Três horas, vinte minutos e meio - JDD escrita por LadyDelta, Leonardo Alexandre


Capítulo 1
Por que Terça-feira?


Notas iniciais do capítulo

Fala aí moça. É,eu sei! O que estou fazendo aqui? Pois é vinhada,fui desafiada e isso foi oque saiu do meu cérebro.
~Boa Leitura.



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 Narrador On.

Era uma terça-feira qualquer na vida das pessoas, onde provavelmente estariam seguindo a mesma rotina de sempre ou simplesmente não fazendo nada de especial, afinal, é uma terça. Quem faz planos para uma terça? Você não vai dormir na segunda a noite pensando “viado, amanhã é terça. Preciso chamar a galera para o barzinho” não, isso é um programa para a sexta. Ninguém, preste atenção, ninguém deveria fazer planos para uma terça a noite. Pense bem, um dia depois da segunda e três dias antes do fim de semana, qual é. Que diabos da para se fazer em uma terça-feira? É tipo aquele dia em que você está cagando para tudo. 

Talvez algumas pessoas tipo, um por cento da população mundial goste da terça, como Adriana, que disse para a sua jovem namorada Cássia ir enfim conhecer seus preciosos filhos, em uma terça à noite. Sabe aquilo de “as coisas começaram erradas?” para Cass estava sendo “as coisas começaram muito erradas”. Uma terça-feira, era tudo que a jovem universitária conseguia pensar enquanto esperava Adriana fazer a gentileza de lhe atender na porta. O que diabos sua professora de fundamentos tem com terças? A primeira vez que se viram foi em uma terça, o primeiro beijo foi nesse mesmo dia e qualquer outra coisa que você imaginar que envolva sua professora e namorada, adivinha? Isso mesmo, uma terça. Seria isso um karma? Bom, eu não sei, mas Cass estava começando a achar que sim. 

— Você chegou. – Dri falou sorridente ao abrir a porta, coisa que fez Cass sorrir radiante. Fora da universidade Dri é um anjo, quando está em aulas mais parece o demônio torturando almas. 

— Sabe que dia é hoje? – Cass fez questão de perguntar ao passar pela porta, se inclinando um pouco para cima só para beijar os lábios de sua amada. Não bastava ser 18 anos mais jovem, ainda precisava ser mais baixa. 

— Terça? – Perguntou incerta. 

— Isso, terça. Já notou que involuntariamente você sempre marca tudo para terça? – Perguntou divertida, sorrindo por Dri fazer uma expressão confusa. O fato dela ter 41 anos e aparentar ter 29 foi o que fez Cass se aproximar para puxar assunto, porque sempre gostou de pessoas mais velhas, só não sabia que sua namorada era mais do que aparentava e bom, seria sua professora. 

— Eu nunca reparei. Faço muito? 

— Sempre. – Sorriu carinhosa e congelou ao ouvir risadas vindo de mais adentro da casa. Cass tem um pequeno trauma com crianças, não que ela não goste delas, muito pelo contrário, as crianças que parecem ter algo contra ela. Sempre se sentiu uma caixa surpresa, daquelas onde as crianças rodam uma manivela e de lá salta um palhaço macabro. Talvez isso também fosse karma, crianças a odiarem sem motivo aparente. 

— Tudo bem? – Dri perguntou ao notar que a garota parecia ter congelado no local. 

— Uh, sim. Tudo bem, eu estou ótima, maravilhosa. – Sorriu nervosa e encolheu os ombros ao tornar ouvir os risos. 

— Ótimo, venha conhecer meus filhos. – Chamou enquanto a puxava em direção a sala, local onde estava dois garotos, um sentado no sofá mexendo no celular e outro no chão, brincando de montar uma torre de dados. - Buzz, Wood, essa é a Cass. – Apresentou segurando a namorada pelos ombros o que chamou a atenção dos dois garotos. No caso esse não era o nome dos meninos de verdade. Buzz era Júlio o mais velho de 15 anos e Wood era o Marcos de 11, mas Cass já sabia dessa informação por adorar ouvir Dri falar sobre os filhos.  

— Meu Deus, mãe. Você não me disse que ela tinha a minha idade. Wood liga pra polícia que nossa mãe é pedófila. – O mais velho falou e Cass se encolheu. Era pior do que ela poderia imaginar, os filhos de Adriana tinham o seu humor. 

— Pare com isso, Buzz. – Dri repreendeu o filho mais velho e se jogou no sofá ao seu lado. - Cass, sente aqui com a gente. – Pediu carinhosa e a universitária se sentou um pouco apreensiva pelo olhar do garoto no chão seguir cada movimento seu. 

— Meu Deus, você é pequena. – Buzz falou analisando-a de cima a baixo. - Qual o seu nome? 

— Cássia. 

— Cássia de quê? Mãe falou que você tem o nome da cantora da música malandragem. Você é malandra? – O pequeno no chão perguntou e Cássia arregalou os olhos. 

— O quê? 

— É que tipo, eu não gosto de marginais. Se você for uma eu vou precisar ter uma conversa séria com minha mãe. 

— Marginal? – Olhou para mais velha e corou por notar o quão seu olhar estava carinhoso. 

— Eles estão brincando com você. O nome dela é Cássia Eller Nunes. – Revelou para os meninos que sorriram. 

— Mas espera um pouco. Quantos anos você tem mesmo? – O menor perguntou curioso. 

— 23, e você? 

— Calma aí, quem está sendo interrogado não sou eu. Quais são as suas intenções com minha mãe? – Perguntou sério, o que piorou ainda mais a situação para Cass. Por que as crianças são assim com ela? 

— Hã... Eu não... Er... Eu gosto dela. 

— Gosta como? – Buzz perguntou parecendo não ter muito interesse no assunto, já que não desviava a atenção do celular. 

— Gosto como... – Olhou para mulher ao seu lado e sorriu por encontrar os olhos castanhos em si. Às vezes Cass consegue lhe pegar fazendo isso durante as aulas, coisa que a deixa vermelha e tendo de dar explicações as suas amigas. - Eu amo. – Revelou, o que fez a mulher mais velha entreabrir a boca. Embora o relacionamento das duas siga por pouco mais de nove meses, nenhuma delas ainda tinha dito as palavras significativas e com certeza Dri não esperava que Cass as falasse primeiro, muito menos em frente aos seus filhos.  

— Não acredito nisso. Você é aluna da minha mãe e consegue amar ela? Você é doida? – Buzz perguntou realmente surpreso pelas palavras da moça. Como uma pessoa poderia ser aluna da sua mãe e conseguir amar o demônio que ela se torna? 

— Na faculdade eu odeio. – Confessou se inclinando um pouco para perto do menino, como se contasse um segredo.  

— Eu sabia. Ela é o Satã, não é? 

— Júlio! – Dri repreendeu assim que seu choque inicial passou. Cass acabou rindo sem jeito. Com certeza não estava nos seus planos dizer “eu amo”, mas a merda já estava feita. Se isso fosse no literal da palavra, essa seria uma daquelas situações em que a descarga trava e o cocô fica lá, boiando até alguém o encontrar.  

— Mas é sério mãe. Lembra do que você fez quando te pedi para me ensinar matemática? Pelo amor, nunca imaginei que seria tão fácil invocar o demônio, achei que precisasse pelo menos desenhar um pentagrama. – Reclamou e Cass olhou divertida para mulher ao seu lado. Talvez estivesse nervosa o dia todo a toa, já que seus filhos parecem ser divertidos. 

— Você não prestava atenção. 

— Não? Você que não sabia explicar. Aí ficou puta porque eu não consegui entender. Enfim, você está com fome, Cássia? 

— Uh, pode me chamar de Cass.  

— Tranquilo. Então, tem fome? Minha mãe fez uns sanduíches, porque é a única coisa que ela sabe fazer sem queimar tudo. Você sabe cozinhar?  

— Estou bem por enquanto. Bom, digamos que eu só sei fazer macarronada. – Revelou a única coisa na qual era boa, vendo os olhos de ambos os meninos brilharem.  

— Não acredito. Você pode fazer pra gente? Por favor, eu vou fugir de casa se minha mãe decidir cozinhar de novo. – O menor pediu do chão e Cass voltou a olhar para Dri, erguendo uma sobrancelha por ela negar com a cabeça e soletrar um “teste” com os lábios.  

— Posso. – Falou animada, já que fazer macarronada a deixava de certa forma alegre.  

— Sério? E podemos ajudar?  

— Sim, se quiserem. – Sorriu carinhosa e franziu o cenho pela namorada bater a mão na própria testa e negar com a cabeça enquanto ria. O que diabos aquilo significava?  

— Mãe, você vem com a gente. – Buzz se ergueu do sofá puxando o braço da mãe e Cass se levantou para segui-los até a cozinha da casa, ainda curiosa pela reação da mais velha.  

— Meu Deus, você é realmente baixa. Daqui uns dias até eu fico maior que você. – Wood falou andando ao seu lado, o que fez a garota rir e negar com a cabeça. Era tão óbvio a implicância que chegava a ser engraçado, já que o garoto tinha uns cinquenta centímetros a menos.  

— Sim, você ainda vai ficar maior que eu, dá para perceber isso só de olhar para seu corpo. Tenho um irmão um ano mais velho que você e bom, ele tá quase me passando.  

— Sério mesmo? Eu vou crescer rápido? – Perguntou animado.  

— Sem dúvida. – Sorriu para o garoto e olhou em volta ao parar na cozinha, vendo o quão organizada era.  

— Linda, não é? – Buzz perguntou e Cass só assentiu ainda olhando envolta. - É porque minha mãe nunca usa, aí tem sempre essa aparência. – Falou e se encolheu por receber um tapa da mãe no ombro.  

— Eu não sou tão ruim. O que a Cass vai pensar de mim se vocês continuarem me difamando assim?  

— Que você talvez não seja boa na cozinha?  

— Corrigindo, ela não é boa. Não existe um talvez. – Wood falou abrindo o armário e tirando de lá uma panela pequena, onde na cabeça dele daria para cozinhar uma macarronada para quatro pessoas. - O que acha dessa aqui? – Perguntou olhando para Cass, que negou com a cabeça.  

— É muito pequena. Eu posso? – Perguntou se aproximando do armário e o menino deu espaço para que ela procurasse. - Dri, você tem queijo e temperos? – Perguntou ao encontrar a panela perfeita.  

— Posso conferir. – Respondeu com um sorriso e foi até a geladeira, coisa que fez os meninos se entreolharam. Nunca chegaram a ver sua mãe sorrir carinhosa assim para alguém que não fosse eles.  

— Então, Eller. Do que precisa para fazer a macarronada? Não seria melhor tirar sua mochila? – Buzz perguntou em notar que a garota ainda mantinha a mochila que havia trago com ela nas costas.  

— Tem razão. Eu acabei me esquecendo de tirar. Trouxe meu vídeo game e uns jogos, já que sua mãe falou que vocês gostavam, só tem isso aí dentro. – Alertou e teve a mochila praticamente arrancada de suas mãos.  

— Caralho, você trouxe jogos e um vídeo game? Porra, abortar missão Wood. Essa garota é foda. – Buzz falou abrindo a mochila e tirando um dos seis jogos que Cass havia trazido. – Pelo amor, um PS3 novinho. Olha só os jogos, Metal Gear 4, Tomb Raider, Heavy Rain, God of War 1,2 e 3 viado. Mano, olha só para essa mina de ouro. – Falou empolgado com os jogos e Dri se escorou na geladeira observando a felicidade dos filhos e sua namorada decidindo entre as duas marcas diferentes de macarrão, tentando disfarçar o quão feliz estava por ter feito as crianças felizes.  

— Nossa, depois dessa você pode se casar com minha mãe e vir morar aqui hoje mesmo. – O menor disse conferindo os jogos com o irmão e Dri sorriu. - Nem vamos mais te atrapalhar a cozinhar para ver até onde aguenta ser irritada. Com esses jogos aqui você pode dormir no quarto com a minha mãe.  

— Ela já faz isso. – Buzz revirou os olhos e Cass se encolheu. - O que o Wood quer dizer é que, a gente te aprova cem por cento. – Colocou os jogos de volta na bolsa e se aproximou da garota que estava envergonhada no canto da cozinha. - Agora eu real vou te ajudar a fazer essa macarronada para depois ir jogar. – Deu leves batidinhas no ombro dela e Dri se afastou da geladeira para ir até os dois.  

— Por que vocês não já vão jogar e deixam que eu ajudo ela?  

— Coitada, acabamos de dizer que não vamos atrapalhar e você quer fazer isso? – Falou divertido e Cássia não conseguiu conter a risada. Tinham de ser filhos de Dri mesmo para a zoarem até a mãe a cada segundo.  

— Vão jogar. – Apontou séria na direção da sala e os dois meninos riram.  

— Cuidado Cass, ela vai tacar fogo em tudo, até em você.  

— Sumam daqui. – Mandou  e acabou rindo pelos meninos saírem correndo, lhes ouvindo brigar para ver quem jogaria primeiro. - Eu não te disse que eles gostavam de jogos. – Falou assim que se viu sozinha com a namorada, que colocava a água ferver.  

— Eles são garotos, tinha noventa por cento de chance de gostarem dos jogos, então eu decidi que seria uma boa ideia trazer. Parece que fiz certo. – Sorriu por não se sentir mais tão intimidada com as crianças. - Sem dizer que eu nem ando tendo tempo de jogar, então não vejo problema em deixar o console aqui.  

— Espera, você vai deixar aqui? – Perguntou surpresa.  

— Vou. Quer dizer, você não se incomoda com isso, não é? – Olhou preocupada para mais velha, que negou com a cabeça antes de lhe puxar para um abraço.  

— Não me importo. Aquilo que disse na sala é verdade? – Perguntou olhando diretamente nos olhos âmbar.  

— Aquilo o quê? Que sei fazer macarronada? – Desconversou e se encolheu pela mais velha revirar os olhos.  

— Não, Cass.  

— Eu te odiar na faculdade? É que você realmente é uma general. Quer dizer, tem vezes que você é um tesão, mas é muito nervosinha. Minhas amigas disseram uma vez que você com certeza não tinha vida sexual, aí não entenderam porque eu comecei a rir. – Virou-se para olhar se a água fervia e Dri franziu o cenho em entender o que as amigas dela haviam insinuado. Será que ela era tão terrível assim em aula?  

— Minha vida sexual é uma delícia. – Falou abraçando Cass pelas costas e observando atentamente cada movimento da garota de colocar o macarrão na água. - Você me ama? – Perguntou e riu baixinho por Cass se encolher com a pergunta. Infelizmente para lidar com a namorada as perguntas deveriam ser diretas, porque conhecia bem o seu jeito de divagar e enrolar todo mundo, sempre conseguindo vencer a pessoa no cansaço.  

— Não exatamente, quer dizer....  

— Não exatamente? O que isso significa? Você não me ama? – Perguntou divertida por notar o quão sem jeito Cass ficou.  

— Amo, quer dizer... Meio a meio? É que eu não sei se... Eu não...  

— Se eu te amo de volta? – Perguntou virando a namorada de frente para seu corpo de novo, vendo que tinha acertado em cheio na pergunta. Às vezes Cass conseguia ser tão neném que Dri se perguntava como ainda tem a garota como namorada. - Eu não teria te trago para conhecer meus filhos se não te amasse. – Revelou, sorrindo pela forma que Cássia ficou vermelha.  

— Tecnicamente você não me trouxe, só disse onde morava e eu vim sozinha. – Brincou na tentativa de camuflar seu nervosismos pelas palavras ouvidas.  

— Certo, eu não trouxe, mas te amo.  

— Eu te amo também. Agora deixa eu mexer meu macarrão, se ele grudar um no outro e virar uma pasta a culpa vai ser sua. – Resmungou mudando o foco totalmente para sua comida. Tinha dois meninos na sala prontos para serem impressionados.  

— Então precisa mexer? – Dri perguntou ficando curiosa como se fazia o macarrão que nunca aprendeu.  

— Nossa, é claro que precisa. Você não coloca leite no copo e joga duas colheres de Nescau e bebe. – Explicou revirando os olhos. - Se você não mexer essa porra fica que nem uma pedra.  

— Então me ensine a como preparar, assim posso fazer na próxima vez que vier aqui em casa. – Pediu se colocando ao lado da mulher no fogão.  

XxX 

Fazia alguns minutos que a macarronada tinha ficado pronta e Dri tirava o prato dos filhos, já que nem piscavam em frente da televisão. Se ela soubesse que um vídeo game faria as crianças calarem a boca teria comprado um quando aprenderam a falar.  

— Eu levo esses dois e você traz esse que tá segurando e o suco. – Cass falou indo em direção a sala e acabou rindo pela forma como as crianças estavam vidradas no jogo. - Eu trouxe comida. – Alertou e levou um leve susto pelos meninos pausarem o jogo imediatamente e virem em direção aos pratos.  

— Graças a Deus comida de verdade. – Buzz falou cheirando o prato e indo para o sofá.  

— Cass, você é um anjo que veio do céu. Nossa  mãe deixa a gente passar fome. – Wood reclamou provando do macarrão como se comece pela primeira vez na vida. - Por Deus, isso é uma delícia. – Foi se sentar ao lado do irmão e Dri chegou ao lado da namorada com seu prato e uma jarra de suco. - Caralho, ela fez suco? Mãe, casa com essa garota. Eu não consigo mais sobreviver só com a merenda da escola e pão. 

— Dri, você não dá comida seus filhos? – Cass perguntou assustada em ver que o menino realmente parecia falar sério. 

— Faço sanduíches, compro pizza e lanches. 

— Socorro. Dri, eles são crianças, precisam de nutrientes e fibras. 

— Ué, você pode resolver isso se vir morar com a gente. – Deu de ombros e Cássia deixou a boca abrir em puro choque. 

— O quê? Isso foi um pedido? – Perguntou assustada. 

— Deixo no ar, o convite já foi feito. 

— Pelo amor, com esse macarrão aqui ela nem precisa ir embora. – Buzz falou pegando um punhado grande do macarrão. 

— Você pode dormir no meu quarto se quiser. – Wood falou terminando o seu prato e Cass riu divertida. - Tem mais? Sei que olhando assim eu pareço que to passando fome, mas a verdade é que eu estou mesmo. – Falou rápido e Dri negou com a cabeça pelo drama do filho.  

— Cass fez uma travessa cheia, vai lá.  

— Graças a Deus. – Saiu correndo na direção da cozinha e Cass se sentou no sofá ao lado de Buzz.  

— Me diz que você vai morar com a gente, Cass. Porque... Oh ohjust as sure as the stars in the sky 

(Oh-oh, tão certo como as estrelas no céu) 

Cantou e Cássia negou com a cabeça por conhecer exatamente qual música era, All that matters - Justin Bieber.  

— need you to show me the light 

(Eu preciso de você para me mostrar a luz) 

Not just for the meanwhile 

(Não só por agora 

For a long long time 

(Por um longo tempo 

Better believe it 

(Pode acreditar) 

Parou para comer mais macarrão e Wood voltou para sala com mais um prato cheio.  

— Na moral, mãe! Casa com ela, eu posso até te implorar isso. – Pediu e Dri olhou para a garota ao seu lado, que comia em total silêncio. Olhando para o jogo pausado na televisão.  

— Vocês sabem que ela vai deixar o vídeo game aqui, não sabem? – Perguntou divertida e os meninos se entreolharam surpresos.  

— Você tá zoando com a nossa cara. Socorro! Cássia, onde estão as suas asas? Eu não acredito que seja uma reles mortal. Olha, se minha mãe não casar com você eu caso. – Buzz terminou seu prato e olhou para sua mãe. - Espero que você se case com ela. Olha só o que ela fez, nos alimentou, coisa que você não faz e ainda nos trouxe um vídeo game.  

— Cala a boca, Júlio. – Resmungou emburrada e olhou para namorada que estava mais do que vermelha. - Cass. – Chamou e teve os olhos âmbar fixos nos seus. - Você conquistou meus filhos. – Revelou, o que fez a garota sorrir sem jeito. - E me conquistou, então eu espero realmente que você saiba que isso significa que agora é responsável por nós. – Continuou e Cass arregalou os olhos. - Você quer morar com a gente? Tipo, não precisa ser agora ou semana que vem, mas...  

— Tá doida? Você pode vir amanhã mesmo? Caralho, só de pensar em comer esse macarrão de almoço meu estômago ronca, e olha que o bichinho tá até estufado agora. – Buzz falou empolgado e Cass só soube se encolher.  

— Eu... Não sei ao certo. Não imaginava que um pedido desses ia acontecer quando saí de casa hoje.  

— Eu também não imaginava que minha mãe namorava com uma pessoa tão foda, é a vida. – Wood falou ao acabar seu segundo prato e olhou para o vídeo game. - Você quer jogar com a gente? – Chamou em notar que a garota já havia terminado seu prato.  

— Claro. – O colocou no braço do sofá e se sentou ao lado do menino no chão, logo tendo Buzz sentado do seu outro lado.  

Dri observou a cena e sorriu finalmente começando a comer. Nunca em sua vida imaginou ficar perdidamente apaixonada por uma garota tão mais jovem, mas o que ela poderia fazer? A flecha que o cupido usou mais era uma picareta, fazendo com que seus sentimentos pela jovem fossem maiores do que poderia controlar.  

— Cássia. – Chamou a menina ao terminar de beber um pouco do seu suco, tendo sua atenção total.  

— Sim?  

— Você quer se casar comigo? – Pediu e acabou rindo por seus filhos gritarem surpresos e Cass se encolher feito uma tartaruga.  

— Você precisa aceitar isso. Não que eu esteja te pressionando, mas se você não aceitar, Wood e eu vamos morrer de fome.  

— Sim, por favor, eu quero que você volte. – Wood falou para menina ao seu lado, que sorriu.  

— Acho que eu aceito isso. – Falou se referindo ao pedido de Dri, afinal, é a pessoa pela qual ela faria qualquer coisa sem pensar duas vezes. - Mas preciso organizar certas coisas antes. Talvez esteja tudo certo em uma semana.  

— Então na próxima terça você vem morar com a gente? – Wood falou animado e Cass negou com a cabeça, só conseguindo pensar que talvez planos em uma terça-feira não seja assim tão ruim, afinal, na próxima, mesmo que não tenha conseguido resolver tudo, poderá vir ver sua futura família de novo. Em imaginar que onze meses atrás ela nunca imaginou que teria uma namorada e filhos. A vida é mesmo uma caixinha de surpresas, não é mesmo?  

— Isso significa que você vai aceitar o meu pedido de casamento? Caralho, eu preciso comprar alianças e fazer um pedido decente. Socorro, eu vou me casar? – Dri falou em choque por finalmente entender o que acontecia a sua volta.  

— É mãe, você vai. Espero que não espante ela antes de terça que vem, porque foi sua culpa eu gostar de uma pessoa que nem sequer conhecia até hoje. – A falou e Cass riu divertida. Crianças são adoráveis, não é mesmo?  

— Menino, eu não espantaria a pessoa que eu amo.  

— Ata, do jeito que você se transforma do nada. Cass, perdoa nossa mãe e não desiste dela. – Wood brincou e Dri só riu por seus filhos serem tão retardados. Se parar para pensar, ter Cass na sua casa todos os dias é muito melhor do que só a ver algumas vezes na faculdade e dias pingados na semana. Talvez ela devesse ter pedido essa menina para morar junto desde sempre, já que sua vida melhorou cem por cento desde que a conheceu.  

— Cass, se não for pedir muito, você pode deixar mais macarrão para manhã? – Buzz perguntou concentrado no jogo e Cássia riu divertida.  

— Posso vir fazer algo para comerem todo dia, aí deixo o suficiente para o jantar.  

— Seria meu sonho? Caralho. Eu te veneraria se fizesse isso, porque olha, se for para depender da minha mãe, a gente morre. – Wood falou e Dri não conseguiu conter o riso. Por que seus filhos precisam ser umas pestes?  

— Se sua mãe permitir.  

— Ela não tem mais voz nessa casa. A questão aqui somos nós e nossa sobrevivência. Wood não pode morrer de fome, nem eu. Então eu decreto que você tem passe livre. – Falou olhando para mãe e sorrindo grande. - Obrigada por trazer ela aqui mãe, eu já ia te denunciar pro conselho tutelar. – Brincou e Dri deu risada ao mesmo tempo que Cass. É, parece que é assim que se forma uma família.  


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Notas finais do capítulo

Entom, foi isso :v