The Hunter's Chronicles escrita por Rapha07


Capítulo 5
Conclusão




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— 4 pontos! – o árbitro apontou para o Conde.

Pela primeira vez na luta Shagga sorriu. Um sorriso largo de pura satisfação ao ver a feição do Conde estupefata com o que fizera. Enfim havia conseguido roubar o sorriso dele, mas a essa altura de pouco adiantava. Não era tolo, sabia que agora era quase impossível vencer.

— E eu achando que a natureza da sua aura o deixasse previsível – o Conde disse já retornando com o brilho divertido aos olhos. – Essas maluquices são típicas de reforçadores.

Shagga sorriu novamente. Realmente havia gostado de surpreendê-lo.

— Mas a pergunta é: conseguirá continuar a luta nesse estado? – indagou o Conde indicando a perna mutilada de Shagga.

— Detalhes – respondeu Shagga despreocupado e desativou os Cascos de Xérneas. Agora estava de novo com suas pernas normais, intactas.

— Sua habilidade é uma das mais incríveis que já vi! – declarou o Conde admirado. – Mas agora o que fará sem sua super velocidade?

— Darei um jeito – blefou.

— Ótimo. Mostre-me seu trunfo então.

É verdade que Shagga ainda uma carta na manga, porém com a sua atual quantidade de aura demoraria para ativá-la. Havia outro detalhe importante: não podia ferir mais o Conde, ou então alimentaria sua habilidade. Teria que acabar tudo no próximo golpe.

Não tenho escolha. Usarei a garra do dragão.

Desfez as Lâminas de Jack e concentrou toda sua aura no braço direito. Seu braço começou emanar uma luz dourada ofuscante, enquanto toda sua anatomia mudava lentamente, e ao redor de seu corpo algumas pedras começavam a levantar devido a pressão de aura exercida.

— Então realmente você tinha um trunfo? – o Conde parecia satisfeito. – Muito bem então, vamos medir forças.

Dito isso, a esfera sanguínea que estava em sua mão começou a se agitar e borbulhar freneticamente. Ele a pressionou entre as mãos e ela se achatou. Logo em seguida, lâminas começaram a surgir nas suas laterais. Quatro, Shagga pôde contar. Já havia visto aquela arma antes, era uma arma ninja, ele sabia, mas o nome não vinha à cabeça. O objeto começou a girar em sua mão, o poder era ridículo, imenso. Parecia que segurava um pequeno vortex vermelho. O giro produziu uma corrente de ar poderosa e constante, que chegava a arrastar os pedaços de pedra que haviam se soltado do solo.

— Estou pronto, e você? – perguntou o Conde.

Não estava. Ainda faltava um bocado de aura para completar a transformação, mas acenou positivamente com a cabeça mesmo assim. Pretendia desviar do ataque do Conde e terminar a transformação enquanto corria em sua direção. Como se tratava de uma arma de arremesso, não poderia se proteger como anteriormente, Shagga pensava. Acelerou a canalização. Reservou uma quantidade mínima de aura para usar nas pernas e esperou o ataque.

Shuriken, Shagga lembrou do objeto. É uma Shuriken gigante.

O Conde a arremessou. Ela veio rápido como um relâmpago, cortando o ar. Pôde sentir toda a intenção assassina do Hatsu do Conde, parecia que ia despedaçá-lo. Jogou a aura nas pernas; pretendia desviar no último segundo, no entanto, suas pernas não saíram do lugar. Bambolearam e tiraram de Shagga quase todo o equilíbrio, obrigando-o a cair de joelhos. Havia usado muita aura, não conseguiu completar a transformação. Começou a suar e sua visão ficou turva.

Falhei.

A shuriken de sangue o acertou. O buraco pegava abaixo do peito e chegava até o ombro, do lado esquerdo. O casco de iguanodonte que ainda cobria suas costas foi transpassado como se fosse feito de papel. Começava a perder os sentidos. Ouviu o árbitro gritar alguma coisa, mas não compreendeu. Conseguiu vislumbrar Wila na platéia, atônita e aos prantos.

Falhei com ela, falhei com todos e comigo mesmo.

Sentia o corpo começar a tombar para frente já quase sem vida quando uma mão fria amparou seu peito impedindo que caísse. Sua visão debilitada só pôde ver uma sombra, projetando-se atrás de si.

— Jamais esquecerei essa luta, caro amigo. Pode ter certeza – ouviu uma voz sussurrar aos pés do ouvido. – Agora durma.

Sentiu uma dor aguda no pescoço, como se duas agulhas o tivessem espetado fundo. Depois foi envolvido por uma escuridão aconchegante. E depois mais nada.


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