Descobertas escrita por Graciela Pettrov


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

scorose ♥



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Pele leitosa e macia, com alguns pontinhos, que não eram sardas, mas pintinhas, algumas tão clarinhas que só dava para vê-las quando se estava muito próximo.

E Rose estava. Tão perto que podia ver as pequenas veias azuladas em suas pálpebras fechadas. Uma pintinha se fazia presente bem no final da sobrancelha direita, outras três na bochecha do mesmo lado, mais uma entre o queixo e a mandíbula, algumas no pescoço, então uma especialmente grande, do tamanho da digital de seu polegar, na barriga, bem perto do umbigo, um pouco acima da linha da cintura... Aquela era a sua preferida.

As manchinhas circulares se espalhavam por todo o corpo dele, mas de forma bem mais discreta que suas sardas. Ela adorava ficar traçando aquele caminho torto que tais pintinhas formavam.

Normalmente começava pela a da sobrancelha, uma pequena distância entre essa e as da bochecha, então descia para o queixo e depois direto para o pescoço. Ela até tentava o longo caminho até seu umbigo, mas Scorpius quase sempre interrompia sua viagem segurando-a e a beijando intensamente. Mas quando conseguia tal feito, Rose não parava por ali, ela sempre queria mais, principalmente quando o sentia suspirar com seus toques.

Como naquele momento em que se encontravam deitados, curtindo o comecinho de uma manhã fria da Londres Trouxa. Ambos já estavam acordados, mas o Malfoy mantinha seus olhos fechados, a barriga para cima, o braço direito sobre os olhos.

E Rose, bem, ela o observava e absorvia sua presença. Às vezes, custava a crer que eles estivessem juntos há um ano e dois meses, nem mesmo a ideia de que havia terminado seus estudos em Hogwarts naquele mesmo ano era tão surreal quanto a realidade de estar namorando Scorpius, e que ele estava agora em sua cama, em seu apartamento, em uma cidade trouxa.

Eles estavam indo tão bem nesses meses, longe de todos aqueles olhares que recebiam no mundo bruxo, e as fofocas. Arg, aquilo lhe dava nos nervos! As famílias de ambos já haviam se contentado com o namoro, porque as demais pessoas teimavam em continuar com seus burburinhos a despeito deles? Já não bastava a fama de ser a filha dos — Oh! Grande Heróis — Hermione e Ronald. Era mais atenção do que Rose conseguia tolerar.

Foi por isso que, pouco depois de sair de Hogwarts, ela decidiu passar uma temporada na Londres trouxa e — para sua surpresa — Scorpius ia visita-la sem falta. Já estava até acostumada a vê-lo aparatar bem ao seu lado quando estava cozinhando ou algo do tipo. Durante essas visitas, eles não só ficavam se agarrando — como Dominique dissera —, mas também conversavam, descobriam coisas sobre o outro, se conheciam.

Em uma dessas visitas, em meio a muitos beijos e abraços, decidiram que ele deveria ir embora apenas no dia seguinte. Nessa noite, longe de tudo e de todos, em um mundo só deles, Scorpius e Rose se descobriram de outra forma, seus desejos, seus prazeres, seus sons, seus toques. E depois daquela noite houve mais descobertas, todas em um quarto escuro, sobre uma cama macia, debaixo de um cobertor aconchegante.

Para, Rose, o mais incrível de tudo foi descobrir que Scorpius era tímido com seu próprio corpo. Eles já vinham fazendo amor há dois meses e ele sempre insistia em apagar a luz e deixar o quarto em uma semiescuridão. Pela manhã, ao acordar, ela sempre se deparava com ele ainda na cama, mas já vestido com um short ou calça.

Naquele dia não havia sido diferente, mas Rose estava decidida a mudar isso, ela queria vê-lo da mesma forma que o sentia, queria tocá-lo e acompanhar com os olhos o caminho que suas mãos faziam. Queria saber como era sua expressão enquanto ela lhe dava prazer; queria olhar em seus olhos enquanto faziam amor, porque só ela sabia o quanto aqueles olhos cinzentos eram capazes de transmitir tantos sentimentos.

Pensando e desejando isso, moveu uma de suas mãos em direção à manchinha na barriga... mas a mesma foi coberta por uma maior. Rose não tirou a mão, mas ergueu a cabeça para encará-lo, Scorpius havia aberto os olhos e a olhava de volta. Ela aproximou mais o rosto do dele, as pontas dos narizes se tocando.

— Eu quero te ver, Scorp.

— Rose... — ele murmurou, sua voz com um quê de desistência. O Malfoy sustentou seu olhar, havia tanta coisa refletida e ela sabia, sabia que ele também queria o mesmo.

— Eu quero te ver todinho.

Foi o suficiente para a mão dele guiar a dela para a barra do short que ele usava. O único gesto igual dessa vez foi ele o beijando intensamente.

[...]

Ela agora estava sentada, o admirando. Vendo-o ali, deitado à sua frente, parecendo se fundir na imensidão branca de sua cama, onde apenas os olhos se destacavam, abertos, encarando-a, Rose quase conseguia entender o motivo do quarto escuro. Minutos antes, enquanto faziam amor na claridade da manhã, ela realizou seus desejos, jamais vira Scorpius tão lindo e tão vulnerável quanto quando a segurara nos braços e movimentara-se com ela. Talvez fosse isso mesmo, afinal, ninguém gosta de mostrar suas fraquezas tão abertamente à outra pessoa. Será que ela também ficara assim?

Não sabia, mas havia outras coisas que havia descoberto... Agora que o vira por completo, ela sabia que tinha muitas outras pintinhas espalhadas em outros lugares inexplorados do corpo dele, mas mesmo assim, seu caminho preferido continuava sendo o de antes.

Rose deitou ao seu lado, desta vez decidindo por fazer o caminho inverso, começando pela barriga e subindo até chegar ao rosto. E quando seus dedos pararam em sua bochecha, e ela encarava aqueles olhos cinzentos e maravilhosos, não poderia dizer outra coisa, senão a verdade:

— Você é lindo, Scorpius.


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