Quando Hyukjae não está em casa escrita por Hyukshi


Capítulo 1
Capítulo único: Quando Hyukjae não está em casa




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Quando Donghae está sozinho em casa, esperando Hyukjae voltar da universidade, ele gosta de pegar seu velho CD player portátil e ouvir alguns CDs antigos, da época em que ele era um adolescente. Mas, quando ele está com preguiça o bastante para pegá-lo em seu quarto, ele usa seu celular e seu headphone branco para ouvir algumas músicas mais recentes. Ele se senta no sofá de dois lugares e fica olhando pela janela, vendo pessoas passarem pela calçada. Sua cabeça balança no ritmo da música, e ele faz um bico de quem não parece estar se divertindo, e sim levando uma bronca por ter deixado a cueca na pia.

Quando Hyukjae vai até algum lugar e pretende demorar, Donghae arruma a casa para deixá-la confortável para os dois. Ele passa um pano por onde a poeira é aparente, organiza as prateleiras, arruma simetricamente os porta-retratos e recolhe alguns papéis jogados pelo chão. Depois disso ele toma um banho rápido, e arrisca alguma coisa na cozinha. Bolinhos, tortas, kimchi – absolutamente tudo o que ele faz sai uma desgraça, e, desastrado do jeito que é, a cozinha torna-se irreconhecível. Mas, mesmo assim, ele os coloca na geladeira para depois poder mostrá-los à Hyukjae, na esperança de que ele goste e elogie.

Hyukjae nem sempre faz isso, mas, na maioria das vezes, diz: “Você deu o seu melhor? Então, eu gostei!”

Quando Hyukjae não está em casa, Donghae cochila no sofá depois de chegar da aula e, durante uns 40 minutos, ele desliga sua mente por completo, para depois reconectá-la novamente aos seus pensamentos sobre ele. Donghae pega seu caderno de capa dura que esconde em uma das gavetas da estante da sala e o abre em qualquer folha em branco. Então, sua mão começa a colocar no papel tudo o que chove em sua mente. 95% dos pensamentos têm a ver com Hyukjae, e os outros 5%, com o amor que Donghae sente por Hyukjae. Novamente, ele escreve “Estou escrevendo isso na esperança de um dia você fuçar nessa gaveta e encontrar esse caderno estranho. Eu sei que você vai folheá-lo, porque é curioso, e também sei que vai chorar ao ler tudo o que escrevi nessas linhas.” Quando Hyukjae não está em casa, Donghae aproveita para ir até o quarto dos dois, se jogar na cama e sentir o cheiro do travesseiro dele. Cheira a shampoo e colônia. Nunca muda, Donghae pensa e ri. Donghae abre o armário, sentindo o cheiro das roupas dele, tocando, no criado-mudo, as coisas dele, abrindo a gavetinha do móvel e encontrando seu óculos quebrado e um monte de cacarecos velhos.

Donghae desce as escadas, senta-se no chão e olha no relógio de parede, vê que ainda falta muito tempo para Hyukjae finalmente chegar. Donghae está cansado, com fome, com sono, com tédio, com vontade de queimar seus cadernos e livros – tudo o que ele queria agora era ele. Seu celular o chama, é uma mensagem. Ela diz: “Peça uma pizza, nossos sabores favoritos. Vou chegar mais cedo.” Donghae quase explode pela ansiedade de poder vê-lo mais cedo nessa sexta-feira. Ele pede a pizza, mas antes disso, errou o telefone da pizzaria, pelo menos, umas três vezes.

Donghae tem medo da pizza chegar antes de Hyukjae, e esfriar. Ele não quer comer sozinho. Mas, 15 minutos depois, a chave gira pelo lado de fora e Hyukjae joga a mochila no chão. Donghae levanta de uma das cadeiras da cozinha e vai até a sala, vendo como ele é lindo. “Boa noite, meu amor.” Hyukjae não responde, apenas lhe devolve o olhar. Os corpos lentos se aproximam, chocando-se em um abraço demorado, como se fosse o último da vida de ambos.

O coração de Donghae acelera, como acelerava há 2 anos atrás. Hyukjae sorri, como sorria há 2 anos atrás. Como se aquele fosse o primeiro abraço apaixonado de ambos, como se fosse a primeira vez que a amizade era deixada de lado para dar espaço a um outro sentimento. Eles riem, juntos, como tolos, por manterem esse tipo de pensamento em um momento desses. “A pizza já chegou?”, pergunta Hyukjae, ainda sorrindo. “Não, mas tem alguns bolinhos de quarta-feira, quer?”, Donghae responde, dando as costas e voltando para a cozinha.

Ambos sentam-se nas cadeiras de madeira. “Não quero, Donghae. Jogue esses bolinhos no lixo! Eles ficaram duros. Amanhã te ensino, de novo, como fazer.” Donghae o olha, fingindo estar bravo, franzindo a testa “Eu fiz esses bolinhos com amor!” Hyukjae o ignora, balançando as mãos no ar “Então seu amor deve estar duro. E queimado.” Ele ri, e Donghae lhe dá um soco no braço, também rindo “É o único amor que eu tenho, me desculpe.” Os dois ficam sérios, Hyukjae se sente um pouco mal pelo silêncio, dizendo: “Donghae, seus bolinhos são realmente péssimos, mas, seu amor… Eu suspeito que ele deva ser o melhor que existir neste mundo.”

Donghae ri timidamente, olhando para baixo, enquanto sente uma sensação maravilhosa percorrer por todo seu corpo. Hyukjae o observa com o rosto apoiado nas mãos e um sorriso bonito nos lábios. Estavam tão absortos em seus pensamentos um sobre o outro que mal perceberam o barulho da motocicleta aproximando-se, e o entregador apertando a campainha, cortando um momento maravilhoso para avisar que a pizza havia chegado.


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