O Amor Está no Ar escrita por Haruyuki


Capítulo 1
~ Yuuri Katsuki ~




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Ele e Phichit estavam juntos na loja da empresa aérea, trabalhando, quando alguém se aproxima deles, ignorando a fila de passageiros e bate com um papel na mesa.
"Você pode me ajudar?!" Ele diz, ofegante um pouco, assustando Yuuri, que estava de costas para ele.
"Ah...um momento." O japonês diz, mexendo rapidamente no computador. "Qual é o problema?"
Ele então finalmente vê a pessoa que havia se aproximado e se surpreende ao ver um homem alto, de cabelos prateados e belíssimos olhos azuis. Ele estava de terno e gravata pretos com uma camisa branca por dentro e uma longa capa azul clara aberta na frente e com uma mala ao seu lado esquerdo.
"Tem um erro na minha passagem." O homem diz, o olhando com uma certa curiosidade e estendendo o papel para ele.
Tal papel é o bilhete dele. Yuuri o pega e digita rapidamente no computador o nome do passageiro - Nikiforov, Victor - e quando acha, passa os olhos rapidamente nos dados que estão no sistema. Victor estende para ele um telefone celular, onde ele percebe que ele vê um e-mail de uma agência de turismo com os mesmos dados, só que com uma diferença preocupante: o destino dele está diferente.
"De novo não." Ele sussurra, acessando o sistema dos vôos para a cidade que está no celular e percebe que há vagas no vôo de daqui a... MEIA HORA?!
"Senhor Nikiforov, irei cancelar e refazer sua passagem e o guiarei até o check-in, o portão de embarque e o avião o mais rápido possível, pois o vôo é daqui a meia hora." Ele diz, surpreendendo o homem de cabelos prateados. "Alguma outra informação está errado?"
"Não." O outro homem apenas responde, inclinando o rosto e fazendo a franja que escondia seu olho esquerdo deslizar e o revelar.
Yuuri imprime a página com as informações antigas, cancela a passagem e a recria, digitando rapidamente todas as informações que estavam no papel e com o novo destino para a viagem dele. Ele termina em 6 minutos, imprime a passagem e se levanta, erguendo seu rádio.
"Katsuki falando." Ele diz, respirando fundo e saltando do balcão para o lado do passageiro, surpreendendo não só ele como os outros também. "Leo, paralise um pouco check-in de bagagens e abra o sistema do vôo é 3225, nome Nikiforov, Victor. Estou chegando aí com passageiro que foi vítima do erro daquela agência de turismo e ele precisa passar a bagagem imediatamente. Yuuko, re-abra o portão de embarque, por favor. Celestino, peça para os pilotos atrasarem um pouco a decolagem do avião e peça para abrirem a porta traseira. Assim nosso passageiro evita constrangimento. Peça também para reabrirem o bagageiro e checarem a mala dele com urgência."
"Estou pronto para ele." Leo de la Iglesia responde.
"Portão de embarque aberto e aguardando." Yuuko Nishigori responde.
"Pilotos e comissários informados. Estão aguardando passageiro. Bagageiro aberto e Charlie está aguardando a bagagem dele." Celestino, chefe deles, responde.
Yuuri então olha para Victor.
"Não temos tempo a perder. Me dê sua bagagem e eu a passarei pelo check-in. Vá para o portão B23 e me espere junto com a funcionária. Quando chegar no detector de metais, se aproxime do guarda sentado e diga Katsudon, ele irá dar prioridade para você com isso." Ele pede e Victor acena com a cabeça, entregando a mala prateada para ele e se afastando.
Yuuri se aproxima de Leo, pedindo desculpas aos passageiros que aguardavam e despacha a mala dele. Ele corre para as escadas de emergência e sobe rapidamente dois andares, saindo logo na área dos portões de embarque. Ele corre até o portão em questão notando que Victor também se aproximava.
"Senhor Nikiforov!" Ele o chama, ao lado de Yuuko, que já está com a passagem dele, o liberando para o vôo.
Victor o olha e se apressa. Ao lado dele, Yuuri o acompanha até o túnel dos passageiros, lhe estendendo a passagem aérea.
"Aqui está. Peço desculpas pelo transtorno e desejo ao senhor uma boa viagem." Ele diz, parando de andar quando chegam na porta do avião aberta e com a comissária de bordo o esperando.
"Você pode... Me dizer seu nome?" O passageiro pergunta, para a surpresa dele.
"Yuuri Katsuki, Senhor Nikiforov."
"Yuuri, me chame de Victor, por favor." O passageiro, Victor, diz e abre um largo sorriso em forma de coração.
E então ele entra no avião. Yuuri observa a aeromoça fechar a porta, e solta um suspiro, voltando para a loja.
"Leo, Yuuko, Celestino. Passageiro embarcado. Bom trabalho para todos." Ele diz no rádio, decidindo ir no banheiro lavar o rosto antes de voltar para o seu trabalho.
"Bom trabalho para você também, Yuuri." Celestino responde, o fazendo sorrir.
~x~
Dias depois, Celestino e outros gerentes vão conversar com os donos da agência de turismo, que observam que o erro vêm de um funcionário chamado JJ Leroy, que se distrai sempre para se olhar em um espelho. Yuuri, que acompanha Celestino, reconhece o homem e respira fundo.
"Vejo que você não mudou nada." Ele diz, usando o dedo indicador para empurrar o espelho, o fazendo cair de frente para mesa.
JJ se apavora quando vê seu espelho caído e congela ao ver Yuuri se sentando na mesa dele, cruzando as pernas e os braços. O japonês, que estava de cabelos deslizados para trás retira os óculos de armação azul do rosto para limpar as lentes e os recolocar, sorri ao vê-lo com o rosto corado.
"Você está cometendo erros demais na vida, sabe? Continua sendo um irresponsável narcisista que se acha acima de todos." Yuuri continua, notando que todos ali o olham com surpresa. "Como era que você se chamava na Universidade mesmo? Ah! Rei JJ!"
Pessoas ali presentes se entreolham e dão risadas.
"Mas sabe, eu sou obrigado a repetir a mesma coisa quando te rejeitei na Universidade. " Yuuri solta uma risada, voltando a olhar para Leroy. "Você não é, nunca foi, e nunca será um rei. Um rei tem como obrigação zelar pelo seu povo é pelo seu reino. Você pode fazer isso? Um rei deve se sacrificar para o bem de seu povo e de seu reino. Você consegue fazer isso? Ou seu orgulho narcisista te impede de ver a realidade que está na sua frente?"
Ele então se inclina para o lado, se apoiando na mesa com o braço direito, fitando Leroy.
"Você tem um pouco de sorte. Porque se eu fosse seu chefe, o demitiria agora, depois de ver tantas reclamações das empresas aéreas que sua agência trabalha." Ele sussurra, se afastando dele e saindo daquela sala.
Bem, ele não é o chefe dele, mas mesmo assim, Jean-Jacques Leroy foi demitido.
~x~
"Yuuri!"
Yuuri se assusta ao ver que o próximo cliente para despachar mala é ninguém menos que Victor.
"Olá, Senhor...ah..." Ele tosse, com o rosto corado. "Olá, Victor."
Victor sorri para ele, estendendo o bilhete e a bagagem.
"Você trabalha aqui também?" Ele pergunta, vendo o japonês registrar a bagagem e a levar para a esteira.
"Sim, eu trabalho na loja, aqui no check-in e também no portão de embarque." Yuuri responde, devolvendo o bilhete para ele. "Tenha uma boa viagem."
"Você está aqui todos os dias?" Victor pergunta, curioso.
"Exceto aos domingos." Yuuri responde, o olhando com o rosto inclinando, confuso.
"Ótimo." Victor diz e se afasta, o deixando mais confuso ainda.
~x~
Victor retorna com um novo bilhete e um buquê de flores duas semanas depois, e o entrega  para Yuuri, que estava de novo do check-in.
"Quero que aceite essas flores em agradecimento pelo que fez por mim." Victor diz, o vendo aceitar as flores com surpresa.
"Eu só fiz meu trabalho, Victor." Ele diz, com um sorriso tímido no rosto. "Mas muito obrigado mesmo assim. Eu amo flores."
"Que bom." Voctor diz, com o rosto corado.
Yuuri então recolhe a bagagem dele e devolve o bilhete, lhe desejando uma ótima viagem.
...
"Ai meu deus, Yuuri! Ele te deu flores! Ele deve gostar de você!" Phichit diz, ao lado dele.
Yuuri o olha por entre as flores.
"Será? Ele disse que elas eram o agradecimento dele." Ele pergunta, timidamente.
"Vamos ver se ele aparece daqui à duas semanas para falar. Se sim, e ele aparecer com um novo presente, quero que você venha trabalhar desse jeito aqui." Phichit ergue o telefone e mostra Yuuri sentado na mesa de Leroy.
Yuuri se assusta em saber que o amigo tem essa foto. Ele olha para si mesmo e então para seu melhor amigo.
"Você quer dizer... Os meus cabelos?" Ele pergunta, recebendo um aceno de seu melhor amigo. "Fechado."
Yuuri então estende para ele um cartão e um papel, o assustando.
"Você pode usar meu cartão de refeição." Ele diz, o olhando. "E você sempre pode ir lá em casa jantar comigo e com minha família."
Phichit o abraça, soluçando.
~x~
Quando Victor aparece exatamente na mesma data combinada, ele não traz um buquê de flores. Ele traz uma grande sacola de papel de uma famosa loja de doces e salgados. Yuuri olha dele para o papel com surpresa.
"Eu vim bem mais cedo e queria saber se toparia dividir comigo." Ele diz, e nota que Yuuri olha para o pacote com a testa franzida.
"Victor, eu estou contente que tenha comprado isso tudo para mim, mas..." Yuuri se interrompe, e Victor decide não falar nada. "Você se incomodaria se eu desse tudo para meu amigo Phichit? Ele possui uma irmã doente e ajuda seus pais com os medicamentos e as consultas. E como ele divide o apartamento com outros amigos nossos, ele mal tem dinheiro para se alimentar."
Victor se assusta com o que escuta e entende o motivo da hesitação de Yuuri. De fato, ele hesitaria e provavelmente nem perguntaria se estivesse no lugar dele. Victor sorri para ele, e afirma com a cabeça.
"Você pode sim." Ele diz. "Mas terá que pensar em um modo de se desculpar comigo."
"Ok." Yuuri diz, aliviado. "Isso eu posso fazer, mas não hoje."
"O quê?" Victor pergunta, surpreso.
"Vai ser surpresa." Yuuri diz, o olhando com um sorriso no rosto. "Agora, já que o movimento está bem fraco nesse momento, Phichit pode dar conta daqui sozinho. Então, se estiver tudo bem com você, podemos tomar um suco e conversar?"
Victor se anima, com os olhos brilhando e novamente abrindo seu sorriso em forma de coração.
"É claro!" Ele diz.
Yuuri pega o pacote e o fecha, pegando o celular e digitanto uma mensagem para Phichit comprar um grande copo de suco laranja para ele. Não demora muito tempo e o tailandês surge carregando o suco.
"Oh, olá." Ele diz, olhando para Victor. "Meu nome é Phichit Chulanont."
"Victor Nikiforov." Victor responde, se apoiando no balcão com o ombro direito.
"Phichit, duas coisas." Yuuri diz, e aponta para o pacote. "Isso e o suco são para você, porque eu sei que você não comeu ainda hoje e só usa meu cartão para comprar café e um sanduíche. Agora, eu vou dar uma saída com Victor. Me chame no rádio se precisar de mim."
"Cara, você é o melhor melhor amigo que alguém pode ter, sabia disso?" Phichit o abraça, e Victor apenas sorri com a cena.
O suco na verdade se tornou um almoço completo. E ambos conversaram sobre si, descobrindo que possuem gostos similares. Ambos adoram cozinhar e comer. Amam animais de estimação, principalmente cães da raça poodle. Possuem um poodle cada um. Adoram patinação artística e sabem patinar no gelo. Ambos são estrangeiros que vieram para os Estados Unidos para viver uma vida melhor.
"Por trabalhar em uma empresa aérea, pude trazer meus pais e minha irmã de Hasetsu para cá com grandes descontos nas passagens." Yuuri diz, e olha para as horas no relógio da praça de alimentação. "Victor, eu preciso voltar para o meu trabalho. Foi legal conversar com você."
"Eu também gostei muito de conversar com você, Yuuri." Victor diz, se levantando da mesa junto com ele. "Estou ansioso pela tal surpresa que você mencionou antes."
"Tenha uma boa viagem, Victor." Yuuri diz, sorrindo para ele.
~x~
É domingo, dia em que Victor retorna das viagens que faz todo o mês para Los Angeles. Usando uma calça jeans preta, uma camisa azul clara, com os cabelos deslizados para trás e com Vicchan nos braços, ele espera por Victor no desembarque. Quando Phichit o olha, assobia para ele.
"Cara, você está demais."
Vicchan é o centro da atenção, mas Yuuri apenas sorri educadamente e mantem o olhar focado no portão, ele se anima ao ver Victor, mas o sorriso se desfaz quando o vê abraçando uma mulher de curtos cabelos ruivos. Ela o olha e ele se vira, andando de volta para a garagem, onde seu carro está estacionado.
"Eu sabia que era impossível alguém como ele gostar de mim." Ele diz, abraçando o cachorro, que lambe as lágrimas que escorrem do rosto dele.


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