Love Letters escrita por Corujinha
Quando aparatei do St.Mungos até a toca, não imaginei que a grande casa estaria tão iluminada, barulhenta e cheia. Mas Vic pediu para todos jantarem juntos, e claro que todos da família iriam para lá jantar, menos os que ainda estavam em Hogwarts. Quando entrei fui logo abraçar meus tios e tias, depois meus pais e meus avós. Minha família sempre foi muito grande e sempre fomos muito felizes por isso. Ouvi alguém aparatando no jardim e fiquei nervosa, fazia quase cinco meses que eu não via James, ele tinha ido para a Holanda a trabalho do ministério e só de imaginar que ele tinha voltado meu estomago borbulhava de ansiedade para velo. Sempre escondi muito bem meu amor por James, mas minha irmã Vic é muito boa com essas coisas e ela era a única que sabia. Quando a porta abriu, era a Vic e meu cunhado Teddy, Vic já estava no seu sexto mês de gravidez e por isso parecia uma bola de praia ambulante, todos pararam o que estavam fazendo para dar atenção ao casal.
— Meu Deus como você está linda, tão maternal e brilhante. - Vovó falou com a voz marejada pelas lagrimas. - Me lembra muito sua mãe quando ficou gravida de você.
— Calma Molly, deixa a menina sentar primeiro. - Vovô falou sorrindo para o casal, que se sentou no sofá.
— Acabei de falar isso não é amor. - Mamãe parecia estar limpando as lagrimas dos olhos enquanto falava com papai. - Estou tão feliz por ser avó.
— Mesmo achando que isso tudo aconteceu muito rápido, também estou feliz. - Papai parecia tão emocionado quanto mamãe. - Minha filha, uma linda mãe.
Tia Gina quis passar a mão na barriga e tio Harry abraçava o afilhado com orgulho. Tio Rony chamou todos para brindar com whisky de fogo e até tia Hermione bebeu um gole para comemorar. Logo outra pessoa aparatou no jardim e quando entrou estava todo molhado, era Fred II. Ele não parecia nada animado e todo mundo ficou chocado, por que ele era o mais bem-humorado da família.
— Meu filho aonde você estava, para estar encharcado? – Tia Angelina foi correndo com uma toalha para perto do filho e tratou de secar o cabelo do moreno. - Vai acabar ficando doente assim.
— Deixa o menino Angelina, ele não é mais criança e deve ter motivo para estar assim. - Tido George falou calmo, mas animado como sempre. - Aposto que ele tentou fazer graça e aconteceu alguma coisa.
— Tio Percy me molhou, fui na casa dele falar sobre Lucy. - Fred II falava irritado e parecia estar tentando se soltar da mãe. - Eu sou a melhor pessoa que ele poderia querer como genro, não é como se eu fosse casar com a Lucy hoje, ela ainda tem que terminar esse último ano em Hogwarts.
— Olha quem você foi inventar de namorar Fred, a Lucy, a amada, inteligente e sonhada filha de tio Percy. Só podia dar nisso, e eu ainda não entendo como vocês podem namorar sendo tão diferentes. - Teddy falou intrigado. - Só pode ser amor mesmo.
— Claro que é amor, e não vamos falar de diferenças porque você e a Vic são totalmente opostos e olha o tamanho que ela está. - Fred falou recuperando o bom humor e eu tive que rir, mais baixo porque se não minha irmã ficaria brava. - Podemos jogar Quadribol com ela.
Sem esperar respostas Fred subiu para trocar de roupa e todos começaram a conversar, assuntos normais e as vezes alguém falava alto demais e outro caia na risada. Coisas que só acontecia nessa casa e na nossa família. Resolvi ir na cozinha conferir como estava o progresso de minhas tias, e quando cheguei mamãe terminada de tampar a última panela.
— Está tudo pronto, só vamos esperar o James chegar, ele é o último que falta. - Ela falou enquanto caminhava para sala e eu ia atrás. - Ele está atrasado como sempre.
Outro barulho veio do jardim e agora era certeza, James tinha chegado e eu teria que encara-lo, minha sorte é que ele ainda não teve tempo de passar em seu apartamento e ter visto a carta que deixei. Sim, eu tomei coragem e escrevi uma carta para meu amor de infância que também é meu primo e melhor amigo. Uma carta de amor que me arrependi, mas a coruja já tinha entregado na casa e o apartamento de James era contrafeitiço e me impediu de pegar a carta de volta. Só me restaria pedir para ele confiar em mim e me devolver sem ler.
— Oi família. - James falou e eu levei um susto com a porta, a voz dele continuava a mesma, e a felicidade que passava por ela era gritante. Ele deve ter morrido de saudades de todos nós. Depois de abraçar todo mundo, ele me abraçou bem forte e beijou minha bochecha. - Como senti saudades da minha loira. Não podia nem falar com você por cartas.
— Eu cuidei dela para você. - James e Fred se abraçaram e depois de se olhar por um tempo caíram na gargalhada, todos na sala ficaram sem intender. - Sério mesmo?
— Conte para todo mundo, também queremos saber filho. - Tia Gina parecia curiosa.
— Vou me casar mamãe. - Nem um som saiu da minha boca, meu estomago ferveu até tudo nele virar pó e eu senti uma agonia forte. Pelo silencio da sala sabia que todos estavam chocados. - Esperava ganhar parabéns e não esse silencio.
— Parabéns James. - Teddy foi o primeiro a abraça-lo. - Agora você vai ver o que é responsabilidade de verdade.
— Vou casar, mas os filhos vão esperar alguns anos. - James falou animado. - Estou muito animado por esse próximo passo.
— Meu filho que surpresa e que orgulho. - Tio Harry abraçou o filho com força. - Se você está feliz eu também estou.
— Sim, foi um choque mais sua felicidade é a nossa. - Tia Gina abraçava o filho enquanto limpava as lagrimas. - E quem é a sortuda.
Todos ficaram quietos novamente, e eu percebi uma coisa, quase a sala inteira me olhava. Eu que sempre achei ter escondido muito bem meu amor por James, fui descoberta há muito tempo. Senti que a qualquer momento começaria a chorar ou pior, vomitar. Suspirei fundo e abri um sorriso, que tenho certeza que podia parecer falso.
— Vocês vão saber, depois do jantar. - James era o único animado e eu agradeci mentalmente por ele nem me olhar. - Ela é a menina mais bonita que eu já conheci em minha vida.
— Parabéns James, sabe que eu sempre torci pela sua felicidade e te ver assim já me faz ficar animada por um casamento que nem é meu. - Falei e tudo mundo ficou estático. É tenho a mania de falar as coisas erradas nas horas erradas. Abracei James, e ele me abraçou forte e depois se afastou e fico olhando dentro dos meus olhos, senti que não seguraria por muito mais tempo. - Você é meu melhor amigo, uma das pessoas que mais amo e mesmo depois de casado tem que continuar como sempre foi comigo okay.
— Sei disso, você também sabe que é a única menina em meu coração, não sabe? Além da Lily e da mamãe. Nunca te trataria diferente e sua aprovação nesse casamento é a mais importante pra mim. Se você achar que não devo me casar eu não vou, agora vamos sorrir minha loirinha, porque a felicidade está batendo na porta e sei que todo mundo aqui vai ser muito feliz. - Ele me abraçou de novo e a única coisa que conseguia pensar, era o quanto vou ser infeliz.
— Então além dos novos papais, também vamos parabenizar o noivo. - Tio Rony tentou aliviar a tenção e conseguiu. - Mais um brinde?
Todo mundo brindo e eu virei o whisky de fogo como se fosse minha salvação. Logo todos foram para o jardim que vovó ia servir a janta e eu subi as escadas quase correndo. Se não vomitasse, ia acabar tento uma crise de choro no meio do jantar.
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Fiquei observando Dominique virar a bebida e sorri discretamente, ela era tão bobinha, achando coisas e coisas. Minha loira teria uma grande surpresa e tudo nessa noite ficaria para trás. Nossa felicidade está à frente.
— Ela vai te matar quando descobrir a verdade. - Fred II falou animado. - Você ainda nem casou mais já é um homem morto.
— Dominique vai estar tão feliz que vai esquecer, agora me deixa que eu tenho que consolar uma certa loira chorona. - Sorri e meu primo me olhou com desconfiança. - Se alguém notar nosso sumiço fala que estamos conversando.
Subi as escadas chamado Dominique e ela não respondia, depois de um tempo ela saiu do banheiro, seus olhos estavam um pouco vermelhos e parecia bem atordoada.
— Não estou muito bem do estomago, acabei vomitando e tendo que escovar os dentes. Acho que comi alguma coisa que não fez bem. - Ela parecia envergonhada e eu sorri de lado. - Acho que já vou, talvez outro dia eu conheça sua noiva.
— Ela já chegou. - Falei sorrindo. - Na verdade chegou primeiro que eu.
— Ela estava no jardim esperando todo esse tempo? - Dominique parecia chateada. - Coitada, ela deve ser muito boa para fazer isso.
Ela me encarou por um tempo e sua cara fecho. Seus olhos viraram duas pedras de gelo puro e eu sabia que Dominique tinha acabado de descobrir, mas era a hora errada ainda. Ela riu sem humor nenhum e eu sabia que todo o meu plano tinha ido por água abaixo.
— Você mentiu, não acredito que mentiu pra todo mundo, pra mim principalmente. - Domi falou baixo, quase não deu para ouvir. - Passou dos limites Potter.
— Calma querida, escuta até o fim e depois pode me matar. - Falei me aproximando e ela se afastou. - Juro que tem um bom motivo e não é tudo mentira.
Ela desceu as escadas correndo e eu fui atrás, persegui ela e só paramos de correr quando ela parou no jardim e todo mundo parou de comer para ver o que estava acontecendo. Dominique começo a rir, riu alto e depois começo a chorar. E veio pra cima de mim, tentou me estapear, mas eu seguei a mão dela.
— O que está acontecendo. - Vovó parecia tão perdida quanto todo mundo. - Dominique querida, você está bem?
— Ela está vovó, apenas umas das loucuras da Dominique. Nós vamos entrar e resolver isso, sozinhos. - Falei sorrindo para todos e tentando puxar a loira pelo braço. - Essa conversa é só nossa, não vamos brigar na frente de toda a família.
— O JAMES NÃO VAI SE CASAR, ERA MENTIRA. - Domi se virou e falou alto, meus pais se levantaram e depois a família todas começo a falar todos de uma vez. - Mais uma brincadeira do James, ele nunca sabe quando parar.
— Meu filho, é verdade isso? - Mamãe parecia chateada e todos ficaram quietos.
— Ele não mentiria sobre uma coisa séria assim. - Meu pai falou com certeza na voz. - Não é James?
— Não foi tudo mentira......
— Foi, mentiu. Mentiu para seus pais, para sua família e mentiu pra... - Dominique não conseguiu terminar, respiro e falou brava me olhando feio. - Nunca vai conseguir casar com ninguém se continuar a ser um idiota desse jeito.
— Sabe porque você está tão chateada? - Dominique me olhou nervosa e eu sabia que esse era o ponto fraco dela. - Porque você me ama Dominique, por isso está tão chateada pela mentira. Porque achou que eu me casaria com alguma menina por aí e você continuaria me amando. É apaixonada por mim.
— Não sou!
— Está mentindo para si mesma. Admite logo, na verdade é o que todo mundo pensa. Quando falei de casamento, todo mundo tinha certeza que a noiva era você. Só você não tem confiança em si mesma. - Quando terminei de falar, sabia que tinha feito a maior burrada da minha vida. Dominique chorava de soluçar e Vic que estava muito gravida veio abraçar a irmã.
— Já chega James, falou demais, deixa minha irmã em paz. - Vic parecia aborrecida e eu me senti duplamente culpado. - Melhor, vamos embora Nique.
— Nunca mais fale essas besteiras, nunca mais fale mentira na frente da nossa família. Não te amo e nunca vou te amar. - Dominique chorava mais a cada palavra e logo começo a soluçar. - Nunca mais vamos ser amigos como antes.
— Eu li a carta Domi, e você tem que saber que tudo que estava lá é reciproco. Não sei como ainda não notou, nunca deixei você namorar, sou mais ciumento que o tio Gui e o Louis juntos. Fiz você morar no apartamento do lado do meu, vou com você todos os dias para o trabalho, faço todas as minhas refeições com você, todos os dias e se um de nós sai de noite o outro vai junto. Como posso amar alguém sem ser você? Nós somos um time, estamos juntos desde que me lembro e eu sou sua metade, como você é a minha. - Falei e me senti leve, finalmente ela sabia. - Não sei porque estamos brigando quando deveríamos estar brindando nosso noivado.
Dominique não me respondeu nada, ela apenas me olhou um longo tempo e aparatou, eu fiquei olhando para aonde ela estava na grama. Suspirei e olhei para minha família que pareciam chocados com as revelações e menos confusos.
— Podem jatar, eu já vou. - Falei cansado, não querendo falar com ninguém mais.
— Se você não for falar com a Nique, nunca vão ficar juntos e vai se arrepender se ela acabar casando com outro idiota. - Vic falou me olhando nos olhos. - Ela sempre te amou, mas você passou da conta hoje e se minha irmã te odiar pra sempre, eu vou apoiar e te odiar também.
— Eu sei, vou concertar isso. - Aparatei e só pensei na porta da loira.
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