Palace escrita por June Everden


Capítulo 4
O jogo está começando


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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(Liniker – Zero ♪)

Emma se inclinou para frente, preparando-se para contar um pouco de sua historia. E a loira sabia que assegurar o uso das terras dos Mills, era de fato o mais importante, pois aquilo iria lhe garantir a sua tão sonhada promoção. E o seu chefe tinha deixando aquilo bem claro, sem aquele negócio nada de promoção. A dúvida era, será que Swan conseguiria convencer Regina tão facilmente?

—Eu trabalho para Sell, uma das maiores empresas de publicidade de Londres.  E no momento estamos expandindo e apostando em novos negócios, o mercado de floricultura tem crescido bastante.  E há poucos meses conseguimos uma grande conta, de grande marca que tem varias floriculturas pelos Estados Unidos. — Emma olhou rapidamente para Regina, e acreditou ver certa curiosidade nos olhos da morena, confiante ela prosseguiu. — Então vou ser honesta com você Mills. Haverá uma grande recompensa para mim, uma promoção na verdade. Claro se eu conseguir fechar o negócio, o cargo de diretora gerente e sócia será meu. Regina ergueu as sombracelhas.

— Nada mau Cisne. — Ela levantou um copo de cerveja que o garçom havia colocado discretamente diante dela na mesa, Mills tomou um grande gole. — Se está sendo honesta vá direto ao ponto Emma, onde eu entro nisso tudo?

— Sua fazenda e campo de girassóis, é uma das fazendas mais antigas do Estado, assim como o campo de girassóis. Se você concordar em me der livre acesso a propriedade, poderei filmar e fazer as fotos de toda a campanha. Isso irá garantir minha promoção. Resumindo tudo, é isso.

 A loira não gostou nada do grande silencio de Regina, a postura contida da morena demonstrava algo. E talvez fosse algo não tão bom, para Emma. Afinal ela esperava alguma reação forte de Regina, mas não aquele silêncio tenso, que a deixava nervosa e preocupada. — Eu ainda preciso preparar os contratos, algo bem detalhado. Com o valor da proposta, e tudo que a agencia está disposta a pagar pelo uso da fazenda, quantos dias duraria... Você sabe coisas desse tipo.

Emma tinha ensaiado aquela explicação varias vezes, mas não conseguia dizer nada naquele momento. Ela esperou que Mills, dissesse algo. E quando percebeu que a morena não diria nada, resolveu quebrar o silencio.

 — Bem, você não tem nada a dizer sobre a proposta? Logo ela percebeu no olhar da Regina, algo diferente.

— Tudo me parece bem interessante. Diante de tais palavras, Emma sentiu que talvez fosse conseguir fechar o negocio, mas algo mudou e aquela sensação se dissolveu quando Regina se inclinou para frente e balançou a cabeça. — Mas existe um pequeno problema. Eu estou prestes a vender a fazenda.

— Vender?Mas onde irá morar? E como vai trabalhar?

O sorriso de Regina fez Emma ter um mau pressentimento.

— Você ainda me vê como a filha de fazendeiro, uma garota jeca e rude, não é Cisne? Emma não esperava ouvir aquilo, e acabou corando.

— Claro, que não Regina. Apenas pensei que como a fazendo está na família Mills a gerações, e talvez quisesse manter em sua família. E sinceramente não entendo porque quer vender agora.

Regina moveu a mão rapidamente, indicando o local onde estavam.

 — Porque o meu lugar agora é aqui.

 Emma ficou confusa, quando seguiu o movimento da mão de Regina. Mas quando ela começou analisar a situação, tudo começou a fazer sentindo. Aquela roupa, o sorriso arrogante, os comentários... Ela começou a perceber que algo estava fora do lugar, e talvez ela mesma.

— Você mora aqui?

Regina balançou a cabeça. Sabia que alguém como Regina jamais moraria em um lugar elegante como aquele. A morena sempre teve o maior orgulho, de sua família e do todo seu legado. E vender a fazendo Mills, era algo estranho. Por que mudar tal fato, justo agora? A Regina Mills que ela conhecia trabalhava sobre o sol forte de Storybrooke, no campo de girassóis, emporcalhando as mãos na terra e adorando consertar as maquinas. E tomando a estrada com sua Harley vermelha, com o vento em seus cabelos e o diabo em sua garupa. Mills parecia não gostar da forma como Emma falava, e olhou com certo desdém.

 — É tão difícil acreditar que mudei Cisne?

 — Não, é porque isso simplesmente não combina com você Mills. Não é você.

— E o que combinaria comigo? Ser sempre a matuta sem elegância? — Regina a questionou, mas não obteve resposta. —Pois acredite Cisne, essa é quem eu sou agora. — Mills continuou falando com um tom de repreensão em voz, ela definitivamente estava perdendo o controle. A raiva faiscava naqueles olhos castanhos cujas profundezas Emma se perderá tantas e tantas vezes. — Não pense que me conhece só porque tivemos um namorico de adolescente.

As palavras de Regina magoaram Emma, bem mais do que ela poderia acreditar ser possível.

— Não ouse falar assim comigo Regina Mills, e você sabe bem que o que tivemos foi bem mais do que um simples namoro.

Emma pensou ter visto nos olhos dela a confirmação do que acabara de dizer, mas logo que Mills piscou tudo se apagou completamente. Era apenas mera impressão.

— Isso é irrelevante para o nosso negocio Cisne. — Regina olhou para o relógio e se levantou. — Me desculpe, mas vou ter que finalizar o nosso encontro. Tenho outra entrevista em agendada em dez minutos.

— Você vai trabalhar aqui?- A morena deu os ombros, contorcendo os cantos da boca.

— Na verdade, eu já trabalho.

— Como assim?

 Naquele momento as habilidades de Emma de Princesa de gelo a socorreram, e a impediram de ficar de boca aberta com o que tinha acabado de ouvir.

— Quer dizer, tecnicamente é um trabalho, mas só muda por pequeno detalhe.

Emma olhou Regina por alguns segundos, tentando decifrar algo em seu rosto, algo que mostrasse o que ela queria dizer. Mas Mills parecia um completo enigma e Swan continuou sem ter a menor ideia do que estava acontecendo.

— Eu não estou entendendo. Mills.

 A morena simplesmente a ignorou e olhou para frente, como se buscasse encontrar alguém. E quando achou o que queria, fez um sinal com as mãos indicando que esperasse um pouco mais.

— É simples Cisne, eu sou a dona desse lugar. Não completamente Granny também é sócia, mas eu cuido da parte burocrática.

Dessa vez, Emma ficou realmente sem palavras, e suas habilidades de Princesa do gelo não impediram que seu queixo fosse ao chão. A reunião mal tinha começado, e já acabado, Swan não tinha uma resposta e algo lhe dizia que não seria nada fácil de conseguir. O jogo estava apenas começando.

 

***

 

Regina olhava pela janela de seu escritório no quinto andar do Grannys, mas não conseguia se concentrar na bela vista do porto e da praia, que se estendia na direção do parque de Storybrooke a direita. No começo, quando começara as obras no Granny, ela adorava aquela vista, sua satisfação em se sentar atrás de sua mesa, e olhar pela janela era grande. Só que naquele momento, isso não estava acontecendo. Tudo que ela conseguia se lembrar, eram os olhos verdes de Emma se arregalando em choque quando ela lhe revelou ser dona do agora hotel Grannys.

 

Regina espera sentir outra coisa quando contasse a Emma à verdade, esperava sentir-se orgulhosa, ou até mesmo convencida. O que Mills não conseguia entender era porque se sentia derrotada, como se dizer a verdade não valesse muito. Não tinha ideia que tipo de jogo estava começando. Mas não tinha tempo a perder, não naquele momento. Agora que Grannys tinha sido reformado, ela precisava se preocupar com reabertura da nova filial na Califórnia, e tentando conquistar novos clientes, as horas já não eram suficientes para ela.

 

Esse era um dos motivos, que a fizeram tomar a decisão de vender a fazenda. Não que houvesse justificativa melhor, ela estava empenhada em vender, mas só faria por um bom preço. Afinal Regina adorava aquele lugar, ela adorava desde primeira vez que seu pai a levara até o campo de girassóis, quando ela era só um bebê. Mills tinha plena convicção que amava tanto aquela fazendo, quanto amava o mar. Mas aquilo era parte do problema. Para ter respeito, ela precisava abandonar o status de fazendeira rebelde, ou jamais teria credibilidade.

 

 Com as reformas e logo a mudança de nome no Grannys, o local se mostrava um grande negocio, e por isso, ela queria expandir, diversificar, crescer sempre. E para isso precisava de novos investidores. E se Regina não fosse respeitada pelos investidores locais por causa de sua herança, nunca teria o respeito de investidores de outras regiões. E ainda tinha a segunda parte, os rumores sobre sua reputação, que davam a péssima impressão que ela não passava de uma filhinha de papai que nunca levava os negócios a serio, pois quando tudo ficava difícil corria de volta para sua fazenda. E sim, Regina Mills tinha plena certeza de que a batalha que tinha a frente seria bastante difícil. Mas ela gostava de desafios, e isso não a amedrontava. Lutara para chegar onde estava, tinha conseguido um MBA estudando a noite, enquanto dava um duro danada na fazenda durante a noite. Estava tentando melhorar sua vida. Tinha trabalhado até não poder mais para garantir que sua plantação de girassóis se expandisse e para construir o maior e melhor hotel que Storybrooke vira em anos. E se tinha lutado tanto até ali, lutaria também, para mostrar aos investidores que não era nenhuma garota ingênua brincando de administrar um negocio. Tudo que tinha não era sorte, e sim fruto de muito trabalho, duro. Mas ainda sim, lhe doía bastante ter que abrir mão de um pedaço importante de sua historia, um pedaço de sua alma, para provar a si mesmo que era boa o bastante. Tinha que haver algo que pudesse fazer a respeito. De súbito, ela se sentou rígida.

 

E uma ideia, louca e completamente ridícula lhe veio à cabeça. Ela apenas a sacudiu a cabeça e tentou ignorar aquele pensamento. Afinal era algo que não valia a pena pensar nem por um segundo. Mais como diziam os antigos, quanto mais proibido mais ficamos tentados. E por mais que Mills tentasse ignorar aquela ideia, mas ela a tentava e a corroia por dentro, exigindo ser reconhecida como uma solução valida para o seu problema.  Ela se levantou, afastou-se da cadeira e caminhou até a janela plantou as mãos no peitoril e abaixou a cabeça até que batesse no vidro, produzindo um som abafado.

 “Esos es una locura.” Seu pai sempre repetia essa frase, que agora ecoava em sua cabeça. “Isso é loucura, isso é loucura.”

Estava se sentindo a mesma que sentira quando foi pega fumando aos 14 anos, ou aos 15 beijando o filho de um funcionário da fazenda e aos 16 perdendo a virgindade com Emma no campo de girassóis. Que inferno, porque ter aqueles pensamentos justo agora. Se Henry estivesse vivo, ela nem mesmo levaria em consideração àquela ideia. Só que Henry Mills não estava mais lá, nem nunca mais estaria porem devia algo a ela mesma, cuidar para o nome de sua família recebesse o merecido reconhecimento por vida inteira de trabalho árduo. Recompensa. Emma desejava algo para ela, mesma. E Regina, por sua vez queria algo em troca. Ela não tinha a menor ideia se, a loira aceitaria sua proposta. Mais era apenas outro negocio qualquer, e Emma entendia bem isso.

Afinal ela tinha trabalhado duro e viajado para tão longe a fim de obter uma promoção. Apesar tudo, o que Regina tinha em mente era tão... Tão... Brilhante que Emma não podia recusar. Mais Regina sabia que poderia ser um jogo perigoso, ela tinha duas divisões sobre aquela proposta. A empresária enxergava tudo com frieza, enquanto a mulher despreocupada que se apaixonara por uma vez pela feiticeira loira de cabelos dourados no instante em que colocara os olhos nela, tantos anos atrás, sabia que executar o plano que tinha em mente não seria fácil e pior de tudo ela poderia não resistir no final.


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Notas finais do capítulo

Vamos ter uns embates sempre entre elas, e lembranças do passado. Serão momentos interessantes. Então será qual é a proposta que Regina tem a fazer a Emma? Palpites? me contem o que acharam nos comentarios. Até breve!



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