Total Eclipse of the Heart escrita por Ellen Freitas


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoas!! Capítulo final chegou!! Ouvi um "ahhh"?

Pois é, minha gente, foram poucos, mas amei essa nossa jornada sobrenatural juntos. Espero que curtam o capítulo.

Até as notas finais!! Bjs*



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Every now and then I get a little bit terrified.

And then I see the look in your eyes.

.

― Aleluia, achei vocês! ― A porta do telhado abriu de repente, Thea passando por ela. ― Ok, eu sei que devo ter interrompido algo, ou quem sabe um beijo que viria por aí, mas precisamos ir. A sala de cirurgia está pronta, Sara também. Vocês estavam aqui o tempo todo? Na hora do eclipse? ― Os dois cirurgiões olhavam para a jovem médica com a boca aberta, as palavras presas na garganta. ― O que foi, tem alguma coisa no meu nariz? ― Ela limpou o nariz freneticamente com as costas das mãos.

― The-Thea?! ― Oliver gaguejou antes de levantar de supetão e praticamente engolir a irmã caçula em um abraço de urso. ― Eu amo tanto você, Speedy!

― Ah, ok. Também te amo, Ollie. ― Ela retribuiu ao abraço, até ver Felicity ao seu lado também chorando. ― O que 'tá rolando aqui?

― Ele te ama, amiga. Eu também.

― Mano, por mais que eu esteja curtindo essa inédita demonstração de amor, temos que ir para a cirurgia de Sara. ― Thea tentou se soltar. ― E você 'tá me machucando um pouco, abraça mais de leve?

― Você é minha bastardinha preferida, garota! ― Oliver beijou a testa da irmã. ― Vamos fazer isso.

Os três correram em direção às salas de cirurgia, onde Sara já esperava pronta para ser anestesiada. Thea foi direto para a pia para se lavar, quando Felicity congelou na porta.

― Vem, Fê!

― Não sei se posso, Ollie. Eu não quero a morte de três pessoas nas minhas mãos se isso der errado!

― Você consegue, ok? Eu acredito que sim, você também deveria. E se não conseguir, a gente tranca o Tommy pra não fazer besteira, coloca a Thea na reabilitação, você me amarra pra não dormir com a Laurel, mas daremos um jeito. Só precisamos fazer isso juntos, certo?

― Tudo bem. ― Ela assentiu. ― Mas você vai assumir a culpa de novo.

― Feito. ― Ambos concordaram sorrindo. A volta deles ao presente, uma nova chance. Ela tudo tão emocionante, que a taxa de adrenalina ainda circulava alta em suas veias.

A cirurgia foi um sucesso e com certeza entraria para os livros de medicina. Uma dezena de estudantes assistia do mezanino enquanto a dupla (ou casal) de médicos loucos fazia o que parecia ser impossível e devolvia a saúde completa à uma promessa do mundo das artes marciais.

― Então? ― Tommy estava impecável em seu smoking esperando os dois na saída da sala. ― Deu tudo certo, ela está bem!

― Nossa, você está realmente muito lindo ― Felicity elogiou e o moreno riu.

― Eu tento não ficar, mas continua acontecendo. ― Aquele era seu amigo. O brincalhão, extrovertido e gentil Tommy.

― Convencido! ― Ela deu um soquinho em seu ombro, sob o olhar atento de Oliver que havia saído da sala de cirurgia e estava logo atrás. ― E sim, ela logo vai acordar. Você deveria estar lá quando acontecer.

― Por que eu estaria, você sabe que eu prefiro a Laurel ― ele comentou sem graça e Felicity deu um riso descrente.

― É, você sabe que não. ― A loira se aproximou para sussurrar ao ouvido do amigo. ― Um conselho: fique com ela.

― Como você...

― Eu só sei, querido. ― Deu de ombros. ― Agora pare de enrolar e vá ficar com sua namorada. E saiba que eu super apoio.

― E o baile? Você é uma das homenageadas e eu seria seu acompanhante.

― É só um estúpido baile. Posso me virar. ― Deu de ombros.

― Com ele? ― Apontou com a cabeça para o Queen. ― Não me diz que vocês ficaram?

― Eu só digo que preciso mesmo ir me arrumar agora. Aquele vestido foi caro demais para não ser usado ― desconversou.

― Olha, Fel... Eu não digo que apoio a ideia, porque não apoio. Me dá vontade de arrastar a cara dele no cimento só por se aproximar de você, mas...

― Ei! ― Oliver reclamou, mas foi prontamente ignorado.

― Mas quero que seja feliz. E hoje você provou que sabe assumir riscos e tomar boas decisões.

― Obrigada pela confiança, meu moreno preferido.

― Amo você, loirinha.

― Eu também. ― Os dois se abraçaram. ― Obrigada por cuidar de mim, nunca morra.

― Tentarei fazer meu máximo e estar sempre à disposição. ― Tommy deu um beijo no rosto dela e já ia saindo quando parou de repente e estendeu a mão para Oliver. ― Ei, cara. Valeu por salvá-la.

― Sempre à disposição. ― Oliver deu uma piscadela provocativa para Tommy, que saiu murmurando palavrões para ele.

― Você não deixa passar uma, não é, Queen?

― Ele estava me devendo por ficar me difamando. ― Deu de ombros e quase pode ver sua filha fazer isso. Ela também tinha herdado dele, fato. ― Mas então quer dizer que por hoje ele me odeia menos?

― Vocês ainda podem ser grandes amigos um dia, que tal?

― Daí já sou eu que arrasto minha cara no cimento voluntariamente. ― Ele gargalhou e ela não pode evitar rir também. Foi um bom final, no fim das contas. ― Só me esclarece uma coisa: você ficou sem companhia pro baile, certo? Saiba que eu fico uma visão dos céus de smoking! ― Oliver gabou-se, indicando os polegares para si.

― É muito ego inflado pra pouca Felicity! ― Ele segurou seu braço quando a médica começou a se afastar e fixou o olhar no dela.

― É sério, posso te acompanhar ― propôs novamente, com um sorriso pequeno.

― Estou muito atrasada agora, Oliver. A gente se vê.

.⁠⁠⁠⁠

—-*||*||*--

.

Oliver entrou sem bater no vestiário dos médicos, e parou na porta ao ver que tinha companhia. Felicity dava uma última conferida de seu visual no espelho. Até que estava bem, para quem se arrumou em menos de uma hora.

Seu vestido vermelho longo era coberto de paetês brilhantes desde as pequenas mangas até o tecido esvoaçante próximo aos pés. Seus cabelos estavam semipreso e jogado em cima de um ombro, sua maquiagem bem simples, com destaque apenas para o batom tão vermelho quanto a roupa. De joias, usava apenas uma discreta pulseira e brincos que se estendiam por toda sua orelha à mostra, presentes de sua mãe.

Oliver não conseguia tirar os olhos dela, e, na opinião dele, nunca a havia visto tão deslumbrante.

― Uau! ― não conteve a exclamação.

― Você também não está nada mal, doutor Queen. ― Isso era claro para quem tivesse olhos que Oliver vinha arrastando ainda mais olhares para si desde que colocou o smoking.

― Quando você for chefe, pode mudar a política de roupas do hospital, que tal? ― ele sugeriu com um sorriso, caminhando devagar na direção dela com ambas as mãos no bolso.

― Talvez eu faça isso. ― Sorriu de volta.

Era a primeira vez que tocavam no tema da sua maluca viagem no tempo, mesmo que indiretamente. Mas a menção do evento, fez ambos quererem falar. Eles estavam procurando um meio de entrar no assunto há horas, mas com a cirurgia de Sara e o baile beneficente, não tiveram tempo ou oportunidade.

― Oliver...

― Felicity... ― os dois começaram ao mesmo tempo. ― Pode falar ― ele ofereceu.

― Eu sinto muito por sua filha, sinto mesmo. Sei que se apegou a ela, mesmo com o pouco tempo e quando voltamos...

― Thea, Tommy e Sara estão vivos, é o que importa. ― Deu de ombros.

― Eu sei, mas... A menina devia ser adorável, talvez teimosa demais se puxasse você, mas eu gostaria de ter conhecido sua pequena Mar. ― Era impressão ou ela viu os olhos do médico marejarem?

― Talvez eu deva dizer que também sinto por você não ser mais a chefe e não morar mais no prédio mais caro na cidade ― Oliver desviou o assunto de si.

― Isso é estranho. ― Felicity fechou a porta de seu armário e encostou o ombro nela. ― É como se nesse futuro, a gente tivesse fodido com tudo, mesmo assim ainda dado um jeito de ser feliz. ― Oliver arqueou as sobrancelhas e deu dois passos grandes na direção dela, deixando apenas alguns poucos centímetros entre eles.

― Eu não sei você e seu marido gay, mas eu não era feliz. Marie me fazia feliz, mas faltava algo. Alguém. ― O olhar dele prendeu-se ao dela, como cadeias cor do mar, de onde a loira simplesmente não conseguia escapar.

― Oliver...

― Isso é sério, Felicity. Eu achava que não podia ter isso, uma casa, filhos, família. Tem sido apenas eu e Thea há tanto tempo, e quando meus pais ainda eram vivos, gastavam mais tempo se traindo do que brincando com a gente. Mas eu posso, e além de tudo, eu quero.

― Não deu certo da primeira vez, porque tentar de novo?

― Somos pessoas diferentes. Eu mudei, você também!

― Você vai me machucar. ― Os olhos dela encheram-se de lágrimas. ― Eu não vou aguentar de novo, Ollie.

― Eu não posso prometer que não, mas eu juro que tentaria ao máximo. Eu faria de tudo pra fazer você a mulher mais feliz do mundo, daria minha vida pra não te ver sofrer.

― Nós somos bons cirurgiões juntos, hoje provamos isso naquela sala. Mas será que somos bons o suficiente pra sermos um casal de novo?

― Não foi por acaso que caímos nesse delírio duplo, ou sei lá. O ponto é que... O ponto aqui... ― Era a hora. Ele jogaria as palavras que prendeu por anos, uma última tentativa de ficar com a mulher da sua vida.

― O quê?

― Eu amo você, Felicity, sempre você. Sabe qual o maior defeito da Mar? ― Felicity negou com a cabeça, ainda digerindo o que tinha acabado de ouvir. Era a primeira vez que Oliver falava aquilo a ela. ― Você não era mãe dela. Meu consolo quando voltamos e eu não tinha mais minha filha, é que, de algum modo, eu poderia tê-la com você algum dia.

― Oliver...

― Não precisa me responder nesse minuto. Mas está na sua mão agora, é sua decisão. Vou esperar. ― Ele fez um carinho no braço dela e girou os calcanhares para sair dali.

― Oliver! ― ela quase gritou quando ele já estava com a mão na maçaneta.

Mas quando ele se virou para ela com aquele sorriso no rosto, Felicity teve medo, muito medo. Foi aquele sorriso que a colocou em problemas e quase a fez desistir da carreira anos atrás. Foi aquele sorriso que quase a fez ferrar com todo o seu futuro. Ela não conseguia simplesmente seu pedido por um relacionamento.

― Me ajuda com o colar? ― Felicity estendeu o cordão pra ele, que apenas assentiu com o claro olhar decepcionado. ― Acho que entortei o fecho quando arranquei o coitado mais cedo. ― Sorriu sem graça.

― Claro. Eu ajudo.

O médico se posicionou atrás dela, e com suas habilidosas mãos de cirurgião, arrumou a joia no pescoço alvo. O olhar dele caiu bem na nuca dela, e não pode resistir quando deixou um beijo ali. E outro no pescoço. E outro na clavícula.

― Oliver... ― Nem Felicity sabia ao certo se aquilo era um pedido para que ele parasse ou continuasse os carinhos.

Oliver a girou para ficar frente a frente com ele, as mãos de ambos se encontrando, os dois pares de olhos azuis varrendo cada detalhe do rosto do outro, as respirações aceleradas chocando-se com a distância diminuída.

― Fel, você 'tá... Ow! ― Thea entrou de repente na sala. Qual a coisa que esses irmãos não sabem bater em portas? ― Desculpem interromper outro quase beijo, mas mandaram te procurar, amiga. 'Tá na hora de você receber seu prêmio.

― Ah, ok. ― Ela colocou os cabelos nervosamente para trás das orelhas. ― A gente conversa depois, Oliver.

― Eu acompanho as duas. ― Ele deu um último beijo no dorso da mão da loira, antes de soltá-la.

― Foi mal, Ollie ― Thea se desculpou sussurrando apenas para o irmão. ― Não sabia que...

―- Você tem passe livre para ser insuportável hoje, Speedy. Só hoje. ― Ele passou o braço pelo pescoço da caçula, deixando um beijo nos cabelos dela.

.⁠⁠⁠⁠

—-*||*||*--

.

― E para receber o último prêmio da noite, na categoria revelação científica, pela pesquisa em uso de celular tronco no reparo de pequenas artérias, temos doutora Felicity Smoak!

Felicity sentiu o rosto corar com aquelas centenas de pessoas a olhando, mas ela respirou fundo e levantou de sua mesa, caminhando em direção ao palco. Se ela achava que já tinha passado por emoção demais naquele dia, e o prêmio não seria nada de mais, estava muito enganada. Suas mãos suavam frio quando ela pegou o microfone.

― Boa noite! ― a maioria a cumprimentou de volta, sorrindo amigavelmente para aquela médica que parecia jovem demais para o prêmio, mas que acabava conquistando a todos com seu sorriso tímido e olhar inteligente. ― Eu lembro quando comecei a pesquisa. Eu estava em meu primeiro ano de residência aqui e metade das pessoas achavam que não daria certo, que era uma perda de tempo e dinheiro. A outra metade não fazia ideia da minha existência. ― Sorriu com a lembrança. ― Então essa noite, eu quero apenas agradecer. Aos meus residentes que foram meus braços e pernas durante os últimos anos. Ao diretor do hospital, que era o chefe de cirurgia quando comecei e me deu todo o apoio que pôde e ao doutor Diggle, meu atual chefe, que também foi essencial nisso tudo. ― Dig ergueu as sobrancelhas e sorriu para ela. ― Aos meus amigos, que sendo ou não da área cirúrgica, estiveram do meu lado, e aos pacientes que forneceram meios para concluirmos isso. Afinal, não é tudo por eles? ― Uma salva de palmas ecoou no local, mas ela sentia que não poderia finalizar o discurso assim. ― Obrigada. Mas há mais uma pessoa.

Oliver endireitou a coluna quando o olhar de Felicity caiu nele, que estava com o ombro apoiado em um dos batentes da porta, mas agora a olhava com ainda mais atenção.

― Uma pessoa que estava comigo na minha primeira cirurgia, me ajudou a escrever as primeiras páginas desse trabalho, e acreditou que eu poderia fazer coisas impossíveis. Para ele, eu nunca foi invisível. Essa pessoa confia em minhas capacidades bem mais do que eu mesma o faço e mesmo quando não está perto, serve de incentivo para que eu seja uma médica melhor. Então... ― Felicity deu uma respirada funda. ― Oliver Jonas Queen, eu também amo você, mais do que eu gostaria, mais do que eu deveria, mas amo. Sobe aqui, esse prêmio também é seu!

Oliver a olhava abasbacado, sua reação limitando-se a olhos arregalados e a boca levemente aberta em surpresa, enquanto as pessoas olhavam de um a outro, esperando o que viria a seguir.

Doçura, é melhor subir aqui agora, tá começando a ficar constrangedor. ― A plateia aplaudiu ainda em dúvida quando ele caminhou a passos lentos até o palco até chegar perto o bastante para ser ouvido apenas por ela.

― Deixa eu ver se te entendi. Você guarda sua declaração para um lugar com duzentas pessoas, ao invés de fazer quando estávamos sozinhos?

― Você vai me beijar ou terei que fazer todo o trabalho nesse relacionamento? ― O sorriso dele aumentou quando envolveu os braços em torno da cintura dela.

― Você vai continuar querendo mandar em mim?

― Algum problema com isso? ― ela o desafiou erguendo uma sobrancelha.

― Absolutamente nenhum. ― Os dois então se beijaram, sendo cercado pelas pelo alvoroço das palmas e assovios de todos ao redor.


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Notas finais do capítulo

Aew!! Depois de tantas idas e vindas, temos tudo de volta ao eixo, e Olicity tem seu finalmente!! Quero muito agradecer à todos que estiveram comigo durante a história, mas farei isso no epílogo!! Sim, teremos epílogo, a ser postado no próximo #ArrowDay. Então nos despediremos lá...

Mas por enquanto, nos vemos nos reviews.. Até mais.. Bjs*



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