— Eu vivi uma vida bela. – Emily disse. – Marido, filhos E enteado.

— Eu vivi do lado da mulher que eu amei. – Hotch a beijou. – Então empatamos.

— Você me odiou no primeiro dia. – Ela lembrou. – Me esnobou, disse com seu olhar que minha mãe mexeu seus pauszinhos.

 - Eu deveria ter mordido minha língua. – Hotch devolveu.  – Você se tornou especial para mim.

— Mesmo com 70 anos? – Emily disse.

— Você parece ter vinte anos. – Hotch brincou. – Esse cabelo deixa você linda.

— Sempre tão galante, Hotchner. – Emily se virou para ele. – E esse cabelo te favorece também.

— Acho que vivemos uma vida bonita. – Hotch argumentou.

— Então podemos partir? – Emily perguntou.

— Não até nosso netinho nascer. – Hotch disse. – Jack disse que faltam quatro dias para isso.

— Ele anda trabalhando demais. – Emily observou. – No nosso tempo era mais complicado. Agora eles fazem tudo com tele transporte.

— Tecnologia. – Hotch olhou para o folheto. – "Venha para a BAU. Oferecemos vale tele transporte, um avião particular e um salário maravilhoso."

— O casamento do Jack foi bem rápido. – Emily beijou Hotch outra vez. – Talvez devêssemos esperar o nascimento.

— Derek e Penelope já estão juntos de novo. – Hotch olhou para o folheto. – É estranho saber que uma relação que você viu nascer agora continua em outro lugar.

— Eles se amavam muito. – Emily recordou. – Uma história de amor como a deles era para acabar assim.

Hotch sentou no sofá, tirando uma caixa de fotos. Fotos de muitos anos atrás, de toda a equipe.

— Tiramos muitas fotos. – Hotch virou a caixa cheia na cama. – Várias com vocês garotas grávidas.

Emily pegou uma foto no meio de todas. Olhando com carinho, ela se lembrou do dia. Foi a muito tempo, porém era impossível esquecer.  

Alguns anos atrás...

Emily descobriu que estava grávida. Havia chegado o dia de contar para toda a equipe que esse dia havia chegado. Reunidos na mesa redonda, Emily entrou e distribuiu chupetas de açúcar.

Ninguém entendeu, porém aproveitaram os doces. Penelope virou para Emily, a olhando de cima a baixo.

— Emily! – Penelope exclamou. – Você está grávida.

— Sim, P! – Emily correu para um abraço.

— Vem um baby Hotchner por aí, então. – Ela se aproximou de Hotch e o abraçou.

— Aprenda a trocar fraldas Hotch. – Penelope sussurrou.

Ela saiu da sala. Voltando com bonecas e fraldas, ela largou na mesa.

— Troque essas bonecas, Bossman. – Penelope desafiou.

— Desculpa? – Hotch não entendeu.

— Todo homem precisa saber o básico. – Penelope riu. – E enquanto Emily banca a superagente você vai precisar trocar as fraldas.

— Garcia. – Hotch a advertiu. – Eu já sei trocar fraldas.

— Então não vai se importar de mostrar. – Emily perguntou. – E ela tem razão, Aaron.

Hotch sorri. Querendo provar que sabia trocar fraldas, ele pegou uma das bonecas. Pegou tudo o que precisaria e começou.

— Não vale roubar, Hotch. – Derek gritou. – Faça direito ou admita a derrota.

— Cale a boca Derek. – Hotch brincou. – Você sabe fazer isso tão bem quanto você atira.

— Obrigado cara. – Derek fez uma falsa reverencia. – Penelope nunca reclamou.

— Assim? – Hotch mostrou o boneco com a fralda. – Viu Derek? Eu troquei muito a fralda de Jack.

Um flash de câmera apareceu. Era Penelope tirando uma foto de Hotch e Derek.

— Vai para o mural dos papais. – Ela brincou. – Partiu comer?

— Eu comeria a parte de dentro do cardápio inteiro. – Emily disse. – É tão maravilhoso estar grávida.

— Espere ter que acordar as quatro da manhã e correr para comprar melancia porque sua esposa tem desejo. – Derek brincou.

— Se não dar o que a moça pede o neném com cara de fruta. – Emily provocou de volta. – Você não vai querer seu filho em forma de banana. Ou quem sabe de um frango com molho de soja.

— Mulheres tem sempre desejos loucos. – Hotch respondeu. – Quando Haley estava grávida de Jack ela tomava chá com sal. Não me pergunte o porquê.

— No caminho podemos parar e comprar torresmo? – Emily pediu. – Estou com desejo.

— E quem sabe já ficamos lá pelo mercado mesmo. – Hotch sugeriu.

— Eu falo sério. – Emily deu um soco em Hotch. – Estou grávida de quatro meses e só quero sentar.

— Espere até você precisar ir ao banheiro a cada vinte minutos. – Penelope se divertiu.

Eles saíram juntos naquele dia.

Agora...

— Jack ligou. – Hotch chegou com sua bengala. – O bebê está nascendo.

— Vamos demorar para chegar lá. – Emily disse. – Não estou vestida.

— Posso colocar no Tele Baby. – Hotch sugeriu. – Ele configurou para ao vivo.

— Certo. – Hotch ligou o feed e eles ficaram assistindo.

Não demorou muito para eles verem o bebê nascendo.

— Diga oi Aaron Hotchner terceiro. – Jack mostrou a criança para a câmera.

— Ele não se parece com você, baby? – Emily perguntou para Hotch.

— O bebê é perfeitamente lindo. – Hotch respondeu. – Quando Jack se casou com Esther eu sabia que eles iam dar uma penca de netos.

— Lizbete está com nove anos agora. – Emily observou. – Ela está sentida pela partida da avó.

— A cerimônia foi perfeita. – Hotch observou. – Linda feita a despedida de Derek com a leitura de o campo de rosas.

— Reid tem o dom das palavras. – Emily observou. – E era um poema lindo.

— Talvez possamos ir em paz agora. – Hotch respondeu deitando ao lado da esposa. – Você quer ir primeiro?

— Que tal irmos juntos? – Emily disse. – Me de sua mão.

Eles deram as mãos. Respirando devagar, Hotch se sentiu indo.

— Eu vou sempre te amar, Emily. – Hotch falou.

— Não tanto quanto eu, Aaron. – Ela fechou os olhos.

Hotch foi o primeiro a falecer. Ele não sabia o que esperar do céu. Rossi, Penelope e Derek estavam esperando por ele.

Emily foi em seguida. Ela se sentia em casa. Seus amigos estavam quase todos por lá agora.

— É bom rever você PG. – Emily abraçou a amiga. – E Derek.

— Nem a morte nos separa. – Hotch observou, puxando Emily para seus braços. – Você vai ser minha fantasminha favorita.

— Acha que eles vão ser felizes?  – Emily olhou para o pessoal reunidos em torno do caixão dos dois. – Eles nos amavam tanto.

— Todos temos nossas horas. – Rossi respondeu. – Algum dia o ciclo vai se repetir e se Deus quiser nossa gangue vai estar reunida.

Jack se aproximou do túmulo de Hotch e Emily posicionados ao lado do de Haley. Colocando uma flor em cada um dos túmulos, uma lágrima solitária saiu dos olhos.

— Até um dia. – Ele deu um sorriso e se afastou. Encontrado seu filho recém-nascido, ele sentiu que todo o amor que Hotch deu para ele, seria colocado em mais esse bebê.

Esther estava ao lado do túmulo de Derek e Penelope. Colocando rosas vermelhas em ambos os túmulos, ela sentiu o tanto de felicidade que seus pais depositaram em todos.

As Rosas

Rosas que desabrochais,

Como os primeiros amores,

Aos suaves resplendores

          Matinais;

Em vão ostentais, em vão,

A vossa graça suprema;

De pouco vale; é o diadema

          Da ilusão.

Em vão encheis de aroma o ar da tarde;

Em vão abris o seio úmido e fresco

Do sol nascente aos beijos amorosos;

Em vão ornais a fronte à meiga virgem;

Em vão, como penhor de puro afeto,

          Como um elo das almas,

Passais do seio amante ao seio amante;

          Lá bate a hora infausta

Em que é força morrer; as folhas lindas

Perdem o viço da manhã primeira,

          As graças e o perfume.

Rosas que sois então? – Restos perdidos,

Folhas mortas que o tempo esquece, e espalha

Brisa do inverno ou mão indiferente.

          Tal é o vosso destino,

          Ó filhas, da natureza;

          Em que vos pese à beleza,

                   Pereceis;

          Mas, não.... Se a mão de um poeta

          Vos cultiva agora, ó rosas,

          Mais vivas, mais jubilosas,

                   Floresceis.

Machado de Assis.