Jar Of Hearts escrita por laís


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá novos e antigos leitores. Como eu mencionei no capítulo intitulado de "novos capítulos" retomei a história e esse capítulo já está devidamente editado e prontinho para seguir o fluxo da história. Continuarei editando os capítulos seguintes e deixando essa notinha explicativa para que vocês não fique perdidos. Enfim, espero que gostem ;)



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Novembro –

Faz quase dois meses que eles se foram... Que ele se foi.  Eu tenho deixado dezenas de mensagens no e-mail de Alice, mas elas nunca chegam ao destinatário. Os dias se passam lentamente e a impaciência de Charlie por minha letargia está começando a ficar mais visível.

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Dia de ação de graças –

Charlie, sutilmente, me obrigou a sair para fazer caridades e jantar na casa dos Black. Não posso negar que isso me distraiu, foi bom ajudar pessoas carentes em Port Angeles, me fez pensar mais sobre o que tenho. E por fim, no jantar, percebi que não tinha tantas pessoas ao meu redor, interagindo diretamente comigo, há muito tempo... Foi agradável, mas as noites continuam cruéis.

Dezembro, 02-

Charlie não para de insistir, ele quer a todo custo que faça uma visita a Jacob, ele acha que pode ser bom pra mim, mas percebi o interesse que havia por trás do seu pedido, então apenas aceno sem me comprometer realmente.

Dezembro, 16 -

Renée ligou há dois dias, insiste que devo ir passar o natal com ela. Com certeza Charlie está mantendo-a informada sobre meu estado deplorável. Tenho mandado e-mails constantes para que ela não se preocupe, desta vez aviso que estou bem e cuidadosamente recuso seu convite.

Dezembro, 23 -

Charlie acaba de me informar que os Black vão passar o natal aqui, acho que ele está tentando aquele ditado de Maomé ir a montanha...

 Saio da cama sem vontade, faço minha higiene pessoal e vou para a cozinha.

11:05

Charlie chegará em breve, começo a planejar o almoço e ao dar uma boa olhada nos armários e na geladeira vejo que não estão abastecidos, Charlie ficou responsável pelas compras desde que entrei nesse estado digno de The walking dead, ele claramente não é muito bom fazendo listas de compras.

Passeio o olhar em volta da cozinha enquanto espero a comida ficar pronta e meu olhos estancam no calendário. Merda! Já é dia 23, como Charlie me apronta essa tão em cima da hora?!

Saio do meu choque quando Charlie adentra a cozinha, ele me olha de cima a baixo

− Tudo bem, Bells? 

−Precisamos urgentemente fazer compras. Os Black estarão aqui que horas?

−Hm, não sei, às 19 horas?

− Okay. Vou precisar de algum dinheiro...

−  Aqui, compre o que for necessário, pode passar no shopping se quiser... — Ele saca a carteira e me dá o cartão de credito.

Olho pra ele impassível

− O quê?  Sua mãe disse que quer fotos suas, e insistiu que você usasse um vestido bonito. Pode ficar à vontade para gastar o que quiser, recebi um aumento mês passado e as coisas estão indo muito bem.

−Okay —apenas concordo para não prolongar o assunto “você está um lixo, anime-se”

Comemos em silêncio, quando ele volta para a delegacia, me digiro pro segundo andar para tomar banho, volto pro meu quarto e paro na frente do espelho. É a primeira vez que me olho longamente depois de todos esses meses, estou péssima, olheiras fundas, muito magra, meus cabelos molhados estão sem brilho, estou completamente apática, suspiro frustrada. Se ao menos os pesadelos me deixassem também...

Apresso-me e pego minha velha picape, paro em frente ao “super mercado” e sigo meu caminho.

O pequeno local tem poucas pessoas circulando, olho em volta e percebo que as prateleiras parecem tão abastecidas quanto meu armário. Forks sendo Forks. A senhora Mason, dona do mercadinho olha pra mim, sorri amarelo e diz

−Acho que chegou um tanto tarde, querida. Todos se apressaram para comprar mantimentos para a ceia.

−Eu vejo, realmente perdi a noção do tempo. Com licença. Saio rapidamente das vistas dela, e decido ir à port. Angeles fazer minhas compras.

Depois de pouco mais de vinte minutos encontro um super mercado de verdade e sigo para minha missão. O local está relativamente cheio, famílias em busca de itens para compor seus festejos natalinos. Após algum tempo escolhendo alguns produtos encho meu carrinho e sigo para a fila do caixa, demora um pouco para chegar minha vez e pouco mais de meia hora depois estou novamente em picape. Respiro fundo e sigo em direção do shopping central.

O espaço está lotado, nenhuma surpresa, enquanto caminho pelo local bem decorado com luzes piscando e vários adereços natalinos, observo as vitrines distraidamente. Esse simples ato faz emoções se instalarem no meu estômago. Suspiro. Alice! Todas essas lojas me fazem dela e sua constante insistência em me fazer de Barbie.

“Vai Bella, por favor, só uma vez... eu juro, só dessa vez. Você vai amar o resultado final” — Dizia a baixinha enquanto pendurava no meu braço e me encarava com seus olhinhos “pidões”.

Balanço a cabeça para dissipar as lembranças que insistem em me atormentar e tento prosseguir com alguma disposição. Entro numa loja de roupas mais popular, não tenho nem cartão de crédito para essas boutiques de grife.

Olho avidamente entre as prateleiras e araras, muitas cores e texturas que me dão assombros, de repente uma garota de estatura baixa e olhos puxados entra em meu campo e visão. Posso ver em seu crachá escrito “kim”.

−Olá, boa tarde, sou a Kim. Como posso ajudá-la? —  Ela diz em seu tom profissional de quem procura uma boa comissão.

— Hm, claro. Na verdade, eu não sei bem o que estou procurando — confesso.

Ela me encara por um breve momento, parecendo ponderar sobre opções e por fim fala — Acho que você pode me orientar pelo seu gosto. Cores, peças, caimentos...

— Olha, geralmente jeans é o que uso com mais frequência. Na verdade, busco principalmente roupas confortáveis e quentes, eu moro numa cidade perto daqui e lá é bastante úmido, então precisa ser algo que eu use depois.

— Cidade úmida? Ouso dizer que você é de Forks!

— Nossa! Exatamente isso.

— Eu morei lá por uns meses até conseguir me firmar por aqui, eu era da Califórnia, foi um choque e tanto para mim.

— Eu te compreendo bem, sou do Arizona e o sol faz muita falta. Ouso dizer que até os meus poucos vestidos também — Digo enquanto a sigo pelo corredor da loja.

— Bem de garota do verão, para garota do verão, te arranjarei algumas peças que podem ser bastante úteis.

Nós seguimos numa conversa tranquila, comentando sobre nossas experiências em Forks e as saudades do clima quente. Acaba que Kim é uma garota muito gentil e espontânea, isso tornou toda a situação muito tranquila e até divertida, ela me trouxe roupas, me ajudou a montar looks, deu opiniões sinceras e por fim acabei me surpreendendo com algumas coisas que comprei e no quanto me senti confortável com todo esse cenário. Quando já havia pagado minhas roupas, me despedi de kim com um abraço e a promessa de voltar ali mais vezes.

De certo que esse tipo de pensamento em outro momento seria facilmente descartado, mas eu estava realmente satisfeita e me sentia estranhamente bem, coisa que não acontecia a algum tempo. E claro, não é somente sobre minhas recentes aquisições, mas sobre a leveza que simples diálogos com uma estranha trouxe benefícios para o meu dia, algo que se visto de fora seria uma ação simplória sem importância, mas para mim, que a um tempo tenho evitado longos diálogos, foi um grande avanço.

Sento-me na praça de alimentação com um lanche e sigo perdida em meus pensamentos até que o beep do meu celular me traz de volta a realidade

“Onde você está?”

A mensagem de Charlie faz eu me atentar que já são 18:30 da noite, respondo-o rapidamente e volto para minha picape com destino à Forks.

Quando chego em casa Charlie me ajuda com as compras e debatemos sobre como será o jantar de Natal. Ele fica surpreso com a quantidade de coisas que comprei e questiona se darei conta de preparar as coisas sozinha.

— Acho que sim, tudo que preciso fazer é levantar bem cedo para preparar o peru e coloca-lo no forno. Após isso poderei arrumar a casa devidamente e preparar o resto da comida. Não se preocupe, pai. O Grinch não roubará o natal — brinco e ele sorri.

— Tudo bem, Bells. Juro que voltarei para casa o mais cedo possível para te ajudar.

— Olha... eu prefiro que o senhor e seus dotes culinários fiquem bem longe da minha cozinha, isso vai ajudar muito. — Disparo e ele logo semicerra os olhos.

— Para o seu governo o meu... o meu... café! O meu café é ótimo!

Continuamos com algumas provocações enquanto organizamos os armários e logo nos despedimos e cada um segue para seu quarto.

Entro no meu quarto e logo guardo minhas coisas. Sigo para o banheiro e as gotas quentes do chuveiro são muito bem vindas para relaxar meus músculos, só então percebo o quanto me sinto exausta, faz um tempo que não me canso assim. Credo! Estou mais sedentária que nunca, seria interessante fazer algo para mudar isso, às vezes Charlie corre de manhã bem cedo, poderia ser interessante...

Deito-me na cama e paro para pensar sobre o esse dia, foi exatamente simples e satisfatório, eu nunca pensei que me sentiria tão tranquila com coisas tão cotidianas. Talvez Renée esteja mesmo certa, pode ser bom para mim mudar de volta para casa... mudar os ares, os hábitos, tentar esquecer... tentar de verdade seguir a minha vida como ele mandou...

Com esses pensamentos logo caio num sono profundo, exausto e felizmente, livre de pesadelos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Comentem!



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