September Song escrita por wizardry


Capítulo 9
Love don't live here anymore




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Todo meu plano foi por água a baixo enquanto Scorpius me analisava sem saber se era seguro fazer uma aproximação. Eu não sabia o que ele estava tentando encontrar com aquele olhar, mas certamente buscava algo em mim que implorasse sua aproximação. Talvez eu até soubesse aquilo que tanto procurava, porém me recusava a aceitar a veracidade dos fatos. Tudo o que eu tinha plena certeza era que dentro de mim uma batalha era travada.

“Vim ver se estava bem.” Respondeu com sinceridade, fazendo meu sangue ferver. “Você vomitou num vagão todo e teria feito uma trilha de vomito se aquele gigante asqueroso não tivesse sido tão eficiente.”

“Primeiro: Nunca mais chame Hagrid de gigante asqueroso.” Bufei como um touro raivoso, pronta para atacar o Scorpius e deixar um enorme buraco em seu peito da mesma maneira que ele havia feito comigo. “E segundo: Se estou bem, não é da sua conta.”

Através do movimento dos ombros largos dele, pude ver que respirava fundo. Não parecia estar ali para discutir ou provocar. Aquilo me fez sentir ainda mais ódio. Ninguém deveria ter seus sentimentos usados como brinquedos como eu tinha. Era sufocante odiar e amar dolorosamente alguém como Scorpius.

“Rose...”

Por que diabos ele estava dizendo meu nome? Ele não tinha esse direito. Não era justo ele partir meu coração cruelmente e depois tentar fazer como se tudo estivesse normal entre nós dois.

“Weasley.” Corrigi. “O verão acabou Malfoy, então lembre-se que você deve me chamar pelo meu sobrenome como sempre fizemos.”

Não éramos íntimos para que ele continuasse me chamando pelo primeiro nome. Havia sido o próprio doninha júnior que deixou claro sua posição em relação ao nosso relacionamento. O que aconteceu no verão deveria permanecer no verão, assim como os trouxas falavam de Las Vegas.

“Será que você não pode ser aquela Rose que eu conheci n’A Toca por dois segundos?”

Por impulso, me levantei da cama e caminhei até ele com uma determinação que a muito não via. “Não, eu não posso! E sabe o por quê? Porquê aquela Rose está morta!”

Eu não esperava outra reação vinda dele. Nenhum movimento, nenhuma palavra... No entanto, sua face transparência a mesma vontade que eu reprimia naquele momento. Seu rosto se contorceu e mesmo cheia de ódio pelo que ele fazia comigo – me fazer amar e odiar ao mesmo tempo –, desejava que ele pudesse me puxar e me beijar naquele momento.

“Eu sinto muito.” Foram suas palavras.

Depois de tudo que ele havia me dito, depois de um coração quebrado em vários pedaços, era apenas isso que ele dizia? Apenas um simples pedido de desculpas?

“Vá embora.” Eu não conseguia deixar de transparecer a decepção.

Ele percebeu que eu estava chateada e tocou meu rosto com cuidado, colocando uma mecha de cabelo para trás. “Rose, por favor.”

“Saia daqui!” Ordenei, dando um passo para trás. “Saia, Scorpius! Eu não quero...”

“O que está acontecendo aqui?” Madame Pomfrey surgiu na enfermaria com seu rosto enrugado furioso. “Senhorita Weasley, volte para a maca, por favor. Você precisa descansar.”

Meus olhos ainda encaravam a tempestade cinzenta que eram os olhos de Scorpius, mas a enfermeira tinha razão. Meu corpo não havia lidado bem com a vomitilha e o que eu mais precisava era descansar. Se eu não fizesse isso, provavelmente seria um zumbi na aula.

“Senhor Malfoy, o que está fazendo aqui? Espero que não tenha vindo aqui somente para irritar a senhorita Weasley.”

“Não, madame.” Ele forçou um sorriso e endireitou a postura. “Um aluno do primeiro ano está passando mal e o Professor Slughorn me pediu para chama-la, pois não está se sentido muito bem.”

A enfermeira respirou fundo um tanto preocupada. Slughorn estava muito velho, todos sabiam disso, e sua saúde piorava a cada semana. Mesmo assim, ele insistia que só se aposentaria quando estivesse morto. Não me surpreendia tanta teimosia, afinal ele era tão Slytherin quanto qualquer aluno da mesma casa que agora ele era diretor.

“Eu volto logo e, quando eu voltar, espero que você esteja deitada, Senhorita Weasley”

“Sim, senhora.” Eu respondi voltando logo a me deitar para evitar sofrimentos maiores.

A mulher se afastou, contente por minha obediência, mas Scorpius continuava ali. De repente, a porta se abriu e o rosto pálido de Albus pareceu se tranquilizar. Algo estava completamente errado. Ele estava assustado demais, como se tivesse visto o próprio Voldemort voltar a vida.

“Graças a Merlin que vocês estão aqui!”

“Santo Dumbledore, Potter!” Assim como eu, Scorpius logo percebeu que algo estava completamente errado ali. “O que aconteceu?”

“Um...” Ele respirava ofegante. “Um... Um...”

Tão repentinamente quanto Albus invadiu a enfermaria, seu corpo caiu pálido e desacordado. Por sorte, Scorpius estava próximo e atento o suficiente para segura-lo antes que caísse no chão. Saltei cama com urgência para acudir meu primo e nesse mesmo momento, a enfermeira apareceu pronta para me matar por não ter obedecido.

“Senhorita Weasl...” Se interrompeu ao perceber o que estava acontecendo ali. “Por Merlin! O que houve?”

“Não sabemos...” Exclamei, tentando acordar Albus. “Ele simplesmente desmaiou.”

“Coloquem ele na maca e...”

“Madame, nós podemos cuidar disso.” E lá estava o Malfoy querendo dar uma de herói do ano. “Vá cuidar do Professor Slughorn. Nenhum Potter morre fácil assim...”

Madame Pomfrey não teve certeza se realmente permanecia ali para ajudar Albus ou se simplesmente ia atrás do velho Slughorn. No entanto, ela nos conhecia o suficiente para saber que embora eu e Scorpius tivéssemos nossas diferenças, nos preocupávamos com nosso amigo e tínhamos conhecimento demais para permitir que acontecesse algo com ele. Então, após um minuto de hesitação, ela atravessou para o corredor e nos deixou sozinhos.

“Você sabe que estamos falando do meu primo, não é?” Perguntei para o Malfoy, com uma pequena insegurança em relação ao que poderia acontecer.

Com uma pequena risada, Scorpius me respondeu com uma nova pergunta. “Você está se esquecendo que meu pai é medibruxo?”

Ainda assim, sabendo que o pai dele era um medibruxo excelente – eu havia lido algo sobre isso numa matéria sobre o St. Mungus –, mantive um certo receio. Se tinha algo que eu entendia sobre era pessimismo e sentia que algo ali poderia dar errado.


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