O dia já havia chegado ao fim, a lua estava se mostrando juntamente as estrelas no céu de Paris, a cidade do amor, onde muitos casais saem pelas ruas iluminadas, aproveitando o clima romântico do local, o que deixava a noite da cidade um tanto movimentada, além dos moradores locais, existem muitos turistas que passam pelas ruas durante o ano inteiro.

Não muito longe do centro da cidade, Kumiko estava meditando, aproveitando a brisa gelada da noite parisiense. A área externa da casa do curandeiro chinês, fazia a jovem se sentir em casa, o assoalho de madeira, os vasinhos com diversas plantas, muitas até usadas para curar.

— Aí está você! - Falou o mais velho assustando a mais nova que estava mergulhada em seus pensamentos - Chegou mais cedo hoje.

— Mestre! - Disse Yang com o tom de voz mais elevado - Desculpe, não percebi o senhor chegar. - Foi se colocando de pé, fazendo sinal de reverência.

— Vejo que não perdeu os habitos do antigo templo - Comentou Fu cumprimentando a jovem como o costume tradicional.

— Não mesmo, mestre! - Respondeu a garota se sentindo orgulhosa - Mas infelizmente aqui não é tão sossegado quanto no templo. - Falou enquanto contemplava as estrelas. Por ter sido criado em templo que se localizava distante da cidade, Kumiko se sentia ligada a natureza, gostava de ouvir os sons dos pássaros e outros animais, o ar puro, o barulho das águas que desciam desde o alto das montanhas.

— Você tem razão! Mas desculpe minha indiscrição - Fez uma pequena pausa antes de concluir a pergunta, chamando assim, a atenção da jovem que estava contemplando as estrelas - Você pretende ficar quanto tempo por aqui? - Perguntou o mais velho, que ainda alimentava suspeitas sobre as intenções da garota.

— Apenas o suficiente para concluir os meus planos. - Respondeu Kumiko. - Espero não estar atrapalhando o senhor.

— Jamais negaria hospedagem para alguém de minha família - Comentou o mais velho - Apenas gostaria de que você fosse mais específica com relação aos seus planos, já que envolve os miraculous que são minha responsabilidade. Você tem noção que isso não é brincadeira?

— Sim senhor, mestre! Nunca brincaria com o equilíbrio do universo - Respondeu Kumiko - E posso dizer que o senhor fez uma excelente escolha para os novos portadores dos miraculous, porém, se o senhor me permite dizer, o equilíbrio deles está comprometido, temo que a história se repita.

— Que história? - Perguntou Fu intrigado, se questionando se a garota estava falando sobre os antigos portadores, os quais ele arrependera por ter os escolhidos.

— Mestre, o senhor sabe sobre o que eu estou falando - Respondeu Yang - Eu sei que o senhor se culpa até hoje pela escolha feita, mas não foi o senhor que escolheu errado e sim o equilíbrio entre eles, a criação e a destruição andam juntas e a Ladybug não entendia isso! - Complementou a garota demonstrando raiva em seu tom de voz.

— Agora eu entendo tudo! - Disse o mais velho - Então foi ele, o antigo Chat Noir que te ensinou tudo, por isso você fala assim da Ladybug. - Fez uma pequena pausa sorrindo por começar a entender o que se passava pela cabeça da garota - Kumiko, você precisa cuidar para não se confundir, eles não são os mesmos do passado, infelizmente a Ladybug e o Chat Noir que você conheceu quando criança não estão mais conosco, os novos heróis são diferentes e aliás, eles não sabem suas verdadeiras identidades...

— Mestre, com todo o respeito, mas quanto a isso, o senhor está enganado, o gatinho já sabe a identidade da joaninha. - Comentou Yang deixando Fu intrigado sobre como o rapaz havia feito a descoberta - Não que isso seja algo ruim, porém ele fez a descoberta em um péssimo momento e o senhor sabe o quanto o Chat Noir é apaixonado pela Ladybug.

— Sim eu entendo! - Disse o mais velho pensativo - Kumiko, acredito que você tenha razão. - Esse pequeno elogio indireto deixou a garota muito feliz, finalmente ela conseguira conquistar a confiança de seu mestre, pelo menos era o que ela pensava ao agradecê-lo com um grande sorriso.

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Enquanto isso, no centro da cidade, as estrelas testemunhavam muitos casais que faziam juramentos de amor eterno, trocavam carícias, se divertiam e aproveitavam o cenário mágico que Paris proporciona. Mas nessa noite, havia um casal em especial que chamava mais a atenção, não se sabia se de fato era um casal, porém, podemos afirmar que existia um sentimento em especial. Marinette permaneceu algum tempo abraçada em Chat Noir, que por sua vez, estava aproveitando o carinho do amor de sua vida.

— Chat, eu estava tão preocupada com você! - Disse a garota abraçando o herói com força.

— Estava mesmo princesa? - Perguntou o gato com um sorriso maroto. Foi quando Marinette entendeu o que se passava na cabeça do rapaz e o soltou, sentindo o rosto corado.

— Mas então, o que aconteceu exatamente naquela noite? - Perguntou a menina Cheng um pouco nervosa com a situação.

— Eu apenas queria alguém para conversar. - Respondeu o herói se aproximando da garota que estava apoiada na grade da varanda. - Estava me sentindo um pouco só e como sei que você é de confiança, vim aqui.

— Então eu sou sua confidente é? - Perguntou Mari, querendo entender onde aquele gato queria chegar. - Achei que a Ladybug fosse sua confidente.

— Sim, eu confio na Ladybug, mas ela nunca deu oportunidade para nos conhecermos melhor. - Comentou o rapaz - As vezes acho que ela só me vê como um parceiro. - Falou olhando nos olhos da garota.

— Talvez ela tenha os motivos dela para querer manter sua vida em segredo. - Comentou Cheng fazendo uma pausa. - Chat Noir, posso te fazer uma pergunta? – O herói respondeu que sim, meio intrigado. - Você realmente ama a Ladybug? Digo, sem saber como ela realmente é. E também pelo tempo que você está buscando chamar a atenção dela. Alguma vez você já pensou em desistir? - Perguntou com a voz baixa, por se sentir um pouco triste ao lembrar de todas as vezes que rejeitou ele e por se lembrar o quanto dói buscar a atenção da pessoa que gosta sem ser correspondida da forma desejada.

Chat ficou surpreso com a pergunta e com a reação da garota, ela estava com o olhar distante, era possível notar a presença de lágrimas se formando, mesmo que ela não estivesse de frente para ele. Vê-la dessa forma o deixava triste também, ele queria de alguma forma poder faze-la sorrir.

— Tem algo incomodando a minha princesa? – Perguntou o gato.

— Chat! Você não respondeu a minha pergunta. – Disse a garota.

— Eu respondo se responder a minha. – Disse o herói.

— Está bem! – Disse a menina Cheng, afinal, ela estava precisando desabafar e Chat Noir, parecia ser quem precisava para ouvi-la. – Tem um garoto da minha turma e eu....eu gosto dele. – Continuou falando, porém, ficando corada e com o olhar ainda mais triste. – Ele nunca me notou. Estou pensando em esquece-lo. – Fez uma pequena pausa e antes que Chat falasse algo, continuou falando. – Agora é a sua vez. Você ama a Ladybug mesmo sem saber quem ela é?

Chat ficou em silencio, ainda pensando sobre o que acabara de ouvir e observando a garota, o quanto ela estava realmente sofrendo com a situação. Então ele abraçou-a por trás, querendo conforta-la, sua vontade era de se declarar e contar tudo para ela, porém ele sabia que não era o momento. Porém, Marinette não esperava por essa atitude, acabou levando um susto, fazendo o gato rir.

— Calma princesa! Não vou te machucar! - Foi falando com a voz baixa, encostando a cabeça no ombro da garota procurando sentir o cheiro do perfume dela. A garota por sua vez, sentiu um arrepio ao sentir o nariz do herói em seu pescoço, mas ela precisava admitir, estava gostando de estar envolvida nos braços dele. - Eu sei quem é a Ladybug. - Continuou falando Chat surpreendendo a garota.

— Vvo-cê sabe? - Perguntou a menina Cheng gaguejando.

— Sei! - Respondeu o gato loiro sorrindo - Ela é a garota mais incrível que já conheci, tem um bom coração, está sempre disposta a ajudar os outros. É linda, inteligente, determinada... resumindo, ela é uma perfeita joaninha, quem tiver ela ao seu lado, vai ter muita sorte. E respondendo sua outra pergunta, não pretendo desistir dela, espero realmente que ela goste de mim por quem eu sou de verdade.

Ao ouvir as palavras do herói, Marinette se virou, ficando de frente para ele, olhando para o brilho dos olhos verdes. Chat acariciou o rosto da garota, tentando enxugar as lagrimas que escorriam. Eles estavam tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro.

— E se ela não for quem você pensa que ela é? – Questionou a garota.

— Eu tenho certeza que ela é até melhor do que eu imagino. – Respondeu ele.

— E se ela não te notar. Você desistiria dela? – Questionou a menina Cheng sentindo suas bochechas aquecerem ainda mais por conta da situação que se encontrava, percebendo que o gatinho se aproximava cada vez mais dela.

— Talvez uma certa garota da varanda, que adora contemplar as estrelas, poderia se tornar a minha Ladybug. – Ao finalizar essa frase, Chat deu um beijo próximo a boca da garota. – Você é muito especial Marinette, não se esqueça disso! – Foi se soltando aos poucos da garota. – Não desista de quem você ama, pois só um idiota não te notaria. E se o seu colega não te notar, o gatinho aqui está disponível! – Piscou para ela rindo, fazendo ela sorrir também e foi saltando de prédio em prédio.