Umas das primeiras noites em que Alec passara a noite no apartamento de Magnus não havia sido necessariamente um convite.

Sim, ele havia ido até o seu apartamento. Sim, ele havia passado horas lá e — talvez — tenha ficado um pouco a mais do que pretendia — mesmo que esse fato não fosse de todo o ruim.

Mas o que de fato havia o feito passar a noite lá realmente não havia sido um pedido. Havia sido, sobretudo, o sono pesado de Magnus.

Estavam sentados no sofá, falando de alguma coisa que Alec não fazia questão de se lembrar quando sentiu a cabeça de Magnus pousar sobre seu ombro, para, em seguida, ouvir sua respiração sutilmente suavizar.

— … Magnus?

Mas não houve resposta. Ele se mexeu e seu rosto se afundou mais na curva do pescoço de Alec, para depois outra vez haver apenas o silêncio.

Nos minutos seguintes Alec se recusou a acreditar que Magnus havia simplesmente adormecido em seu ombro, mas aquilo era tão claro quanto o preto no branco.

Alec tentou se levantar, mas outra vez Magnus mexeu-se e ele parou. Recostou-se sobre o sofá e soltou o ar lentamente.

Alguma coisa gritou dentro dele, algo como um enorme sinal de “pare” que roubou sua coragem de tentar sair dali outra vez. E ele viu-se admitindo o porquê com certo constrangimento.

Ele não queria acordar Magnus.

Pensou em várias coisas, talvez tentar afastar-se outra vez porém mais sutilmente, simplesmente se levantar ou talvez até mesmo arriscar levar o feiticeiro até seu quarto.

Mas todas aquelas opções fariam com que Magnus acorda-se e pelo Anjo, aquilo lhe parecia quase como um pecado.

E no fim, mesmo que contra sua vontade, ele acabou por passar a noite ali.

Mesmo que não houvesse percebido o pequeno sorriso vitorioso no rosto de Magnus.