Everything Sucks? escrita por Andreza Cullen


Capítulo 4
Don't Look Back In Anger


Notas iniciais do capítulo

LINK: https://www.youtube.com/watch?v=YMPIrHkFhcw



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Depois que terminei de ajudar Tyler, fui procurar por Kate. Eu precisava colocar as cartas na mesa e tirar essa historia a limpo, não era justo com nenhuma das duas ficar com estes joguinhos de “quem vai falar primeiro”, até porque ela já havia deixado bem claro que alguma coisa tinha ali, e agora que a historia com o Luke estava esclarecida nada mais estava no meu caminho.

Pensei muito sobre o que Tyler disse enquanto eu resolvia suas questões. Oliver não tinha a melhor fama do mundo. Ele nunca me traiu, é claro, mas ele também nunca deixou claro o que éramos. Para a escola nós éramos namorados, a cara metade um do outro, mas ele nunca nem me disse que tínhamos um relacionamento ou algo assim. Kate não é assim, ela não precise que eu desconfie dela a cada passo que ela dá como eu havia feito na viajem, tirando conclusões precipitadas. Merecíamos uma conversa e era isso que teríamos.

Depois de ir até o clube do vídeo sem sucesso, fui até o seu armário. Assim que virei no corredor alguma coisa me deixou com um frio na barriga ao vê-lá conversando com Leslie. Ok Emaline, você consegue fazer isso. É agora ou nunca garota.

— Quem é você e o que você fez com a Emaline? – ela perguntou enquanto eu me aproximava. Leslie, por alguma razão, havia se mandado.

Revirei os olhos mas logo depois lhe lancei um sorriso. Não queria que ela pensasse que eu voltara a agir como uma babaca com ela.

— Podemos conversar?

Estamos ambas sentadas na escadaria que dava de frente para a biblioteca. Devíamos ter alguns minutos até que o sinal batesse e aquilo ficasse amarrotado de pessoas.

— Sabe – comecei, e tenho certeza eu estava vermelha, o que não era nada comum para mim – Eu não queria ter te ignorado no ônibus, aquilo foi babaquice da minha parte.

— Tudo bem, aquilo não foi nada – Kate se apressou em responder. Era obvio que nós duas estávamos completamente tensas e nervosas, mas o clima não estava desagradável.

Vamos lá Emaline, pergunte. Você nunca foi uma pessoa envergonhada, não é a melhor hora para começar agora.

— O que – comecei, e senti minha voz tremula. E se fosse tudo da minha imaginação? E se para ela eu fosse apenas uma amiga? Ela estava me olhando, esperando que eu continuasse – O que você me disse naquela noite, é verdade?

Aqueles foram os segundos mais eternos da minha vida. Ela abriu e fechou a boca algumas vezes, desviou o olhar e depois voltou a olhar para mim.

— Sim – sua resposta foi quase um sussurro. O rosto de Kate assumiu um vermelho vivo, e eu acreditava que o meu estava bem parecido.

— Você tem certeza?

— Sim – agora sua voz saiu mais alta e apressada. Eu acreditava nela, confiava nela, mas precisava ouvir da sua própria boca.

— Bom, você e o Luke pareciam estar se dando muito bem na via...

— Nós somos só amigos, só amigos! – ela se apressou em dizer, aliviando o frio na barriga que eu estava sentindo. Um sorriso surgiu involuntariamente no meu rosto e o dela me espelhou. Cheguei mais perto, embora uma distancia considerável ainda nos separasse.

— Eu quero você – olhei bem fundo na imensidão castanhas dos seus olhos enquanto afirmei.

Ela parecia estupefada, sua boca se abriu algumas vezes mas nada saiu de lá. Antes que ela conseguisse pensar em algo para dizer ou antes que minha coragem me abandonasse continuei.

— Eu quero você porquê eu me sinto bem, confortável e segura ao seu lado. Eu quero você porquê você me faz sentir coisas estranhas, coisas que me deixam confusa a frustrada, mas que me deixa feliz. Quero você porquê, por mais idiota que eu tenha sido, você nunca deixou de ser legal comigo, e quando eu precisei você estava lá, e eu só quero me bater por não ter percebido, ou querer perceber, antes.

Falei devagar, absorvendo cada frase que eu falava tendo certeza que cada palavra era sincera, mais sincera impossível. Alguns segundos se passaram até Kate falar alguma coisa.

— Eu quero você também.

Era isso, era só disso que eu precisava, uma deixa. Alguma coisa dentro de mim me deixou arrepiada e eu sabia muito bem o que eu estava prestes a fazer. Antes que eu silencio constrangedor acabasse com o nosso clima eu me aproximei mais dela, e Kate imitou o meu gesto.

E o sinal tocou.

Muito obrigado horário maldito.

Sabe, talvez fosse um sinal de alguma coisa lá de cima mostrando que isso era nojento ou algo assim, bom, sinto te desapontar mas eu não vou desistir.

As escadas se abarrotaram de alunos e tivemos que levantar. Kate ainda estava vermelha, mas dessa vez não desviou mais o meu olhar, e eu agradeci mentalmente por isso.

— Quer ir dar uma volta depois da aula? – arrisquei. Bom, o máximo que aconteceria era ela não topar, o que eu achava pouco provável.

— Sim, claro. Claro, eu adoraria – eu teria achado engraçado se antes já não achasse adorável. Não consegui impedir o sorriso malicioso de tomar conta dos meus lábios ao ver sua reação.

— Então, te encontro no seu armário – fui até ela, deixando um breve beijo em sua bochecha – docinho – e sai.

Não posso negar a minha curiosidade e satisfação ao perceber que ela demorou alguns segundos para começar a andar depois que eu sai e a espirei por cima do ombro, Kate parecia meia estática, e, se eu não fosse uma ótima atriz, estaria tanto quanto.

A única razão de eu ter conseguido me concentrar na aula de literatura era essa ser minha matéria favorita, mas mesmo assim volte e meia meus pensamentos eram invadidos por tudo o que estava acontecendo.

Onde iríamos caminhar? Eu nem poderia cogitar a possibilidade de leva-lá até a minha casa. Aquele lugar era um chiqueiro já que, mesmo que eu me empenhasse em deixar a casa um brilho, meu pai fazia questão de deixar tudo cheirando a álcool e cigarros, fora ainda que como de costume, ele deve estar bêbado demais para ter ido trabalhar e eu não gostaria de mostrar essa parte da minha vida a Kate, não gostaria de assustar a única coisa que não me assustava naquele momento, então casa estava fora de questão.

Podíamos ir até a praça ao lado da sorveteria, eu tinha comigo dinheiro para os sorvetes e podíamos conversar, sozinhas, sem cheiro de cigarro ou multidões. Era isso, perfeito.

Sai atrasada da ultima aula, era biologia e, graças aos céus, eu havia tirado uma nota excelente na prova. Atravessei os corredores tentando camuflar a animação que eu estava sentindo, mas sem deixar de apressar o passo.

Quando cheguei até o corredor, o pai de Kate, nosso diretor, estava indo embora. Ele não me viu, já que estava de costas. Quando Kate se virou e percebeu minha presença me lançou um sorriso que fez eu me sentir menos nervosa.

— Vamos? – falei animada enquanto me aproximava.

O sorriso de Kate sumiu. Ela olhou para mim e tentou falar algo, mas nada saia.

— O que tem de errado?

Ela demorou alguns segundos para responder, como se estivesse indecisa com algo.

— Eu não posso ir... Me desculpa! Eu quero muito ir, sério, mas eu preciso fazer uma coisa que não pode esperar. Eu juro, podemos marcar para qualquer dia, pode ser amanhã? Que tal antes da esco...

— Kate, relaxa – a interrompi e coloquei uma mão em seu braço coberto por uma jaqueta jeans – a gente combina amanhã, ok?

— Tem certeza?

— Absoluta. Agora vai, anda.

Não dei tempo para ela dizer mais nada e sai, com medo de que qualquer uma de nós duas mudasse de ideia.

Tyler tinha razão, não tinha o porque de eu ter desconfiança sobre Kate,e a única coisa que eu conseguia sentir naquele momento era um alivio por não estar pensando se ela esta beijando ou dando em cima de alguém. Suspirei de alivio e me preparei. Sem Kate, sem passeio. Sem passeio, casa. Casa, tudo uma droga de novo.

E lá vamos nós Emaline.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, eu ainda estou dividida entre acabar com a história no próximo cap ou fazer uma segunda temporada com uma long fic, o que vcs acham?

Não esqueçam de subir a tag #reneweverythingsucks e vamos salvar essa série maravilhosa!!!



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