Eu, Ela e o Bebê escrita por Lara


Capítulo 3
Caso Madson


Notas iniciais do capítulo

Oii Cupcakes ♥! Lamento está postando tão tarde, mas é que eu passei mal hoje e só vim melhorar agora. Eu realmente peço desculpa por esse capítulo não está tão bom. Prometo que irei tentar melhorar.

Muito obrigada isabelsilva, Juliana Lorena, Suh Souza, Renataafonso, Olicity forever e buuuu louca pelos comentários inspiradores no capítulo passado. Espero não decepcionar vocês. Boa leitura...



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Capítulo II – Caso Madson

 

“Ser jornalista, para mim, transcendia remuneração e reconhecimento. Era questão de escutar o chamado da minha vocação.”

Azul da Cor do Mar – Marina Carvalho

 

Felicity parecia ser uma pessoa centrada, reservada e, assim como seu tio havia dito, bastante profissional, algo bem diferente da imagem que eu criei em minha mente. Ela falava pouco, mas era evidente que era observadora somente pelo modo como seus brilhantes olhos azuis estavam sempre à procura de algo novo. Era como se ela fosse uma criança, ansiando pelas respostas de suas inúmeras perguntas.

Fazia apenas algumas horas que ela havia chegado na empresa, mas parecia estar familiarizada com o ambiente caótico do jornal. No entanto, eu ainda não me sentia confiante e nem à vontade com a sua presença. Eu queria ficar o mais distante possível. Já era difícil ter o controle trabalhando somente com homens, quem diria com a presença de uma mulher. A única coisa que consegue vir a minha mente é que nós acabaríamos em conflitos, com ela chorando e me chamando de insensível por não conseguir lidar com a pressão.

— Eu dou sete e meio. – Fala Tommy e os outros riem, parecendo concordar. Olho confuso para meu melhor amigo, que ri e dá de ombros, apontando discretamente para a garota que estava do outro lado da sala, conversando com nosso fotógrafo. – A aparência dela. É evidente que ela é muito bonita, mas parece querer esconder isso.

— Ainda está pensando em pegar a sobrinha do Alec? – Questiono em leve tom de repreensão. – Você realmente não tem noção do perigo.

— Não seja tão careta. Não estou pensando em pegar a Felicity. Apenas estou expondo a minha opinião sobre ela. – Responde o outro, rindo levemente. – John concorda comigo.

— Não me envolva nisso. – Pede John, levantando os braços em sinal de redenção. – Ela parece ser legal e pelo que o chefe disso, Felicity é alguém extremamente competente e profissional. Se isso for verdade, eu duvido muito que vocês consigam alguma coisa com ela.

— Vocês não. Tommy. – Corrijo John, que dá de ombros como se não importasse. – Não estou interessado nela. Além disso, ao invés de ficarem dando notas da aparência da novata, por que vocês não voltam ao trabalho? Que eu saiba, ainda há muita coisa para se fazer.

— E o Oliver chato volta a atacar. – Resmunga Tommy, que suspira e volta a encarar a tela do seu computador.

 Lanço meu olhar ameaçador para meu melhor amigo, que revira os olhos e volta a se concentrar em seu trabalho. Enquanto isso, encaro Felicity mais uma vez. Ela parecia realmente entretida conversando com Colin e anotava tudo que ele falava em seu bloco de notas. Por fim, após parecer satisfeita, ela agradece ao homem e volta a se aproximar de mim.

— Oliver, que horas teremos a entrevista com a esposa do prefeito? - Questiona a loira, pegando seu caderno de notas e a caneta. 

— Às duas horas da tarde. Por quê? - Pergunto, observando-a encarar o relógio, pensativa.

— Acho que vai dar tempo. - Sussurra para si mesma, deixando-me ainda mais confuso. De repente, ela encara George, mais um dos fotógrafos do setor. O rapaz de cabelos cacheados avermelhados, sardas no rosto e corpo magricela, ainda era novato na empresa, então eu não sabia muito dele. - George.

— Sim? - Responde o ruivo de maneira tímida.

— Eu preciso que você e Oliver venham comigo. Nós temos uma matéria para cobrir. - Avisa Felicity e no mesmo instante o tímido fotógrafo pega sua bolsa com seus equipamentos e se levanta para segui-la.

— Espere um pouco. - Digo, ainda surpreso pela decisão inesperada de Felicity. - Não é assim que as coisas funcionam por aqui. Nós primeiro conversamos sobre o que nós vamos fazer e depois decidimos se devemos ir ou quem deve ir.

— Eu descobri a localização de Lindsay Madson. Você ainda quer parar para discutir ou vai levantar sua bunda da cadeira e virá comigo até a galinha dos ovos de ouro? - Ironiza e não demora muito para que risos se fizessem presentes, no entanto, no momento em que eu os encaro, os risos se sessam. 

— Eu realmente espero que você esteja certa. - Respondo, pegando meu material e as chaves do carro junto com a minha carteira na gaveta da mesa. 

Felicity apenas me lança um sorriso presunçoso e começa a se dirigir a saída do prédio. Sem alternativa, eu a sigo, ainda conseguindo ouvir algumas risadas dos meus colegas de trabalho. Suspiro. O dia mal havia começado, mas eu já me sentia exausto. Por outro lado, eu não conseguia evitar me sentir curioso quanto a esse possível encontro com Lindsay Madson.

A garota se tornou alvo de todos os holofotes depois que sua mãe, pai, os três irmãos mais velhos, os dois tios e a avó foram assassinados. Ela estava presente na mansão quando ocorreu o ataque e foi a única sobrevivente. Por sua família possuir uma grande fortuna, com a morte de todos seus familiares, ela se tornou a única herdeira. Esse fato a tornou a principal suspeita no caso, ainda que a polícia não tivesse nenhuma prova concreta. O caso em si era um completo mistério e por esse motivo, Lindsay se escondeu do mundo e sua localização havia se tornado um mistério para a mídia.

  O caso ocorreu em Washington DC, mas se tornou um assunto global. Se a garota está realmente escondida em Star City e conseguirmos uma entrevista exclusiva com ela, isso com certeza traria uma visibilidade muito maior a Arrow News. Então, enquanto eu era guiado por Felicity para a região mais afastada da cidade, eu me sentia cada vez mais ansioso por essa reportagem. Estar tão perto do caso que parou o país e ainda ser o responsável por registrar a versão de Lindsay seria um grande marco em minha carreira. 

— Como você descobriu a localização da garota? – Pergunto em um momento, parando no semáforo.

— Eu pesquisei a origem da família dela. – Responde, observando a paisagem pela janela do carro. – Eu descobri que antes mesmo do nascimento de Lindsay, a família dela comprou uma casa na região mais afastada de Star City. Então, quando meu tio sugeriu que viesse trabalhar com ele, entrei em contato imediatamente com alguns contatos que eu tinha por aqui, pedi que investigassem se alguém está morando nessa casa. Hoje, antes de ir para o jornal, recebi a confirmação de minhas suspeitas.

— Isso vai ser incrível! – Comenta George de forma animada no banco de trás do carro. – Imagina se a gente consegue uma entrevista com ela?

— Mas é bom mantermos o pé no chão. – Afirma Felicity com seriedade. – Eu descobri a localização, no entanto, não temos garantia alguma que conseguiremos conversar com ela.

— Por hora, o melhor que podemos fazer é pensar em formas de conseguir alguma declaração dela. Seja para negar ou para confirmar o crime, qualquer mínima palavra que conseguirmos de Lindsay já nos deixa a frente de qualquer outra mídia. – Respondo, pensativo. A garota balança a cabeça, concordando. – Nós já estamos chegando?

— Sim. – Concorda Felicity e ela massageia as têmporas levemente. – Vire à esquerda. A casa dela é a última da rua.

— Tudo bem? – Pergunto e ela balança a cabeça levemente.

— Apenas uma dor de cabeça chata. Mas eu estou bem. – Responde, suspirando em seguida.

Ao ver que ela realmente não queria conversar sobre o que estava sentindo, então continuo o caminho assim como ela havia orientado. O lugar era desértico, apesar de possuir muitas casas. Por outro lado, ninguém imaginaria que Lindsay, a herdeira de uma fortuna exuberante, estaria morando em uma região tão simples e sem segurança alguma como aquela.

Assim que estaciono um pouco mais afastado da casa onde a garota provavelmente está, Felicity, George e eu ficamos encarando a residência, pensando em formas de nos aproximarmos da garota e conseguir alguma declaração dela. No entanto, nada parecia ser bom o suficiente para chamar a atenção de Lindsay. Além disso, as luzes da casa estavam desligadas e não parecia ter ninguém.

— Será que ela está em casa? – Pergunta George, hesitante. – Parece que não tem ninguém lá dentro. As janelas estão fechadas e tudo está escuro.

— Não temos muito tempo também. – Completo, encarando meu relógio. – Ainda que o caso da família Madson possa trazer maior reconhecimento a nós, não foi fácil conseguir a entrevista com a esposa do prefeito.

— Nós vamos conseguir. – Afirma Felicity, encarando a residência de Lindsay.

O silêncio volta a nos envolver. Observo a rua, esperando que um milagre acontecesse. Não poderíamos simplesmente tocar a campainha da casa sem uma desculpa qualquer. Eu também não sou o tipo de repórter que usa da boa vontade das pessoas para conseguir uma matéria. Além disso, antes de ser ou não a mandante de um assassinato, Lindsay é apenas uma jovem de dezoito anos que agora está sozinha em um mundo assustador.

De repente, vejo uma pessoa caminhando de maneira suspeita em direção a casa de Lindsay. Pela estatura e forma como se movia, eu tinha certeza que era uma garota. Ela usava um moletom de touca, que cobria uma parte de seu rosto. Apesar de não ter ninguém na rua, a garota ainda parecia amedrontada e estava sempre olhando para os lados, como se procurasse algum perigo. Era ela. Eu sentia isso.

— Lindsay está vindo. – Aviso, apontando para a garota que estava a uns vinte metros de distância de nós. – Essa é a nossa chance.

— O que nós vamos fazer? – Questiona George, alarmado. Por não ser acostumado a estar em uma situação como essa, visto que as reportagens de maiores relevâncias ficavam por conta de Colin, ele estava ansioso e nervoso.

— Vamos descer. – Fala Felicity, abrindo a porta do carro. No entanto, antes de sair, eu puxo seu braço para que ela esperasse. – O quê?

— E mais uma vez você está fazendo as coisas sem nos consultar. Nós precisamos de um plano. Não podemos simplesmente atacar a garota e esperar que ela nos conte tudo. – Repreendo Felicity, que puxa seu braço de volta para que eu a soltasse.

— E quem disse que eu não tenho um plano? – Retruca a loira, encarando-me com seriedade.

— Você tem? – Questiono, encarando-a sem muita confiança.

— Se você não quiser perder o melhor furo da sua vida, acho melhor você me seguir. – Responde, saindo do carro. Suspiro, frustrado. Eu odeio ficar no escuro, ainda mais quando o assunto é o meu trabalho.

Mandona. Penso, enquanto saio do veículo junto com George. Lanço um olhar significativo ao ruivo, que apenas balança a cabeça concordando e pega sua menor câmera, deixando-a em posição para caso conseguíssemos que Lindsay conversasse conosco. Felicity então me encara e sinto que eu com certeza estava correndo perigo. Era como se ela estivesse planejando minha morte.

— George, eu quero que você se esconda. – Pede Felicity, apontando para um beco que estava próximo a nós. Por sorte, Lindsay ainda não havia notado a nossa presença.

— Por quê? – Pergunto e ela apenas olha para o ruivo, como se não tivesse muito tempo para explicações. George acaba fazendo o que a loira havia dito, sem hesitação.

— Deixa que eu converso com ela. – Ela sussurra e antes que eu dissesse que nós precisávamos chegar a um acordo e que ela não é a minha chefe, a garota parece perder o equilíbrio de repente e, quando tenta se apoiar em mim, acaba me empurrando.

Tudo havia sido muito rápido para que eu conseguisse assimilar. Em um momento, eu estava conversando com ela e tentando entender o porquê de ainda não ter estourado com a garota e no outro eu bato a minha cabeça no poste de luz. Caio desorientado no chão, sentindo o mundo girar. E apesar de saber que Felicity me chamava de forma desesperada, os sons estavam distantes. Não demora muito para que tudo se escureça e eu não consiga ouvir mais nada.

 Algum tempo depois, acordo com o som de duas vozes femininas próximas a mim e uma luz incômoda batendo em meu rosto. Minha cabeça doía e eu já me perguntava se eu já podia declarar que aquele estava sendo o pior dia de minha vida, ainda que estivesse na metade do dia. Depois de conseguir ter um pouco mais de consciência, noto que eu estava em um lugar que eu não conhecia.

— Parece que ele acordou. – Ouço uma voz feminina comentar e finalmente vejo Felicity e uma jovem garota, que reconheço como Lindsay Madson, paradas próximas a mim.

— Você está bem? – Pergunta Felicity de maneira preocupada. Seus olhos carregavam um brilho de culpa e ela parecia não saber como se portar a minha frente.

— O que aconteceu? Onde nós estamos? – Pergunto, levando minha mão a testa. Sinto uma dor aguda e no mesmo instante paro de tocar no lugar.

— Cuidado! Você cortou a testa. – Alerta minha companheira de trabalho e eu a encaro irônico.

— Ah, sério? Eu nem percebi. – Resmungo, fechando os olhos pela dor que eu sentia. – O que aconteceu? – Repito, voltando a encarar as duas garotas.

— Você realmente não se lembra? – Pergunta Felicity e eu suspiro, impaciente. Se eu estava perguntando era porque eu não me lembrava. Qual o problema dessa garota? – Eu pisei em falso e no momento em que eu iria cair, eu acabei te empurrando sem querer. Tinha um poste a sua frente e você acabou batendo a cabeça. Eu sinto muito mesmo.

— E onde nós estamos? – Pergunto, finalmente começando a observar a decoração do lugar onde eu estava.

— Na minha casa provisória. – Responde Lindsay, falando pela primeira vez. Ela sorri nervosa e me entrega um corpo de água com um comprimido. – Tome esse remédio. Isso deve ajudar a diminuir a dor de cabeça.

— Obrigado. – Agradeço, fazendo o que ela havia dito. Assim que termino de tomar a água, entrego o copo a Lindsay. – Obrigado pela ajuda.

— Não tem problema. – Afirma, sorrindo fraca.

Lindsay estava bem diferente das últimas fotos que a mídia teve acesso da garota. Ela estava usando uma calça jeans qualquer com uma blusa de manga longa branca. Não havia acessório algum e tampouco maquiagem. Se eu realmente não tivesse olhado tanto suas fotos, eu jamais diria que a adolescente a minha frente é a mesma garota que estava sendo acusada pela morte da família e que vivia cercada de riquezas.

— Eu vou ir guardar esse copo na cozinha. Eu já volto. – Avisa Lindsay, dando uma rápida olhada em nós, antes de deixar o cômodo que imaginei ser a sala de estar de sua casa.

— A sua grande ideia era me matar para conseguir conversar com ela? – Sussurro, assim que tenho certeza de que a garota não nos ouviria. Eu não conseguia esconder a minha fúria.

— Claro que não! – Exclama Felicity, no mesmo tom de voz. – Eu não sei andar de salto e acabei virando o pé. Eu sou um desastre. Sinto muito por ter te machucado.

Observo a expressão de arrependimento de Felicity. Olho para seus pés e vejo que ela realmente usava um salto extremamente fino. Suspiro, frustrado. Eu não sabia o porquê, mas algo me dizia que ela estava sendo sincera.

— E como você conseguiu entrar aqui? – Pergunto, mudando de assunto.

— Lindsay viu como eu fiquei desesperada e veio me ajudar. Ela sugeriu que trouxéssemos você aqui para a casa dela para cuidar de seu machucado e eu acabei aceitando. – Conta, sentando-se ao meu lado no sofá da casa. Ela suspira frustrada e encara os próprios pés, parecendo envergonhada.

— Por quanto tempo eu apaguei? – Indago a Felicity, que parece aliviada por ver que eu havia decidido ignorar o episódio vergonhoso que eu havia vivido.

— Apenas uns vinte minutos. Nós acabamos de cuidar de seu ferimento agora a pouco. – Responde a loira, dando um sorriso de leve. Pelo menos eu não havia ficado fora por tanto tempo. Mas, eu tinha a impressão de que eu estava esquecendo de alguma coisa. Dou de ombros e volto a prestar atenção em minha companheira de trabalho.

— Ela sabe quem nós somos? – Questiono e Felicity me encara, parecendo incerta.

— Sim. Eu sei. – Responde Lindsay, aproximando de nós com três xícaras de café em uma bandeja, que coloca na mesa de centro. Ela pega as xícaras e estende tanto a Felicity como a mim. Ao ver o meu espanto, ela sorri amarga e suspira. – Eu vi o crachá de vocês.

Olho para meu peito e vejo que eu realmente estava usando o crachá do jornal em meu pescoço. Preciso me segurar muito para não bater em minha testa por ter cometido um erro tão tolo como esse. Felicity suspira e encara a garota com um sorriso envergonhado em seus lábios.

— Muito obrigada por ter me ajudado com o meu amigo, ainda que sejamos um incomodo para você. – Agradece Felicity com sinceridade.

— Não é como se eu achasse que conseguiria me esconder para sempre, ainda que eu esteja surpresa que tenham me descoberto tão rápido. – Responde Lindsay, dando de ombros. – E eu sei que foi apenas um acidente. Eu vi o seu desespero, então simplesmente não parecia certo ignorar.

— Creio que não precisamos dizer o que viemos fazer aqui, Lindsay. – Comento, observando a garota com atenção.

— Eu lamento que possamos estar sendo insensíveis ao seu momento de luto e aos sentimentos, mas queremos apenas contar a sua versão da história. – Complementa Felicity com suavidade. – Não acha que você merece a chance de se defender? Até o momento, todos têm te acusado sem qualquer prova e ninguém deu a oportunidade a você de dizer o que pensa, o que tem passado desde que a tragédia aconteceu.

— Não é como se isso fosse fazer alguma diferença. – Responde Lindsay de maneira amargurada. – Desde que eu nasci, minha família sempre foi composta por pessoas públicas. Eu conheço esse mundo como ninguém. As pessoas não querem saber o que eu penso ou o que aconteceu. Elas acreditam no que querem e julgam a todos sem qualquer piedade. Ainda que eu diga o meu ponto de vista, eu sei bem a situação em que me encontro. Eu no lugar de todos, também acreditaria que matei a minha família. Para quem está de fora, foi realmente muito cômodo eu ter sido a única sobrevivente e mandante do assassinato de minha família.

— E você é a mandante do assassinato? – Pergunto e sinto Felicity me dá uma cotovelada. Resmungo de dor, mas não volto atrás de minha palavra.

— Não! É claro que não! Eu não sou um monstro. Como eu poderia ter matado a minha família e depois ter voltado a dormir? – Nega Lindsay, veemente.

— Então nos deixe te ajudar. – Digo e ela parece confusa.

— E como vocês fariam isso? – Pergunta a morena, parecendo esperançosa.

— A mídia foi feita para dar a chance as pessoas de conhecerem a verdade. – Responde Felicity, parecendo entender a minha linha de raciocínio. – Ainda que você diga que não vale a pena expor sua defesa, você tem direito a ela. Perante a lei, todos são inocentes até que se prove o contrário e é isso que queremos mostrar.

— E como eu vou saber que posso confiar em vocês? – Questiona Lindsay, hesitante. – Como posso ter certeza de que não irão manipular as minhas palavras e usá-las contra mim? Que garantia vocês me dão de que vão publicar exatamente o que eu disser?

— Não temos garantia alguma. Você apenas terá que confiar em nós, em nossa palavra. – Digo com sinceridade. – O que você me diz?

Lindsay permanece em silêncio por um tempo. Eu tentava não transparecer a minha ansiedade, mas eu temia que a garota não concordasse. Felicity e eu estávamos de frente da melhor oportunidade de nossas vidas. Ninguém havia ficado tão próximo de Lindsay Madson como nós estávamos naquele momento. E caso ela recusasse, não haveria nada que pudéssemos fazer.

Eu sabia os limites que eu tinha. Eu não queria ser mais um dos repórteres com sede pelo poder. Ainda que eu quisesse obrigar a garota a responder as minhas perguntas, eu sabia que precisava ir com calma. Se eu quiser que Lindsay confie em nós e se sinta à vontade para contar sua versão da história, eu precisava respeitar o tempo dela e, por sorte, Felicity parecia entender isso também.

Por fim, a jovem suspira e parece já ter tomado a sua decisão. Lindsay nos encara com seriedade e respira fundo. Encaro-a, ansiando por sua palavra final. A loira ao meu lado não parecia muito diferente.

— Eu realmente não acredito que eu vou dizer isso, mas tudo bem. Eu vou confiar em vocês. Eu não sei se isso vai fazer alguma diferença e nem se eu estou tomando a melhor decisão, mas, estranhamente, eu acredito em vocês. -  Responde Lindsay, sorrindo nervosa.

Sinto o ar que estava preso em meus pulmões saírem. Encaro Felicity e ela sorri largamente. Nós havíamos conseguido. Eu não sabia como, mas havíamos feito Lindsay confiar em nós o suficiente para quebrar seu voto de silêncio depois de seis meses de seu desaparecimento da mídia.

— Eu sinto que estou esquecendo de alguma coisa. – Comento, pensativo. Felicity me encara confusa e parece compartilhar do mesmo sentimento.

— George! – Dizemos ao mesmo tempo. Levantamos de uma vez e Lindsay nos observa sem entender nada.

Corro até a janela da casa e vejo que chovia intensamente. Abro a porta da casa e depois de forçar um pouco a minha visão, vejo George próximo ao meu carro. Seu corpo magro e esguio tremia de frio, ele permanecia abraçado a sua bolsa com seus equipamentos de trabalho. Felicity prende o ar, surpresa. Ao nos ver, George balança a mão, freneticamente. Desvio o olhar para Felicity, que ainda parecia em choque. De repente, nós começamos a ri. Como conseguimos esquecer do pobre rapaz? Eu não sabia dizer o porquê, mas eu sentia que situações estranhas como essa se tornariam frequentes em minha vida.


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Notas finais do capítulo

Oii Cupcakes ♥! O que acharam? Esse capítulo tinha tudo para ser um dos meus preferidos, mas a minha incapacidade de raciocinar direito trouxe me impediu de escrever como eu gostaria. Eu sinto muito mesmo. Enfim, eu estou deixando os links do grupo no Facebook e do WhatsApp onde interajo com os meu leitores. Se vocês quiserem participar, eu ficarei extremamente feliz. Obrigada a todos que leram e sinto muito se não ficou tão legal. Semana de prova da faculdade está levando minha criatividade embora. Beijocas e até amanhã ♥.

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