A iniciação escrita por anônimos


Capítulo 2
Capitulo Um


Notas iniciais do capítulo

oi oi novamente!

A palavra mangata descreve aquele caminho de luz que a lua cria com seu reflexo sobre a água do mar. Essa palavra cai bem no contexto para classificar o mundanos, pois se formos analisar eles são o reflexo da luz e a família de Eliza é o mar, já que com a quantidade de segredos se tornam tão profundos e nada mais se passa do que um "espelho" para os outros.



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16 de abril de 1995 

O dia estava nublado, já vinha meses que o céu se quer apresentava o calor do sol. 

—Sabe-se Deus quando o sol voltara a nos agraciar com seus raios! - uma senhora de no máximo 70 anos comentou com sua comadre, ambas sentadas em um banco velho e desgastado de praça. 

Mais a frente uma mulher trajada de preto se aproximava do chafariz, esplendorosamente grande e decorado para uma cidade de interior. Em seu alcance duas crianças caminhavam eretos, com um ar que exalava educação e respeito, já sendo empurrado pela mulher um carrinho de bebê que dentro de si carregava a recém-nascida da família, sua prole. O garoto aparentava ter em 9 ou 10 anos, a menina no máximo 5. Os 4 pararam perto de um parquinho com um balanço, apenas um fazendo-o ser disputado como se fosse um copo de água e as crianças andarilhos que passaram dias sem um pingo sequer do liquido da vida. 

As duas crianças encararam a mãe, ambos os olhinhos vidrados na mulher ruiva que lhes colocou no mundo. 

—Temos mesmo que fazer isso? - perguntou o jovenzinho, enquanto direcionava o olhar para dentro do carrinho colocando o dedo para a Irmã caçula brincar. 

—Se quer que pareçamos normais... Sim! – disse-lhes a matriarca colocando a bolsa de couro ao lado de si no banco. Ouve-se dois suspiros pesados, os olhos dela foram de encontro aos da filha do meio. 

—Gostamos de ficar em casa mamãe. Brincando com Eliza, no nosso jardim! - a menina bateu o pé no chão, irritada. As copas das árvores balançaram levemente. –Não queremos nos misturar com essa gente que só pensa em nos queimar!  

A última parte saiu sussurrada, a mãe encarou severamente, mas logo suavizou o olhar. Entendia as crianças ambas não gostavam de fazer esses passeios...  

Prefiram ficar em casa no jardim onde a magia podia ser livre e ambos não se repreenderiam fingindo ser algo que não eram. 

— Isso já foi há muitos anos atrás minha flor! – estendeu a mão tocando levemente nos cabelos castanhos que a filha do meio herdara do pai. Virou-se para o menino que ainda brincava com a recém-nascida, pegando-a em seu colo no instante seguinte. – Já se foi a época das queimas em praça. Agora vão antes que eu os force, peguem aquele balanço e mostrem como se faz. Mostrem como é ser um Frontin!  

E lá se foram, contragosto, mas foram.  

Para Margo Frontin, manter a descrição e esconder a verdadeira natureza da família era sua prioridade. A jovem mãe, no ápice de seus 29 anos, estava disposta a fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para proteger a sua prole, pois sabia que agora só lhe restava o marido e os filhos. Observou os filhos mais velhos chegarem ao balanço, ambos encaravam aquele mísero brinquedo de parque com repulsa, mas a mulher sabia que a competitividade estava correndo pelo sangue dos mais novos. “A herança que lhes foi deixada, o legado... tudo está em seu sangue!”, relembrou as palavras que dissera aos filhos quando a mais nova nasceu.  

Desviou a atenção dos dois e encarou o pequeno embrulho que se remexia angustiadamente em seu colo. Sorriu diante tal ato, os olhinhos cor mel a encarava curiosamente quase como se estivesse olhando sua alma, se é que a matriarca ainda possuía uma, obvio que possuía meio errôneo de nossa parte pensar que apenas por eles serem uma família de bruxos que eles não possuíam alma. 

Um sorriso isento de dentes foi revelado por parte da pequena recém-nascida Eliza, fazendo um outro aparecer no rosto da mulher de olhos verdes. Margo sabia desde que Eliza se formava dentro de seu ventre que ela seria diferente... Sabia que a menina faria grandes atos e que poderia colaborar muito para a volta das bruxas a sociedade, só não sabia quando e como, mas sabia que aconteceria. 

 

16 de abril de 2000 

Era o aniversário de 5 anos da pequena Eliza Frontin. A menina ruiva corria pela casa atrás de uma bolinha brilhante que a mãe encantara para distrai-la.  

—ELIZA! Já lhe falei para tomar cuidado na hora de passar pela cozinha! - a mãe gritou em advertência, a cozinha se encontrava em uma total bagunça, mulheres andavam e cantavam cantigas antigas, todas vestidas a caráter para aquele pequeno "ritual". 

—Mamãe!? - a jovem ruivinha chamou-a, atraindo para si a atenção de todas as mulheres que se encontravam no recinto. - Veja o que eu fiz! 

O riso contagioso da criança apareceu logo depois do olha de espanto e admiração das bruxas mais experientes, e um olhar de pura aprovação da mãe, que se abaixou e segurou as mãozinhas macias e pálidas. 

—Você é muito talentosa querida! Logo mais será tão poderosa quanto todas nossas irmãs aqui presentes. - Sorriu em pura admiração. - Agora vá brincar enquanto preparamos sua festinha!  

A menina sorriu e logo saiu correndo pela casa novamente, atrás da bolinha brilhante que tinha sumido de sua vista. 

—Sabe Margo! - uma das várias mulheres presentes na cozinha chamou a matriarca. - Nunca pensei que alguém com tão pouca idade poderia ser tão poderosa! Essa garota será um prodígio para a comunidade bruxa. 

—Eu lhe disse! - a ruiva mais velha se gabou. - Sei disso desde o dia em que a peguei pela primeira vez em meus braços. 

—Só tome cuidado com a iniciação querida! - a avó do marido a alertou. -Geralmente é mais difícil superar quando se tem muito poder acumulado! 

—Bem irei deixar isso para quando for a hora Nanny... Agora é hora de celebrar e não temer. - Todas sorriram e continuar seus afazeres, enquanto que no jardim, em pleno verão onde as temperaturas vão ao extremo, Eliza fazia seu próprio inverno particular, mesmo para uma bruxa não era nada comum os poderes se revelarem aos 5 anos de idade.  

 

20 de janeiro de 2005 

Já aos dez anos Eliza tinha plena certeza do que era e de que em hipótese alguma poderia revelar o segredo que sua família guardou por gerações. Mas como fazer tal ato se seu melhor amigo era um ser comum? De todos da família Eliza foi a única que conseguia interagir com seres não mágicos, ou como as avós gostavam de chamar os mangatas. O senhor Frontin nada dizia dessa amizade, os irmãos mais velhos diziam que era perca de tempo se importar com alguém tão insignificante, já a mãe... não era contra e nem a favor e sempre que incentivava a filha a continuar com a amizade tinha a mesma desculpa na ponta de língua. 

—Manter as aparências sempre é bom! - Eliza se lembra muito bem de como foi o dia em que levou o mais novo amigo para conhecer sua família, uma tarde para brincar na casa de uma amiga.  

Naquele dia a senhora Frontin tinha achado que o garoto errará o local e que era um tremendo engano, até que Eliza descerá as escadas como um foguete, ou quando ela tinha 6 anos e bebeu uma garrafa inteira de café. O sorriso estampado no rosto da menina de apenas 7 anos era tamanho. 

—Não acredito que você veio mesmo! - gritou a ruiva mais nova, Margo ainda estava parada na porta estática, demorou alguns segundos para a matriarca entender o que estava acontecendo. - Mãe esse é o Simon! Lembra? Aquele novo amigo que eu comentei que iria vir aqui em casa. 

—OH sim, lembro-me bem! Sinta-se à vontade Simon. - A mulher deu um de seus melhores sorrisos e permitiu a entrada do garoto de 8 anos em sua residência. Para a menina a tarde foi maravilhosa, igualmente para o menino, mas para a família foi desconfortável. Assim que o menino foi embora e Eliza voltou para a sala tivera uma surpresa. A senhora Frontin se levantou e abraçou a filha de lado, já sabendo muito bem no que essa amizade daria daqui a uns anos.  

—Temos que conversar querida! - A menina concordou e assim que se sentou em frente aos pais pediu desculpas e disse que sabia que o amigo era um mangata. - Não estamos bravos minha flor... Apenas nos escute. 

Digamos caro leitor que nunca saberemos o que realmente foi falado naquele final de tarde, já que Eliza nunca se disponibilizou de me contar como aconteceu ela só muda de assunto toda a vez que tocamos no assunto, então ficarei lhe devendo dessa vez. 

  

16 de abril de 2011 

E aqui voltamos, para o começo de tudo. Aos 16 anos a jovem ruiva se encontrava concentrada em não chorar vendo a paisagem, voltar para a cidade onde crescerá era difícil, ainda mais se estava sozinha e assustada. Quando se mudou para outro lugar a garota deixará pessoas para trás com medo de traze-las para o mundo caótico em que vivia desde que nascerá. Suspirou pela sabe-se lá quantas vezes naquele dia.  decidiu fechar os olhos por breves minutos, permitindo-se pensar em tudo o que aconteceu para ter que voltar e ter aulas com sua avó e bisavó paternas sobre autocontrole. O que era para serem minutos se transformaram em horas e a ruiva só foi acordar quando não sentiu o leve balançar do carro, aquele mesmo balançar que a fez embarcar em um delicioso cochilo. Quando desceu do automóvel o ar gélido da cidade do interior bateu em suas canelas, fazendo com que os pelos de sua nuca se eriçarem. 

Em frente de si um grande portão com as iniciais de sua família feitas a cobre se encontrava, tinha chegado ao começo de tudo... tinha chegado Clint Hill. 


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Notas finais do capítulo

Até a próxima!



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