Se algum dia alguém falasse que Leah, a jovem Loba, a Megera fosse sentir um amor tão grande no peito por um pequeno ser de olhos vermelhos com certeza essa pessoa estaria nesse momento em algum hospital porque a jovem Loba já teria lhe espancado, mais se lhe falasse isso agora ela não saberia o que responder.

 Porque naquele momento em que ela colocou os olhos naquela pequena menina de cabelos negros como as asas de um corvo e a pele branca como a neve ela sentiu algo aquecendo seu coração, aquele coração frio o qual todos diziam que não poderia mais bater, mais bateu.

Bateu tão alto como um tambor de ritual e ela tão fascinada pela pequena menina caminhou entre as folhagens secas e os galhos quebradiços na sua forma de lobo, seus olhos verdes observavam a tudo ao redor como se estivesse a procura de algum predador que estivesse a rondar sua filhote.

Filhote, esse pensamento deslizou pela sua mente como um tiro no escuro. Ela não sabia de onde tinha vindo, como tinha surgido mais o pensamento deslizou por sua mente lhe tomando a pensamento e as emoções, a sua Loba interior se encontrava agitada como se estivesse presa e seu filhote no mundo a fora sozinho. No frio que fazia naquela noite.

—Leah fique onde está! —Ela pode ouvir a voz de seu Alpha surgindo em meio as imagens que surgiam em sua mente, mais sua loba interior estava agitada demais para ouvir seu Alpha era como se as correntes da voz do Alpha não fizessem efeito naquele momento porque sua mente estava ocupada com o pensamento.

Filhote. Filhote. Filhote.

 Era como se ela tivesse em transe e a voz do Alpha não chegasse em seus ouvidos, porque seus ouvidos estavam ocupados com o som de dor e tristeza que era aquele chorou que dominava a clareira onde elas estavam.

—Volte a forma Humana agora. —A voz do Alpha rugiu em sua mente a fazendo rapidamente se encolher como se a voz dele fosse tão forte que ela não conseguia mais sentir nada em sua pele.

E sem pensar ela voltou a forma humana, não foi  o tom da voz que a fez voltar e sim a voz da sua Loba lhe dizendo para assumir a forma humana para não assustar o filhote.

—Leah ... —Ela ainda pode ouvir a voz de seu Alpha lá no fundo de sua mente lhe chamando enquanto voltava a forma humana, mais assim que ela se encontrou na forma humana rapidamente colocou o vestido que se encontrava em seu tornozelo.

Ela ainda conseguia ouvir os soluços que deslizavam pelos lábios quase pálidos da pequena menina que se encontrava de joelhos no chão com os olhos arregalados voltados para ela.

—Não vou lhe machucar. —A jovem Loba diz enquanto caminha entre as folhagens com seus pés descalços, ela toca com a ponta dos dedos dos pés no chão como se estivesse caminhando encima de gelo fino.

—Quem... Quem é você? —A pequena menina pergunta ainda com as lagrimas nos olhos, os soluços a impedido de formular as palavras rápidas.

—Eu sou Leah e você? —A jovem Loba pergunta enquanto caminha devagar em direção a pequena menina que se encontra ainda de joelhos em meio a todos aqueles corpos e sangue.

—Eu sou Hope Angel. —Ela diz enquanto dá um pequeno sorriso e a jovem Loba pode ver o brilho de pequenas presas entre seus lábios.

O jovem Alpha corria como se sua vida dependesse disso, como se chegar a clareira fosse necessário para viver.

Conseguia ver ainda as imagens que deslizaram pela mente de sua Beta, o sangue, os corpos e a pequena menina entre eles com as mãos ensanguentas cobrindo os olhos.

Ele continuou a correr e logo em seguida uivou chamando seus companheiros como se o seu uivo fosse o chamado para guerra a qual eles ouviram e viriam.

—O que aconteceu? —Uma voz masculina lhe perguntou em sua mente, sua mente ainda se encontrava a pensar nos olhos da pequena menina que a sua Beta encontrou na clareia e como ela ficou.

—Uma vampira? —Outra voz lhe perguntou o fazendo estacar no lugar por um milésimo de segundo para em seguida correr, ele correu entre as folhagens verdes que lhe passavam ao seu lado como pequenos borrões ao quais ele não prestou a atenção porque ele sabia onde sua Beta estava.

A Clareira onde eles ficavam algumas vezes, um lugar onde os outros lobos não sabiam que existia mais parecia que alguns vampiros sabiam, desviou de um galho grande que se encontrava na sua frente e pulo um que lhe impedia de seguir em frente até ela.

—O que vamos fazer ao chegar lá? —Uma voz lhe perguntou mostrando outra vez a imagem da menina que não passava de uma criança. —É uma criança, mesmo que seja vampira.

O jovem Alpha não sabia o que responder porque ele sabia que era apenas uma pequena criança mais a imagem dos olhos vermelhos lhe assombrava como um pequeno fantasma na Noite das Bruxas lhe deixando claro que a vida daquela pequena criança estaria nas suas mãos, porque ele era o Alpha e era ele quem escolheria qual seria o destino daquela criança.

—Eu não sei Seth, a tua irmã teve alguma ligação com ela. —O jovem Alpha diz enquanto continua a correr pela floresta, suas passadas eram seguidas pelos outros lobos que apenas ofegam.

—Ela teve uma impressão pela vampira? —Uma das vozes em sua cabeça lhe perguntou sarcasticamente o fazendo soltar um pequeno rosnando que atravessou as mentes dos lobos como um tiro contra o vidro.

—Ela não teve uma impressão, ela teve uma ligação o que é bem diferente de Impressão. —Jacob diz enquanto atravessa as folhagens que cobriam a clareira.

Assim que ele chegou a Clareira rapidamente voltou a forma humana enquanto observava a jovem Loba em sua forma humana sorrindo para a pequena menina ensanguentada cercada por corpos, ele não conseguia tirar os olhos daquela imagem porque ele conseguia ver o sorriso nos lábios de sua Beta.

—Leah.... —Ele sussurra e seu sussurro desliza pelo vento até sua Beta que se vira para ele ainda com um pequeno sorriso nos lábios, ele conseguia ver o brilho naqueles olhos verdes tempestuosos e conseguia ver o sorriso verdadeiro em seus lábios carmesins que ele tanto amava beija.

—Jake. —Ela sussurra enquanto a pequena vampira se coloca atrás dela lhe segurando a barra do vestido e circula suas pernas com a outra mão, o medo em seus olhos vermelhos deixa claro que ver aqueles lobos que se encontravam ao lado do jovem homem que naquele momento estava parado na frente dela o quanto eles estavam a assustando. —Por favor, vista alguma roupa, você está nu na frente de uma criança. —E como se aquilo fosse algo normal a jovem Loba apenas dá uma pequena risada enquanto se vira para a pequena vampira que dá um passo atrás tropeçando em um corpo que estava no chão.

—Eles não vão lhe fazer mau. —Ela diz com um pequeno sorriso voltados para a pequena menina que apenas olha para a jovem Loba enquanto balança a cabeça como se estivesse confirmando aquilo. —Eu não deixaria. —Ela diz enquanto vira a cabeça a inclina para o lado deixando com que seus cabelos negros caiam de lado e seus olhos verdes tempestuosos cheio de raivo e algo a mais atravessasse os lobos os fazendo dar um passo para trás com medo do que via.

Existia algo mais profundo do que a raiva e o ódio, era como se os olhos verdes tempestuosos daquela Loba os atravessassem como um aviso que se caso tocassem naquela criança eles teriam as gargantas arrancadas por suas garras e dentes, eles viram pela primeira vez a jovem Loba Megera agir sem malicia ou crueldade sem motivo.

—Qual é o nome dela? —Jacob perguntou.

 A jovem Loba pode observar que ele não disse O que é Ela e sim Quem é ela, ela viu nos olhos dele que ele confiava nela e com um sorriso a jovem Loba se levanta fazendo com que a pequena criança se colocasse ao seu lado.

—Seu nome é Hope. —A jovem Loba diz enquanto dá um pequeno sorriso que chega aos seus olhos fazendo com que seu Alpha a olhasse e sorrisse de volta porque ele soube só pelo nome que naquele momento algo novo estava começando.

Foi mais forte que a impressão, foi mais forte que o amor de um homem e uma mulher, foi mais forte que as Almas Gêmeas...

Foi Hope, foi Esperança de que um novo dia estava raiando para aquela jovem loba e com a mão entrelaçada com a pequena vampira que olhava maravilhada para a jovem loba caminhou em direção ao um novo amanhã e quem sabe ao paraíso acompanhada das duas pessoas que lhe abriram as portas do paraíso.