Já era tarde da noite e Min Hyorin se sentia mais cansada do que poderia se lembrar, seu corpo pesava por inteiro e seu interior pulsava como se algo estivesse se aproximando. Suspirou sentada na beira do terraço do predio em que moravam ponderando por tudo que tinha acontecido na semana. Juni, a líder de seu grupo não lhe dera mais noticias e detalhes sobre o que aconteceu com seu irmão e ela vinha se preocupando pois o mesmo tinha acontecido com Taeyang. 

E quando aconteceu sentiu por um segundo o medo de apenas pensar em perde-lo. Ele gritava de dor e apesar dela ser a medica do grupo só conseguiu estancar o sangue que saia de sua costa, ate  que ele desmaiou e só acordou um dia depois. Esse era seu poder, conseguir curar rapidamente qualquer um que estivesse ferido. Sentiu-se aliviada por terem pedido folga  para assim ele pudesse descansar no final de semana.

Os dois não estavam de plantão na delegacia hoje, então seria uma noite de descanso. Sentiu alguém se aproximando e soube no mesmo segundo que era Taeyang. Ele se sentou ao seu lado e em nenhum momento a olhou, apenas encarou a grande Seul iluminada.

  — Como está se sentindo?

Ele pergunta ainda sem olha-la. Hyorin  suspira envergonhada por não poder disfarçar seu sentimento por ele. Pensara ate que ele já sabia, mas com isso também vinha a confirmação de que ele apenas a via como uma irmã mais nova.  Desde em que o viu seu coração bateu tão forte que ela tinha receio dele poder ouvi-lo apenas se chegasse mais perto.

Se conheceram quando treinavam para serem guardas da família real e sempre estiveram juntos em todas os trabalhos em que pode se lembrar.

  — Estou bem e você? 

 — Melhor do que mereço.

Sussurra pensativo. Ela volta a olhar a cidade iluminada e pensa se já não era a hora de revelar seus sentimentos para ele. Sua respiração pesa quando sente ele colocar sua cabeça em seu ombro e com os olhos fechados.

  — Diga que você também pode sentir —  Ele pergunta.

Hyorin fica estática sem ter o que falar. Será que ele sabe? impossivel!, Pensa se remechendo. Estava envergonhada de mais para responder algo coerente, queria poder falar abertamente como ele sempre fez, mas a timidez lhe consumiu e respondeu a primeira coisa que apareceu em sua cabeça.

  — Sim... É... Sinto como se estivemos sendo observados, mas deve ser impressão minha.

Taeyang se endireita e suspira pesadamente levantando. 

  — Claro, entendo...Estarei lá dentro caso precise de algo. 

Por um momento Hyorin se insultou pensando que talvez ele estivesse falando de outra coisa. Também se levantou quando já não sentia a presença de Taeyang no terraço. Virou de costas para a grande cidade quando algo puxou seu cabelo. 

Seus olhos arregalaram quando viu um homem com o rosto cheio de cicatrizes e uma asa enorme colocando uma das mão na boca para que ela não gritasse.

 — A que romântico, seu namoradinho lhe deixou sozinha meu bem?  — o desconhecido fala em seu ouvido —  Até que fim encontramos vocês, seus ratos de laboratório.

Ela se contorceu com a dor no couro cabeludo totalmente imobilizada. O medo se formando quando ele abriu as asas indicando que a levaria dali. Hoje não. Ela pensou, poderia ser fraca o suficiente em não revelar seu amor por taeyang, mas não seria fraca em lutar contra o inimigo. Ela como medica da guarda real sabia tudo sobre a anatomia taroniana e sabia que aquele intruso era de Taron. Viu o emblema da realeza na camisa a cima do peito e riu com desgosto pensando no que seu mundo se tornou.

Mordeu a mão dele que se afastou rapidamente. Se virou para olha-lo melhor e percebeu que ele tinha o dobro do seu tamanho.

  —  Sua vadia...

Ele avançou para lhe bater mas ela foi mais rápida, se abaixou e sem seguida pulou para acerta-lo com um chute em seu peito. 

O desconhecido que a atacou caiu ofegante de joelhos no chão e ela sabia que tinha apenas oito segundos até que ele se recuperasse e a atacasse novamente. Mas aquilo era o suficiente para se defende, por isso o atacou daquele jeito. Sentiu taeyang se aproximar  espantado ao seu lado.

  — Min...— Ele se aproximou com medo que algo tivesse acontecido com ela. 

  — Era pra eu leva-la viva, mas vejo que terei que mata-la aqui mesmo.

O Homem que antes estava ajoelhado, agora abre as grandes asas em forma de ataque, Tae sabia pois era assim que os guardas se posicionavam quando sentiam que estavam em predigo.

  — Quem é você e o que quer?

Taeyang questiona colocando seu corpo a frente de Hyorin. Viu o emblema em sua roupa e também abriu suas asas quando percebeu que aquele intruso na sua frente que talvez seria uma Taroniano não estava ali para ajuda-los.

  — Quero sangue! — O invasor responde avançando com uma faca nas mãos.

Min arqueia surpresa quando sente Tae a pegando em seu colo e voando no mesmo instante que o invasor voa para alcança-los.

  — Posso voar... — Ela diz assustada. 

  — Desculpe mas ele não vai encostara mais nenhum dedo em você... — Ele se amaldiçoou por ter dito aquelas palavras sem pensar na frente dela — Voe em minha frente, vou distrai-lo.

Hyorin concordou com a cabeça e bateu as asas tão rápido que em questão de segundos Tae não a tinha mais em seu campo de visão. Olhou para trás e viu o inimigo sorrindo debochado. viu um campo de esporte totalmente vazia e aterrissou ali junto com ele.

 — Admiro essa coisa toda de proteção que vocês tem um com o outro, mas isso não vai livra-la de eu te-la fazendo aquilo...sabe? 

 O intruso remexeu as partes intimas em um gesto obsceno e nem conseguiu se mover antes de sentir um soco em seu rosto deformado. 

  — Você quer sangue? — Tae fala praticamente cuspindo em ódio — Levante e  verá o seu!

O invasor pega impulso da onde tinha caido e ataca levantando a faca que na lamina continha um veneno. Taeyang logo percebeu por que o homem manoseava com cuidado o instrumento. Recebeu um um soco que fez com que seu ódio por aquele homem desconhecido crescesse ainda mais.

Conseguiu parar um soco com o braço e foi sua vez de inserir vários socos consecutivamente na barriga dele até receber uma facada no braço. Viu as veias de seu braço esquerdo ficarem em um verde assustador e ao mesmo tempo se sentindo tonto. 

  —  Eu disse que isso não a ajudaria! 

 O homem fala se aproximando enquanto Taeyang se contorce de dor  caindo com a visão já turva. Ele deixa a faca enfiada na parte de trás de sua calça e fica sobre Tae para enforca-lo.

  — Agora morra e me dê seu sangue.

 Com as mãos no pescoço do Taroniano, o homem ofega uma ultima vez quando sente uma lamina sendo passada em seu pescoço. Tae por sua vez se espanta quando vê o corpo cair sobre si cheio de sangue. Mais atrás estava Hyorin com os olhos arregalados por ter pela primeira vez  matado alguém.

  —  Min?!

Ele ofega tentando levantar e Hyorin vai ao seu encontro.

  —  Eu disse pra você fugir!

  —  Não consegui, desculpe.

Ela responde manoseando uma água em seu braço. Ele sabia que ela estava curando-o. Gritou quando ela fez com que a água entrasse em sua pele como brasa quente. Hyorin olhou em seu redor e viu que só percebeu que aquele lugar era distante depois de tudo. Viu o veneno saindo de seu corpo sem se misturar com a água. 

  —  Será que ele era Taroniano?

  — Com certeza que não! Ele parecia tudo menos taroniano. 

Se levantou com o braço por cima do ombro de Min e andou machucado. Na briga, nem tinha percebido que o desconhecido tinha inserido outra facada em sua perna. Viu o corpo do inimigo se deteriorando como se alguém tivesse jogado acido nele.

  — O que esta acontecendo?

Ela diz assustada com uma das mãos na boca para tampar o O que sua expressão formou.

  —  Não sei, mas temos que sair daqui logo.

Concordou com a cabeça e o ajudou a andar quando percebeu que o celular que levava para todos os cantos vibrava constantemente em seu bolso. Pegou e no momento em que viu o que estava escrito na tela o soltou, mas por sorte Taeyang pegou antes do aparelho se chocar com o chão.

  — Merda... 

Ele diz vendo a mensagem em letras taronianas na tela do celular.

        "TODOS SE AJOELHARÃO PERANTE ENREV"