Quando o casal chegou em casa já passava das 18:40 da noite, Sakura se jogou no sofá e ficou olhando para o nada.

 —Sakura, você tem que comer alguma coisa. Não tomou o café da manhã.

 —Eu não estou com fome, quero apenas ficar deitada. —Naruto pegou uma maçã e a fez comer após muita insistência, pois ela já estava fraca.

 —Sakura, o médico passou um medicamento que você tem que tomar todos os dias depois do café. —Sakura se manteve em silêncio e continuou comendo sua maçã lentamente, após acabar, sem dizer uma palavra, foi para o quarto para poder descansar. Naruto passou a noite inteira agitado, rolando de um lado ao outro sem conseguir fechar os olhar por um instante. Sakura não estava em situação melhor. Sentir Naruto rolando o tempo inteiro não a ajudava a se acalmar, e por volta de 2:00 das madrugada, as primeiras lágrimas contidas desde que soube da doença saíram, todas de uma vez. Foi a única coisa que conseguiu fazê-la dormir.

 Era 6:40 da manhã quando o despertador tocou, Naruto levantou da cama bem devagar para não acordar Sakura, mas sem sucesso.

 —Naruto, quero fazer o café da manhã com você.

 —É melhor ficar e descansar mais um pouco, ainda é cedo.

 —Eu sei, mas eu quero aproveitar o pouco de tempo que eu tenho para ficar ao seu lado. —Naruto pegou na mão de Sakura e foram andando, abraçados, até a cozinha.

 —Eu preparo os ovos e o bacon enquanto você vai à padaria comprar os pães. Pode ser?

 —Claro que sim. Fui. —Quando Naruto chegou com os pães Sakura já tinha acabado de preparar tudo. Tomaram o café.

 —Sakura, que tal irmos à praia hoje?

 —Gostei da ideia, vamos sim! Vou subir e arrumar as coisas e você tira a mesa. —Sakura quase correu, gostava de ir a praia e a ideia a havia deixado animada. Naruto sorriu ao ver a alegria de sua mulher.

 Sakura foi até seu quarto, pegou uma bolsa de praia, colocou o protetor solar, a canga, os óculos de sol e trocou de roupa, pôs um biquíni pequeno cor de rosa, com um vestidinho de praia também rosa, e uma rasteirinha. Naruto colocou uma sunga preta com verde, o short laranja com uma regata branca e estampa de praia. Já na garagem da casa deles, colocaram no carro 2 cadeiras de praia, 1 guarda-sol e foram para a praia.

 Antes de entrar no carro, Sakura sentiu uma leve tontura e se apoiou na porta. Pensou se seria melhor desistir, mas quando Naruto olhou para ela, a cara de idiota de sempre, ela apenas sorriu e entrou largando a ideia para trás.

 No caminho ela se apoiou na porta do carro e ficou pensando sobre a vida. Como seria se ela partisse desse mundo? Como sua família ficaria? Por um instante se lembrou do pai e da mãe, tão longes. Daria um jeito de ir visita-los nesse ano antes que piorasse. E Naruto, o homem que ela tanto amava? Ele não sabia fazer nada sozinho, iria morrer sem alguém para puxar as rédeas. Algumas perguntas a qual não podiam ser respondidas naquele momento pairavam sua mente e a entristeciam. Aos poucos a paisagem ia mudando e dando forma a praia, um comentário qualquer do marido a tirou dos pensamentos e ela finalmente passou a prestar atenção.

 Ele havia falado o caminho inteiro.

 E ela não havia ouvido nada.

 Ao chegar lá, tomaram banho de Sol, brincaram na água, tomaram sorvete depois de um dia cheio. Voltaram para casa, deixaram as coisas no carro e foram para o banheiro tomar um banho. Sakura pegou o sabonete líquido, entornou no peitoral de seu marido e foi ensaboando, sua barriguinha bem sarada. Logo depois foi a vez de Naruto, ele fez uma massagem em Sakura durante o banho, passou o sabonete em seus ombros, deixou escorrer pelo seu corpo, passando pelos seus seios, pela barriga, partes íntimas, até chegar aos pés.

 Quando Naruto saiu do banheiro, Sakura se apressou para terminar logo o seu banho para ver quem era no telefone e Naruto terminar o banho dele também.

 —Sakura, é a Ino! Ela quer falar com você.

 —Ok, pode vir terminar seu banho. —Sakura saiu para atendê-la, uma toalha envolvendo o corpo ainda úmido. —Oi Ino, como você está?

 —Estou bem. E você?

 —Bem... Estou bem. —Sakura sorriu amarga, mas não deixou transparecer na voz.

 —Que ótimo! Eu queria te convidar para passar uns dias aqui na minha casa.

 —Vou falar com o Naruto, se ele estiver afim vamos sim. Agora são 3:53 quando for 4:20 você me liga que eu vou dizer se vamos ou não, esta bem?

 —Sim, tchau.

 —Tchau.

  Sakura foi até o banheiro e falou com Naruto que aceitou na hora. Fazia tempo que não conversava com Gaara, principalmente depois que ele e Ino casaram e a loira carregou o ruivo como uma bagagem para sei lá quantas partes do Japão.

 —Assim que Ino ligar eu confirmo que nós vamos. —Enquanto a Ino não ligava, Sakura já estava fazendo as malas para viajar. Ela precisava disso. Precisava mesmo de algo para tirar os problemas da cabeça e se acalmar.

 —Alô, Ino.

 —Você nem esperou eu retornar! —Ino riu. —E então?

 —Sim, nós vamos! Amanhã de manhã nós saímos. —Sakura responde animada e nota, mesmo pelo telefone, como Ino fica eufórica com a resposta.

 —Até amanha então! Você vai ver como tem coisas incríveis aqui! Vou te levar p’ra ver algo que você vai adorar!

 —Até. —Sakura revirou os olhos ouvindo a amiga surtando do outro lado da linha. Ino sempre fazia isso.

 No outro dia pela manhã quando Naruto acorda percebe que Sakura já havia levantado, feito o café e já estava prontinha para sair. Naruto toma o seu café e vai colocar as malas no carro enquanto Sakura tira a mesa do café da manhã.

 —Naruto, você não vai sair com essa roupa, vai? —Sakura perguntou encostada na porta.

 —Como assim? —Naruto olhou para a camisa. —Ah! F-Foi mal, vou trocar. —Ele passou rápido por ela e notou quando a garota levemente se inclinou de forma estranha. —Sakura? O que foi?

 —Nada. Nada não. Vai logo trocar isso.

 —Tem certeza?

 —Se não trocar essa droga de camisa eu vou te bater, Naruto!

 —Ok, ok. Já entendi. Você está ótima. —Ele correu para o quarto e Sakura tocou a testa quando ele se virou. Poucos minutos depois o loiro apareceu com uma sacola branca pequena com remédios. —Segura. —Jogou para ela, Sakura pegou desajeitada e sorriu quando ele passou.

 Idiota.

 —Vamos logo ou pegaremos um trânsito infernal.