No dia seguinte...

Pov's Dag

Aproveitei que estava no meu horário de almoço e fui visitar minha namorada no trabalho.Isso mesmo!MINHA NAMORADA!

Adentrei a lanchonete feliz da vida e a avistei,limpando o balcão.Mesmo com o cabelo um pouco bagunçado,ela não deixava de ser tão linda.

—Boa tarde-sorri me aproximando.

Ela sorriu ao me ver.

—Oi amor-disse se curvando para me dar um selinho.

Com os vídeos que ela assistia,ajudava explicar pra ela o que fazia parte da sua vida.Até parecia que ela não tinha problema de memória.

—"Oi amor"-debochou Dylan nos fazendo rir.

—O que acha de irmos ao cinema hoje?-indaguei me sentando em um dos inúmeros bancos-Já até comprei os ingressos!

—Claro!-confirmou animada-Qual filme vamos assistir?

—A Freira-respondi com um sorrisinho.

Dylan começou a gargalhar.

—Sério Hofferson?Se essa for a sua idéia de romance,eu vou ter que te dar umas dicas!-zombou.

—Meu primeiro encontro com a Seeylfe foi bem romântico.Parecia cena de novela-alertei-Eu apenas quero conhecer melhor minha namorada,como por exemplo,saber como ela reage assistindo filmes de terror.Além do que,A Freira é o único filme interessante que estava em cartaz esse mês.

—Tem certeza?-Seeylfe fez careta-É que eu já sou meio pirada da cabeça.Não tenho medo de filmes de terror,só odeio levar susto!OH COMO ODEIO!

—Mas essa é a graça do filme,amor-comentei arqueando uma sobrancelha.

—Tudo bem-deu de ombros-Mas depois que nos expulsarem do cinema porque eu não parava de gritar um palavrão a cada susto,não venha dizer que eu não avisei.

(...)

De noite...

Eu estava sentado no sofá da sala dos Strondus,esperando Seeylfe terminando de se arrumar.Soluço estava comigo.

—Ei Dag,alguém veio falar com você...sobre o seu namoro com a Seeylfe ou algo assim?-perguntou curioso.

—Não-neguei com a testa franzida-Porque?

—É que minha mãe foi no mercado hoje e ouviu duas mulheres falando de você e de Seeylfe-explicou fazendo meu corpo ficar tenso e rígido-Elas disseram que o namoro de vocês não ia durar muito tempo e que você estava se aproveitando dela por causa do problema que ela tem.

—Isso é um absurdo!-me indignei.

—Concordo,mas acho que não devemos nos estressar por causa disso.Deixa esse povo.Eles não tem mais o que fazer e ficam fofocando da vida dos outros-comentou.

Suspirei.

—Tem razão,é melhor deixarmos pra lá mesmo-alertei.

—Muito bem!Estou pronta!-reconheci a voz de Seeylfe.

Me levantei do sofá e me virei em direção às escadas,não evitando o sorriso ao ver Seeylfe descendo.

Meu coração acelerou.Ela tinha um incrível poder sobre mim.

Sorri bobo.

—Você está linda-afirmei-Você está sempre linda pra falar a verdade!

—Bobo-riu se aproximando-Vamos?

Assenti,segurando sua mão.

(...)

—Posso ligar o rádio?-perguntou Seeylfe enquanto eu dirigia.

—Pode-afirmei com um sorriso.

Ela apertou o botão de ligar e a música começou a tocar:

Believer-Imagine Dragons

—Ah!Eu amo essa música!-exclamou animada.

—Eu também-alertei sorridente.

Começamos a cantar juntos.

First things first
I'ma say all the words inside my head
I'm fired up and tired of the way
That things have been, oh-ooh
The way that things have been, oh-ooh
Second things second
Don't you tell me what you think that I could be
I'm the one at the sail, I'm the master of my sea, oh-ooh
The master of my sea, oh-ooh

I was broken from a young age
Taking my sulking to the masses
Writing my poems for the few
That look at me, took to me, shook to me, feeling me
Singing from heartache from the pain
Taking my message from the veins
Speaking my lesson from the brain
Seeing the beauty through the

Pain!
You made me a, you made me a believer, believer
Pain!
You break me down and build me up, believer, believer
Pain!
Oh let the bullets fly, oh let them rain
My life, my love, my drive, it came from
Pain!
You made me a, you made me a believer, believer

Third things third
Send a prayer to the ones up above
All the hate that you've heard
Has turned your spirit to a dove, oh-ooh
Your spirit up above, oh-ooh

I was choking in the crowd
Building my rain up in the cloud
Falling like ashes to the ground
Hoping my feelings, they would drown
But they never did, ever lived, ebbing and flowing
Inhibited, limited
Till it broke open and rained down
And rained down, like

Pain!
You made me a, you made me a believer, believer
Pain!
You break me down and build me up, believer, believer
Pain!
Oh let the bullets fly, oh let them rain
My life, my love, my drive, it came from
Pain!
You made me a, you made me a believer, believer

Last things last
By the grace of the fire and the flame
You're the face of the future
The blood in my veins, oh-ooh
The blood in my veins, oh-ooh
But they never did, ever lived, ebbing and flowing
Inhibited, limited
Till it broke open and rained down
And rained down, like

Pain!
You made me a, you made me a believer, believer
Pain!
You break me down and build me up, believer, believer
Pain!
Oh let the bullets fly, oh let them rain
My life, my love, my drive, it came from
Pain!
You made me a, you made me a believer, believer

(...)

O cinema era bem simples,já que era uma cidade pequena.Como eu já havia comprado os ingressos na Internet,entregamos para o rapaz responsável e fomos direto para a fila pra comprar pipoca e refrigerante - que aliás,estava um pouco grande.

Ouvi assobios,o que me fez olhar ao redor,atento.Percebi que havia um grupo próximo de rapazes e que um deles cortejava Seeylfe,enquanto a mesma mexia no celular distraída.

Cerrei os dentes irritado,enlaçando a cintura da minha namorada e a puxando pra perto de mim.

—O que foi?-perguntou curiosa me dando atenção.

—Nada-sorri lhe dando um selinho.

(...)

Já na sala em que o filme seria exibido,eu e Seeylfe nos acomodamos nas cadeiras de trás.Faltava apenas poucos minutos para os trailers serem exibidos.

Levantei as sobrancelhas quando vi Seeylfe - que segurava o pote de pipoca - pegar um pouco da pipoca e comer.

—Você também come um pouco da pipoca antes do filme?-indaguei intrigado.

Ela riu constrangida.

—Não dá pra resistir à esse cheiro de manteiga por muito tempo-justificou dando de ombros.

—Então temos mais em comum do que pensa-comentei pegando um pouco da pipoca e comendo também.

Ela sorriu e então aproximou seu rosto,me beijando.

Quando começamos a aprofundar o beijo,um grupo de pessoas começou a passar na nossa frente e tivemos que nos separar.

—Ei!-protestei quando um deles pisou no meu pé.

—Opa.Desculpa-debochou.

Arregalei os olhos ao reconhecer o cara.

—Era você quem estava secando a minha namorada!-acusei irritado.

—Não sei...era?-sorriu provocador.

Rosnei de raiva,me pondo de pé e ficando cara a cara com ele,o que permitiu que eu o analisasse melhor.O cara tinha pele morena,olhos negros e cabelos da mesma cor,e usava óculos de grau.

—Espera...-encarei Seeylfe,que franzia a testa-Vinicius!

—Conhece ele?-apontei pro sujeito,incrédulo.

—Sim.Nós estudamos juntos na escola.Ele vivia dando em cima de mim no ensino médio-respondeu num tom nada amigável.

—Pelo menos ela se lembra de mim-comentou Vinicius e então deu um sorriso largo pra mim-Me surpreenda que ela se lembre e que ainda esteja com você.

—Dag!Não!-pediu Seeylfe aflita quando eu quase avancei-Deixa amor,não vale a pena.

—Como é que é Hofferson?-questionou o moreno ainda provocando-Ela se esquece no dia seguinte que você comeu ela e depois você come de novo,é?

Aquilo foi a gota d'água pra mim.Senti meu sangue ferver de raiva.

Soquei a cara de Vinicius com tanta força,que ele caiu sobre as pessoas mais próximas embaixo.Um dos amigos dele veio querer me bater,mas Seeylfe se levantou e empurrou ele sobre os bancos de baixo,me defendendo.

Depois de muito bate boca,todos acabamos sendo expulsos pelos lanterninhas,nem conseguindo assistir o filme.A noite havia sido um desastre.

Desliguei o carro,já em frente à casa dos Strondus.A viagem até aqui foi silenciosa.

—Me desculpa...por tudo-pedi derrotado.

Seeylfe deu de ombros.

—Tá tudo bem-fez pouco caso.

—Não,não está-afirmei-Era pra ser nosso segundo encontro e eu estraguei tudo.

—O que?Dag,você não estragou nada!-alertou aborrecida me fazendo encará-la-O Vinicius é um idiota,ele mereceu aquele soco.Você não estragou a noite e sabe porque?

—Porque?-questionei.

Ela sorriu,se curvando para se aproximar mais de mim.

—Só o fato de você ter ciúmes de mim e me defender sem hesitar...-relatou-Me faz cada vez ficar mais apaixonada por você.

Um sorriso bobo cresceu em meu rosto.

—E como não ter ciúmes desse mulherão?-brinquei fazendo-a rir e ficar ruborizada.

Pus as mãos na sua cintura e ela enlaçou minha nuca.Então,nos beijamos.