Memories - HOLIDAY escrita por Mione Malfoy, QG Dramione


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa história é bem curtinha e foi feita especialmente para o Desafio Holiday do QGDramione, originalmente postado no Spirit.
Espero que gostem meus amores.



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Ver seu rosto daquele jeito sereno era até estranho.

Qualquer um que o olhasse jamais imaginaria os horrores que ele havia passado.

Os pesadelos que tomavam conta dele quase todas as noites.

Nem as dores que ele sentia, que em sua maioria não eram físicas, mas sim dores da alma.

Mas quem de nós estava livre disso?

Nós vivenciamos uma guerra.

Éramos apenas crianças quando começamos a lutar nossas batalhas, fazer nossas próprias escolhas.

E ele. Bom, ele nunca teve esse luxo.

Apesar de sabermos o que era certo, nós tivemos a escolha de agir ou não.

De participar da batalha ou ficar fora dela.

De começar uma guerra que parecia impossível de vencer.

Nós escolhemos lutar!

Nós escolhemos um lado.

O lado certo.

Ele sempre foi fadado a não ter escolha.

Ficar de um lado só.

O lado errado.

Eu não entendia o que se passava em sua cabeça naquela época.

Eu nunca fui idiota, claro, eu percebi que ele estava sofrendo, sabia que ele não queria aquilo.

Mas que escolha eu tinha?

Ou melhor.

Que escolha ele tinha?

Eu o vi se transformar em algo que ele nunca pediu para ser.

Vi o que tudo aquilo lhe havia custado.

Quando a guerra acabou ninguém quis entender.

Como somos fáceis em julgar, em achar que a verdade nos pertence.

Todos estavam prontos a condená-lo.

Eu fui a única a intervir.

A princípio nem isso foi suficiente para amenizar as coisas entre nós. Afinal, eu era uma “sujeitinha de sangue-ruim”.

Sangue-Ruim.

Uma marca que ficaria comigo pelo resto da vida.

Não era uma coisa da qual eu tivesse vergonha, mas eu não conseguia olhar aquela marca e não lembrar da dor.

Das ameaças.

Das risadas macabras que ela dava a cada corte, cada gota de sangue pingando.

Meu sangue.

No fim das contas foi isso que nos uniu.

Minha marca.

Ele também tinha uma.

Ela também nunca iria embora.

Ela também lhe causava dor.

Não uma dor física, uma dor emocional.

Uma dor no fundo de sua alma.

Fizemos um grupo de apoio.

Apenas duas pessoas.

Ele era o meu suporte, a única pessoa que verdadeiramente me entendia.

E eu era o suporte dele, a única que realmente o entendia.

Isso parecia ter acontecido vidas atrás.

Nos apaixonamos sem nem ao menos perceber.

Quando vimos, já era tarde demais.

Eu era dele.

Ele era meu.

Foi difícil fazer com que as pessoas nos entendessem.

Meus amigos não queriam aceitar.

Principalmente um certo ruivo.

Foram meses de discussões acaloradas e conversas entristecidas, mas finalmente eles haviam entendido.

“O que Deus uniu, que o homem não separe. ”

Olhei seu rosto novamente, ele dormia tão em paz.

O cabelo desarrumado.

A respiração leve.

Os lábios em um meio sorriso que era tão dele.

‒ Até quando pretende ficar aí encarando essa foto Hermione? ‒ a voz do meu melhor amigo me trouxe de volta a realidade.

‒ Perdão Harry. Hoje não é um bom dia.

‒ Sei que não. É melhor irmos logo.

Todo ano, naquela mesma data, nós íamos até a Igreja da Trindade, que ficava perto do largo Grimmauld.

Os outros nunca entenderam porque eu e Harry fazíamos isso, ainda mais por ser praticamente logo depois do dia das bruxas.

Era uma coisa nossa. Uma coisa trouxa.

Depois da missa, nós aparatávamos até Godric’s Hollow. Harry levava flores para seus pais, depois íamos a Hogwarts, levar flores para Dumbledore e em seguida íamos até o Chalé das Conchas levar as do Dobby.

Sirius não tinha um lugar onde nós pudéssemos colocar suas flores, então Harry tinha o costume de lançá-las ao mar, ali mesmo, na praia.

Fred, Tonks e Lupin também ganhavam as suas.

Mas naquele ano nossa peregrinação tinha um destino a mais.

Só nos restava ir em um único lugar.

Eu aparatei para minha casa com Harry e fui até o jardim dos fundos, onde Narcisa me aguardava com o pequeno Scorpius no colo.

Em uma pequena laje de pedra toda decorada, havia uma frase escrita em ouro.

Aqui jaz Draco Lucius Malfoy, amado marido e pai.


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Notas finais do capítulo

Por favor não me matem por ter feito isso. >
Eu deixei subentendido, mas se alguém não entendeu, essa fic é sobre o feriado católico do All Souls Day, o dia de finados na Inglaterra que acontece no dia 2 de novembro, assim como aqui no Brasil.
O dia de finados lá é na verdade o último dia do que eles chamam de "Allhallowtide", que inclui o All Saint's Day (Dia de todos os Santos) e sua vigília (Halloween, 31 de outubro, dia das bruxas).

Essa fic é curtinha, mas eu espero de coração que vocês tenham gostado.



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