá se meter em confusão, sim?

Khris sorriu, segurando a cabeça de sua mãe e olhando no fundo de seus olhos.

— Não se preocupe.

*Stamford 29 de maio, 10:16AM

Aliyah e Khristopher estavam na biblioteca, prontos para descobrirem o poder do garoto. Da viagem da casa do menino até o castelo, os dois trocaram olhares significativos, e a menina não sabia que conclusões tirar disso. Talvez ele só seja curioso, pensava.

— Iremos fazer logo isso ou, novamente, vai ficar me encarando? — Khris sorriu para ela.

Dessa vez, Liah sorriu junto com ele e o levou em direção ao cristal.

— Bem, agora você põe sua mão no cristal.

Assim o fez. Khris pôs a mão sob o objeto sagrado e o mesmo se iluminou, aparecendo o número sete.

— Psicometria — disse ele antes que Aliyah pudesse olhar no pergaminho.

— Como soube? — Perguntou a morena, levantando uma sobrancelha.

— Não sei, só senti — deu de ombros. — E agora, o que nós fazemos?

Liah sorriu.

— A gente espera.


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Notas finais do capítulo

No tumblr da fic tem fotos e música tema desse povo novo que apareceu aí (além do resto dos personagens que existem até agora).
O Khris e a Bianca são meus amorzinhos desde as antigas versões de QoD, espero que se apaixonem neles como eu sou apaixonada ♥
Falando em paixão, e esse clima da Aliyah com o Daemon e o Khris? Ainda vai dar o que falar haha
Bem, é isso. Espero que tenham gostado, see ya! ♥



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