Perfume escrita por Luiz Gustavo


Capítulo 35
Capítulo 35: Nocaute Técnico – Parte III




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O homem mantém-se deitado no leito com as vistas fechadas em um sono profundo, o pano branco está enrolado no estômago, no mesmo lugar de onde Pamela tinha tirado a bala, provavelmente não acordará tão cedo, mas caso aconteça, a dama havia o amarrado com algemas na cabeceira da cama, precisa ter cautela, ninguém irá saber que Levi continua vivo. Ela fecha as cortinas do quarto e posteriormente as longas janelas no trinco, o clima persiste quente, mas ela não irá continuar naquele ambiente. Pamela desce as escadarias e aciona o alarme da casa de vidro, seguindo direto para o cais, chegando ao iate, os planos precisam ser finalizados de alguma forma, Neide Alencar ainda é um empecilho neste trajeto, tem que decidir se deve elimina-la, afinal ela ainda é a sua mãe biológica. O vento está um pouco forte no iate, mas a correnteza permanece calma, ela consegue conduzir perfeitamente, chegando a costa, atracando-o. 

Pamela está usando uma calça jeans de modelo skinny, uma camisa feita de renda com mangas curtas e segurando sua bolsa da Chanel, que está um pouco pesada por causa do calibre 38. Ela encaminha-se em direção do carro, mas é puxada rapidamente por um homem moreno de 1 metro e 80 de altura, trata-se de Fagner Lima, ele a empurra com força e a joga para frente do capô, ficando com as ancas arreadas, ele puxa as vestimentas da mulher para baixo, tira o cinto e enfia o seu membro naquela bela bunda macia e dura, as mãos dela escorregava no alumínio, a sua bolsa tinha caído no chão, se tivesse um pouco de coragem certamente teria pegado a arma e atirado naquele homem, mas era paga pra isso, transar com Fagner a qualquer momento e receber todo o começo de mês, de bom agrado, uma excelente quantia em dinheiro, tinha se tornado uma garota de programa de luxo. 

Ela não sentia prazer nenhum, quando Fagner finalizou o feito com o gozo, a dama arrumou-se rapidamente, ficando intacta novamente. 

— Você é uma mulher de sorte, Pamela, coloque isso na sua cabeça. Quantas donzelas ao redor do mundo queria estar sentando neste pênis aqui. – Fagner acariciou suas partes intimas. – Além de uma excelente puta, é uma ótima atiradora, matou a si mesma naquela igreja. 

Pamela engolias aquelas falas a seco, não gostava de prestar atenção nas palavras saídas da boca daquele miserável. Fagner e Xavier eram conhecidos e quando soube que ele iria de precisar de um assassino de elite, indicou um anônimo, sabendo de tudo envolvido, a dama sentiu um leve prazer ao puxar o gatilho. Ele usava uma bermuda que combinava perfeitamente com a blusa branca. Fagner tinha a pedido em casamento poucos dias atrás, mas ela recusou, aliar-se com uma pessoa que sente repulsa? Teria ficado com Miguel Xavier, infelizmente os serviços extras fazem parte do pacote. 

— Nenhuma mulher do mundo esqueceria uma vida. 
— Fez uma escolha. Está arrependida? 
— Não sou fraca. 

Fagner admira a astucia de Pamela, ela não tem medo de se jogar no desconhecido, desde a primeira vez que a conheceu, notou algo mais forte do que os lábios com aquele batom vermelho, a exatidão de sua personalidade está exposta em apenas um olhar. Ela pegou a bolsa que está um pouco suja de areia e entra no carro sem ao menos se despedir, dando partida. O veículo segue em trajeto para depois de Arraial D’ Ajuda, um lugarejo chamada Vale-Verde, no carro ela tenta trocar as estações de rádios, mas nenhuma a faz esquecer dos momentos da sua vida, lembrou-se agora de Hugo Rafael, ambos estudavam no mesmo colégio, ele era dois anos mais velho, finalizando o ensino médio, loiro dos olhos azuis e um corpo de dar inveja e alegrar qualquer menina, menos Pamela. Hugo a violentou sexualmente dentro de uma das salas de aula, no intervalo do lanche, a pegou com toda sua força, sem ninguém perceber, tirando a virgindade da menina. A garota não fez nada, aquela foi a única vez que eles transaram, o hálito dele era horrível, sentiu-se enojada por muito tempo. Hugo sumiu da cidade, fugindo de casa e estampando as fichas policiais em torno do Brasil. O único homem que amou de verdade e a que tocou sem a deixar atormentada, foi Tomaz Brayton, primo de segundo grau dela, não teve medo de se entregar, infelizmente o destino os afastaram, Tom teve que viajar junto com os pais, indo para outro estado, perdendo o contato desde então. Ele era lindo e a entendia perfeitamente, o seu único amor provavelmente, Jonathan era apenas um brinquedinho e jamais a atrapalharia se não fosse pela Claudia, que amava aquele garoto, aquela idiota quase ia revelar a verdade a respeito da troca de identidade.

O 4x4 estaciona em uma pequena casa, através do vidro fumê divisa cada detalhe da alameda, não tinha ninguém em torno, ela salta do veículo, a porta da morada estava aberta, ela entra seguindo por dois cômodos, chegando a cozinha, aonde a senhora encontra-se sentada tomando café. 

— Você agora irá usar o nome da Claudia? 
— Sim. 
— Não consigo te entender, Pamela. 
— Meu nome agora é Claudia, terá que engolir isso. 
— Jamais! 

Neide Alencar aumentou o tom de voz, levantando-se da cadeira e ficando frente a frente com Pamela. 

— Neide... Neide... Neide.... Acha mesmo que tem algum caráter? 
— Não acredito que és a minha filha. 
— E não sou, me vendeu, não se lembra? Pensa que não sei a verdadeira história? Você e a Amália são duas sem caráter, mas caso abrir a boca, muitas coisas podem acontecer, está me entendendo? 
— Isso é uma ameaça? 
— É apenas um aviso, querida mamãe.
— Pode ter certeza que nunca vou falar nada, sabe muito bem disso, poderia ter estragado tudo quando o Levi apareceu por aqui, mas graciosamente não revelei nada, por você e a minha finada Claudia. Boa sorte nessa brincadeira de mau gosto. 


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