Wish You Were Here escrita por SwenLove


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Fanfic inspirada no 6x10 - Wish You Were Here
Relevem os erros!

Boa leitura ♥



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Regina Mills

Prendi a respiração quando David entrou abalado em casa e deu a notícia. A Rainha Má fez Emma desaparecer através do gênio e um desejo absurdo. Meu coração atingiu um ritmo desenfreado quando minha cabeça entendeu que Swan não estava mais em Storybrooke e ninguém fazia ideia aonde ela poderia estar.

Entre tantos sentimentos, senti raiva de mim mesma quando permiti que ela fosse sozinha atrás da Rainha. “Para feri-la você tem que se ferir e eu não vou deixar. Eu resolvo isso”. Suas palavras não haviam me passado confiança e ela soube tanto que usou Henry a fim de fazer com que eu ficasse. Eu fiquei.

— Não fiquei pra trás para vocês estragarem tudo! – Falei em um ímpeto da raiva não controlada.

Vendo a discussão entre David e Gancho crescer, entendi que estávamos exatamente como a Rainha queria que estivéssemos. Brigando, perdendo nosso tempo. Eu precisava fazer algo por Emma e eu faria, eu iria encontra-la. Sai deixando David, Gancho e Henry para trás.

Encontrei a Rainha no meu escritório, óbvio que ela estaria lá. Tentando me persuadir, acredito, ela disse que eu deveria agradecê-la. Posso quase concordar, houve um tempo em que eu estaria feliz com essa situação. Não é apenas o fato dela ter saído do meu corpo, eu mudei ao longo dos anos. Ela não muda, ela é a minha parte má. Por vez ela esta feliz e eu não.

— Um brinde a você, a mim... – A Rainha tinha o nosso melhor sorriso irônico, era capaz de se sentir a mais vitoriosa. – A nós!

“Somos a mesma pessoa!” Houve um grito silencioso em mim. Coloquei o drink sobre a mesa, negando seu brinde ridículo, com as suas palavras encontrei a maneira para resolver a questão do desaparecimento de Emma.

Por alguns segundos notei sua falsa decepção e logo vieram suas palavras tentando me enganar sobre a pessoa que eu já fui e quem eu gosto de ser agora. Ter Emma Swan longe nos dias de hoje não é mais uma vitória.

— É... Eu... – Gaguejei no primeiro instante recompondo minha postura. – Posso não conseguir pegar a lâmpada do gênio, mas tem razão... – Tento controlar o meu sorriso. - Nós somos a mesma pessoa. – Vejo seus olhos tranquilos tornarem-se confusos. – O que significa que você não é a única mestra da lâmpada.

— Não... – Seu desespero é explicito ao perceber meu olhar com o do gênio.

— Sim! – Ele afirma permitindo um sorriso nascer em seus lábios aliviado.

— Gênio da lâmpada, quero que me mande para o mesmo lugar de Emma Swan.

— Não! – Ela exclama no fundo.

— Seu desejo é uma ordem, mestra! – Ele diz ignorando a Rainha Má.

Fecho os olhos ao ver sua mão sobre mim e sinto a magia me envolver. Abro os olhos esperançosos de já ter a loira na minha frente, mas encontro apenas vegetação, o cheiro da floresta invade meu pulmão como em outra época, em outro reino.

— Emma... – Chamo pelos ares algumas vezes antes de me deparar com os anões.

Notei o desespero nascer nos homens. Tentei me explicar e expor a situação, mas em vão.

— A guerra não acabou! – Leroy gritou enquanto ele e os demais anãos fugiam da minha pessoa.

Não pensei na possibilidade de estar em outro reino, aquilo era uma mentira. Todos que estavam ali eram meros “personagens”, ninguém era real. O arrepio em sinal do desconforto que passa por mim, mas logo penso em Emma, eu só preciso encontra-la. Antes disso, encontro uma estatua quase que cômica. “Neste local, Branca de Neve e o Príncipe Encantado derrotaram a Rainha Má”. Claro, esse é um universo onde fui derrotada.  Rolo os olhos.

Eis que naquele momento um canto longínquo chama minha atenção, uma voz que demonstrava doçura e que eu poderia reconhecer em qualquer reino. Ando até o som que vem de trás da estatua, me sinto surpresa e agraciada com a visão. Emma Swan, um cesto e flores. Emma Swan cantarolando enquanto colhia flores.

— Emma? – Digo antes de continuar minha analise por mais tempo. – O que foi que aconteceu com você? – Transpareço a surpresa, não sabia ao certo como seria encontrar Emma, mas naqueles trajes, certamente não seria.

Seus olhos verdes ganham um brilho e ao mesmo tempo seu rosto ganha a expressão de medo. Desespero!

— Você é a Rainha Má! – Ela diz sem desviar os olhos de mim.

— Você não se lembra de mim? – Questiono com a obviedade que ela merece, surpreendendo-me com a situação em que me encontro. Não esperava que Emma estivesse sem suas lembranças, mas não faria sentido o pedido se fosse pra ela se lembrar. Dou um passo pra frente.

— Sei muito bem quem é você. – Afirma com tom tremulo e recua ao sinal da minha aproximação. – Meus pais expulsaram você!

— Não, não me expulsaram. – Falo imediatamente. Eles nunca tiveram chances de me vencer. Guardo este comentário para mim. – Nada disto é real. – Falo com clareza na voz. Posso vê-la parada atrás da árvore. – Eu sou sua amiga, Emma.

— Você não é amiga de ninguém. – Me encara por alguns segundos e vejo o receio blindar seu rosto. – Meus pais falaram que você é mentirosa.

— Não é mentira. – Aumento o tom de voz. Respiro, puxo o ar em meus pulmões e solto para manter a paciência. – Nós somos... De outro lugar... E lá, na verdade, temos a guarda compartilhada de um filho. – Ela engole a seco, posso ver suas expressões divididas entre curiosidade, confusão e medo.

— Nós temos algo? – A loira questiona ainda me espiando pela arvore.

— Defina algo. – Agora quem está confusa claramente sou eu.

— Um... Relacionamento?

Minha boca se abre em um perfeito “o” ao entender o que ela pergunta. Coro imediatamente diante da possibilidade que passa em sua cabeça e mordo os lábios em resposta as imagens que tomam meus pensamentos. Imaginações de um mundo em que tínhamos algo, de um mundo em que fui capaz de lutar pelo seu amor.

— Temos? – A voz da loira, ainda que amedrontada, mas suave agora, me questiona novamente.

— Não! – Respondo rapidamente e recupero minha postura. – Nós apenas compartilhamos a guardo do nosso filho. – Ela volta para trás da árvore com sua expressão confusa, e eu poderia ser ousada em dizer que vi uma breve decepção em seus olhos. Já está ficando maluca, Regina. – Tudo bem, é complicado. – Falo para acalmá-la, focando que preciso fazer Emma lembrar-se de quem ela realmente é. – Acontece que eu arrisquei a vida vindo até aqui porque você é a Salvadora e que sua família precisa de você. – Demonstro toda a honestidade que há em mim e vejo Emma ficar ainda mais desconfiada, sua expressão típica de quando está em dúvida com algo.

Antes que digo qualquer outra coisa, uma flecha atinge a arvora que há entre nós. Sou capaz de escutar seu zumbido ao passar por mim. Meus olhos saltam quando me viro e encontro a Branca de Neve e o Príncipe Encantado bem diferentes do que realmente eram.

— Impossível! – David ganha minha atenção. – Você foi expulsa...

— As fadas disseram que você não ia voltar nunca. Não pode estar aqui. – Me acusa, seu olhar está tão velho.

— Branca? – Questiono quase não acreditando naquela versão dos Encantados. – David... – Não presto atenção no que ele responde com seu tom heroico. – Vocês estão muito velhos.

— Pode provocar. – Branca diz, como se eu estivesse a afrontando. – Não vamos desistir de proteger o nosso povo.

— Emma, essas pessoas não são reais. – Me viro para a loira, não sou capaz de camuflar a risada com a versão dos Encantados velhos.

— Mãe, Pai... – Sua voz vem acompanhada do olhar novamente amedrontado. – Por favor, me ajudem! – Pede.

Escuto o Príncipe erguendo a espada e Branca apontar uma flecha na minha direção.

— Isso é uma alucinação, uma realidade falsa! – Indico o casal aos olhos da loira, apontando e estranhando os dois.

— Fique longe da nossa filha. – O Príncipe se aproxima com a espada empunhada.

— Emma, precisa acreditar em mim. – Sei que meu olhar transparece minha suplica a ela naquele momento.

— Nunca! – A loira ganha uma expressão de confiança e eu fico incrédula com sua resposta.

— Essa espada já expulsou você deste reino uma vez. Agora vai ser para sempre. – Desvio da ponta da espada e olho para Emma novamente.

— Qual é, isso não é você! – Afirmo, nem que aquele Reino fosse um futuro em que fui derrotada. – Deve ter alguma parte de você que sabe disso. – Percebo uma dúvida dentro de si. Emma esta ali, sobre essa falsa memória, mas ela esta ali. – Por favor! – Peço quando a lâmina do Príncipe se aproxima brutalmente.

— Droga! – Digo antes de me tirar de lá coberta em minha fumaça roxa. Apareço na masmorra do castelo e sou atraída para dentro com aquela outra voz que seria capaz de reconhecer em qualquer lugar, ainda mais naquele mundo de mentira.

Meu encontro com Rumple é misterioso, enigmático, mas me deu a melhor opção. Eu tinha que ser a Rainha Má para despertar Emma desse mundo falso. “Sabe o porquê a Emma virou a Salvadora?” Eu ainda podia escutar sua voz rançosa, mesmo em meu castelo. “Todo Salvador precisa de um vilão.” Queria não ter prestado atenção nessa e nas inúmeras frases que ligam meu caminho a Emma. – Luz e Escuridão. Preciso te trazer de volta Emma!

Invado o Castelo de Branca e sua família Encantada, penso o nome com ironia, e uma cerimonia acontece. Henry tornava-se cavaleiro do reino. A emoção me atingiu com aquela cena. Mas estou ali para levar Emma de volta, por vez, sou a Rainha Má. Todo Salvador precisa de um Vilão. Quando entro o salão, ganho a atenção de todos. Mas meu único objetivo e Emma Swan.

Tenho os reis ainda paralisados aqui do meu lado, em meu falso castelo. Lembro que minha tentativa fez Emma questionar-se novamente. Li a confusão da luta interna que se instalou com a minha ameaça, vi que por trás daquela figura patética havia a minha salvadora. – Procure a heroína em você, Emma... Seus pais estão aqui... – Murmurei pensando se aquilo daria certo. Tinha que dar! O que mais eu podia trazer Emma de volta?

Resolvo trazer os Encantados ao normal, para saber um pouco mais daquela falsa realidade. Os velhos dizeres estão em suas bocas como se voltasse ao tempo. Me derrotar, me derrotar e me derrotar. É quase isso que eu desejo também. Quero trazer Emma de volta e irmos pra casa, eu irei precisar de tempo para esquecer esta versão velha de vocês. Mantenho isso em mente.

— Não se preocupem! Ela não vai machucar vocês. – Encontro a loura na porta do meu salão, naqueles mesmos trajes e uma caixa na mão. – Vai ficar tudo bem. – Afirma aos pais.

— Eu sabia que você ia encontrar a heroína que há tem você. E agora, vamos acabar com isso. – Acendo uma bola de fogo na mão enquanto Emma se aproxima com a caixa em evidência. – O que é isso? Alguma arma? – Questiono confusa.

— A chave do nosso reino. – Ela se curva na minha frente. – Ela é sua. Nós nos rendemos.

Céus, que figura deprimente! Cadê a salvadora? Emma jamais se renderia assim! Minha cabeça gira com a cena. – Sério?

— Faço tudo para proteger meus pais. – A loira responde rapidamente.

— Emma... – Ando até ela, mantendo meu olhar fixo aos verdes. – Eu não quero a chave do reino de vocês! – Pego a mesma e a jogo para o lado em desdém. Respiro fundo para manter a calma que estava por um fio. – Eu só quero que se lembre de quem você é para te levar de volta a Storybrooke!

— Storybrooke? – Eu estava de costas mais tinha certeza de que Emma se lembrava dessa palavra. – Como no meu sonho? – Ela parecia divagar internamente. – Como sabe dos meus sonhos?

Girei meu corpo para olhar Emma, sem acreditar que ela imaginava Storybrooke sendo um sonho.

— Por favor, Emma! – Exclamei e indiquei tudo ao nosso redor, incluindo seus pais no sofá. – Isto é um sonho. – Medidas drásticas, eu precisava fazer mais para trazer a Salvadora. A olhei tentando transparecer a maldade que um dia existiu em mim. – E agora vou ter que acordar você. Eu sabia que não ia acreditar. – A olho com um real pesar. – Eu sinto muito pelo que vou fazer. – Ando até seus pais no sofá e arranco o coração de ambos.

— Não! – Ela grita em desespero.

Há lágrimas em seus olhos.

— Eu já te dei a chave. O que mais você quer? – Ela suplicou.

Cresceu uma raiva em ver Emma naquela posição.

— Seja a Salvadora e me derrote. – Seu olhar se mantém desesperado na minha direção. – Se não fizer isso... – Me aproximo com os corações nas mãos e aperto-os levemente. – Os seus pais vão morrer.

— Eu não sou heroína... – Ela murmurou caída no chão, seu olhar agora parecia perdido. – Eu não sou... A Salvadora.

— Sim, você é! – Exclamo ganhando sua atenção. Aquele olhar verde desesperado faz meu coração doer e sou obrigada a controlar minhas emoções em ver Emma daquele jeito. – Eu conheço você. – A encorajo a se lembrar da mulher incrível que é. – Você sempre luta quando é preciso. E agora você precisa lutar! – Me afasto e ela suplica.

— Não, por favor! – Novas lágrimas sobre os olhos da loira.

— Vamos lá, senhorita Swan! – Protesto contra aquela figura chorosa.

— Não sei lutar...

— Não quer o sangue deles em suas mãos, quer? – Tento provoca-la e aperto os corações. – Quer? – Ela continua choramingando no chão e aquilo me irrita a ponto de perder a noção da força, por fim transformo-os em pó.

Ela se desespera e aquilo me dói tanto, pois é uma mentira. Emma sofre por uma mentira. Os pós dos corações escorrem pelos meus dedos e eu me sinto fraca. Penso nas opções para trazer a loira de volta.

— Você não lembra mesmo, não é? – Exponho a pergunta decepcionada e ela continua no chão se banhando em lágrimas. Dou-lhe as costas em passos nervosos. – Todo Salvador precisa de um vilão... Eu estou sendo uma terrível vilã! Matei seus pais, diga-me tem algum Gancho aqui nesse mundo? – Chamo sua atenção devido a minha aproximação repentina, seus olhos agora tem, além da tristeza, confusão com a minha pergunta. – Um amor? – Ela nega rapidamente e acredito mesmo no que diz.

— Bea faleceu há anos.

Concordo silenciosamente, a única verdade que vi naquele reino até o momento. Beafire morto.

— Como ele morreu? – A questiono.

— Eu... Eu... – A loira me olha como se estivesse pensando, tentando se recordar de quando o rapaz morreu. – Eu...

— Não se lembra? – Questiono tentando não transparecer o deboche com sua resposta.

— Na guerra! – Ela afirma sem qualquer pingo de certeza.

— Ah Emma... – Ando até a loira. – Você não sabe mentir pra mim. – Recordo-me da vez em que Emma disse que tinha um super poder, ela sempre sabia quando as pessoas estavam mentido e por isso eu não sabia mentir pra ela.

Seus olhos estão paralisados em mim e em meus passos que nos aproximam, perto o suficiente, ouso tocar seu rosto. Aprecio sua beleza escondida pelas lágrimas com dor no coração. Afasto-me ao notar os sentimentos que invadem meu corpo, na vontade de abraçá-la e dizer que tudo ficará bem. – Você nunca poderia lutar contra mim... – Minha voz retorna a ser uma provocação para tentar despertar algo na loira.

— Ela pode não ter lutado, mas eu vou lutar. – Uma terceira voz rompe o salão.

Henry, meu garoto estava vestido em uma maravilhosa armadura, como um verdadeiro cavaleiro. Emocionei com a imagem, mesmo sabendo que aquele não era realmente meu filho.

— Você matou meus avós e vai pagar por isso! – Ele diz explicitamente me desafiando.

— Não, Henry... Eu... – Gaguejo. Não posso lutar contra o meu filho, é Henry quem está na minha frente. Não me perdoaria por feri-lo mesmo que em um mundo falso.

— Henry! – Emma se levanta desesperada e vai até o garoto.

— Está tudo bem, mãe. Eu resolvo isso! – Ele caminha na minha direção desviando-se da mãe loira.

— Eu não vou ferir você, Henry. – É a única coisa que falo. É meu filho, mentira ou não, é. O que eu faço? O desespero em mim cresce ao ver a espada que ele tem nas mãos, aquela que mataria Emma Swan.

— Mas eu vou ferir você. – Ele muda sua posição projetando-se para me atacar.

Fecho os olhos esperando o pior. Branca e Encantado? Visivelmente figura mentirosa do que eles seriam caso tivessem me vencido, mas Henry? Eu não poderia tirar seu coração e nem lhe fazer mal.

— Henry, pare! – Escuto a voz desesperada de Emma.

Nada acontece. Abro os olhos um pouco receosa com o que pode ter acontecido e encontro a espada paralisada a poucos centímetros do meu corpo, Henry igualmente petrificado. A loira está espantada olhando sua própria mão.

— Emma?

Ela respirada aliviada olhando para os lados.

— Você me salvou. – Busco seu olhar.

— E você veio até esta terra maluca pra me salvar, certo? – Ela começa a secar as próprias lágrimas ainda evitando meu olhar.

— Você se lembra? – Meus olhos brilham em sua direção.

— Sim, eu me lembro. – Ela caminha até Henry e põe a mão em seu ombro, finalmente se permite a me olhar e seus lábios se curvam em um sorriso magnifico, mas vejo seus olhos novamente lacrimejados. – Você não atacou Henry, ele ia te matar...

 

Emma Swan

No momento em que abri meus olhos, só fui capaz de absorver a sensação esquisita que me envolveu. Storybrooke... Henry...  Meus pais... Aquelas orbes castanhas que nunca havia visto. Suspirei aliviada por constatar que havia sido apenas um sonho, mesmo que muito real. A sensação ainda me rodeava, todo o estranhamento em atos automáticos. Era meu aniversário e não fazia ideia do que tinha desejado. Seja real.

Questionei meus pais sobre o sonho e eles preferiram ignorar. Eu também ignoraria um sonho bobo como o que tive... Minha realidade estava ali, meus pais, meu filho prestes a se tornar um cavaleiro do Reino em breve e a felicidade da Floresta Encantada. Mas a sensação de realidade... Foi apenas um sonho. Repito como um mantra.

Resolvo colher flores, passar meu tempo sem pensar naquele sonho esquisito. Respirar e sentir a paz daquele lugar.

“Emma” Aquelas voz divertida chamando meu nome como se me conhecesse intimamente, aquele par de orbes castanhas do meu sonho. Surpreendo-me ao ver que estou de frente a Rainha Má.

Ela consegue me deixar confusa em segundos ao dizer que nada do que vivi é real, que é minha amiga, que de onde viemos nós dividimos um filho. Como se eu fosse louca de me envolver com a Rainha Má. A observo por alguns segundos e um arrepio percorre o meu corpo ao constatar que aquela mulher é linda.

Já havia escutado todos contarem sobre a Rainha Má e suas maldades quando podia entrar em nosso Reino, mas eu nunca imaginei que a historia sobre sua beleza ímpar fosse tão real. Suas roupas eram estranhamente desconhecidas por mim, assim como seus traços. Eu nunca a vi. Mas seus olhos castanhos me dizem o contrário, tão real quanto em meu sonho.

Agradeci por meus pais aparecerem lá para me salvarem. Estar perto da Rainha Má realmente era perigoso. Estremeci todinha ao me recordar nossos olhares se encontrando por diversas vezes.

Quando a Rainha Má surgiu na cerimonia de Henry vestidas como as histórias contavam antigamente, eu realmente estremeci. O pavor tomou conta de mim. Ela era má, ela matéria meus pais!  O que uma boa princesa deve fazer? Salvá-los! Algo gritava dentro de mim. Eu não sei lutar! Respondi ao meu interior desesperado.

Ela quer seu reino, entregue a chave. Essa voz berrou.

O fiz. Peguei a chave do reino e segui até seu castelo.

“Eu só quero que se lembre de quem você é para te levar de volta a Storybrooke!” Ela disse. Um estalo na minha cabeça, meu sonho! Storybrooke. A questiono sobre e ela volta a dizer que esta realidade não é verdade e isso me desespera. Como aquilo não era real? Ela esmaga o coração dos meus pais.

O questionamento sobre Neal acelerou meu coração. Como ele havia morrido? Não me lembrava, apenas parecia que sempre foi assim. Quando seus apontamentos vieram, eu aleguei que foi na guerra, mas se quer tínhamos guerras aqui desde o meu nascimento.

A Rainha anda até onde estou caída, me olhando com ternura, não consigo ver a maldade que as histórias diziam sobre ela. Vejo apenas aqueles olhos que abriam a alma para mim.

Aconteceu tudo rápido. Henry entrou desafiando a mulher para a luta, já que eu não era capaz. Ela negou a luta com ele. Ela sabia seu nome.

— Eu não vou ferir você, Henry. – Dito isso, ela me olhou e eu encontrei em seu olhar algo maior que o medo, eu encontrei tristeza e aquilo fez meu coração doer. O que é isso? Ela fechou os olhos.

Fechei os olhos desesperada. Um sentimento perturbador cresceu no momento que pensei naquela mulher morta. Morta pelas mãos de Henry. Não poderia deixar isso acontecer, eu devia proteger... Regina!

— Henry, pare! – Eu precisava impedi-lo. Desejei com todo o meu coração. Senti uma carga enorme de magia percorrer meu corpo e diversos flashes do que eu chamei de sonho, tomaram minha mente.

“Você é a mãe biológica dele?”

“Oi” Respondi abobalhada com aquela figura maravilhosa e imponente.

Eu cortei sua macieira, ela ficou tão brava que foi divertido. Nossa tensão inicial era divertida.

“É verdade, não é? Tudo?” Estava contra ela, na parede, no hospital. Quando estava prestes a quebrar sua maldição.

“Sim, é verdade” Seus olhos decepcionados.

“Ela não vai morrer” A protegi quando foi marcada pela morte. Nós abrimos um portal juntas.

“Ela salvou vocês” Henry falou quando voltei com Mary Margareth da floresta Encantada.

“Obrigada” Eu sempre soube que Regina mudaria.

“Bem vinda de volta” Ela ainda desejou gentilmente.

Eu a convidei para ser da “família”.

“Eu conheço ela, eu acredito nela” Disse ao meu pai.

“Deixe-me morrer como Regina” Eu não poderia deixa-la, não sem antes dizer que ela era incrível, que por trás daquela armadura de Rainha Má existia uma Regina que eu admirava e não queria perder tão cedo.

“Regina, eu...” E ela já havia começado a magia.

“Você pode não ser forte sozinha, mas juntas nós somos” A nossa magia era poderosa quando juntas.

Na Terra do Nunca, novamente nossa magia agiu em sintonia. Recuperamos Henry, unidas!

“Meu presente a vocês são boas memórias” Meu coração se apertou ao deixa-la.

Quando Gancho me encontrou em Nova Iorque, Regina foi à primeira lembrança. “Miss Swan”. Dessa vez não era diferente.

“Talvez eu precise de você”

Seu sorriso na linha da cidade quando fomos encontrar Cruella e Úrsula.

“Não” Seus olhos brilharam furioso na minha direção, me meio as trevas que a cercava. “Tem que ter outro jeito”

“Não tem” A única coisa que passou na minha cabeça é que Regina não merecia as trevas novamente, não depois de tudo que ela passou para superar. Regina estava feliz e eu não iria deixar nada estregar isso. Eu iria salvá-la.

“Eu conheço você Emma” Em todos os momentos como Senhora das Trevas, ela estava lá por mim.

Em todos os momentos, eu estava por ela.

— Emma?

Não consegui encarar os olhos castanhos a minha frente, meu coração batia descompassado no peito. Eu estava emocionada e ela saberia se encontrasse meu olhar, ela saberia o meu segredo, naquele momento eu sabia quem eu era e que este mundo não era real.

— Você me salvou. – Sua voz ecoa terna, aquela ternura rara e tão única de Regina.

— E você veio até esta terra maluca pra me salvar, certo? – Indago em tom de brincadeira, respirando aliviada por ter impedido que Henry a ferisse. Seco minhas lágrimas.

— Você se lembra? – Há esperança em sua voz.

— Sim, me lembro. – Respondo antes de finalmente encará-la. Não contenho o sorriso que se forma nos meus lábios por ver Regina bem, na minha frente e bem. Eu a amo tanto e tal sentimento enchia meu peito naquele momento. – Você não atacou Henry, ele ia te matar...

— Eu sei... – Ela se aproxima um tanto quanto receosa ao passar pela espada ainda no ar. Vejo uma felicidade gigante em seus olhos. – Eu nunca poderia feri-lo.

— Eu sei... – Digo sorrindo e uma nova lagrima escorre. Não choro mais o choro doído dos pais mortos, é um choro de alegria. De saber que tudo ficaria bem. Não sinto medo e ando ao encontro de Regina. Sou obrigada a dizer que ela fica incrivelmente sexy vestida naqueles trajes de Rainha Má, mas céus como eu desejo ver a minha Regina. Paro a uma distância que não poderia ser definida como segura da morena e deslizo minha mão ao seu redor transformando o incrível vestido em seu sobre tudo de botões dourados, o mesmo modo que estava quando sai de casa ao encontro da sua versão Má. – Você me trouxe de volta.

— Eu tive medo de não ser capaz... – Ela fecha os olhos quando uma das minhas mãos passa em seu rosto. Percebo seus músculos relaxarem ao toque e meus olhos pausam em sua cicatriz.

— Eu nunca duvidei que você seria, Regina. – Murmuro finalizando nossa distância em um abraço, minhas mãos envolvem sua cintura enquanto os braços da morena rodeiam meu pescoço. O que você tem na cabeça, Emma? Aquela voz grita ao perceber que eu estava louca para provar aqueles lábios vermelhos na minha frente. – Mais do que ninguém é você... – Sussurro em seu ouvido, aproveitando a chance para inalar sua mais incrível essência natural.  – Que sempre me salva.

Regina enrijeceu em nosso abraço, senti todos os seus músculos travarem. – Emma...

— Não estou mentindo... – Interrompo a morena.

Regina se afasta deslizando as mãos pelos meus braços que se mantém em sua cintura. Ela busca meus olhos e eles se conectam. Ela pode ler minha alma. Vejo o reflexo dos meus sentimentos em seu olhar e o coração ganha um novo ritmo. Ela sorri e permite com que uma de suas mãos suba até alcançar meu pescoço. Seu dedão passa suavemente pelos meus lábios, ela desce o olhar acompanhando sua delicadeza sem imaginar que todo meu corpo corresponde a este ato.

— Nós temos que voltar... – Ela diz recolhendo os braços e desvia seus olhos como quem busca recuperar sua postura. Pronta para se afastar, vira-se quase encontrando a espada. Ela para assustada e seus olhos logo se tornam preocupados.

Sigo seu olhar e encontro a espada.

Eu ainda poderia morrer.

Respirei fundo, Regina não havia saído do alcance dos meus braços.

— Nós vamos derrota-la, Regina. – Ganho sua atenção. Mas eu preciso de você ao meu lado. Não expus o comentário, mas houve um reflexo em meus braços que ousou puxar a prefeita, colando seu corpo ao meu.

Os olhos de Regina se fixam em mim demonstrando sua surpresa na minha atitude. Eu estava surpresa, mas incrivelmente necessitada. Suas mãos param nos meus ombros, segurando a pelugem da capa que eu usava. Minha boca seca quando deixo com que uma das minhas mãos suba até seu rosto. Ela fecha os olhos prendendo a respiração.

— Regina... – Lambo meus lábios com a fala quase sussurrada e aproximo nossos rostos. –Eu preciso... – Fecho os olhos e sinto nossos lábios roçarem levemente, a ponta dos dedos da morena atinge meu maxilar e suas unhas escorregam pelo meu pescoço, imediatamente meu corpo reage e dou fim a distância, colo nossos lábios.

Aaaaaah! Meu corpo grita com a resposta da morena, Regina puxa-me pela nuca, aprofundando nossos lábios ao novo mundo que é nos descobrir. Ansiei tanto por aquele momento que permito minhas mãos vagarem pelas costas da morena enquanto aproveito a sensação de ter aquela mão no meu pescoço.

Eu já havia imaginado como seria beijar Regina, mas nunca cheguei perto da sensação maravilhosa que realmente isso é. Nosso beijo se encaixou como se nossos lábios pertencessem uns aos outros.

O ar foi necessário e as mãos da morena voltaram aos meus ombros, nos afastando.

— Eu não poderia morrer sem experimentar seus lábios. – Confesso antes que ela desvie os olhos, seu rosto cora adoravelmente e ela permite seus dedos brincarem com meus ombros cobertos.

— Você não vai morrer, senhorita Swan. – Ela se afasta e percebo que ela está recomposta, desfaz dos meus braços. – E nós temos que voltar.

Sorrio para sua confiança, mas triste por se afastar.

— Temos. – Concordo e meus olhos caem para as versões velhas dos meus pais. – Eles...?

— Eles não são reais! – Ela afirma antes que eu continue minha pergunta. – Eu não matei ninguém aqui. – Ela diz esfregando as mãos, visivelmente preocupada... Talvez com a minha reação?

— Eu sei. – Sorrio para tranquiliza-la. Eles não eram reais. – Você só precisava me acordar. - Observo as amêndoas agora distantes e sorrio. – Obrigada!

Ela sorri com o mesmo brilho que tinha nos olhos antes de nos beijarmos. Não é preciso que diga nada.

— Se bem que foi muita maldade. – Digo forçando uma seriedade e ela suspira, não sem antes revirar os olhos.

Ando até a espada e a pego. – Vamos destruir a verdadeira Rainha Má!

Seu sorriso me encoraja a ir à frente, mas logo ela assume a direção do nosso caminho. O lago não é longe do castelo. Optamos em caminhar, mas Regina se mantém distante.

— Storybrooke parecia um sonho, agora isto me parece um sonho do que poderia ter sido minha vida...

— Se eu não tivesse lançado a maldição. – Regina finalmente responde, depois de todo o caminho ter sido feito em silêncio. Percebo em seu tom que ela interpretou errado o que eu estava dizendo.

— Eu era outra pessoa aqui! – Falo rapidamente, não quero que ela pense besteira. – As lutas e os sofrimentos são partes de mim e eu aceito isso. – Meus olhos vagam pela espada e para a morena. – Mesmo que isso signifique meu fim.

— Já te disse que você não vai morrer Emma. – Seu olhar está triste, posso sentir seu medo.

— Quando chegar a hora, quero que saiba que foi...

Nossa conversa é interrompido pela risadinha cínica de Rumplestilskin.

— O que...?

— Ele é a nossa saída. – Regina diz antes que eu me expresse. – Eu fiz um acordo e o libertei de uma cela.

— Regina! – A repreendo. – Sabem-se lá quantas mortes ele vai causar solto por ai.

— Emma... – Ela murmura.

— Relaxa queridinha, este mundo nem é real. – Sua risada novamente se faz presente. – Em nome de todos os Rumplestilskin, vim cumprir meu acordo.

Respiro um pouco aliviada em saber que tínhamos uma saída.

— Onde está o feijão, Rumple? – A morena questiona.

— Como prometi. – Ele mostra o feijão mágico.

— Você tem certeza de que quer ir embora, Princesa? – Ele me olha com aquela expressão sábia, como se não houvesse segredos que pudesse não saber.

— Tenho! – Falo firme. Eu realmente quero ir embora, mas não queria sem antes conversar com Regina. Ali parecia mais fácil do que em Storybrooke.

Ele deixa o feijão sobre a mão da morena.

— Vou causar algumas mortes de mentiras por ai... – Ele diz sumindo em sua fumaça vermelha.

— Está pronta, Emma? – Regina segura o feijão, exibindo- para mim.

— Espera! – Falo e ganho sua atenção confusa. – Eu quero voltar com uma certeza, Regina. – Ando até a morena. – Nosso beijo...

— O que aconteceu aqui, Swan. – Ela revira os olhos e meu coração acelera novamente desejando senti-la. – Fica aqui.

— Não, não, não! – Repito sem esconder um breve sorriso que nasce nos meus lábios, invado o espaço pessoal da morena, seguro seu rosto em minhas mãos. – Eu quero voltar com a certeza de que você está do meu lado. Já neguei meus sentimentos por muitos anos, Regina. Você é capaz de perceber que o medo em te perder foi o que me trouxe de volta?

— Emma, por favor. – Sua voz sai como uma suplica, ela fecha os olhos brevemente e nosso olhar se encontra. – Você tem o Gancho...

— Será a primeira coisa que irei mudar assim que chegar em casa. – Falo com convicção, sustento nosso olhar.

— Não faz sentido... – Seus olhos explodem em uma confusão interna desesperadora. – Você não pode simplesmente falar isso...

— Eu ainda não disse metade do que venho guardando. – A interrompo, deixo meu dedão acariciar sua bochecha. – Eu estou te amando, Regina, e tenho guardado este sentimento desde a primeira vez que eu te vi. Te amei quando você se aproximou de mim aquela vez na mina, te amei quando disse que te protegeria, te amei quando nossa magia funcionou junto, te amei na Terra do Nunca, em Camelot,  te amei por compartilhar comigo suas memórias sobre a infância de Henry, te amei por criar nosso filho tão bem, te amei nas inúmeras vezes em que senti ciúmes de você... – Confesso com um sorriso. – E eu te amo todas as vezes que em que salvamos uma a outra. O amor é sacrifício, não?

— Emma... – Seus olhos brilham entre minhas mãos, posso ver as lágrimas brotarem em seu olhar.

Espero que seja felicidade como a que sinto agora.

 - Eu te amo tanto! – Falo sem conter meu sorriso. – É maravilhoso poder falar isso Regina.

Vejo a lágrima escorrer e rapidamente a seco.

— Não sou digna de você, Emma. – Ela fala, sem desviar do meu toque.

— Você é perfeita para mim. – Digo honestamente. – Eu sei que você sente o mesmo por mim, seus olhos me dizem isso agora.

— Eu te amo, Emma... – Regina fala sem conseguir esconder um sorriso tímido. – Desde que bateu a minha porta, amo o modo em que se meteu na minha vida e me desafiou. Como confiou em mim e não desistiu da minha mudança. Amo o fato de que foi você quem trouxe a luz para a minha escuridão.

Não posso mais conter a vontade que me invade, selo nossos lábios em um beijo calmo sentindo o quão maravilhoso era ter Regina Mills nos braços. Deveria ter feito isso há tanto tempo. Aproveito a sensação até o ar se fazer novamente necessário.

— Vamos para casa. – Encaro a morena ao meu lado com um enorme sorriso e entrelaço nossos dedos.

— Pense em Storybrooke, senhorita Swan. – Ela diz sorrindo e evidencia que está prestes a jogar o feijão mágico no chão.

— Pense em casa, prefeita. – Retruco sorrindo para a nova realidade que terei.

Nós tínhamos medo, muito. Mas o sentimento de ter Regina ao meu lado já tornava tudo mais fácil. Uma mão entrelaçada a da rainha e a outra segurando a espada, pulei para dentro do portal que se formou diante os nossos pés. Em meus pensamentos vieram Storybrooke e a nova vida que me aguardava. Eu não iria morrer e faria Regina à mulher mais feliz de todos os Reinos!


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem leu até o final. Espero que tenha sido agradável.

Até a próxima!



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