Por meio de um dia, Kunikida encarou o embrulho dourado e pensou sobre como entregá-lo, quais as rotas, suas reações para cada resposta… Refez a cena inúmeras vezes, na mente e na frente do espelho, por segurança.

Sua ansiedade após discutir com sua consciência se seria o presente adequado, agora não conseguia sossegar, em dúvida da reação de Yosano ao recebê-lo.

Eles estavam firmados em um namoro, Kunikida até planejava oficializar durante o jantar naquela mesma noite, e todos na Agência também já estavam cientes graças as provocações nada sutis de Yosano, para deixá-lo constrangido. Porém, talvez, aquele fosse um passo grande demais. Não era o tipo de presente que Yosano gostava, e ele temia que ela não pensasse como ele quanto à eles.

Involuntariamente, pensou na mulher que causava suas atuais angústias. Se ela estivesse ali, definitivamente riria dele e o puxaria para um beijo, murmurando que ele pensava demais em coisas desnecessárias, e que deveria agir mais impulsivamente.

A clareza com que imaginava a cena só o fazia ainda mais envergonhado pela afirmação do quanto gostava dela.

Suspirando pela última vez, e deixou os ombros relaxarem. Guardou o caderno embrulhado dentro da bolsa de uma só vez e antes que perdesse a coragem, saiu do apartamento determinado. Yosano gostaria do presente, ele sabia, assim como também tinha certeza que ela o faria envergonhado após sua confissão, mas se não o fizesse, não seria a Yosano por quem ele se apaixonou.