Eu vi as lagrimas salgadas escorrerem pela minha face inchada. Meus dedos não paravam quietos em meu colo, tremendo assim como meu corpo, o frio da pernoite invadindo e pequeno e solitario quarto. 

 Sozinha. 

 Minhas dores, as lagrimas, as pedras que me acertavam, cessaram de repente, como uma lastima, um alivio. 

 Meus fantasmas se afastaram.

 Meus demonios se esconderam.

 Os pecados me foram perdoados. 

 Meu eu esgotado chorou de alivio, sendo então levado, finalmente, á escuridão eterna.

 Lutei contra meus monstros, incessavelmente. Recolhi meus escudos, larguei minhas espadas, e andei em meio ás brasas. O fogo queimou-me a pele, arrancando gritos que não podiam ser ouvidos. Solitaria com meus problemas, lutei contra o mundo. Sozinha fui deixada, largada como um lixo, sem valor, sem vida. 

 Finalmente, a lamina do inimigo me corta o pulso, tornando meus desejos concedidos. O vermelho me tornou um ser humano outra vez. A dor e as lagrimas não me fizeram sofrer. 

 Pela primeira vez pude sorrir. 

 Fui abraçada lentamente pela escuridão, minha querida amiga. O sono me levou, a morte me carregou nas costas. 

 Solitaria fui libertada.