Eu, Ela e o Bebê escrita por Lara


Capítulo 17
O Fim do Mistério


Notas iniciais do capítulo

Oii Cupcakes ♥! Desculpa a demora para atualizar, mas é que fiquei presa com a faculdade. Quem estar no grupo do Facebook e do WhatsApp já deve saber da minha luta para entregar os últimos trabalhos desse semestre, então obrigada a todos que entenderam e me deram forças.

Mas, agora vamos ao que importa. Finalmente vocês irão descobrir quem é Bruce Wright. Obrigada Patty, Aninha, Kah Mocchi, Isabelle, Marluci, Pequena Rosa, kaialasilva, Titânia, maya, Observadora0805, Nanda, Laureni, Bruninha, Mirelequeen, Senhorita Queen E, Mayara Carneiro, Mockingjay, isabelsilva, Mrs Ackles, Olicity e Delena e Juliana Lorena pelos comentários incentivadores e maravilhosos! Obrigada por tudo e espero não decepcionar. Espero que gostem. Boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/758995/chapter/17

 

Capítulo XVI – O Fim do Mistério 

 

“Continuei cega, mas foi perceptível o movimento ao meu redor. Em instantes, a gritaria dos policiais revelou que o bandido havia sido capturado; mãos e braços na minha pele me provaram que estava acompanhada, além de viva. E um cheiro bastante especial me convenceu de que a pessoa que mais queria por perto estava exatamente onde eu desejava”. 

Azul da Cor do Mar – Marina Carvalho 

 

Onze de julho. Ironicamente, o dia em que nasci pela segunda vez e de uma forma bastante desagradável. Não era uma memória agradável, ainda mais para uma criança de oito anos, então não era tão surpreendente assim eu não me lembrar muito bem daquele dia. Na verdade, eu não me lembro de muitas coisas em minha vida antes dessa idade e tudo isso por causa do incêndio que ocorreu na casa ao lado da minha onde viviam o jardineiro da mansão e sua família. 

E enquanto eu dirigia pela cidade, em meio ao caos que se fazia naquela exata hora do dia, as lembranças retornavam a minha mente e se tornavam mais coerentes. Por outro lado, eu também me sentia dividido sobre o que eu deveria fazer quanto a loira de olhos azuis encantadores sentada ao lado do meu banco, acariciando sua barriga de cinco meses – mania que adquiriu desde que descobriu a gravidez - de maneira pensativa, nervosa. 

A verdade era que a vida de Felicity e Thea se tornaram a minha maior prioridade. De maneira egoísta, ainda que soubesse que a vida de meu pai, o homem que carrega o mesmo sangue que o mesmo, dependesse exclusivamente de mim, eu ainda me sentia bastante tentado a dar meio volta e levar a loira para longe do perigo que eu sentia que iríamos correr. E eu me sentia ainda mais inquieto ao relembrar que aquele lugar era como uma maldição para mim. 

A mansão que foi passada de geração a geração pela família de minha mãe foi também o palco das tragédias que criaram cicatrizes dolorosas em minha vida. A começar pela morte de minha irmã, com apenas cinco meses, os últimos suspiros de vida de Thea foram nos braços de minha mãe, em seu delicado quarto cor-de-rosa. Oito meses depois, minha mãe foi encontrada morta, rodeada de seus medicamentos para depressão em minha cama. Ela não havia suportado a dor de perder a filha e partiu sem nem mesmo se despedir de mim. E por fim, e não menos doloroso, o assassinato de dez pessoas da família Ramirez. 

Um suspiro frustrado escapa de minha boca ao ver o sinal se fechar mais uma vez e eu ainda não havia me movido nem mesmo um metro desde que chegamos ao ponto em que nos encontrávamos. Sinto o olhar preocupado de Felicity sobre mim e, mais uma vez, eu a encaro com seriedade. 

— Você deveria ir para o jornal. - Afirmo e Felicity bufa, parecendo não acreditar que eu estava insistindo nessa conversa. - Você não deveria estar aqui. 

— Eu não vou voltar para o jornal. Eu estou exatamente onde deveria estar. - Responde de maneira séria, demonstrando que não voltaria atrás com suas palavras. - Seu pai está correndo perigo, Oliver. Eu sou a última pessoa com quem você deveria se preocupar.

— Está enganada. - Respondo sem hesitar. Ela me encara surpresa. - Você e Thea são as minhas principais preocupações agora, Felicity. Eu não faço ideia do que vai acontecer naquela mansão, que ao mesmo tempo que me traz tantas lembranças boas, também foi onde eu tive os piores e mais dolorosos momentos de minha vida. Eu jamais me perdoarei se algo de ruim acontecer com vocês duas.

Um silêncio pesado se instala no carro mais uma vez. Felicity provavelmente havia entendido o que eu queria dizer com aquelas palavras. Eu já perdi muitas pessoas que amava e todas de maneiras trágicas. Fazia anos que eu não ia a mansão da família de minha mãe. E tudo porque todas as vezes que eu me imaginava naquele lugar, a imagem de minha mãe deitada em minha cama, sem vida, retornava de maneira traiçoeira em minha mente. Ou, pior ainda, a lembrança do choro dilacerante de minha mãe com minha irmã nos braços, jogada de joelhos no chão. Não acreditando que aquela pequena garotinha não havia resistido a luta que havia se iniciado desde o início da gravidez.

Tudo era intenso demais. E era vergonhoso para mim, um homem de quase trinta anos, admitir que eu ainda chorava facilmente ao pensar nas duas mulheres que mais amei em minha vida e que meus traumas de infância ainda influenciavam fortemente em minhas decisões, mesmo que tenham se passado vinte anos desde que tudo aconteceu.

— Meu pai já foi um bombeiro espanhol que lutava para proteger crianças de incêndios. Mas ele também já foi um policial francês forte e corajoso, que enfrentava o perigo de frente, sem medo. Ele também já foi um jogador de beisebol muito famoso que ganhou diversas ligas e se tornou uma lenda para o esporte. E foi um piloto de avião bonitão que salvou inúmeras vidas ao impedir que sua aeronave caísse no mar, depois que uma das asas misteriosamente começou a pegar fogo. Ele também foi um comandante que lutou na guerra contra pessoas malvadas que ameaçavam a vida de milhares de pessoas. Graças a ele, os Estados Unidos saiu vitorioso dessas batalhas. - Comenta Felicity, rindo discretamente, enquanto observava e acariciava sua barriga. No entanto, ainda que tentasse demonstrar humor, eu via que seus olhos expressavam tristeza.

— O que quer dizer com isso? - Pergunto, ainda que imaginasse o que ou melhor, quem estava por trás daquelas histórias.

— Eu nunca conheci meu pai. - Comenta Felicity, após um suspiro cansado. - E nem mesmo sei como ele é ou como ou quando nos tornamos somente minha mãe e eu. O fato é que eu nunca soube absolutamente nada de real dele.

— Eu sinto muito. - Lamento, observando a loira com preocupação. Ela exalava tristeza e parecia bastante incomodada ao tocar no assunto.

— Tudo bem. - Responde a loira, encarando-me com intensidade. - Quando eu era criança, eu tinha muita inveja das outras crianças por terem um pai e eu não. Para que eu não me sentisse tão triste, minha mãe me contava histórias sobre quem era meu pai. Mas ela nunca foi boa de memória ou apenas estava ocupada demais pensando em uma forma de nos sustentar, ela sempre contava uma história diferente sobre ele. Então não demorei muito a entender que ela nunca me contou a verdade sobre a identidade de meu pai.

— Talvez ela só quisesse te proteger de uma verdade dolorosa. - Suponho e ela dá de ombros. 

— Talvez. E eu sei que ela nunca teve a intenção de me machucar. Admiro minha mãe por ter me criado sozinha e ter suportado todas as coisas que suportou para me dar a melhor educação que podia, nas condições em que ela se encontrava. Teve uma época que meu tio teve que morar em nossa casa e ela sustentava nós três sozinha. Somente agora que uma vida está sendo gerada dentro de mim, eu comecei a entender o porquê dela nunca ter reclamado por fazer tantos sacrifícios por mim. - Responde Felicity, sorrindo. - E talvez eu possa estar sendo uma filha ingrata, mas eu gostaria de saber sobre meu pai. Gostaria de ter o conhecido. Ao menos eu queria entender o porquê dele ter nos abandonado ou saber o motivo dele não ter participado da minha criação.

— Bom, se serve de consolo, meu pai nunca participou da minha criação e tampouco foi presente em minha vida, ainda que morasse na mesma casa que eu. -  Afirmo e ela suspira, parecendo não gostar do rumo de nossa conversa.

— Você sabe o porquê de ter me desesperado tanto ao saber que seria mãe? - Pergunta e eu desvio o olhar da pista para encará-la. Pelo visto, ainda demoraria um tempo até que os carros andassem. - Não foi apenas porque eu não estava pronta para ser mãe ou porque minha vida mudou completamente em um curto período. O que realmente me assustava era o fato de imaginar que viveria a mesma situação que a minha mãe. Pensar que o bebê poderia sentir o mesmo que eu, sofrer a mesma tristeza de apresentar um trabalho para o dia dos pais e não ter ninguém a quem entregar ou ter que ouvir as brincadeiras maldosas de seus colegas de turma dizendo que seu pai te abandonou porque você é um ser desprezível.

— Não deve ter sido fácil. - Digo, limpando uma fina lágrima que descia pelo rosto delicado de Felicity. Ela suspira e acaricia a barriga mais uma vez. - Mas eu não vou permitir que Thea sofra o mesmo. Nós somos uma família, certo? - Pergunto, incerto de sua resposta.

— Sim. Nós somos uma família. - Responde Felicity, abrindo um lindo sorriso. Aproximo-me apenas para roubar um singelo beijo. E então, quando me afasto, ela coloca a mão na lateral do meu rosto e o acaricia. Beijo sua mão, apreciando o carinho. - E é por sermos uma família que não posso deixar que vire as costas para o seu pai. Apesar de tudo que fez, ele ainda é seu pai, o responsável por você existir. Além disso, você me conhece muito bem para saber que eu não aguentaria ficar no jornal de braços cruzados, sabendo que você está correndo risco de vida. Já que você é o único que pode evitar a morte de seu pai, eu irei com você. 

— Eu não vou virar as costas para o meu pai, ainda que em alguns momentos isso seja muito tentador. - Respondo, voltando a prestar atenção no trânsito. Aos poucos, os carros começavam a andar novamente. - Eu apenas não estou disposto a arriscar sua vida e a de Thea por causa das consequências das próprias ações deles.

— O que quer dizer com isso? - Pergunta Felicity, confusa.

— Quando eu tinha cerca de quatro ou cinco anos, o jardineiro da família pediu demissão. Como o jardim era grande mais para que os outros empregados da casa pudessem cuidar, minha mãe resolveu contratar um novo. Foi assim que conheci Carlos Ramirez, um homem um pouco mais velho que meu pai e o mais próximo que tive de uma figura paterna por alguns anos. Ele tinha sete filhos e veio do México para conseguir uma vida melhor. Minha mãe se sensibilizou com a história sofrida dele e o contratou junto com a esposa. Como tínhamos uma casa onde, às vezes, nossa governanta dormia, nos fundos da mansão da minha família, ela permitiu que eles morassem naquele lugar. Não era muito grande, mas para quem não tinha nada, aquilo era muito. 

Os carros começam andar e finalmente o trânsito começa a fluir. Sem esperar muito, aproveito a oportunidade para me adiantar e ultrapassar os outros veículos, consciente que não havia muito tempo sobrando para meu pai. Felicity permanece em silêncio, esperando pacientemente que eu continuasse a história. Provavelmente, sentia que se me interrompesse, era possível que eu não conseguisse contar o que havia por trás do dia onze de julho.

— Eles então começaram a trabalhar para minha família. O senhor Ramirez como o jardineiro e a senhora Ramirez como minha babá, ainda que não fosse necessário, afinal, minha mãe estava sempre presente. No entanto, por causa disso, acabei me afeiçoando a família, em especial, a Rene Ramirez. Ele era o filho caçula. O único homem no meio das seis irmãs mais velhas. Por ser apenas dois anos mais velho que eu, nós conseguíamos brincar sem grandes problemas, ainda que tivesse que ser escondido de meu pai. Ele se tornou meu melhor amigo e era divertido brincar no jardim da mansão enquanto ajudávamos o pai dele. Ele era animado, hiperativo e muito criativo, ao contrário de mim, que preferia a biblioteca de casa e brincadeiras mais calmas. Mas, ainda assim, nós nos entendíamos muito bem. - Dou uma pausa, apenas para garantir que tinha a atenção de Felicity. Ela continuava a me encarar com curiosidade e concentração. - A nossa brincadeira favorita era de fingir que éramos detetives e que desvendávamos inúmeros mistérios como Sherlock Holmes. E foi assim que o apelido de Revilo começou. Eu era o detetive Revilo e ele o detetive Ener. Para nós, era engraçado sempre que dizíamos esses nomes. 

— Espere um pouco. Você está me dizendo que seu amigo de infância, Rene Ramirez, é o responsável por todas essas mortes? - Pergunta Felicity, surpresa. Balanço a cabeça, concordando. - Mas se vocês eram crianças e se davam bem, por que ele quer se vingar de você a ponto de matar pessoas? Isso não faz sentido!

— Não é de mim que ele quer se vingar. É do meu pai. - Respondo e Felicity me encara ainda mais surpresa. - Ele quer se vingar do responsável pela morte de seus pais e irmãs. 

— Seu pai matou a família dele? Por quê? - A cada nova informação, mais a mente de Felicity parecia se encher de perguntas.

 - O senhor Ramirez era um homem muito bom, justo e honesto. Por ter um coração tão bom, ele confiava muito fácil nas pessoas e isso acabou sendo um de seus erros. Sabendo da inocência do mexicano, meu pai e seus sócios usaram o senhor Ramirez para levar toda a culpa pelos crimes que cometiam, como roubo de informações, lavagem de dinheiro e propina. Sem saber, o homem assinava documentos sem ler com a orientação de meu pai. No entanto, assim que descobriu o que estava acontecendo, ele ficou possesso e foi ir atrás de satisfações. O seu segundo maior erro foi dizer a meu pai que contaria tudo a polícia e para a mídia, que meu pai e seus sócios deveriam pagar pelos crimes que cometeram. - Conto, não demorando a chegar a rua onde passei a minha infância inteira. - Então, meu pai contratou um homem que pudesse calar a boca de Carlos Ramirez de uma vez por todas.

— E esse homem foi Charles Brandon. - Supõe Felicity, começando a ligar e entender os pontos soltos da história.

— Exatamente. - Concordo, suspirando. - Naquela noite, exatamente vinte anos atrás, eu pedi que Rene dormisse comigo. Como eu sabia que meu pai ia passar a noite fora, não haveria problema algum. No entanto, durante a madrugada, uma fumaça escura começou a entrar em meu quarto. Assustados, Rene e eu acordamos e corremos para a janela do meu quarto para saber o que estava acontecendo. A casa onde a família Ramirez morava estava em chamas. Os gritos de suas irmãs presas nos deixavam assustados. E, tomado por uma coragem indescritível, Rene correu em direção a casa.

"Ainda que fossemos crianças, não podíamos deixar que a família de Rene morresse queimada. Assim que chegamos lá, descobrimos que as portas da casa estavam trancadas, mas vimos um homem saindo pela janela. Apesar de perto, por causa da fumaça, eu não consegui ver o rosto do homem, mas Rene sim e eu imagino que ele nunca tenha se esquecido da face daquele que matou seu pai e sua mãe a tiros e depois colocou fogo na casa. Sem muito tempo para pensar, o garoto entrou pelo mesmo lugar por onde o bandido havia saído e foi atrás de sua família. Naquela época, eu me lembro que respirei fundo e entrei junto com ele. Não podia deixar que meu único amigo se machucasse. E só foi quando eu entrei naquele lugar completamente tomado pelo fogo foi que eu entendi que eu, uma criança de oito anos, jamais poderia salvar a vida de nove pessoas.

Entretanto, aos ouvir os gritos de Rene, procurando pelas irmãs, eu precisei criar coragem para ajudá-lo. Nós dois procurávamos pela família, mas não havia sinal de nenhum deles. Foi então que quando conseguimos entrar na cozinha foi que vimos o senhor Ramirez morto próximo ao fogão da casa com diversos tiros em seus tórax, enquanto a esposa estava nos braços de sua filha mais velha, Ramona. A mulher chorava desesperada, rodeada por mais dois corpos, Roberta e Rachel, as irmãs do meio.

As duas também haviam sido mortas à tiros pelo homem que invadiu a casa da família. Quando notou a presença do irmão mais novo, Ramona abandonou o corpo da mãe e se desesperou. Eu lembro que ela correu ao nosso encontro e nos abraçou apertado. Depois disso, ela puxou nossos braços e nos levou para o quarto dos pais, onde estavam as outras três irmãs de Rene, Rebeca, Rute e Rosa. 

Nesse momento, quando tento me recordar de tudo, minhas memórias ficam um pouco confusas. Mas lembro de termos nos reunido no quarto e pensado em uma forma de chegar a janela pela qual havíamos usado para entrar. O problema foi que as chamas estavam tomando conta do lugar e não demoraria muito para que a casa desabasse. Corremos o máximo que conseguimos em direção a nossa única saída. No entanto, uma viga de madeira caiu sobre nós e eu não me lembro de mais nada além de acordar no hospital com a cabeça enfaixada. Os únicos que conseguiram ser resgatados antes que o gás da cozinha explodisse, matando a família Ramirez inteira, foram Rene e eu.

Minha mãe ainda estava grávida de Thea e foi realmente um susto para ela. Como bati a cabeça com muita força, perdi algumas partes das minhas lembranças e com o afastamento de Rene com o nascimento e perda de minha irmã mais velha, acabei me esquecendo da família Ramirez.

Mas lembro de ter visto alguns documentos relacionados a família de Rene no escritório de meu pai. Eu também sabia que ele havia sido responsável pela morte da família que cuidava da nossa mansão, além de ter ouvido a conversas de meus pais, certa vez, quando minha mãe acusou meu pai de assassino e criminoso, que ele havia sido responsável pela morte da família Ramirez.” – Concluo, aproximando-me da casa onde morei até meus dezoito anos.

— Então você está supondo que Rene sabe que seu pai foi responsável pela morte de seus pais e por isso ele procura vingança? – Questiona Felicity, pensativa.  

 - Exatamente. - Concordo, estacionando o carro próximo a mansão de minha família. E como eu imaginei, o carro do meu pai já estava no lugar. Meu celular vibra. É uma mensagem de Tommy, informando que já havia entrado em contato com os detetives responsáveis pelos casos de Rene. - Fique aqui e espere a polícia chegar. Conte a eles sobre a identidade de Bruce Wright. Eu vou entrar e ver se meu pai está bem. 

— Não mesmo! Eu vou com você. - Afirma Felicity, tirando o cinto. - Nós começamos essa perseguição louca juntos e vamos terminá-la juntos. 

E sem esperar que eu continuasse a insistir que ela ficasse, Felicity abre a porta do carro e sai. Atenta a qualquer sinal de Rene e seus capangas, elas se aproxima da entrada da mansão, observando o lugar. Saio do carro e pego me celular, esperando o momento em que Rene entraria em contato comigo, assim como fez das outras vezes. No entanto, assim que a loira que me acompanhava para de andar e faz sinal para que eu ficasse quieto. Aproximo-me de Felicity, lentamente.

— Eles chegaram. - Sussurro e ela balança a cabeça, concordando.

— O que você tem em mente? - Pergunta Felicity, observando a movimentação da mansão. Pelas grandes janelas ao lado das escadas da mansão, era possível vê-los se encaminhando para o segundo andar. 

— A casa onde a família de Rene morava era ali. – Aponto para o lugar que estava abandonado há vinte anos e que se encontrava atrás da mansão de minha família. – Se ele realmente deseja se vingar, tenho certeza que levará meu pai ao cenário onde ele viu sua família ser destruída.

— E como chegaremos até lá sem sermos vistos? – Pergunta Felicity, relembrando da grande vidraça que tinha a vista voltada para a casa onde a família Ramirez viveu.

— Por aqui. – Digo, pegando na mão de Felicity para guia-la pelo caminho que eu fazia com frequência quando criança.

Dando a volta no jardim da casa vizinha, aproximo-me da parede da parede viva que havia no limite no lote das duas mansões. Por sorte, a mansão ao lado também parecia estar abandonada, então conseguimos nos mover sem grandes problemas. Quando enfim chegamos ao ponto que eu gostaria, levanto as folhas que tampavam o grande buraco que havia na parede. Eu sou o primeiro a rastejar pelo buraco até chegar ao outro lado. Felicity me segue, curiosa com o caminho que eu havia escolhido.

— Como você sabia dessa passagem? – Pergunta a loira, surpresa por estarmos em frente à casa de Rene.

— Quando criança, eu era restritamente proibido de ter contato com os empregados e qualquer um que meu pai considerasse que era abaixo da nossa classe social. Assim, Rene criou essa passagem para que eu pudesse vir a sua casa para brincar com ele e suas irmãs mais velhas. – Revelo, suspirando ao observar a casa que em nada parecia com a que havia antes de ser destruída pelo fogo. Sinto a mão de Felicity se entrelaçar a minha.

— Vamos? – Felicity me encara confiante.

Balanço a cabeça, concordando. Aperto um pouco mais a sua mão e a guio para dentro da casa. Após o incêndio, a casa passou por uma grande reforma enquanto eu ainda permanecia no hospital. As paredes de entrada que antes eram amarelas vibrantes se tornaram brancas como a neve. E antes que entrássemos na casa, o alto barulho de gritos do meu pai vindo da mansão nos relembra que não estávamos sozinhos.

Sem tempo para entrar, nós nos escondemos na lateral da casa e vimos, como das outras vezes, Rene e mais três homens, todos usando roupas pretas e toucas da mesma cor que serviam para cobrir seus rostos, arrastando meu pai em direção a residência reservada aos funcionários da mansão, quando eu e minha família ainda vivíamos no lugar.

— Quem são vocês? – Grita meu pai. Com cuidado para não ser visto, aproximo-me da ponta da parede e espio de soslaio o que acontecia próximo. Meu pai se debatia e gritava cada vez mais alto. Seus braços estavam amarrados, assim como suas pernas e ele era arrastado sem piedade nenhuma. – Vocês vão pagar caro pelo que estão fazendo comigo!

— Cala a boca! – Grita Rene, dando um chute no rosto de meu pai assim que chegaram a entrada da casa. Homem parece ficar zonzo e abaixo o rosto, quase inconsciente. O criminoso então se vira para a porta e ao mexer na fechadura, percebe que ela estava trancada. Sem hesitação, Rene chuta a porta com força o suficiente para abri-la em apenas um golpe. – Vamos.

Os quatros homens, arrastando meu pai, entram na casa pouco tempo depois. Viro-me para Felicity e levo meu dedo a minha boca, pedindo que ela ficasse em silêncio. Após receber um assentir em resposta, faço sinal para que Felicity me seguisse e começo a me mover cuidadosamente. A cada passo dado, mais em alerta eu ficava. Meu corpo todo me dizia que era uma péssima ideia confrontar Rene dessa forma, mas eu não tinha muitas opções.

O som de chutes e socos dados em meu pai ecoavam pela sala. Olho de soslaio pela porta de entrada e vejo Rene sentando no sofá da sala, enquanto seus capangas torturavam meu pai. Ele se levanta e vai até a cozinha da casa e parece encontrar um whisky no meio das poucas coisas que haviam ficado na casa. Ele pega um copo e o enche com a bebida. Satisfeito, ele fecha a garrafa, cantarolando.

Após um generoso gole na bebida amarronzada e volta para a sala, balançando a cabeça, como se os gritos e resmungos de dor de meu pai fosse a sua melodia preferida. O homem então se senta no sofá de frente para o homem que era torturado e retira sua touca, finalmente revelando a sua face. Ele toma mais um gole de whisky e se senta de maneira relaxada, observando o show de tortura a sua frente.

— Você não sabe o quanto eu desejei que esse momento chegasse. – Comenta Rene, lançando um olhar perigoso a meu pai. Ele então levanta sua mão e os homens param de bater em Robert. O homem então cai no chão e tosse incessantemente, cuspindo o sangue que havia em sua boca. – Por que não tenta implorando por sua vida?

— Vá para o inferno! – Grita Robert, avançando na direção de Rene, mas é parado por uma coronhada dada por um dos seus homens.

— Eu não faria isso se fosse você. Me atacar pode ser a sua maior burrice. – Rene se levanta. Meu pai continuava no chão, gemendo de dor. Os três capangas com as armas apontadas na direção de seu inimigo. – Não sabe o quanto esperamos por isso.

— Quem...são...vocês...? – Questiona meu pai com dificuldade.

— Somos as vítimas dos seus inúmeros ataques. – Responde Rene, abaixando-se. Ele pega no rosto do meu pai e o obriga a o encarar. – Quatro das inúmeras pessoas que você usou e descartou sem qualquer consideração. E no caso de nós quatro, pessoas que perderam entes queridos por sua causa. Por acaso você se lembra dos nomes Carlos e Linda Ramirez? Benjamin Smith? Wilker Orwell? Isaac Bellmont?

— E por que eu deveria lembrar? – Responde meu pai de maneira arrogante.

De repente, um dos capangas de Rene saca sua arma e atira na perna de meu pai. Felicity se encolhe atrás de mim e leva as mãos ao ouvido. Prendo minha respiração sem saber qual seria a próxima ação do grupo. Rene lança um olhar severo ao homem que ainda demonstrando sua fúria, abaixa sua arma. Meu pai gritava de dor, encolhendo-se.

— Você é realmente um grande filho da puta, Robert Queen. Mesmo nessa situação, você continua arrogante e se acha superior às pessoas. – Comenta Rene, encarando meu pai com desprezo. Ele se levanta e pisa sobre a mão de meu pai que cobria o local baleado. Meu pai grita ainda mais de dor. – Essas pessoas que citei foram importantes para alguém. Então você...deveria...sim...se...lembrar...delas! – A cada palavra pausada, mais forte Rene pisava sobre a perna machucada de meu pai.

— Oliver... – Felicity sussurra, colocando a mão em meu ombro, como se me alertasse que eu precisava agir.

— Rene! – Grito, aparecendo na sala. As armas são apontadas para mim.

— Revilo! Você finalmente descobriu quem eu sou? Como era de se esperar do detetive mais habilidoso de Star City. – Rene então se afasta de meu pai e faz sinal para que os homens abaixassem suas armas. – Espero que não esteja aqui para me impedir.

— Você matar meu pai não vai mudar nada, Rene. Pare com isso. – Digo, aproximando-me com cautela do homem. – Não estou defendendo as atitudes de meu pai. E eu entendo que queira se vingar dele. Eu juro que também quero. Mas mata-lo não vai trazer seus pais, suas irmãs ou a família de seus amigos. Não vai trazer minha mãe e minha irmã.

— E você sugere que eu o deixe viver como se nada tivesse acontecido? – Ironiza Rene, rindo descrente. – Você já foi mais inteligente, Revilo.

— Eu apenas acho que não vale a pena sujar suas mãos por um lixo como ele. – Explico à Rene, que ri ainda mais.

— Tão inocente. – Responde o mexicano, que em seguida dá um último gole em sua bebida. Ele joga o copo no chão, próximo ao meu pai, que se encolhe ao ouvir o vidro se quebrando. – Isso é ridículo! Eu vivi a minha vida inteira desejando que seu pai pagasse pela morte dos meus pais e irmãs e você vem com um discurso ridículo moralista achando que isso realmente vai me fazer mudar de opinião? Olhe para mim, Revilo. Olhe para cada um de nós. Não temos nada a perder. E se isso te faz se sentir tão mal, pense assim. Nós somos garis que estamos exterminando o lixo tóxico da sociedade.

— Não posso deixar que você mate meu pai, Rene. – Afirmo, aproximando-me ainda mais dele.

— Ele não é o seu pai, lembra? Você vivia me dizendo isso quando criança. Por que mudou de opinião agora que se tornou adulto? – Rene fica a poucos centímetros de mim. Em suas mãos estava uma arma engatilhada, pronta para atingir qualquer um que tentasse o impedir. – E não me diga que ele mudou com você. Tenho acompanhado você de perto, por muitos anos, para saber que isso não é verdade.

— Tem razão. Meu pai não mudou. Tudo continua a mesma droga de sempre. Ele continua sendo o maldito babaca que me faz ter vergonha de carregar o mesmo sangue que ele. E a cada dia que passa, mais longe dele eu quero ficar. Mas nada disso muda o fato de que ele é o meu pai. Por mais que eu lute contra isso e que queira brigar com o mundo por causa disso, nada vai adiantar. Ele continua sendo o homem que minha mãe mais amou nessa vida. Continua sendo o homem que virou as costas para mim quando eu mais precisava de um apoio paterno. Continua sendo a pessoa que preferiu ficar com as amantes do que cuidar da família que estava cada vez mais próxima do fim. – Encaro Rene com intensidade. – E é por esse motivo que eu quero que ele vá preso e pague de maneira justa por todos os crimes que cometeu. A justiça deve ser feita, mas não pelas suas mãos, Rene.

— Justiça. – Rene repete e ri, sarcástico. – A mesma justiça que disse que meu pai foi quem atirou nas próprias filhas, esposa, colocou fogo na casa e se matou? A mesma justiça que ignorou diversos crimes apenas porque seu pai tinha dinheiro suficiente para manipulá-la. Não me venha com essa, Oliver. Essa justiça que você tanta fala e que acredita não passa de uma utopia. Não existe. Pessoas como eu e esses caras aqui nunca terão a justiça ao seu lado.  

Rene então vira a arma para meu pai, pronto para atirar. Seguro sua mão e começamos uma luta para ver quem conseguiria ter o controle da arma engatilhada. Em certo momento, um tiro é dado para cima. Rene continuava a tentar puxar a arma para si, mas eu não estava disposto a soltar. Os outros três homens apontavam suas armas para nós, mas como nos moviam demais, eles pareciam hesitar com medo de acertar Rene.

— Matá-lo não vai te fazer se sentir melhor, Rene! – Grito, enquanto permanecíamos naquela luta pelo controle da arma.

— Talvez não! Mas eu prefiro pagar para ver. – Afirma em resposta.

Eu então acabo empurrando o corpo de Rene contra a estante que havia na sala. A arma voa para longe de sua mão. Rene então me dá um soco e um chute, que me fazem cair no chão. Ele tenta voltar a pegar sua arma, mas eu puxo sua perna e o faço cair. Em seguida, dou uma série de socos em seu rosto. Ele se debate e, inesperadamente, consegue mudar as posições.

Após dar três ou quatro socos em mim, Rene se aproveita que eu estou desorientado e pega a arma que estava jogada um pouco distante de nós. Ele engatilha a arma e se vira para atingir meu pai. Soco sua barriga e quando ele arfa, sem ar, dou mais um golpe em seu rosto. Ele cai e eu aproveito para sair debaixo dele. Os homens de Rene finalmente ganham a chance que queriam para atirar em mim, mas Rene ainda parecia apreciar muito a minha vida.

— Não atirem nele! – Grita Rene, ainda desorientado.

— Mas...

— Não atirem nele! – Repete o homem, interrompendo um de seus capangas. No entanto, dessa vez havia sido de maneira dura e mais consistente. Ele então se levanta e encara os três homens de soslaio. – Esse assunto se refere apenas a Oliver e eu.

— Larga essa arma, Rene. Desista dessa loucura enquanto ainda dá tempo. Eu prometo que...

— Que o que, Revilo? Que vai conseguir que eu seja inocentado? Que eu vou poder seguir minha vida e que vou conseguir algo melhor? – Rene balança a cabeça, negando. – Eu já matei três pessoas. Eu já fui longe demais para desistir. Eu não me importo com o meu futuro, desde que Robert Queen possa pagar por tudo o que fez com a minha família. Você é um cara legal. Sempre foi. Talvez a única pessoa boa que já existiu nessa sua família compostas por covardes e assassinos. Você foi meu melhor amigo por anos. Mas nem mesmo você pode me impedir.

E mais uma vez, enquanto ele tenta acertar meu pai, eu me lanço para cima de Rene. Nós voltamos a nossa luta pelo domínio da arma que estava em suas mãos, mas, por já está muito cansado e machucado, acabo caindo e levando o outro ao chão. Quando Rene está prestes a me dar uma coronhada, Felicity aparece na sala e corre em nossa direção. Ela pega um abajur que estava próximo ao sofá e joga contra Rene.

Atordoado, Rene cai. Felicity ainda acerta um chute no meio das pernas do homem que geme de dor e se encolhe. Os homens de Rene finalmente parecem se recuperar do choque de ver uma gestante correndo de salto alto com um abajur nas mãos e se preparam para atirar. Puxo Felicity para o chão e uso meu corpo como escudo. De repente, diversos tiros são disparados dentro da casa.

No entanto, para a minha surpresa. Mesmo com o fim do tiroteio, eu não sentia uma dor dilacerante como pensei que sentiria. Aos poucos, afasto-me de Felicity e a encaro, assustado. Procuro qualquer sinal de machucado que pudesse haver na loira, mas felizmente, ela não havia se ferido. Abraço-a com força, sem nem mesmo me importar com o que acontecia ao nosso redor.

— Oliver... – Ela sussurra, tentando se afastar, mas ao sentir meu aperto se tornar ainda mais intenso, ela corresponde ao gesto. – Nós estamos bem. Não se preocupe.

— Por que você fez isso? – Sussurro, respirando pesado. Era como se eu tivesse corrido uma maratona.

— Eu só não podia deixar que ele matasse o homem que eu amo. – Murmura e meu coração se aquece com a declaração.

— Eu amo tanto vocês. Por favor, nunca mais faça algo tão estúpido como isso. – Imploro e me afasto apenas para encarar seus olhos brilhantes. – Por favor.

— Tudo bem. – Ela responde, acariciando meu rosto. Fecho meus olhos, aproveitando do aconchego que suas mãos me proporcionavam.

— Vocês estão bem? – Ouço a voz de Tommy ecoar. Abro meus olhos e apenas para ver meu melhor amigo correr em nossa direção. Ele agarra meus ombros e me analisa como um pai preocupado. Em seguida, ele faz o mesmo com Felicity. Ele suspira aliviado e nos encara assustado. – Ah, graças a Deus!

Somente nesse momento começo a prestar atenção na sala de estar da casa. Os três capangas de Rene estavam no chão. A polícia se espalhava pelo cômodo, armados, e verificavam o estado dos homens, confirmando em seguida o que eu já desconfiava. Eles estavam mortos. Rene estava deitado no chão, com os braços esticados, enquanto encarava o teto do lugar que foi o início e o fim dessa história que se insistiu por vinte anos.

Meu pai estava desacordado ao nosso lado. Corro para verificar a resposta do policial que o avaliava. O homem estava bastante machucado e parecia ter perdido muito sangue. Seu rosto estava inchado pelos golpes que recebeu e ele nunca pareceu tão vulnerável como naquele momento. O policial chama o pronto-socorro no momento em que eles invadem a sala.

— Ele está vivo, mas seus sinais vitais estão ficando fracos. Precisam levá-lo imediatamente para o hospital. – Avisa o policial e imediatamente a equipe se dispõe a fazer o que havia sido orientado.

Observo meu pai e Rene, que estava sendo levado pela polícia, e suspiro. Tudo havia acabado, mas eu não me sentia bem. Eu não estava feliz. Todas as mortes e traumas poderiam ter sido evitados se não fosse pelo meu pai. Se não fosse pela ganância e a sede de poder que o levava a passar por cima das outras pessoas sem qualquer piedade, Rene e os outros ainda poderiam ter suas vidas. Tudo poderia ter sido diferente.

— Acabou. – Sussurra Felicity, abraçando-me com carinho. Correspondo ao gesto, inspirando o cheiro suave de seu perfume que era como um calmante para mim. – Finalmente chegamos ao fim desse mistério.

— Sim. – Respondo, suspirando. Sinto um chute forte de Thea vindo da barriga de Felicity. Sorrio e me ajoelho para ficar na altura da barriga da loira e encosto minha testa, fechando os olhos para sentir os pontapés da bebê. Felicity acaricia meu cabelo e eu quase conseguia ver o sorriso terno que havia em seus lábios. – Obrigado por existirem. Eu amo vocês.

— E nós amamos você. Obrigada por não desistir da vida. – Afirma Felicity, beijando o topo de minha cabeça.

Não consigo evitar que um sorriso crescesse em meu rosto. Ainda que eu estivesse dolorido e que tudo ao nosso redor se resumisse a sangue e móveis quebrados, naquele momento, eu finalmente me sentir em casa. Eu finalmente sentir que eu estava em paz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oii Cupcakes ♥! O que acharam? Finalmente descobrimos quem é Bruce Wright. Vocês ficaram surpresos? No próximo capítulo teremos muita fofura de Olicity para compensar esse capítulo mais sério. Ah, e isso me lembra que estamos chegando ao fim da história. Faltam no máximo quatro capítulos. Espero que gostem do desfecho da história. Enfim, como sabem, os links dos grupos dos leitores está logo abaixo. Entre e se divirtam com a gente. Beijocas e até mais ♥

Cupcakes da Lara: https://www.facebook.com/groups/677328449023646
Família Cupcake 2.0: https://chat.whatsapp.com/E6wkn6DU0rR0IoR0d3EOLi



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eu, Ela e o Bebê" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.