Epilogo, aqueles dois minutos não foram o bastante escrita por Boss


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Yô! Pensei que tinha perdido essa fic. então fiquei surpresa por ter encontrado ela nos meus documentos, não pretendia postar essa por que ela foi escrita apenas para meu prazer de seguir aqueles últimos 2 minutos do epilogo e como já está escrito e eu não queria perder decidi colocar na rede.
Aproveite ^.^/



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Ok, então ser professor não era aquela maravilha que ele havia sonhado, nem tão fácil como o Koro-sensei fazia parecer, mas bem, era sua culpa por se exemplar em uma experiência do governo em forma de polvo, com a velocidade de 40 mach e com a capacidade de destruir a terra.

Ainda assim era inevitável se comparar com o mentor amarelo, ele foi seu exemplo, sua inspiração, seu alvo por um ano e o marcou intensamente, graças a ele sua mãe já não lhe controlava, seu pai esteve mais presente e agora ele era professor de uma turma de futuros yakuzas considerada sem salvação...

Talvez ele não fosse muito grato por essa última parte.

Ainda assim Nagisa não pode deixar de notar a semelhança com sua antiga sala 3End, os mesmos olhares desiludidos com um toque de revolta e tristeza, as mesmas palavras durar recobertas por ameaças e xingamentos, a certeza em sua falta de valor e abandono... e uma sede e sangue admirável.

O primeiro dia correu em um estupor para a classe que julgara seu professor frágil e fácil de intimidar, ainda chocados com o desafio de mata-lo eles permaneceram calados em um estado de choque, alguns sentados outros em pé, nenhum deles pegara o caderno ou livro, nenhum deles trouxera ou mesmo tinha algo assim o que deixou o menor no mínimo angustiado.

No dia seguinte ele trouxera caderno para todos bem como vários livros de exercício doados por Asuma-kun, um conjunto para cada. A sala toda odiou, muitos usaram os livros como munição e atiraram em Nagisa que conseguiu desviar com folga o bastante para algumas acrobacias, a cada livro atirado uma frase e triste que, infelizmente, lhe era mais que familiar.

“Está zombando de nós!? Ou é estúpido o suficiente para achar que realmente podemos aprender algo daqui?! É um verdadeiro idiota mesmo!”

“Estamos nessa sala estúpida por que somos estúpidos, não aprendemos nada em todos esses anos, não vamos aprender agora, essa é a sala dos sem salvação!”

“Apenas torne isso em uma maldita aula livre boneca, todos serão mais felizes assim!”

“Vá embora!”

“Desista!”

“Não tente nos dar esperança!”

“Somos sem salvação”

As palavras e livros foram atirados até que os alunos já não tivessem mais folego, a sala era uma verdadeira bagunça e Nagisa tinha que se equilibrar para não tropeçar nos livros que se acumularam aos seu pés. O chefe, o único que o puxara pela gravata no dia anterior era o único sentado, como um líder que deixara sua equipe extravasar finalmente falava.

“Você não é o primeiro que vem aqui tentando mudar as coisas sensei, muitos outros vieram, com mais experiência e competência que você, até mesmo um aposentado do exército!”

Ele se erguera, seus colegas acenavam concordando com suas palavras duras e cheias de ódio. “Nenhum deles pode mudar as coisas, nenhum deles conseguiu qualquer resultado positivo. Então como um pirralho que nem mesmo está formado, com essa pele macia como de um bebê e essas mãos pequenas que nunca machucaram sequer uma mosca, pode achar que vai fazer a diferença para nós? No fim, você irá nos abandonar como todos os outros.”

Agora eles estavam frente a frente com apenas a mesa entre eles, o aluno frustrado, inclinado o mais ameaçadoramente que podia sobre o professor que o olhava com olhos tranquilos sem mágoa, sem ressentimentos, sem pena. Era um olhar determinado e resoluto, Nagisa não demorou encarando o aluno, se abaixara e começara a colher os livros do chão empilhando-os e separando-os por matérias, sem olhar para qualquer um ele começou a falar, sua voz baixa ecoou pelo silencio angustiado dos estudantes.

“A classe do fim não é? Me pergunto se há uma classe assim em todas as escolas, em todas as gerações de alunos... Eu era de uma classe sem salvação também, humilhados, desprezados, abandonados até por nossos pais... mas sem coragem ou forças para mudar por que não acreditávamos que era possível.”

Quando acabou de empilhar os livros em sua mesa Nagisa finalmente olhara para seus alunos, todos o observavam atentos, esperando com raiva e reservas, mas também com um pequeno, minúsculo brilho de esperança no olhar.

“Postos no pior lugar da escola, isolados dos outros como transmissores das piores pestes do mundo, rotulados e chutados, sendo motivo de chacota e riso dos outros, sentindo vergonha de sermos nós mesmos...”

Ignorando o chefe, o professor seguia para cada um dos alunos lhes devolvendo cada volume enquanto os olhava nos olhos, nenhum deles pode recusar nem o contato visual nem o livro.

“Prontos para aceitar esse destino por mais um ano, só até a formatura, só até eu sair desse inferno e ganhar as ruas, um emprego meio período ou dois para sustentar um quartinho em uma viela por ai, um lugar na família como transporte ou guarda costa, talvez até mesmo criar sua própria família, por que não?”

Ele voltara para trás da mesa, inclinando-se sobre ela ficando frente a frente com o líder, sem hesitar, sem aumentar o tom de voz ele continuou.

 “E então, depois de um ano, estávamos entre os 50 melhores da escola que nos humilhava e discriminava, competíamos de igual para igual contra os ídolos populares cheios de benefícios, éramos melhores nos estudos e nos esportes. Eles ainda tentavam nos humilhar e tirar vantagem de nós mas éramos imperturbáveis, estávamos ocupados demais apreciando o topo e crescendo ainda mais para nota-los, rindo de suas ações patéticas. Focados em algo muito maior que qualquer um deles pudessem sonhar”

Ambos se encararam por um longo tempo até que um aluno de capuz conseguiu perguntar a questão premiada

“O que?”

‘O que era maior que todos eles?’

‘O que fez vocês irem tão longe?’

‘Oque?’

Nagisa desfez o contato visual e sorriu para aquele que perguntou, ele gastou um longo tempo olhando seus alunos antes de responder

“Um assassinato é claro.”

Sobre os suspiros surpresos Nagisa retomou a postura e encarou as mãos

“Esse sorriso doce e inocente, essa pele macia, essas mãos pequenas e frágeis... tudo isso ajudou a cometer o pecado de tirar uma vida, tudo isso junto com a sede de sangue daquela turma do fim, trabalhando em equipe e com determinação mataram aquele sistema escolar que nos humilhava, mataram nossos medos e receios, nossas angustias e falta de confiança, mataram as mãos que nos prendiam. Depois daquele assassinato, não... enquanto tentávamos assassina-lo nos tornamos o que somos agora”   

O líder também ficou reto, havia receio, desconfiança e até um pouco de medo em seus olhos

“Vocês realmente mataram alguém? Quem?”

Os outros também estavam receosos e assustados, apesar de toda a pose nunca haviam matado antes, apreensivos eles aguardavam a resposta do professor que sorria com um dedo sobre os lábios.

“Isso é segredo, óbvio! Com esse nome você poderiam me denunciar a polícia ou me chantagear por toda a vida... então é claro que eu não vou falar para ninguém assim de graça.”

Os alunos passaram um bom tempo tentando assimilar o professor assassino que tinham, desconcertados com o evoluir dos eventos, tanto discurso, tantas emoções para ele simplesmente dizer que não ia falar.

Eles estavam irritados

Novamente o líder o puxou pela gravata e face a face o ameaçou novamente

“Fale agora ou eu...”

“O que? Vai me matar? Como? Com que armas? Com que plano? Em que momento? Com quais comparsas?”

Assustado com a naturalidade do outro o líder soltou o professor que sorria com um olhar de conhecedor

“A primeira lição de vocês é essa: Matar é algo fácil, qualquer animal pode fazer isso para comer ou se defender.”

Enquanto falava Nagisa se virou para o quadro e começou a escrever sob o olhar abismado de seus alunos.

“Agora um assassinato, um verdadeiro assassinato, leva tempo e planejamento de sobra. É preciso ser flexível e criativo, ainda mais se sua presa é alguém experimentado no campo, saber seus pontos fracos e fortes, saber as qualidades e defeitos de seus aliados também é importante.”

O professor escrevera um trecho do livro ‘a arte da guerra’ não ignorando o som de papel e lápis vindo a suas costas, pela primeira vez no ano alguns alunos estavam tomando notas.

“É preciso saber um pouco de tudo também, como saber que o veneno vai funcionar se não souber o básico de química? Como saber o local preciso para acertar uma bala ou uma faca sem ter ideia da anatomia? Como saber que uma bala irá acertar o alvo sem fazer os cálculos? Não se preocupem muito com essa parte, será meu trabalho ensinar isso a vocês, claro que eu não entregarei esse conhecimento fácil, ele estará escondido no meio de assuntos para as provas, selecionar o que é útil ou não também é um importante para um assassinato...”

Além de sua voz, Nagisa podia ouvir o som de carteiras se posicionando em frente à sua mesa. Então o som de vento sendo cortado o atirou instintivamente a sua esquerda e para trás, quando virou seu giz tocou a testa do líder onde fez um ‘x’.

“Isso foi muito bom Itouka-kun, procurar momentos de distração do seu alvo, quando sua guarda está baixa ou aproveitar o ponto cego é o senso comum, mas identificar esses momentos é o segredo para a vitória, um erro e você pode acabar virando o alvo. Sua oportunidade de hoje está perdida.”

O barulho de caneta riscando o papel parou momentaneamente até que Nagisa desviasse o olhar para a turma

“Tão badass...” ele pode ouvir e sentiu o rosto esquentar mas se esforçou para ignorar o comentário sussurrado

“Ele está corando!”

“Que fofo!”

Pigarreando o professor voltou a escrever no quadro ainda falando com a turma

“Que tal um acordo? Eu falo quem eu matei se vocês me pegarem em uma situação em que eu seria inevitavelmente morto, cada um terá uma oportunidade por dia, o grupo terá o número de oportunidades de seus componentes, a cada nota máxima eu contarei uma fraqueza crucial minha ou uma história sobre meu ano na classe End de assassinato”

Quando toda a metade para baixo do quadro ficou cheia Nagisa se viu obrigado a pegar a cadeira para escrever em letras grandes e garrafais na parte superior do quadro o número de dias que faltavam até a formatura dos alunos.

“Vocês terão até a formatura, qualquer um que ameaçar a vida ou saúde de seus colegas será desclassificado, armas de verdade não são permitidas, amanhã trarei umas de borracha para representar... todos os dias eu irei fazer a chamada e então vocês poderão me matar certo? Certo.”

A turma não havia aceitado propriamente os termos mas no dia seguinte quando as armas de borracha foram distribuídas, uma de curto e outra de longo alcance, os alunos puderam sentir a seriedade de seu professor.

Para Nagisa era como voltar a sua antiga classe do fim, agora como alvo é verdade mas ainda era emocionante. No início, assim como eles, essa turma era excessivamente pavio curto e violenta, sem planos muito complexos e de pensamentos simples, desviar de todos era apenas natural, cada dia em que sobrevivia fazia questão de elogiar os pontos positivos de suas técnicas e mostrar onde falharam, no dia seguinte eles estavam mais fortes e aprendiam com seus erros.

Depois de uma semana eles finalmente perceberam a importância da informação, haviam pelo menos três deles anotando constantemente traços, gostos e desgostos do professor e todos passaram a se esforçar para melhorar suas notas e superarem-se nas provas.

Eles não ganharam de primeira, se tornaram violentos e amargos, atacaram Nagisa várias vezes mesmo sendo contra as regras mas o menor não se intimidou, continuou trabalhando como lapida-los cada vez mais, o problema eram suas deficiências nas matérias mais básicas e sua falta de criatividade e flexibilidade no pensamento o que exigiu muito do professor.

Quando ficou claro que o ensino tradicional em sala de aula não estava ajudando no momento Nagisa puxou alguns fios e fez algumas ligações conseguindo a montanha só para si e seus alunos por um fim de semana.

Mesmo que tenha insistido que tudo estava bem, pelo menos metade da turma do fim aparecera por lá em algum momento dando conselhos e falando se suas próprias experiências naquele ano, sem nunca revelar o nome do assassinado mas sempre sendo categóricos afirmando que Nagisa era um assassino nato e que havia sido ele a dar o golpe fatal, direto no coração.

A turma não estava muito certa quanto seu professor, ele era claramente forte, flexível e experimentado mas não possuía sede de sangue, era pacifico e amável, segundo a antiga classe do fim era justamente por isso que ele era tão bom.

O fim de semana na montanha passou rápido, eles treinaram muitas técnicas de assassinato e packuor além de trabalhos em equipe relacionado a reconhecimento de áreas, terrenos, plantas e animais o que rendeu um trabalho sobre o ecossistema da montanha interessante o suficiente para ser publicado em uma revista cientifica o que aumentou o ânimo da turma.

  Quando retornaram a sala de aula eles estavam mais que dispostos a lutar, suas experiências trabalharam a flexibilidade do pensamento, aumentaram sua visão criativa e espacial facilitando o entendimento de geometria e soluções matemáticas e físicas, o trabalho publicado facilitou os entendimentos de biologia e química e com o conhecimento veio a autoestima.

Eles já não atacavam todos os dias ou mesmo sozinhos, seus engenhos estavam mais complexos e era cada vez mais difícil desviar, em um terço do ano letivo eles já haviam evoluído tanto! Foi quando Bitch-sensei invadiu a cena.

Começou com a ligação de um número desconhecido que se tornou em um encontro na sorveteria próxima a escola, onde muitos alunos da sala sem salvação curiosos e ciumentos espiavam a interação entre seu professor e a bela loira aflita.

“Gravida?!”

“Sim, eu sei, ainda estou em choque... nem mesmo falei para meu querido... quero dizer isso e o fato do governo o mandar para o exterior... bem mas isso não importa, a questão é que não posso realizar o trabalho agora que sei que estou gravida, o primeiro trimestre é onde ocorrem o maior número de abortos e não quero perder a criança!”

“Eu entendo sensei... mas por que eu? Tem uma sala inteira de assassinos treinados por você, por que não usa-los?”

“Eu tentei Nagisa-kun, mas todos tem suas próprias famílias que podem se tornar um alvo, ou estão longe demais para chegarem a tempo... e você é o melhor, mantendo seu instinto assassino natural afiado como suas laminas além de ainda manter um certo contato com Asuma-kun o que vai diminuir as suspeitas dos assassinos contratados para mata-lo”

O menor olhava para a taça de sorvete derretendo, indeciso e inconsciente para o número de alunos os vigiando, algo que não escapou dos sentidos sensíveis da assassina aposentada.

“Nagisa querido, enquanto você pensa eu vou ao toilet” ela disse se levantando e seguindo para o corredor dos banheiros onde sem surpresa ela foi abordada por um grupo de mau encarados curiosos.

“A senhora deveria vir com a gente sem escândalo...” um deles começara a se aproximar e segurar o braço da loira que recuou o bastante para mostrar a pequena arma apontada diretamente para o coração do adolescente que falou.

“Ora ora, os jovens de hoje nem mesmo sabem tratar uma dama não? Nem mesmo um por favor ou com licença, nem mesmo me oferecer um sorvete... e explicar por que estão atrás de mim e meu companheiro”

Ela disse de forma doce mantendo o sorriso e agindo naturalmente, como se tivesse encontrado velhos amigos no caminho para o banheiro, amigos que ficaram subitamente pálidos quando viram a arma apontada para um deles.

Nenhum dos mais jovens se atreveu a tirar os olhos da arma e sua portadora, as palavras de seu professor ecoando na mente, sobre o cuidado e o risco de se tornar alvo, por sorte Nagisa estranhara a demora da sensei e vira a comoção não muito longe, amaldiçoando a falta de trato e discrição dos alunos seguiu naquela direção a passos largos. 

“Hide-kun, Kamya-kun, Tao-kun e Mise-kun? O que houve? Vocês nem mesmo gostam de coisas doces-” e então ele ficou perto o suficiente para ver a arma da ex assassina e o olhar de pânico dos alunos.

“Nagisa-sensei...”

“Sensei? Então você virou professor mesmo Nagisa? Eles devem estar orgulhosos...” Bitch-sensei falara com uma mistura de surpresa, nostalgia e alegria sincera abaixando um pouco a arma de um tiro letal para grave, enquanto mirava o menor claramente constrangido.

“Estou apenas estagiando ainda, eles são meus primeiros alunos... e não são perigosos então, por favor, guarde a arma”

“Sim por favor, nós só queríamos saber se a criança era do sensei...” Hide falara nervosamente enquanto via a arma se afastar de seu corpo.

Os adultos ficaram em um silêncio chocado, e depois constrangido por um tempo antes de um Nagisa corado ao extremo conseguir explicar que Bitch-sensei foi sua professora e era uma assassina aposentada que trabalhava para o governo agora e estava casada com um dos mais importantes agentes em campo, o que sempre resultava em um perseguidor inconveniente.

“Nosso relacionamento sempre foi estritamente profissional” o jovem professor terminou enquanto pagava pelos sorvetes derretidos ainda um pouco corado fazendo a professora sorrir maliciosa.

“ooooh então aquilo que fizemos na aula de educação física e na sala dos professores não significou nada Nagisa-kun?  Estou me sentindo usada...” a loira lamentou vendo o ex aluno corar novamente enquanto os outros engasgavam com o ar

“Educação física?!”

“Sala dos professores!?”

“Você é que estava me usando Bitch! Em pensar que era minha primeira vez...”

“PRIMEIRA!?”

“Oh não seja dramático, até parece que não gostou, e você tem que aceitar que foi útil quando kanede-chan se descontrolou... e depois, primeira, sério? Karma-kun fez questão de dizer e repetir que vocês fizeram juntos a primeira e a segunda e a terceira vez...”

“Karma disse o que?!”

“Três vezes! Sensei o senhor é o homem entre os homens!” os dois adultos voltaram a olhar para os alunos que estavam em êxtase.

“Bem Nagisa-kun, que tal fazermos um acordo? Você faz o meu trabalho e eu faço o seu? Será só por amanhã de qualquer forma, você sabe que ficará exausto quando acabar.”

Nagisa não queria aceitar, mas sabia o preço que custaria a negativa, uma vida poderia ser perdida, além do mais, em apenas um dia Bitch-sensei não podia estragar tanto seus alunos.

“Eu... não precisarei matar ninguém certo? É puramente proteção do Asuma-kun certo?” ele disse ainda inseguro vendo a loira acenar positivamente eufórica

“Sim sim, apenas por 24 horas, só até as negociações acabarem e ai você poderá voltar a sua turma.

“Vocês vão ficar bem? Bitch-sensei foi nossa professora de línguas estrangeiras então ela não será muito útil nas outras matérias mas vocês podem aproveitar e fazer aquela lista de exercício que eu passei hoje, eu sei que vocês precisam de mais tempo para aquela lista...”  

“Vamos ficar bem sensei! Por favor, trabalhe duro no seu assassinato!” eles falaram em coro

“Não digam isso em voz alta! E eu não vou assassinar ninguém! Vou impedir um assassinato!” ele suspirou e partiu a passos largos para se preparar para a noite.

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O dia seguinte foi rápido para a turma sem salvação, quando não estavam em grupos de estudo tentando resolver suas questões nêmeses estavam ao redor da loira vendo fotos de Nagisa e ouvindo histórias do tempo em que ela ainda era uma assassina profissional até que a pergunta inevitável veio.

“A senhora conheceu quem o sensei assassinou?”

Ouve um silencio onde o brilhos dos olhos da loira diminuíram e lágrimas se formavam

“Oh sim... eu o conheci, todos o conhecemos... ele foi muitas coisas para nós... foi o meu último alvo contratado... foi um colega assassino.... Foi o melhor ... oh bem, sem surpresas eu não pude pega-lo, aquela turma do fim o fez... eu estava lá, para dar meu apoio se precisasse. Nagisa foi esplendido do início ao fim... o matou sorrindo como um anjo que entrega a redenção ao pecador”

Ela estava chorando agora, todos os alunos podiam sentir a emoção saindo em ondas de seu corpo, não conseguiam pensar em nada para consola-la então ficaram em silêncio lhe oferecendo lenços de vez em quando. Com o tempo a loira finalmente se acalmara e em soluços ela fez sua última declaração.

“Se eu não tivesse mudado de carreira... de vida eu também desejaria ser assassinada pelo Nagisa-kun e sua turma do fim”

Ela não falou mais nada e eles também não perguntaram.

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Nagisa por sua vez estava conversando com Asuma-kun, pondo os assuntos em dia, faziam mais de 10 anos que eles não sentavam e falavam então havia muito assunto, o pai de Asuma se tornara uma pessoa muito influente no ramo da educação, o que fazia seu filho se preocupar um pouco sobre o pai estar fazendo qualquer loucura, mas as coisas estavam indo bem surpreendentemente.

O próprio Asuma crescera no campo de investimentos como um monstro. Em um momento de descontração acabara virando testemunha de um importante caso envolvendo um figurão do governo que estava disposto a apagar qualquer prova de sua má conduta o que levou o governo a contratar alguém para proteger o jovem nesse momento de vulnerabilidade.

Felizmente Asuma iria depor no dia seguinte então o trabalho de Nagisa seria apenas por aquela noite, que prometia ser a mais atribulada de todas. Segundo o ex estudante modelo o figurão fora com força contra ele, atacando de todos os lados a ponto de mesmo o pai ter sofrido um acidente grave.

Asuma estava claramente exausto com a pressão que lhe era imposta, seus movimentos eram erráticos e nervosos, sua voz tremula e baixa seu discurso era confuso e ele se perdia facilmente nas palavras.

Quando o alarme indicando uma invasão soou ele se jogou contra Nagisa e tentou empurra-lo contra o armário para se esconderem, foi difícil para o professor se desvencilhar do aperto de morte do colega em crise, os passos que se aproximavam junto aos gritos o fizeram usar aquela técnica assassina.

Foram exatos 53 hits para que Asuma caísse de joelhos e permitisse Nagisa se soltar.

“Asuma-kun por favor se lembre que, mesmo que tenham assassinos tentando mata-lo, esse assassino profissional irá protege-lo, então, por favor, confie em mim.” Nagisa disse sorrindo enquanto usava sua habilidade para paralisar os oponentes e amarra-los

Asuma confiou.

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No dia seguinte o professor retomara sua antiga rotina, salvo um ombro deslocado e alguns cortes ele estava bem. Sua turma não concordou, eles estavam furiosos que alguém tenha conseguido feri-lo, um sentimento que Nagisa se lembrava bem, uma mistura de possessão e proteção que ele próprio sentira direcionado a Koro-sensei.

Eles queriam dar eles mesmos uma lição nos agressores e foi preciso muito tempo para convence-lo de que não valia a pena.

“Ao invés de tentarem arranjar briga com assassinos presos vocês deveriam tentar assassinar esse professor estagiário...” ele dissera sem pensar muito e se surpreendeu com a negativa da sala.

“E que mérito nós teríamos se o pegássemos quando você está todo acabado de outra briga? Seriamos obrigados a agradece-los por terem amaciado o sensei para nós” Kayma dissera revoltado.

Aquilo tocara fundo em Nagisa que não pode evitar o sorriso.

“Muitos assassinos costumam dizer que deve-se deixar a honra para os honrados, mas eu particularmente aprecio quando você faz seu trabalho nos seus termos. Mesmo por que, como vocês aprenderão um dia, ser um assassino profissional significa ter sua própria conduta moral.”

A semana passara e no último dia um furacão ruivo invadiu a sala e agarrou o professor sem cerimônia e, pondo-o sentado na mesa, em frente, a todos o beijou gerando um caos imprescindível. Os alunos não entendiam a briga de Hits que estavam vendo e dividiam-se entre chocados, furiosos e chocados e confusos.

Foi o líder que arrancara o ruivo sorridente de perto do professor despenteado, seus amigos seguravam o ruivo de joelhos enquanto outros tentavam arrumar as roupas e cabelos do professor.

“Sério Karma?” foi a única coisa que ele pode falar antes do caos voltar.

“Karma!? Esse cara é o Karma!?” Tao gritou entre a multidão

“Quem é Karma?” o líder perguntou ainda mantendo o ruivo preso ao chão encarando aqueles olhos dourados inquietantes.

“A Bitch-sensei disse que ele ficou com as três primeiras vezes do Nagisa-sensei na nossa idade” Hide disse corando enquanto Nagisa bateu na própria face e Karma ria de forma quase maníaca.

“Uma lição importante para todos aqui, nem sempre o que dizem é verdade. É sempre bom averiguar os fatos com uma fonte segura, de preferência a pessoa em questão. E só para que fique claro, Karma não pegou nenhuma ‘primeira vez’ minha... e quando falamos de ‘primeira vez’ estamos falando de beijos certo? Não criem histórias estranhas nas suas mentes”

“Uau você realmente entrou no personagem de professor hein? E desse tipo e alunos também... querendo provar algo Nagisa?” Karma disse erguendo-se.

Nagisa por sua vez manteve-se sobre a mesa e afastou seus alunos mais próximos, os olhos fixos no colega do fundamental.

“O que faz aqui Karma?”

“Apenas checando meu amigo... faz algum tempo que não nos falávamos e, quando ouvi que você estava usando a técnica da Bitch-sensei no Asuma enquanto o protegia de assassinos profissionais tive que vir e testar suas lâminas...”

  Eles estavam frente a frente quando o ruivo em um movimento rápido atacou, sua arma era uma faca de borracha que, apenas agora o líder percebera ter sido roubada de si quando foi empurrado. Nagisa não fora pego desprevenido, pulara no último momento da mesa e usara sua própria lamina para parar o segundo ataque do amigo.

“E então? Você já disse a eles a importância do segundo golpe? Já falou sobre sempre esperar um ataque e sempre está pronto para atacar? Já contou algum segredo vergonhoso seu?”

“Não preciso disso com você e a Bitch-sensei se metendo na minha sala desse jeito” o menor conseguiu dizer entre os ataques rezando para que seus alunos não fossem feridos pelos ataques insanos do outro “o que foi Karma? Ciúmes? Queria que eu tivesse te beijado antes?”

“Ha, nos seus sonhos talvez, nah sou completamente sincero quando disse que queria testar suas lâminas, apenas isso” ele disse abandonando a posição ofensiva, Nagisa o seguiu cautelosamente “Já mostrou seu grande truque? Assassino nato?”

“No primeiro dia, você realmente veio aqui apenas para testar meus hits e habilidade?” o professor estava sorrindo enquanto se aproximava do ruivo que atirava a faca de borracha para o líder.

Inesperadamente Karma abraçara o menor com força, se curvando para poder fazê-lo.

“Se você vai ficar aceitando trabalhos perigosos como proteger uma testemunha chave e ensinar um bando de assassinos aprendizes, sim.”

“Karma...”

“Tem certeza que eles não estão juntos nem nada?” o líder sussurrou para o grupo a sua direita.

Karma fez questão de apresentar o lado mais fofo e corado do professor, mostrando fotos dele enquanto tinha os cabelos longos e quando usou saias e vestidos.

“Um carinha assim é fácil de achar que não tem peso algum em uma briga né? Sendo tão feminino e fofo, ficando envergonhado por qualquer coisa, mas não se esqueçam que as melhores assassinas são garotas que se fingem de frágeis e dóceis para te fazerem abaixar a guarda, tivemos muitas garotas fofinhas que eram verdadeiras máquinas assassinas de elite quando queriam.

“Nagisa também é exemplo, quase todos o subestimavam no início por causa de sua aparência delicada e seu pouco tamanho, mas ele colocou um renomado treinador do exército no chão duas vezes consecutivas, ambas de forma linda... mesmo eu que era chamado de gênio fui posto no chão em uma luta que eu dominava por ele. Então o que queria deixar claro para vocês é ‘não julguem um livro pela capa’ ou ele vai chutar a bunda lindamente enquanto sorri como o anjo psicopata que é”

“Você realmente quer falar de psicopatas e sorrisos?” Nagisa não pode segurar a pergunta enquanto se preparava para sair, o sinal soara a quase meia hora mas todos estavam encantados de mais com o amigo do fundamental que ele não teve coragem de expulsa-los.

O meio do ano letivo chegou com muito mais influências externas que Nagisa preferia, seus alunos não reclamaram de receber pelo menos uma vez na semana um membro diferente da turma do fim, os renomados químicos, a renomada atriz, os empresários e trabalhadores de tantas áreas diferentes... todos ajudando em suas especialidades a resolver provas ou faze-los sonhar com um futuro diferente dos das ruas.

Quando chegou a feira da escola a turma se destacou com suas habilidades esportivas, trabalho em grupo, empreendedorismo e culinárias sendo alvo até da mídia, nesse tempo as avaliações eram o menor das preocupações que eles tinham principalmente por que suas notas pela primeira vez desde que entraram naquela escola eram excelentes.

A ideia de matar o professor foi praticamente esquecida, ainda haviam tentativas mensais no entanto elas não tinham o mesmo furor que no início, as vezes eles apenas iam para combates apenas para uma tutoria particular.

Ao fim do ano eles estavam formados, não como yakuzas, não como assassinos, mas como pessoas e Nagisa não poderia se sentir mais orgulhoso ou realizado, nem mesmo depois de ter conseguido a contratação por aquela escola.

Apenas após a formatura de sua primeira classe que o pequeno retornou a sua antiga sala e conversou com o espirito de Koro-sensei, quando saiu de lá estavam a sua frente alunos e colegas juntos em uma grande e unida classe.


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Notas finais do capítulo

E aqui está... tive de reler para poder postar e voltei a me encantar por esse anime, pode ser porque eu escrevi ou me lembrei da emoção no fim do anime mas acabei gostando dessa história, espero que vocês tenham gostado, comentem sua opinião e até 0/



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