Chocolate escrita por Lola Royal


Capítulo 3
Parte III


Notas iniciais do capítulo

Última parte, finalmente, mil desculpas pela demora!

Capítulo dedicado a Kawanne Carrera que recomendou a fic, muito obrigada, linda :D

Espero que gostem, boa leitura ♥



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A casa estava cheia, entre amigos, parentes, colegas de trabalho e vizinhos. Era muito bom receber todos naquele domingo de Páscoa, me fazia ficar radiante de felicidade.

Eu obriguei todos a usarem orelhas de coelhos e fiz em cada um uma maquiagem de coelho, tudo para que entrassem no clima do dia, o único que conseguiu escapar disso foi Dante, que não queria de jeito nenhum ser maquiado. Estava apenas esperando a atrasada Rosalie e seu noivo chegarem para começarmos a caça aos ovos, as crianças — e eu — estavam muito ansiosas para isso. O prêmio para quem conseguisse mais ovos seria um grande coelho de chocolate que eu tinha feito.

— Eu fico sexy até de coelhinha, a Playboy está me perdendo — Tanya, irmã caçula de James, falou. Ela tinha sido a pessoa mais recente a chegar e eu tinha acabado de finalizar sua maquiagem, a loira estava se admirando na câmera do seu celular.

— Tanya. — Ri dela.

Nós sempre fomos muito próximas, mesmo ela sendo dois anos mais nova do que eu e seu irmão. Além é claro de ter as crianças, contar com a família de James por perto me fazia muito bem para lidar com a ausência dele.

— Só falando — ela disse rindo também.

A campainha tocou, me fazendo praticamente saltitar no chão.

— Rosalie chegou!

Andei rapidamente até a porta, passando pelos convidados que enchiam a casa, a abrindo em um movimento brusco. Estava pronta para gritar algo para Rosalie quando percebi que não era ela ali, sim Edward Cullen, o professor.

Ele tinha sido convidado, mas eu não esperava mesmo que fosse aparecer. Então, vê-lo ali na minha porta era uma grande surpresa.

O professor usava uma calça jeans clara, tênis e uma camiseta polo vermelha. Em uma mão carregava sacolas de presentes, na outra uma garrafa de vinho. Ao seu lado estava um homem tão alto quanto ele, de feições latinas, cabelos, pele e olhos escuros, que usava uma bermuda, uma camiseta azul e sandálias.

— Professor Cullen — falei, ainda surpresa.

— Olá! — ele me cumprimentou educadamente. — Espero que o convite ainda esteja de pé e que eu não tenha vindo de intrometido — falou, com certo nervosismo em sua voz.

— Não, claro que não. — Abri mais a porta, deixando espaço para os dois entrarem. — É bom recebê-los.

— Hum, esse é o Santiago. — Edward apontou para o homem ao seu lado.

— Santiago, olá! — O cumprimentei com um aperto de mão, ele também carregava uma garrafa de vinho.

Ele seria o professor de reforço de Oliver, já tinha ligado para ele no mesmo dia, depois de receber seu número, as aulas particulares começariam na tarde seguinte.

— Olá, senhora Smith. Espero não estar atrapalhando nada também.

— Não, claro que não, vocês não estão atrapalhando em nada. Que bom que vieram, e você poderá logo conhecer o Oliver.

— Nós trouxemos bebidas — Edward anunciou. — E eu trouxe presentes para seus filhos.

Arregalei os olhos ao ouvir sua última frase. Ele tinha comprado presentes para meus filhos?

— Presentes?

— Apenas umas lembrancinhas — falou. — Minha mãe me ensinou nunca a ir a uma festa de mãos vazias.

Eu sorri em reconhecimento, mamãe tinha me ensinado o mesmo.

— Obrigada por isso, professor Cullen, é gentil da sua parte! — exclamei, ele deu um sorriso pequeno. — Vamos, só estou esperando uma amiga chegar e iniciaremos a caça aos ovos.

Eles me seguiram até a sala de estar, Tanya quando viu os homens atrás de mim abriu a boca em um O. Eu também vi Leah, Jéssica e Alice que estavam em uma rodinha juntas ficarem empolgadas ao verem o professor Cullen.

Tanya caminhou rapidamente até a gente.

— Olá, sou Tanya Smith! — Ela se apresentou para Edward e Santiago, apertando as mãos deles, se demorando muito mais ao cumprimentar o professor de reforço de Oliver.

— Tanya, esses são Edward Cullen e Santiago Martin, o professor da escola de Oliver e o novo professor de reforço dele. — Ela assentiu, ainda apertando a mão de Santiago. — Essa é a tia do Oliver, Tanya Smith — a apresentei a eles.

— É um prazer conhecê-la, senhora Smith — Santiago disse, abrindo um sorrisão para ela.

— Senhorita — ela o corrigiu rapidamente.

— Gostei da sua maquiagem — Santiago a elogiou, Tanya corou, o que não era muito comum dela.

— Posso te maquiar, todos tem de se maquiar aqui nessa festa — Tanya falou, tirando o vinho da mão dele e colocando na minha, já arrastando Santiago até onde eu tinha deixado o kit de maquiagem antes.

— Acho que você tem de se maquiar também — falei para Edward, que instantaneamente fez uma careta, o que me fez rir. — É brincadeira, se eu não consegui nem forçar meu filho mais novo a se maquiar, não vou te forçar.

— Ufa! — Ele suspirou, olhando ao redor. — Onde posso deixar isso? — Ergueu o vinho em sua mão.

— Lá na cozinha, pode me seguir — disse, indo à frente.

Como a casa estava cheia, nem tive como parar para apresentar Edward para ninguém, apenas fiz ele me seguir até a cozinha. Lá estavam Laura e minha mãe, conversando enquanto arrumavam as comidas que eu tinha feito, ou as que os convidados tinham levado.

— Oh, quem é você? — mamãe perguntou a ver Edward, sua boca se abrindo como a de Tanya.

— Ele é Edward Cullen, mãe — falei para a mulher com quem eu era tão parecida fisicamente. — O professor do Oliver na escola. Essas são minha mãe, Renée e Laura, minha sogra. — Ou ex sogra? Nunca soube muito bem como me referir a ela após a morte de James.

— O tal professor de matemática? — Laura perguntou chocada, no outro instante cruzando os braços na frente do corpo, não parecendo nada contente com a presença do professor ali.

— É, ele mesmo — confirmei.

— O que ele está fazendo aqui? — Laura perguntou revoltada. — Não foi ele que disse aquelas coisas para você?

— Que coisas? — mamãe perguntou sem entender, passando a mão por seus cabelos sempre arrumados, uma vez que ela era uma cabelereira.

— Nada demais, mãe. Laura, isso já está resolvido — garanti, ela continuou de cara fechada.

— Senhora Smith — Edward se pronunciou, olhando diretamente para Laura. — Eu já pedi desculpas a sua nora pelo que falei a ela, mas me permita me desculpar com a senhora também, foi um erro imenso da minha parte dizer a ela o que falei.

— O quê? — mamãe indagou ainda por fora do assunto.

— Depois a gente conversa, mãe — anunciei. — Por que vocês não levam algumas comidas lá para a sala? Só estou esperando Rosalie chegar para começarmos a caça aos ovos.

— Tá, tudo bem — Laura concordou, pegando alguns pratos de comida e levando para sala junto com minha mãe, que sorriu mais um pouco para Edward antes de sair.

— Senhora Smith...

— Pode me chamar só de Isabella, melhor, só de Bella — falei para ele, o interrompendo.

— Certo, você pode me chamar só de Edward, eu acho. — Ele colocou o vinho sobre o balcão da ilha da cozinha, eu coloquei o outro ao lado. — Estava falando que sinto muito pelo tumulto que causei outro dia, acho que nem deveria ter vindo, sua sogra com certeza não gostou da minha presença aqui.

— Não, que bom que veio — falei, mais rapidamente do que esperado, até mordi minha língua por aquilo. — Esqueça aquilo, sério, já está no passado.

Edward assentiu, colocando a mão livre dentro do seu bolso, ele continuava segurando as sacolas com os presentes para meus filhos. Aquilo era algo realmente surpreendente, ele era só professor de Oliver, não precisaria levar presente algum para os meninos, fora que era Páscoa, não Natal para se dar presentes.

— Quer comer algo? — perguntei, gesticulando para a bandeja com chocolates mais próximas, Edward torceu o nariz. — Sério?

— Foi mal. — Ele olhou bem para os chocolates. — Realmente não consigo nem cogitar a ideia de comer isso.

— Mais respeito com meus chocolates, não é isso, é algo que deu trabalho de fazer e garanto que estão gostosos. — Bufei, ele deu um sorriso pequeno. — Soei como uma menina mimada nesse momento, não foi?

— Um pouquinho — ele admitiu, seu sotaque ficou ainda mais forte ao dizer a última palavra. — Imagino que eles possam estar bons, mas realmente não para mim.

— Nunca conheci ninguém que não gostasse de chocolate.

— Acho que para tudo na vida há uma primeira vez, não?

— É, acho que sim. — Sorri um pouco. — Quer comer outra coisa?

— Não, estou bem.

— Beber?

— É cedo demais para vinho? — indagou.

— Não mesmo, meu pai chegou aqui já com uma caneca cheia de cerveja — falei rindo, dando uma espiada pela janela para o quintal, Charlie estava lá fora junto com outros convidados. — Quer uma? Ou o vinho que trouxe?

— Acho que vou de vinho — disse, apoiando as sacolas com presentes em um dos bancos junto do balcão.

— Certo. — Fui remexer nos armários atrás do saca-rolhas, quando o achei repassei para Edward. — Não sei abrir — me justifiquei. — Da última vez que tentei dei um soco em meu próprio rosto.

— Sério? — Edward não segurou uma risada.

— Sério. — Peguei duas taças sobre a bancada, ao longe ouvi a campainha tocar. — Não foi legal, eu estava no meio do jantar de Ação de Graças e todos riram.

— Você gosta de datas comemorativas, não? — Edward perguntou, pegando a garrafa de vinho e a abrindo com extrema facilidade.

— Adoro! — exclamei animada, estendendo as taças para que ele pudesse as encher. — Menos Halloween.

Edward me olhou surpreso.

— Pensei que você gostasse muito de chocolates e doces.

— Ah, eu os amo — afirmei. — Só odeio os sustos do Hallowen — completei, lhe entregando uma taça. — Morro de medo, no entanto, Oliver e Dante são fascinados pela data. Lá na Inglaterra não comemoram, né?

— De forma branda — respondeu, bebericando seu vinho.  — Com certeza não é uma tradição tão forte quanto aqui...

— Cheguei para faturar os chocolates! — o grito estrondoso de Emmett interrompeu Edward e me assustou, fazendo com que eu derramasse um pouco de vinho na minha blusa branca que tinha comprado especialmente para a data, por sorte eu estava de sutiã, ou seria possível ver meus peitos por conta de ela ter molhado.

— Emmett! — gritei com o noivo da minha amiga, ainda com o coração batendo em disparada por conta do susto. Emmett e Rosalie tinham parado na entrada da porta, ela tinha uma expressão animada no rosto ao ver Edward ali. — Merda, olha o que fez. — Me queixei, deixando a taça que eu segurava sobre o balcão.

— Ué, eu não fiz nada — o noivo de Rosalie, que poderia muito bem ser um instrutor de academia por conta de todos os músculos que tinha, se defendeu.

— Você me fez estragar minha blusa nova — reclamei.

— É, parece que você está em um concurso de camiseta molhada — Emmett disse, rindo de sua própria piada, voltando a caminhar para dentro da cozinha. — E ai, cara? — falou com Edward. — Quem é você?

— Edward Cullen. — Edward esticou uma mão para Emmett, que a apertou, vi reconhecimento no rosto do McCarty, Rosalie certamente já tinha falado sobre Edward para ele. — Professor do Oliver.

— Tô sabendo! — Emmett olhou para mim com deboche. — Então, Bella? Você vai ter umas aulas também?

— Cala a boca! — praticamente gritei, corando muito. — Vou trocar essa droga de blusa.

— Opa, vou subir com você! — Rosalie anunciou. — Nos falamos depois, Edward. Emm, trate-o bem.

— Pode deixar. — Vi Emmett pegar minha taça de vinho antes de eu sair da cozinha, sendo seguida por Rosalie.

Não falei uma palavra, praticamente correndo para o segundo andar, querendo que o mínimo de pessoas notasse o estado que tinha ficado. Entrei em meu quarto, com Rose na minha cola, deixando com que ela fechasse a porta.

— Ele veio! — ela gritou quando nos trancamos lá dentro. — O professor veio, ele veio! — continuou gritando em comemoração, dando pulinhos pelo quarto, parecendo uma adolescente boba.

— Pare com isso, Rosalie — reclamei, tirando minha blusa, me secando com a parte enxuta e indo pegar outra no armário.

— Ora, só estou comemorando que você vai arrematar o professor — ela disse, piscando para mim. — Não, essa blusa não! — reclamou quando me viu pegar uma de mangas compridas e mais larga, que eu costumava usar na gestação de Dante.

— Por que não?

— Tem cara de blusa de vó, nada sexy. — Ela foi até meu armário, remexendo lá dentro. — Você não quer que o professor te veja com roupa de vó.

— Rosalie, não fica pensando besteira, ele só tá aqui por cordialidade — afirmei. — Não tem nada a ver comigo não.

— Claro que tem, mas caso não tenha a gente vai fazer ter. Ele é um gato, Bella, você não pode perder a oportunidade.

— Rose, não, ele é professor do Oliver.

— De novo esse papo? Esquece isso, não tem problema você foder com o professor do seu filho.

— Rosalie! — Senti todo o sangue do meu corpo ir para minhas bochechas.

— Não banca a virgem, Bella. — Ela continuou remexendo no meu armário.

Ouvimos uma batida na porta e gritamos juntas:

— Quem é?

— Tanya.

— Pode entrar. — Eu mal tinha acabado de falar e a outra loira entrou no quarto.

— Eu estou apaixonada pelo professor.

Rose parou de mexer no armário, olhando chocada de Tanya para eu.

— Você também quer o professor Cullen? A Bella viu ele primeiro, Tanya.

— O quê? Não! — Tanya gargalhou. — Tô falando do outro.

— Edward trouxe o Santiago, amigo dele que vai ser professor de reforço do Oliver — expliquei para Rosalie, vendo compreensão tomar conta do seu rosto.

— Então, vista isso! — Ela jogou para mim uma blusa azul, de alcinha e com um pouco de decote que tinha encontrado no meu armário.

— Rosalie...

— Oh, isso é para conquistar o outro professor? Gosto disso! — Tanya declarou. — Ele também é um gatinho, agarra logo, Bella.

— Não, eu não quero — neguei.

— Por que não? — Tanya indagou, Rosalie bufou.

— Ele é aparentemente solteiro, tem sotaque, é gostoso, tem um trabalho e está lá em baixo na sua cozinha, agarre-o, Isabella! — Rosalie ordenou.

— Não sei se estou pronta para ter algo real com outro cara — murmurei, Tanya se colocou na minha frente, me fazendo olhar para ela.

— Bella, já faz algum tempo que meu irmão faleceu, eu sei que ainda sente a falta dele, mas você não pode se prender a James pelo resto da sua vida. Todos os seus encontros até aqui foram frustrados, quem sabe não rola algo realmente bom com o tal professor, invista.

— Estaremos aqui caso dê errado.

— É — Tanya fez coro a fala de Rosalie. — Agora vai lá agarrar o professor, vou agarrar o meu. — Dito isso ela saiu do quarto.

Olhei para Rose, que me lançou um olhar severo, rapidinho fazendo com que eu vestisse minha blusa.

— Que tal?

— Gata, muito melhor que a blusa de vó.

— Ok. — Ri. — Vou chamar as crianças no quarto dos meninos para começarmos a caça aos ovos — anunciei, deixando meu quarto com ela, minha amiga desceu na frente para ir preparando tudo lá embaixo. — Crianças, a caça aos ovos vai começar — anunciei para elas, que amontoavam o quarto dos meus filhos, quando falei aquilo elas saíram correndo para o primeiro andar, mas Oliver ficou para trás.

— Eles bagunçaram tudo — se queixou para mim.

— Depois nós arrumamos isso — falei, o conduzindo para a escada. — Adivinha quem está ai.

— Quem?

— Seu professor de reforço. — Oliver me olhou confuso.

— Ele vai me dar aulas agora?

— Não, querido. — Sorri, tocando na dog tag em seu pescoço. — Ele veio com seu outro professor, o professor Cullen.

Oliver arregalou os olhos.

— O professor Cullen tá aqui?

— Está sim, seja gentil com ele, certo? Ele trouxe até presentes para você e seu irmão.

— Uau! — Oliver continuava impressionado.

  Com as crianças no primeiro andar, a casa estava mais cheia e envolvida por barulhos. Para muitos isso parecia um pesadelo, mas sempre gostei da casa cheia, localizei Dante e antes de iniciar a caça aos ovos, os levei até a cozinha, onde Emmett ainda estava com Edward, eles continuavam bebendo e riam de algo juntos.

— A caça já vai começar? — Emmett me perguntou.

— Logo mais, vá fazer sua maquiagem enquanto isso — ordenei.

— Pra já. — Ele saiu da cozinha rapidamente, bagunçando os longos cabelos de Dante antes disso.

— Olá! — Edward acenou para os meninos.

— Mãe, por que tem um professor aqui? — Dante me indagou em pânico. Ele e Oliver estudavam na mesma escola, só que meu filho mais novo tinha outro professor de matemática, ainda assim com certeza conhecia Edward dos corredores.

— Eu o convidei para a festa, Dante — expliquei, ele não parecia convencido daquilo.

— A gente só devia ver professores na escola, fora parece bem errado, pode acontecer o fim do mundo por isso, mãe — murmurou para mim, mas pelo sorriso que vi no rosto de Edward desconfiei que ele tinha escutado a fala do meu caçula.

— Oliver, fale com seu professor — incentivei meu outro filho.

— Oi, professor Cullen — ele falou com temor na voz.

— Olá, Oliver. — Edward sorriu para ele. — Você pode me chamar só de Edward quando estivermos fora da escola, certo?

— Tá bom — Oliver concordou, ainda hesitante.

— E ai, Edward? — Dante falou com ele, me fazendo sufocar uma risada, Edward riu baixinho.

— Esse é o Dante — o apresentei.

— Eu trouxe presentes para vocês, garotos — Edward anunciou, pegando as sacolas e andando para mais perto da gente.

— Presentes? Maneiro! — Dante gritou empolgado. — É um videogame?

— Dante! — chamei sua atenção.

— Que foi? — ele se fez de desentendido.

— Não é assim que se reage quando alguém diz que tem presentes — falei.

— Ok, ok. Valeu pelo presente, Edward?

— Bem melhor — elogiei.

— Aqui. — Edward passou uma sacola verde para Oliver, outra azul para Dante.

— Obrigado, pro... Edward — Oliver se corrigiu.

— Não por isso — ele disse, sorrindo para Oliver, enquanto os meninos começavam a abrir as sacolas de presente.

— Uau, isso é irado! — Dante exclamou, seu presente era uma caixa de truques de mágica. — Valeu, Edward, vou ser um mágico agora.

— Só não suma com minhas moedas. — Olhei para Oliver, que estava quietinho, vi que seu presente era um kit de desenho, com cadernos, lápis, canetas coloridas e tudo o mais.

— Ei, isso é legal! — exclamei, falando sinceramente. — Não é legal, Oliver?

— É, é sim — ele confirmou, olhando para Edward, seus olhos brilhavam.

— Você gosta de desenhar, achei que seria legal te dar algo ligado a isso — Edward falou, agachando-se no chão para ficar na altura de Oliver. — Minha mãe era arquiteta, ela também desenhava.

Não pude deixar de perceber o uso do era em sua fala, não um é.

— O que um arquiteto faz? — Oliver perguntou.

— Eles projetam casas, basicamente — Edward respondeu. — Talvez você vire um, ou quem sabe um ilustrador, as opções para quem desenha são muitas. Também pode só desenhar por Hobby, eu gosto de tocar violão por diversão — confidenciou.

— Isso, mas você tem de se lembrar de que não deve desenhar na hora das aulas — falei para Oliver, que corou.

— Não vou mais fazer isso, mãe — jurou. — Prometo não desenhar mais na sua aula — disse para Edward.

— Confio na sua palavra, Oliver.

— Edward, Edward, Edward! — Dante chamou por ele, puxando a manga de sua camisa.

— Sim?

— Você pode me ensinar a tocar violão? Sempre quis tocar! — Dante proclamou, era uma verdade, desde bebê ele tinha um apreço pelo instrumento, teve vários de brinquedo. — Sabe, sou estiloso e caras estilosos sabem tocar violão — a fala dele fez com que Edward e eu gargalhássemos. — Não tô brincando, vou ser um novo Elvis. — Ele jogou os cabelos para o lado.

— Está mais para Justin Bieber, bebê — provoquei.

— Mãe, não me chama de bebê, já sou grande! — reclamou emburrado.

— Bom, Dante, se sua mãe concordar eu posso te dar aulas de violão — Edward falou, olhando do meu filho para mim, se levantando do chão. — O que acha, Bella?

— Não sei...

— Não se preocupe com custo algum, eu tenho um violão em casa e os fins de semana livres, posso ensinar o Dante e o Oliver também se ele quiser.

— Eu quero sim! — Oliver topou na hora.

— Mas você não é estiloso — Dante disse, mexendo novamente em seus cabelos compridos.

— Tem certeza? — perguntei para Edward.

— Absoluta. Que tal todo sábado à tarde?

Parei para pensar, mas minha linha de raciocínio foi interrompida pelos meninos implorando para que eu permitisse.

— Vai, mãe, por favor.

— Eu quero aprender a tocar para ser mais estiloso, deixa, por favor.

Enquanto isso Edward mantinha um sorrisinho vitorioso no rosto.

— Tudo bem, tudo bem — cedi. — Vocês podem aprender a tocar violão com Edward — permiti.

— Isso!

— Pega, vou ser estiloso!

Comemoraram juntos.

— Agora guardem os presentes no quarto de vocês e desçam logo para começarmos a caça aos ovos — ordenei, os meninos concordaram e saíram correndo da cozinha. — Não precisa mesmo dar aula para eles, fazer isso de graça, então? Não está certo, Edward.

— Sério, vai ser legal ensinar eles a tocar — falou, parecia estar mesmo sendo sincero. — E me fará fazer outra coisa aos sábados que não seja matar o tempo assistindo séries na Netflix — confidenciou.

— Vai mesmo trocar seu lazer para ficar com dois garotos e ainda dar aulas a eles em pleno sábado à tarde?

— Sim, se você quiser também te ensino a tocar.

— Acho que nem o próprio Elvis conseguiria me ensinar a tocar —  aleguei.

— Eu posso tentar? — Edward afastou uma mecha de cabelo do meu rosto, o que fez meu coração bater forte.

— Po-Pode — gaguejei, notando o quão próximo ele estava, o que fez com que eu me afastasse logo. — É melhor começar a caça aos ovos de uma vez — anunciei. — Diferente de certo convidado os outros estão ansiosos pelos chocolates.

— Touché!

Tentei não suspirar diante o que ele falou, mas não foi uma tarefa que consegui cumprir. Sem dizer mais nada sai da cozinha, ouvindo Edward me seguir.

Na sala anunciei para todos que estava aberta a caça aos ovos daquele ano — que essencialmente eram para as crianças, mas os adultos gostavam de ajudar —, assim como falei sobre os prêmios para os primeiros colocados, mas claro que tudo aquilo era uma brincadeira, no fim todos ganhariam muitos chocolates. Após eu contar de um até cinco, liberei a caça, um dos filhos do vizinho passou tão rápido por mim que desequilibrei e só não cai por Edward ter me segurado.

— Hum, obrigado — agradeci constrangida, sentindo sua mão quente e grossa no meu braço, por um segundo a imaginei em outros lugares, mas forcei aqueles pensamentos para fora da minha mente.

— De nada — ele falou, me soltando.

Arrumei minha blusa que tinha amassado um pouco e saído do lugar, deixando um decote um pouco maior e sai atrás da comitiva da caça aos ovos. A caça me distraiu o suficiente de Edward, principalmente por eu ter de controlar Emmett que parecia uma criança grande que estava querendo roubar ovos, segundo ele a caça deveria premiar os adultos também.

Por fim, quem ganhou a caça aos ovos foi uma menina da vizinhança, Dante ficou em segundo e o terceiro foi o filho de uma amiga. Após premiar os vencedores, eu estava distribuindo chocolates para todos quando fui abordada por Edward.

— Eu recolhi um ovo, o que ganho? — ele me perguntou, mostrando o ovo rosa em sua mão.

— Não sei, você é como o Grinch da Páscoa que não gosta de chocolates — provoquei.

— Por um mundo onde as pessoas possam detestar chocolates — ele falou, colocando o ovo na cesta de chocolates que eu carregava. — Jesus ia gostar disso, ele parecia um cara maneiro com as diferenças.

— É, com certeza ia. — Ri, olhei por cima do ombro de Edward vendo Rosalie, Alice, Leah, e Jessica juntas, claramente fofocando sobre nós dois, Tanya só não estava com elas por estar ocupada enfiando sua língua na boca de Santiago. Edward seguiu meu olhar, ficando visivelmente envergonhado. — É, eu vou continuar a distribuir os chocolates — falei, sem esperar uma resposta dele.

Mal falei com Edward pelo resto da festa, mas ele parecia ter se enturmado com Emmett, Jacob e até mesmo meu pai e o de James. Isso quando ele não estava com Dante, ou Oliver, que vira e mexe eu via indo até o professor.

— Até que ele parece legal — Laura falou em algum momento da festa, me ajudando a lavar pratos.

— Quem?

— O professor. — Apontou pela janela da cozinha, lá fora no quintal podíamos ver Edward com Dante, meu filho estava usando sua capa de mágico que ganhou em seu kit, enquanto o professor a cartola e eles mexiam no baralho.

— Ah, ele falou aquelas coisas aquele dia, mas depois foi bem atencioso em pedir desculpas e hoje está sendo bem legal com os meninos.

— Sabe, Bella? — Olhei para ela. — Quando você e James começaram a namorar pensei que iria ser para sempre, mas infelizmente meu filho se foi e o para sempre de vocês será eternizado com a presença de Oliver e Dante. Quando você saiu para seu primeiro encontro após a morte de James odiei a ideia, parecia que estava desrespeitando meu filho, sei que não te falei isso, mas foi o que senti. — Ela suspirou, sorrindo docemente para mim. — Só que agora, pensando direito sobre o assunto, percebo que você precisa continuar tendo uma vida amorosa e que mais cedo ou mais tarde irá se envolver com outro homem. Só espero que ele seja muito bom para você e para meus netos também, ele nunca será um pai para os meninos, mas acredito que possa ser um bom padrasto e te dar todo o apoio com os garotos e te fazer feliz. Não sei se é esse professor bonitão, ou outro cara que você vá conhecer, só quero mesmo que você e os meninos sejam felizes, por isso saiba que pode contar comigo para tudo.

— Ah, Laura!

Eu a peguei em um abraço, emocionada com sua fala.

— Obrigada por tudo — agradeci, a abraçando apertado por um bom tempo.

Quando nos soltamos olhei novamente pela janela, Oliver tinha se unido a Edward e Dante. Os três riam, os três pareciam felizes e ver a felicidade dos meninos me fez ficar feliz também. E, bom, eu precisava admitir quão lindo era o sorriso de Edward Cullen e o quanto aquilo fazia meu coração bater de uma forma que não batia há muito tempo.

***

Aos poucos todos foram indo embora, até que chegou um momento que só sobraram em minha casa Tanya, Santiago, Edward, Jacob, Leah, Rose e Emmett. Jacob e Emmett estavam animando todos para irem a um bar terminar o dia, mas como eu tinha duas crianças em casa e estava sem babá, não iria.

— E você, Edward, vai conosco? — Leah perguntou, vi Jacob e ela de mãos dadas, assim como Tanya e Santiago eles também tinham ficado juntos em determinado momento da festa.

— Melhor eu ir para casa, dou aula amanhã cedo.

— Ah, qual é, cara? Corta essa! — Jacob protestou.

— Edward, você bem que podia ficar mais um pouco, né? — Dante indagou, ele e Oliver estavam sentados no chão jogando videogame.

— É, Edward, fica e joga com a gente! — meu filho mais velho fez coro.

— Pois é, fica aqui com a Bella e os meninos — Rosalie falou, fazendo com que eu me engasgasse com saliva. — Ela vai querer arrumar a casa, aí você fica de babá dos garotos enquanto isso.

— Rosalie!

— Posso fazer isso — Edward falou para mim.

— Não precisa, Edward.

— Ele faz questão! — Santiago falou por ele.

— Isso, então vocês dois vão ficar — Tanya falou animadinha, com duplo sentido em sua fala. — Vamos, pessoal.

Antes que eu pudesse protestar mais com a ideia de Edward ficando para tomar conta dos garotos, todos os outros já tinham ido embora. Olhei bem para o professor, querendo que ele entendesse que podia ir, mas tudo que Edward fez foi se unir aos garotos no chão e começar a jogar com eles.

Vencida, fui para a cozinha começar a arrumar tudo por lá. Eu estava no meio de uma pausa estratégica para comer chocolates quando Edward apareceu na cozinha, trazendo alguns copos em mãos, os colocando sobre o balcão.

— Perdi a vez — ele falou. — Dante além de estiloso é ótimo no videogame.

— Pois é, ele tiraria uma nota A se fosse uma matéria da escola.

— Isso foi uma indireta?

— Talvez uma direta mesmo. — Dei de ombros, pegando mais um bombom e levando a boca.

— Ok — Edward falou, após respirar fundo.

— Ok o que?

— Eu vou experimentar um dos seus chocolates — declarou, me pegando de surpresa já que ele tinha os evitado o dia inteiro.

— Uau, isso é sério?

— É! — Ele contornou o balcão, ficando ao meu lado. — Vamos lá, quem sabe gosto da sua receita.

— Certo, é agora que você vai passar a amar chocolates, Edward Cullen — afirmei, escolhendo um bombom de chocolate ao leite, sem querer que ele misturasse o sabor a de alguma outra coisa. — Aqui.

Edward pegou o bombom em mãos, o levando a boca, dando uma pequena mordida. A careta não demorou a se formar em seu rosto, o que me fez bufar, vi o esforço que ele fez para engolir o pedacinho que pegou.

— É horrível! — exclamou.

— Edward! — gritei indignada.

— Não por ser seu — ele se defendeu. — Por ser chocolate, não adianta, eu continuo odiando, me desculpe, Bella.

— Isso é inaceitável! — Peguei o bombom da mão dele, terminando de comer. — Como você foi uma criança que não gostava de chocolate? Adulto até dá pra entender, mas criança não — falei, sem me importar em estar de boca cheia.

— Não sei. — Ele se apoiou no balcão. — Nunca curti, sabe? Meus pais até ficavam bem impressionados com isso, desde que me entendo por gente eu detesto. Mamãe também ficava com raiva de mim, pois sempre tinha de comprar um bolo sem ser de chocolate para mim nos aniversários, quando todas as outras crianças queriam os mais cheios de chocolate possível.

Ele deu um sorriso saudoso ao dizer aquilo.

— Me desculpa perguntar isso, mas a sua mãe também morreu?

Edward olhou para mim, eu me apoiei no balcão ao seu lado.

— É, morreu sim — ele confirmou. — Fez um ano no começo de Abril, ela sofreu um acidente de carro.

— E seu pai?

— Ele morreu quando eu tinha quinze anos, tinha câncer.

— Sinto muito, Edward. Bem sei como é perder alguém que se ama tanto. — Suspirei.

— A dor já melhorou agora, mas a saudade ainda é latente — compartilhou seus sentimentos.

— Você veio para os Estados Unidos depois da morte da sua mãe?

— Foi — ele confirmou. — Alguns meses depois vim fazer um curso na faculdade daqui da cidade, onde conheci o Santiago, aí decidi ficar no país, aproveitar novos ares.

— Entendo, às vezes sinto vontade de largar tudo aqui e me mudar para Marte.

Edward sorriu para mim.

— Eu tenho uma fornada de cupcake sem cobertura, você quer um?

— Opa, quero sim — aceitou.

Fui pegar o bolinho, colocando a fornada na frente de Edward, que pegou um e o comeu com gosto.

— Viu? Não precisa de chocolate — ele falou, eu revirei os olhos. — Por que você usou seu sobrenome de solteira na sua padaria? — me perguntou.

— Rosalie e eu queríamos que fosse uma padaria que sustentasse o fato de sermos duas mulheres que do nada tiveram essa coragem de criar algo nosso, sabe? Por isso usei meu nome de solteira, por isso priorizamos contratar mulheres para a equipe.

— Isso é legal — Edward disse.

— Como foi virar professor?

— Eu sempre amei números, esperava ansiosamente as aulas de matemática...

— Criança estranha que não gostava de chocolate e amava matemática — resmunguei, ele gargalhou.

— É, pensando por esse lado. Enfim, eu acabei percebendo que queria ser um professor e ensinar outras crianças a amarem matemática, infelizmente não sou o melhor do mundo, a situação toda com o Oliver está aí para comprovar isso.

Dei uma batidinha em seu ombro.

— Não se culpe, eu também tenho culpa por não ter percebido antes que ele estava com dificuldades.

Edward afagou minha mão que continuava em seu ombro, o que me fez pigarrear e soltá-lo.

— Ah, mas eu tenho de dizer que em um momento na minha adolescência não quis ser professor — ele voltou a falar.

— O que quis ser?

— Músico, foi quando aprendi a tocar violão, para cantar para meu pai no hospital.

— Ah — arfei. — Você também canta?

— Um pouquinho, estou enferrujado, admito.

— Legal, legal!

Porra, ele precisava cantar também? Além de lindo, inteligente ainda cantava e tocava. Isso sem falar naquele maldito sotaque que me dava arrepios, eu nem sabia que gostava de sotaque até conhecê-lo.

— Você tem namorada? — perguntei, sem conseguir conter minha boca.

— Não, eu não tenho — Edward respondeu, erguendo seu corpo, ergui o meu também, estávamos bem perto um do outro.

— É gay?

— Não, definitivamente não sou gay.

— Ah.

— Você está namorando alguém? — ele me perguntou de volta.

— Com certeza não, também não sou lésbica — falei, ele levou uma mão a minha sobre o balcão. — Você é o professor do meu filho — repeti, talvez mais para mim do que para ele.

— Não se preocupe, não aceito subornos — brincou, eu teria rido, mas preferi o agarrar.

É, eu agarrei o professor que odiava chocolates. Ao agarrá-lo conclui algo, deveria ter feito isso antes, já que beijar Edward era muito bom.

Ele segurou em minha cintura, com firmeza, enquanto eu segurava em sua nuca. A boca dele tinha um gosto entre o doce do cupcake e do chocolate, o que me deixava louca de vontade de só beijá-lo mais. Isso sem falar na pegada que aquele homem tinha, suas mãos firmes ao redor de mim me faziam desejar que eu estivesse nua para senti-lo melhor.

É, eu precisava de sexo.

Será que dava para subir escondida para o quarto e mandar ver com o professor?

— Mãe!

— Edward!

Não, não dava.

Me soltei de Edward abruptamente quando ouvimos os meninos chamando pela gente, ambos estavam com olhos arregalados e com expressões de choque no rosto.

— Você tá namorando o meu professor? — Oliver questionou.

— Você tá namorando a minha mãe, Edward? — Dante perguntou, Edward me olhou nervoso, assim como olhei para ele também. — Legal, agora o Oliver só vai tirar A em matemática e eu também quando for aluno do Edward.

— Dante, não!

— Não? Poxa!

— Não, não é assim que as coisas funcionam — aleguei. — E Edward e eu não estamos namorando, só foi um beijo.

— Ia ser legal se vocês namorassem — a frase partiu de Oliver.

— Ia? — Edward quem perguntou.

— É, você é bacana — meu filho mais velho falou.

— É mesmo — Dante concordou. — Mãe, namora com o Edward.

— Dante, não é mesmo assim que as coisas funcionam. — Ele suspirou por ser contrariado. — Esperem lá na sala, certo?

— Certo. — Ambos aceitaram a ordem, sem mais discussões.

Me virei para falar algo para Edward, mas não disse nem uma palavra já que o professor uniu seus lábios aos meus em um rápido beijo.

— Descobri o único jeito que gosto de chocolate — disse, afastando nossos lábios, mas afagando meu rosto, com sua testa encostada a minha.

— Des-Descobriu?

— Sim, em você — falou, me beijando mais uma vez, me fazendo praticamente desfalecer em seus braços. — Alguém já te disse que seus olhos têm cor de chocolate? — perguntou quando paramos o beijo novamente. — Porque eles têm, foram a primeira coisa que percebi quando você foi lá na escola. Eu gosto deles. — Edward beijou meu rosto, um sorriso bobo tomou conta dos meus lábios.

— Eu devia te odiar, sabe? Por você odiar chocolate, mas agora estou viciada nos seus beijos como sou viciada em chocolate. — Toquei na boca dele. — Isso... Você sabe, um relacionamento, eu não sei...

— Não estou com pressa. — Edward se afastou um pouco. — Quem sabe eu vá estar aqui na próxima Páscoa.

— É, isso parece bom para mim. — Voltei a agarrá-lo, mas claro que os meninos voltaram a cozinha naquele instante.

— Olha aí, falei que eles iam namorar! — Dante exclamou, Edward e eu nos afastamos rindo. — Você tem que ser estiloso para ser meu padrasto, Edward, que tal deixar o cabelo crescer?

— É, acho que não vai rolar, Dante — Edward disse, torcendo o nariz.

— O que tem aí, Oliver? — perguntei para meu primogênito, vendo que ele carregava um de seus cadernos de desenho em mão.

Hesitante ele se aproximou de onde Edward e eu estávamos, estendendo o caderno para o professor.

— Fiz esse desenho seu, Edward.

— Uau, isso ficou incrível, Oliver! — Edward falou impressionado, pegando o caderno em mãos. — Posso ficar com esse desenho de recordação?

— Pode sim! — Oliver concordou, animado. Ele sorriu para mim, visivelmente feliz de seu professor ter gostado do desenho.

— Que tal eu comprar amanhã uma moldura bem bonita para colocarmos o desenho? — sugeri. — Aí semana que vem quando Edward vier ensinar vocês a tocar, nós damos o desenho a ele.

— Gostei, mãe — Oliver concordou.

— Edward, você bem que podia ficar semana que vem até a hora do jantar, né? — Dante se aproximou da gente também, subindo em um dos bancos do balcão, Oliver o imitou. — Agora que você é o namorado da mamãe. — Dante sorriu travessamente para mim.

— Rosalie falou algo para você? — perguntei para o garoto.

— Ela disse que você e Edward formavam um belo casal, e me deu chocolate extra.

Eu ri, Rosalie não valia nada.

— Então, o que acha de vir jantar aqui semana que vem? — perguntei para Edward.

— Vocês até podem se beijar, eu deixo — Dante falou.

— Dante!

— Que foi, mãe?

— Vou adorar vir jantar com vocês — Edward falou, ainda segurando o caderno de desenhos de Oliver. — Contanto que não me forcem a comer chocolate.

— Como assim? Você não gosta de chocolate, é isso? — Oliver gritou, a boca de Dante estava escancarada.

— Não.

— Como você pode não gostar de chocolate?

— É a melhor coisa do mundo!

— Você é um alienígena?

Eu não fiz nada além de rir do questionário que os meninos faziam com Edward, que estava tendo de se esforçar para explicar que não gostava do doce. Não sabia mesmo onde aquela história entre o homem que odiava chocolate e a mulher que amava ia acabar, mas estava curiosa para me arriscar e tentar dia após dia fazê-lo passar a gostar de chocolate se fosse preciso.

Peguei mais um bombom, o levando a boca, meu olhar se encontrou com o de Edward. Ele sorriu, não parecendo em nada com o professor ranzinza que conheci, ele era doce no fim das contas e eu amava doces.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada a todo mundo que acompanhou, comentou e favoritou. Um agradecimento especial a Chloe Less que revisou o capítulo.

Aí, já tô com saudades desses lindos, as chances de revermos eles existem, por isso fiquem ligados no meu perfil.

Beijos!

16.04.18