Para Godric Gryffindor, Rowena Ravenclaw poderia ser comparada apenas as estrelas.

Nenhuma mulher, seja trouxa ou bruxa, podiam se comparar a ela. Em nenhum lugar para onde ele já viajara - e, oh, como ele viajara! - encontrara tamanha graça no caminhar, tamanha nobreza em semblante e tamanha confiança em gestos e movimentos.

Rowena Ravenclaw era, inegavelmente, linda, e maior que sua beleza era apenas sua inteligência. Mas Godric estaria mentindo se afirmasse que a primeira coisa que o chamou a atenção, assim que a conheceu, fora sua sabedoria.

Os cabelos negros de Rowena se agitavam ao redor de seu rosto de marfim, enquanto ela girava, dançando com Helga, ao redor da grande fogueira. Ele não conseguia parar de olha-la.

O vestido azul se esvoaçava e ela possuía um leve sorriso em sua face; se divertia, mas também se concentrava em sua dança, para que ficasse perfeita e não desse um passo em falso. Tudo o que Rowena Ravenclaw fazia, o fazia com perfeição.

Um giro, um salto e um erguer de braços sensual. A fogueira parecia queimar cada vez mais intensamente. Era o festival de Beltane*, e várias pessoas dançavam. Mas ele apenas tinha olhos para Rowena.

Então ela girou e seus olhos se encontraram. Ele ficou tenso e ela parada. Seus olhos brilhavam mais do que o costume, ao serem iluminados pela fogueira e então caminhou em sua direção.

— Venha dançar, Godric! - ela exclamou, em voz ofegante - É Beltane, dia de festa e comemoração.

— Não danço com muitos olhos postos em mim, Rowena. - ele respondeu - Mas alegro-me em vê-la dançar.

A bela deu um passo elegante para trás, observando seu rosto e após um momento passou por ele, se embrenhando pelas árvores e longe das fogueiras.

Godric a seguiu, até que pararam em em uma pequena clareira.

— Aqui podemos dançar. - ela disse, imponente. Não era de seu feitio murmurar ou sussurrar sedutoramente.

E eles dançaram.

Ouviam de longe o som das músicas e risadas e dançavam juntos, em círculos como se estivessem em volta da fogueira. Giravam, giravam, saltavam e uniam as mãos.

Ali, sem as fogueiras, apenas o céu estrelado iluminavam Rowena Ravenclaw. Iluminavam sua pele cor de neve, fazendo-a brilhar. Iluminavam seus cabelos negros, fazendo-o parecer um pedaço do céu noturno. Iluminavam seus olhos, brilhantes, que ele nunca conseguira desvendar a cor. Eram azuis? Cinzentos? Negros? Prateados?

Não sabia.

Porém ali, quando seus braços rodearam o corpo de Rowena e sua mão tocou firmemente o pedaço de céu noturno que enfeitava sua cabeça... Teve a certeza de que Ravenclaw era a mais bela de todas as estrelas.