Red Ridding Hood- Depois do fim escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 1
Capítulo 1: Depois da escolha




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P.O.V. Henry.

Eu estava lutando com uma bruxa, ela estava vencendo. Ia me matar com uma lâmina, quando alguém a parou.

—Porque não briga com alguém do seu tamanho?

—Você é uma traidora da sua própria raça.

—Eu não quebrei meu juramento. Eu não traí a natureza.

Ela se colocou em posição de combate. Uma posição de combate que eu não conhecia.

As adagas delas eram iguais. Deu pra ver uma energia nas adagas. A energia de uma era roxa e da outra era negra.

Elas lutaram, a luta era equilibrada, mas a minha salvadora ganhou.

—Eu sou uma alta sacerdotisa, nenhuma lâmina pode me matar.

—Felizmente, as minhas lâminas como as suas são de aço valiriano. Forjado e lapidado no fogo de um dragão.

—Maldita merliniana.

—Adeus Morgana. 

A moça limpou o sangue da adaga e recolheu as armas da outra.

—Você é uma bruxa.

—E você tá machucado.

Ela se aproximou e tentou tocar-me.

—Se não me deixar te ajudar, você vai sangrar até morrer.

—O que você vai fazer?

—Ser superior.

Eu senti a inconsciência tomar conta de mim. Mas, quando acordei não estava mais ferido.

—Olá caçador. Como se sente?

—Onde estou?

—Na minha casa. Está seguro. Nenhuma bruxa ou entidade das trevas põe o pé aqui.

—Você põe o seu pé aqui.

—Olha só garoto, você acha que sabe alguma coisa sobre a minha raça, mas você não sabe! Você não sabe porcaria nenhuma sobre o mundo sobrenatural. Se eu fosse uma bruxa das trevas eu teria feito picadinho de você.

—Todas as bruxas servem ás trevas.

—Mentira! A maioria de nós é boa! Me diz, o que te fez entrar pra essa vida?

—Eu escolhi.

—Deixa eu ver se eu adivinho, o seu recrutador falou que os lobisomens são feras raivosas, que as bruxas são servas de Satã e que todos os seres sobrenaturais são ruins e devem ser exterminados. Acertei?

Eu não respondi.

—To vendo que sim. Os mortais acreditam em qualquer coisa.

Eu olhei em volta e haviam muitas coisas estranhas na casa. Diversos símbolos que eu nunca tinha visto.

E armas, muitas armas. Lanças, espadas, machados, adagas, facas.

—Você gosta mesmo de armas. O que não é comum para uma dama.

—Eu não sou uma dama.

—É uma bela duma lança que você tem ai.

—É a lança que matou a Besta de Gevaudan. Isso não é aço comum, é feito com veneno de lobo e acônito, misturado ao sangue Valet sob a luz da lua cheia.

—Valet? Nunca ouvi falar de ninguém chamado Valet.

—Damnatio Memorie. Apagaram todos os vestígios, tudo o que ele assinou, tudo o que ele tinha, tudo o que ele era. Queimaram tudo. O nome do homem dentro da besta foi esquecido, assim como o nome da mulher que o matou. Marie Jeanne Valet foi uma heroína, uma mulher forte. Ela foi a primeira caçadora.

—É isso o que você é? Caçadora?

—Eu sou uma protetora da vida. Toda vida é sagrada e merece ser respeitada. A vida de um inseto vale tanto quanto a de um ser humano. 

—Eu vejo todos esses símbolos, mas não reconheço nenhum.

—Vê as árvores plantadas ao redor da propriedade? São todas de acônito, carvalho branco e sabugueiro. E as flores são também acônito e verbena.

—E?

—Acônito popularmente conhecido como mata lobos. Sabugueiro, popularmente conhecida como a árvore da morte. Verbena queima vampiros e protege os mortais do controle mental.

—E como você sabe de tudo isso?

—Eu já estou por aqui a muito tempo garoto. Eu não posso morrer. Uma bruxa das trevas amaldiçoou-me.

—E você aprendeu tudo isso na prática?

—Sim. Eu fui treinada na China, tive um treinamento Xaolin, os monges do templo me ensinaram a suportar todos os tipos de desconforto. Eu não sou nenhuma dama em perigo, posso cuidar de mim mesma. Venho fazendo isso a um bom tempo.

—E qual é o seu nome?

—Nefertari Song Jatcharif. É o meu nome de batismo, mas eu mudei. Agora eu sou Ravenna Song. E você?

—Henry Lazar.

—Muito prazer.

—Eu nunca ouvi um nome como o seu.

—É porque ele é bem velho. Estava na moda á dois mil anos atrás. 

—Como é viver pra sempre?

—Bom, você aprende coisas. Eu fui arruinada por um Rei uma vez, substituí sua Rainha que era uma mulher velha e com o tempo eu também teria sido substituída, os homens usam as mulheres... vocês nos arruínam e quando acabam conosco vocês nos dão para os cães, nos deixam de lado como trapos velhos. Mas, quando uma mulher consegue permanecer jovem e bela para sempre o mundo é dela.

—Você não foi amaldiçoada. Você escolheu isso.

—De fato. Eu fiz o que tinha que fazer, eu sobrevivi. Eu conheço homens como você Henry Lazar. Sempre houveram e sempre haverão homens como você. Homens que queimam cidades, que estupram mulheres, que atiram bebês de cima dos muros. Eu estava lá quando a cidade de Troia encontrou seu fim. Não foi bonito.

—Troia? A do mito grego?

—Sim. Alguns poucos escaparam, entre eles o Príncipe Paris, e por qual mulher você acha que aquela cidade queimou? Por mim. Eu era jovem, tola. Havia acabado de fazer o feitiço da imortalidade. Eu vivia num casamento que eu não queria, com um velho asqueroso, bruto e rude. Então... ele veio. Paris. Jovem, belo, galante e romântico. Nos apaixonamos e fugimos juntos. Como uma tola apaixonada eu criei um jardim inteiro para o nosso casamento, então na nossa quarta noite juntos eu ouvi o crepitar das chamas. Tudo ao meu redor começou a morrer e a queimar. Mas, eu posso dizer que a última coisa que aquele maldito do Minelau viu antes de morrer foi o meu rosto. Cortei a garganta dele. Vi ele se afogar no próprio sangue. Depois nós fugimos junto com o que sobrou da população troiana. Através de túneis que haviam sido construídos como rota de fuga embaixo da cidade. Aquela cidade, aquela gente morreu por minha causa. E desde o ocorrido eu tenho tentado compensar.

—Nossa! Eu não acredito que estou na presença de Helena, de Troia.

—Você diz como se eu fosse uma heroína. Mas, eu não sou.


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