September Song escrita por wizardry


Capítulo 11
Fallen for the fear




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/758469/chapter/11

Uma das coisas que eu jamais admitiria em toda minha vida era que Scorpius Malfoy era melhor do que eu em alguma coisa, no entanto, eu precisava confessar, ainda que mentalmente, que  invejava a habilidade dele com poções.

Após colocarmos meu primo em uma das camas – que bastou um simples feitiço de levitação – concordamos em deixa-lo fazer os primeiros-socorros e eu ajudaria no que pudesse ajudar, sem fazer muito esforço, visto que meu corpo ainda estava fraco graças ao episódio da vomitilha.

“Não estou encontrando a poção para acordar...” Suspirou. “Vamos usar o modo trouxa.”

“E desde quando você entende de trouxas?” E lá estava eu, menosprezando o conhecimento de meu colega sonserino sobre os trouxas.

“Albus me ensinou um truque, caso isso acontecesse de novo...”

De novo. Pelo visto meu primo andava escondendo coisas de mim, mas por outro lado, eu andava bem distante ultimamente.

“Desde quando ele vem tendo esses desmaios?”

“Não faz muito tempo.” Comentou enquanto procurava algo nas prateleiras. “A primeira vez foi durante um treino de quadribol para o último jogo do ano... Depois teve uma vez na toca.”

“Naquele dia que vocês atrasaram para o almoço?”

“Eu prometi que não contaria para ninguém, mas está ficando cada vez mais comum.”

Fiquei pensativa. Havia muitas coisas na minha mente naquele momento e o quinto ano estava apenas começando. Problemas familiares,  problemas com amizades, problemas com o coração... E só de pensar que os N.O.M.’s estavam próximos, meu estômago se preparava para botar mais coisas para fora.

Scorpius, calmo como uma manhã de domingo, aproximou-se de Albus com um líquido transparente em um copo tão pequeno quanto um copo de café. Ele se inclinou sobre meu primo, aplicou um pouco do conteúdo que carregava sobre os pulsos e próximo ao nariz.

“Ele está acordando!” Avisou, de modo que me apressei a me aproximar.

“Você tem talento para Medibruxaria.” Sussurei para Scorpius com um sorriso que eu própria não percebi que havia surgido em meu rosto.

“Eu ainda prefiro ser auror.”

“Por que não me deixam dormir em paz?” Albus resmungou com a voz fraca e rouca.

“Você está bem, Al?” Perguntei, enfiando meu rosto na frente dele.

“Eu...” Ele fez uma careta. “Eu... Quanto tempo?”

“Uns dez ou quinze minutos.” Scorpius respondeu, refazendo o nó de sua gravata.

“Você parecia estar querendo dizer algo antes de desmaiar...”

Albus fez uma pequena pausa.

“Santo Dumbledore!” Exclamou, se sentando rapidamente. “Um trasgo invadiu a escola...”

“Um trasgo!?” Estávamos tão surpresos quanto poderíamos.

Sabíamos que os trasgos eram comuns na região, mas não era muito comum que eles se aproximassem de Hogwarts.

“Os primeiranistas!” Novamente falávamos juntos.

“Não!” Albus protestou, sentando com as mãos passando sobre os cabelos negros que costumava gastar uns bons minutos arrumando. Diferente de James, não gostava muito de andar como se houvesse acabado de acordar. “Temos que deter o trasgo!”

“Albus, não temos tempo para seus planos infalíveis.” Protestei, correndo para a porta. “Minha prioridade são os primeiranistas.”

“Rose tem razão, cara.” Scorpius concordou, me acompanhando.

“Desde quando você chama minha prima de Rose?” Afinal, Albus não era tão burro assim. “Deixa pra lá.  Conversamos sobre isso depois. Temos que ir atrás do trasgo agora...”

“Potter, vai descansar.” Disse o Malfoy impaciente.

“É a nossa grande chance!” Protestou. “Qual é, Scorpius? Você sempre me disse que gostaria de fazer algo em Hogwarts que deixasse seu nome marcado para sempre...”

“Eu faço isso com quadribol.”

“Como se ganhar o campeonato esse ano te levasse a ser lembrado como algo mais do que o capitão galinha.” Meu primo rolou os olhos, indo em nossa direção. “Os professores estão cuidando dos alunos. É dever deles garantir nossa segurança. Vamos lá! Essa pode ser nossa única chance de...”

Eu, como a filha exemplar de Hermione e Ron Weasley, jamais me deixaria levar pelas palavras de um Potter. Conhecia bem os problemas que acompanhavam aquele sobrenome e não estava com a mínima vontade de morrer, ou pior, ser expulsa. No entanto, quando eu abri a porta, tudo o que eu vi foi um enorme ser de aparência verde e estupida. Nós três iriamos morrer naquela noite.

“Trasgo!” Gritei fechando a porta.

“O que?” Scorpius pareceu levemente  preocupado.

“Ele está no corredor!” Choraminguei. “Nós vamos morrer!”

“Que coisa, nunca pensei que a últimas coisas que eu veria na vida seria uma grifinória medrosa e a cara feia de Albus.”

“Primeiro: nós não vamos morrer.” Meu primo resolveu tomar a posição de líder do grupo. “Segundo: Rose, será que consegue ser mais corajosa por um momento? Tá manchando sua reputação.”

“Que se dane minha reputação!” Gritei, correndo para longe da porta. “Eu não vou morrer nas mãos de um ser asqueroso e sem cérebro.”

“O nível de perigo dele é baixíssimo, Rosie!” Albus gritou, ainda tentando me convencer. “Não podemos fazer isso sem você.”

“Weasley, eu não vou falar isso outra vez, mas você é um poço de inteligência.” Scorpius decidiu se aventurar na negociação. “É basicamente a garota mais brilhante da sua idade.”

“Isso não foi sincero!” Protestei.

“Se seu pai conseguiu fazer isso no primeiro ano, você também consegue!” Albus berrou.

“Ele usou um feitiço de levitação!”

“Eu esperava mais de uma grifinória.”

Não havia outra maneira de me incentivar mais do que usando meu próprio orgulho contra mim mesma e Scorpius sabia disso. Nossa competições sempre necessitavam daquele defeito que Jane Austen tão bem descrevia.

“Vamos lá!” Eu não estava pronta para morrer, mas eu precisava testar minhas habilidades para além das salas de aula.

“Vocês estão prontos?” Albus perguntou, olhando para a porta que ele logo abriria.

“Quem não está pronto?” Scorpius sorriu, usando a frase que sempre usávamos no clube de duelos.

Então, como num piscar de olhos, lá estavamos nós três abrindo as portas da enfermaria com as varinhas erguidas e gritando juntos um feitiço que fez com que o trasgo fosse jogado para trás e ficasse ainda mais irado.

“Agora sim nós vamos morrer.” Albus comentou.

“Eu não vivi 15 anos para morrer nas mãos de um ser tão desprezível.” Por um minuto, Scorpius foi tão corajoso quanto um verdadeiro grifinório.

Por fim, lá estávamos nós três e um trasgo desacordado. Isso não aconteceria se não fosse por Scorpius, mas antes que eu pudesse agradecer, a professora Mcgonnagal surgiu acompanhada do professor Longbottom.

“Graças a Merlin que vocês estão bem.” Disse tio Neville.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "September Song" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.