Kekkon Omedetou ~ sasuhina ~ escrita por hina dono


Capítulo 1
Omiai Kekkon




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Casamento.

 Hinata tinha certeza que para a maior parte da população mundial, casamento significa uma união sagrada entre duas pessoas que se amam. Essas pessoas conheceram-se, conviveram, apaixonaram-se e então, juntas, decidiram jurar amor e respeito em frente a um padre ou juiz e vários convidados. 

 Ela não fazia parte dessa maioria, no entanto. De onde vinha - um mundo de aparências, repleto de jogos de poder e nenhum livre arbítrio -, casamento era apenas um contrato; só mais uma forma de selar acordos milionários. Você quer integrar seu renomado, porém endividado, Escritório de Arquitetura à maior Holding do país, com filiais no mundo todo, Mangekyou Holding, sem perder credibilidade no mercado ou manchar o nome da família? Dê sua filha primogênita em casamento ao acionista majoritário de tal império. Pronto. Todos ficam satisfeitos. 

 Menos a noiva sem escolha, é claro. 

 Contudo, a filha mais velha de Hiashi Hyuuga não reclamou. Ela sempre soube que, sendo a primogênita e ainda por cima mulher, seu destino só poderia levá-la a um lugar: onde o patriarca da família a quisesse. Ainda assim, não pôde evitar o choque quando seu pai a chamou, no início de uma ensolarada manhã de terça-feira, 5 meses antes, ao seu escritório e, assim que ela se acomodou numa poltrona em frente a mesa dele, disparou: 

 - Hinata, você já é uma mulher crescida, logo fará 24 anos. Eu estive pensando e acredito que já está na hora de você se casar. É claro que já escolhi o pretendente. 

 E aí está. Rápido e indolor.

 Hinata sempre soube que esse momento eventualmente chegaria e fez o seu melhor para não transparecer seu nervosismo, mas temia que sua palidez repentina e o arregalar dos olhos perolados a tivessem entregado. Seu pai a encarava, já dando sinais de impaciência pelo seu silêncio, à espera de uma resposta.

 Fale alguma coisa. 

 - A-ah. 

 Idiota

 Pelo olhar de Hiashi, ele pensava o mesmo. No entanto, não havia muito que ela pudesse dizer no momento! Quando Shizune, a secretária de seu pai, avisou que ele aguardava sua presença no escritório da mansão Hyuuga, ela não fazia ideia do assunto a ser tratado. Mas, pensando bem, Hinata devia ter imaginado - Hiashi Hyuuga não é o tipo de pai que desperdiça seu precioso tempo conversando amenidades com suas filhas. Logo, o assunto deveria ser de extrema importância. Ainda assim, casamento? E ainda por cima ele já havia escolhido um noivo para ela? Como reagir a esse tipo de anúncio, senão de uma forma tola monossilábica? 

 Suspirando ao ver que sua primogênita não o responderia adequadamente, Hiashi prosseguiu:

 - "Ah"? Bom, acho que não deveria esperar outra reação vindo de você. Como minha filha mais velha, ainda que não o varão que desejei, eu depositei em você muitas expectativas, Hinata, as quais você fez questão de frustrar uma por uma. Sua incapacidade de compreender o mundo dos negócios e assim herdar a presidência da empresa que está em nossa família a gerações, obrigou-me a passar o controle para seu primo Neji, que não se mostrou mais competente que você, já que em apenas três anos afundou a empresa em dívidas! 

 Hinata se encolheu. Não porque seu pai tivesse gritado - ele nunca gritava -, e sim porquê suas palavras, tão cruéis quanto verdadeiras, eram como um tapa na cara e um soco no estômago. Não, seu pai nunca precisou gritar para magoá-la; só precisava lembrá-la de que ela era e sempre seria a maior decepção dele. 

E tudo porque possuía o mais imperdoável dos defeitos: a gentileza. Defeito este herdado de sua mãe, é claro. Hinata até tentou livrar-se deste "mau hábito", mas falhou miseravelmente. Talvez se não fosse uma Hyuuga, se tivesse nascido do lado de lá da linha, o seu defeito não fosse um defeito, mas ali, aos olhos de seu pai e de todos os outros habitantes do seu mundo, ser gentil é sinônimo de fraqueza, e isso não era algo bem-visto em uma líder - daí a sua "incapacidade de compreender o mundo dos negócios". 

 Não demorou muito para seu pai aceitar que sua herdeira era um fracasso nos negócios e, como o homem prático que era, desistir dela e passar a treinar o seu primo, Neji, para assumir a diretoria da HYŪGA Group. À princípio essa pareceu ter sido a decisão mais acertada. Neji se mostrou um excelente aprendiz - dedicado, inteligente e sem emoções inconvenientes -, o filho que seu pai sempre quis. Tudo ia bem até que após assumir oficialmente a presidência, o rapaz começou a ignorar os conselhos de Hiashi e tomar decisões importantes sem consultá-lo - em suma, passou a agir livremente. 

 Descobriu-se depois que Neji estava sendo aconselhado por seu pai, Hizashi - um homem leviano, sem tino algum para negócios e com um rancor pessoal para com seu irmão gêmeo, Hiashi -, mas já era tarde. Uma sequência de maus negócios e contratos quebrados, levaram a empresa a atolar-se em dívidas em pouco menos de três anos. 

Após usar de sua influência e ações para expulsar Neji da diretoria, seu pai fez tudo o que pôde para reverter a situação, porém, o estrago foi maior do que o imaginado. Em pouco tempo, ele não conseguiria mais esconder a real situação da empresa e um escândalo teria início, manchando o bom nome dos Hyuuga. Foi nessa época que um potencial investidor apareceu. Mas não para investir, somente. Para controlar. 

 - Hinata? Hinata! Preste atenção enquanto eu falo com você! 

 - H-hai! Desculpe, otou-san. - Balançando negativamente a cabeça para escapar das lembranças, voltou a mirar seu pai. - O que o senhor estava dizendo?

 - Eu dizia que já que você mostrou-se inapta para os negócios, o melhor é que se case! Casando-se com o pretendente que tenho em mente, você assegurará seu futuro e também terá a oportunidade de redimir-se com sua família. A pessoa em questão é um sujeito respeitável, com um nome de peso, e a união de vocês será benéfica para a empresa, é claro. 

 É. Claro. Não havia porquê protestar, fora criada para isso. Era um objeto de troca, e estava nessa posição por sua própria incompetência. Se ao menos fosse mais parecida com o pai... Uma vida limitada à números e reuniões exaustivas, parecia bem mais agradável aos olhos do que um casamento sem amor. 

 - Hai - concordou, com um aceno. - Otou-san, q-uem é essa pessoa? Eu o conheço? É do nosso círculo social? 

Assumindo que os receios não ditos da filha eram sobre a idade de seu pretendente, Hiashi disse:

 - Não se preocupe, Hinata. Ele tem quase a sua idade. Dois ou três anos mais velho, creio eu. E ainda que com tão pouca idade já comanda com punhos de ferro uma Holding multimilionária... 

 O homem continuou exaltando as qualidades empresariais de seu pretendente, mas ela não ouvia. Punhos de ferro... Alguém que é tão bom no que faz, que recebe elogios até mesmo de Hiashi Hyuuga. Um mal-estar repentino apossou-se dela. Hinata sentia-se enjoada. Esse homem... Quão terrível ele poderia ser? 

 - ... Tem subsidiárias em vários pa.. 

— Quem? Otou-san... Quem é ele? 

Surpreso com a súbita interrupção, Hiashi voltou-se para Hinata. Ela estava pálida. Não devia ter se prolongado na descrição do prometido. Suspirando, decidiu ser direto: 

 - Uchiha. Sasuke Uchiha. 

Uchiha. 

 Uchiha. 

 Sasuke Uchiha.

 ***

 Novembro.

 Passaram-se cinco meses desde então. Cinco meses desde que descobriu que seu noivo era nada mais, nada menos que o cobiçado Sasuke Uchiha. Sim, cobiçado. Pelo menos era o que todas as manchetes de revistas e jornais davam a entender após a notícia de seu noivado ser divulgada. 

 "Fisgado! O solteiro mais cobiçado do Japão, Sasuke Uchiha, está noivo! Saiba mais:" 

 "O milionário Sasuke Uchiha, um dos solteiros mais cobiçados do país, está noivo!" 

 "Noivo? Parece que sim! Conheça a sortuda que fisgou o coração do jovem milionário mais cobiçado de todos." 

 Durante as primeiras duas semanas depois do anúncio oficial, manchetes assim eram vistas todas as vezes que Hinata saía de casa ou ligava a televisão. Até que cessaram completamente, de repente, como se alguém houvesse soprado a chama de uma vela. Não que ela estivesse reclamando. Nunca gostou de ter sua vida pessoal estampada em revistas. 

Hinata suspirou, olhando-se no espelho. Estava linda. Nunca se achou particularmente bonita, era razoável, talvez pálida demais, mas naquele dia, naquele dia estava linda.

 Trajava um belo, pesado e tradicional quimono branco de seda, estampado com motivos de crisântemos; o contorno de seus olhos lilás-perolados, assim como seus finos lábios, ostentavam uma maquiagem discreta, como mandava a ocasião; já o seu cabelo estava habilmente trançado e preso em um coque, um delicado kanzashi enfeitando-o. Todavia, toda a beleza de seu penteado teve de ser coberta pelo wataboshi, chapéu indispensável para toda noiva em uma cerimônia de casamento tradicional. 

 - Onee-sama! Você está linda! - disse Hanabi, sua irmã mais nova, com lágrimas despontando em seus olhos, também perolados.

 - Mais do que linda! Hinata, você está parecendo uma princesa! - TenTen, sua melhor amiga, juntou-se ao coro de elogios deixando-a envergonhada.

 - Obrigada, Hanabi-chan, TenTen. Vocês também estão maravilhosas. 

Ambas as mulheres também usavam trajes orientais. Para Hanabi, um belo quimono rosa claro, com pássaros voando pela barra e mangas do tecido e um obi vermelho marcando a cintura. Já para TenTen, um quimono customizado, um corte bonito à moda chinesa, sem mangas e com um obi azul escuro contrastando com o verde do tecido - chamativo, como o esperado de uma estilista. 

 - Eu gostaria que mamãe estivesse aqui. Ela estaria tão orgulhosa de você, onee-sama! - Hanabi disse baixinho, mais perto do choro dessa vez.

 - Hanabi... Venha cá. 

 Abraçou sua imouto o mais forte que pôde. Enquanto a consolava e pedia que não chorasse, a própria Hinata lutava contra as lágrimas. Ela também queria que sua mãe estivesse ali. Pelo pouco que lembrava de sua falecida mãe, tinha a certeza que ela tornaria toda aquela situação muito mais fácil. Hikari era uma mulher que conseguia extrair o melhor de cada pessoa e situação. Realmente, ela fazia muita falta.

 - Eu também gostaria, Hanabi-chan. Eu também. 

 Era o dia do seu casamento, afinal de contas.

 Sim. Faziam apenas cinco meses desde aquela fatídica conversa no escritório de seu pai. Cinco meses desde que seu pretendente compareceu sozinho ao hotel onde foi realizado o Mi-Ai, deixando Hiashi chocado. Sasuke redimiu-se, no entanto, ao levar a família Uchiha para o Yui-no. Não que tenha sido uma noite agradável. Os Uchiha, que viviam há décadas no exterior, claramente não davam grande importância para tradições. Itachi, irmão mais velho de Sasuke, chegou até mesmo a indagar o porquê dela ter oferecido uma saia ao noivo - como se Hinata já não estivesse mortificada o suficiente. 

 Depois de exatos sete encontros - todos devidamente acompanhados - com Sasuke; depois de escolher novembro como o mês ideal para a cerimônia; depois de meses de planejamento realizados por sua futura sogra, Mikoto Uchiha, Hinata estava prestes a se casar. Com Sasuke Uchiha.

Inacreditável.

 - Hai, Hai. Chega de choro vocês duas! Tenho certeza que é isso que a tia Hikari diria - disse TenTen, separando as irmãs e checando a maquiagem de Hinata. - Hina, seu futuro marido está te esperando lá fora. E você será feliz. Felicidade é tudo o que você merece. Além do mais, se você, a pessoa mais gentil, boa, honesta e corajosa que eu conheço não for feliz, que esperança resta para mim? 

 As três jovens riram. Com as lágrimas esquecidas e um clima mais leve no ar, TenTen pegou a mão de Hanabi, que segurou a de Hinata e esta, por sua vez, segurou firmemente a de TenTen.

 - Está na hora. 

 *** 

Hinata o avistou assim que saiu da sala de espera. Como ela, ele havia acabado de fechar a porta atrás de si. 

Sasuke. Seu futuro marido. Carregando uma expressão austera como da primeira vez que o viu. Vestido em um quimono tão preto quanto seus cabelos e olhos ônix, ele estava lindo. E assim como da primeira vez que o viu, teve arrepios nada agradáveis com a visão.

 Sua expressão dura, seus olhos que não deixavam transparecer emoção alguma... Ele podia muito bem estar em uma conferência de negócios e não em seu próprio casamento. 

 Tão parecido com meu otou-san. 

Enquanto encaminhava-se para o salão onde a cerimônia seria realizada, Hinata observava a decoração e era observada pelos poucos convidados. Simples - a palavra que definia ambos. 

A primeira coisa em que ela e Sasuke concordaram: fazer uma cerimônia de casamento simples. Na verdade, Hinata foi quem sugeriu a ideia, enquanto corava violentamente por se dirigir ao noivo pela primeira vez, Sasuke apenas respondeu um "Hn" com teor afirmativo. Ele não se importava em seguir os rituais de um casamento tradicional, apesar de ter sido criado no ocidente.

 Chegando ao local, Hinata e os demais presentes foram purificados com incenso. Depois o sacerdote, sentado sobre sua pernas e de frente para o altar, deu início a uma prece, enquanto uma música era tocada ao fundo. E então, veio a parte favorita dela: o san-san kudo. 

 Logo na primeira vez em que esteve presente em um casamento, Hinata encantou-se com aquele costume milenar. Parecia algo tão íntimo. Como se os olhares entre os noivos ao beber o saquê, fossem doces carícias. Em todos os casamentos a que comparecia, sempre torcia para que os noivos depositassem a taça na mesa ao mesmo tempo. E perguntava-se, casualmente, como seria o san-san kudo do seu próprio.

 Três cálices, de diferentes tamanhos, jaziam na mesa entre ela e Sasuke. Duas jovens aproximaram-se para servir o saquê. Respirando fundo, Hinata ergueu o rosto para olhá-lo, ele já a encarava fixamente. Juntos, levaram a primeira taça aos lábios, bebendo goles de saquê sem nunca deixarem de encarar-se. Depois, cada um depositou sua respectiva taça sobre a mesa ao mesmo tempo. Em seguida, repetiram o mesmo processo com as outras duas. Quando terminaram, Hinata, vermelha de vergonha por encará-lo por tanto tempo, suspirou aliviada. No sexto encontro deles ela havia tomado coragem e explicado a importância do ritual. Ficou feliz por ele ter feito tudo corretamente. Mas já era de se esperar. 

Um homem com punhos de ferro

Concluíram o rito com votos de lealdade e trocas de alianças, enquanto suas famílias olhavam-se de frente. E, logo após o sacerdote fazer uma oração abençoando a união deles, deu-se por encerrada a cerimônia. Não mais uma Hyuuga, Hinata era agora uma Uchiha. 

 Senhora Hinata Uchiha. 

 *** 

Já era a terceira troca de roupas da noite e felizmente a última. Dessa vez ela trajava um vestido de noiva ocidental. Um tomara que caia, branco, longo, todos os detalhes bordado à mão. Diferente dos três quimonos anteriores, ainda que com várias camadas, o vestido atual fazia Hinata sentir-se leve como uma pluma. 

 - Prontinho, onee-sama - falou Hanabi, após fechar o zíper do vestido da irmã. 

 - Obrigada, Hana-chan. A propósito, onde está TenTen que não veio nos ajudar com o vestido?

 - Lá fora, bebendo saquê e flertando com seu novo onii-san.

 - O quê?! Não deixe ela passar dos limites, Hanabi! Sabe que não posso sair do lado de Sasuke-san durante a recepção.

 - Não se preocupe, onee-sama. Ela não está bêbada e, na verdade, Itachi-san parece estar gostando da atenção. - Deu um sorriso malicioso. - Eu diria que os dois só estão esperando vocês partirem para que eles possam ir embora também... Juntos! 

 - Hanabi! Isso lá são modos?

 A jovem limitou-se a rir. Diferente de Hinata, Hanabi sempre foi mais extrovertida, sem medo de dizer o que pensa; livre. E no que dependesse dela, sua irmã nunca mudaria. Nunca seria forçada a esconder suas asas ou pior, tê-las arrancadas de si. 

 - Bem, que seja. Vá na frente, eu irei em seguida.

 - Haaai!

 Após conferir se o kanzashi que prendia o véu aos seus cabelos, agora soltos, estava firme, Hinata refez o mesmo caminho de antes. E, como antes, deparou-se com Sasuke logo após sair para o corredor, agora vestido em um smoking. Ele a olhou inexpressivamente por um instante - longo demais na opinião da corada Hinata - e então virou-se para o responsável pelo típico guarda-sol japonês, que aproximou-se para ampará-los sob a sombra do mesmo. Afinal, Sasuke e Hinata eram amantes agora. 

 A recepção do casamento estava sendo realizada na casa do noivo. Fazia um bonito dia outonal, o que apenas realçava a decoração predominantemente vermelha e branca. Os recém-casados voltaram a sentar-se à mesa destinada a eles e ali ficaram. Ouvindo os discursos, sorrindo - pelo menos ela sorria - nos momentos certos, recusando os convites para participar do karaokê - ideia de Hanabi -, até que depois dos agradecimentos finais e a entrega das lembrancinhas aos convidados, eles partiram. 

Era hora da lua de mel.

 O itinerário da viagem teria início em Londres, passaria pela Itália, França, e terminaria no Japão. Duraria duas semanas. Esse era o máximo de tempo que Sasuke poderia ausentar-se dos negócios. Infelizmente, enquanto dirigiam-se de carro para o aeroporto, foram avisados que o tráfego aéreo da Inglaterra havia sido interrompido devido ao mau tempo. Sendo assim, o voo deles teria de ser remarcado para o dia seguinte. Sem alternativa, eles se viram obrigados a passar aquela noite em um hotel. 

 Maldita seja a sua sorte. 

 O hotel era um cinco estrelas no estilo ocidental. Talvez Hinata tivesse reparado mais na beleza do local se não estivesse muito ocupada tentando não surtar. Ela não era uma criança inocente, sabia muito bem o que acontecia durante a noite de núpcias, na verdade, já até mesmo havia feito essa tal coisa. Sim, Hinata não era virgem. Mas há uma diferença enorme entre fazer sexo com sua paixão da universidade, que também gostava dela, e fazer sexo com um estranho - ainda que o estranho em questão fosse seu marido. Ela nem ao menos sabia se ele a achava atraente! E se no fim ele descobrisse que não a desejava como mulher?

 Por favor... Que eu não seja largada em minha própria lua de mel!

 - Hinata? - perguntou uma voz grossa, terrivelmente sexy.

 - Hã? - Ficou chocada por um momento ao ouvir Sasuke chamá-la - sim, a voz "terrivelmente sexy" era dele. Sasuke quase nunca falava com ela, ou com qualquer outra pessoa, sendo sincera. 

 - Entre no elevador. 

 - H-hai, Sasuke-san.

 - E pare de usar o "san". Somos casados agora, não faz sentido usarmos tais termos.

 - H-hai... 

 Ele a olhava como se a espera de algo. 

 - ...S-sasuke..? - completou, gaguejando e extremamente corada. 

Ignorando o tom de pergunta em sua voz, ele apenas assentiu.

 O elevador parou no penúltimo andar. Devido ao check in ter sido de última hora, não conseguiram ficar com a cobertura. Mesmo assim o quarto deles era enorme. E lindo. Uma cama King Size ocupava o lado direito do quarto, este decorado no estilo padrão de qualquer hotel. Isto é, se o "estilo padrão" de hotéis for extremamente luxuoso e elegante. 

Sasuke adentrou o quarto retirando sua gravata e paletó, jogando-os na cama. Já Hinata continuou parada perto da porta, mexendo os dedos das mãos, sem saber o que fazer. Ouviu o marido suspirar e fechou os olhos com força. Ele já havia se cansado dela? Esse era um novo recorde.

 - Hinata, vá tomar um banho e trocar de roupa. Eu irei cuidar de uns assuntos. Mais tarde podemos comer algo. 

 Sentiu-se imediatamente mais calma - sabia seguir ordens como ninguém. Acenou com um sorriso e rumou para o banheiro. Permitiu-se tomar um longo banho, limpando a maquiagem e aliviando o cansaço. Olhando ninguém imagina como é cansativo ser uma noiva. Aproveitou também para "preparar seu coração"; assim, quando finalmente saiu do banheiro, enrolada em um roupão do hotel pois havia esquecido suas roupas, ela já estava no controle de suas emoções e preparada para o que viesse a seguir. 

 Foi o que pensou. Entretanto, banho algum, por mais longo que fosse, daria tempo a ela para preparar-se para aquilo

 As luzes do quarto estavam apagadas. Velas, dos mais diversos tamanhos, espalhavam-se pelo local, oferecendo uma baixa iluminação. Havia flores também. Muitas. As mais diversas pétalas cobriam o chão, móveis e... 

 A cama... 

 Os lençóis haviam sido trocados. Agora a King Size ostentava um tom carmesim de seda. Hinata queria passar a mão nela. Parecia tão confortável! Já a mesa central estava montada para duas pessoas, com travessas tampadas e uma garrafa dentro de um balde de gelo. 

 - Gostou? 

 Hinata soltou uma exclamação de susto. A voz de Sasuke veio da direção da porta, onde ele estava encostado, usando apenas uma yukata. Estava tão concentrada em observar todo o resto, que não havia notado-o antes. 

 - O-o que é isso, S-sasuke-san? 

Chocada com tudo aquilo, acabou por chamá-lo novamente de "san", o que não o agradou. Sasuke aproximou-se dela e, lentamente, tocou seu rosto em chamas. Afastou os fios rebeldes de seu cabelo para trás das orelhas e enquanto acariciava de forma circular suas bochechas, disse: 

 - Me chame de Sasuke, Hinata. 

 - S-sasuke... -- soprou, timidamente. Ele estava perto demais. Estava dando-lhe arrepios, só que desta vez arrepios bons. Do tipo que começa no baixo ventre.

 De repente algo brilhou em seus olhos, mudando completamente sua usual expressão austera. Algo que nunca esteve lá antes, pelo menos não desde que se conheciam. E então, ele a beijou. Foi suave. Estranhamente doce. O tipo de beijo que não espera-se de um homem com punhos de ferro. 

 Ela quis mais. Ele interrompeu o encontro de lábios e afastou-se. 

 - Você gostou? 

 Ao abrir os olhos, sentiu-se momentaneamente tonta. Encarando seu agora marido, perguntava-se a que ele se referia, se ao quarto ou ao beijo. Se bem que a resposta era a mesma para ambos.

 - A-adorei. - Optando por elogiar o quarto e não a habilidade dos lábios dele, prosseguiu: - Ficou realmente lindo. Foi você quem... 

Sasuke limitou-se a dar de ombros. Já Hinata, não conseguindo conter sua curiosidade, insistiu:

 - Por quê? 

 Sua mente estava cheia de perguntas: por que fazer isso por ela? Uma noiva que veio no combo de um contrato? Por que aceitá-la, para início de conversa?

 - Porque é nossa noite de núpcias - respondeu, simplesmente.

 Sasuke era um homem direto, de poucas palavras. Normalmente Hinata também era assim - de poucas palavras, não direta -, mas também era teimosa e não abriria mão de uma explicação que a satisfizesse. 

 - Por que dar-se ao trabalho?

 - A maioria das mulheres gosta desse tipo de coisa, você não?

 - Não, quero dizer, sim, eu gosto. É só que você não parece ser o tipo de homem que...

 - Que o quê? - perguntou, cerrando os olhos.

 - Que perde seu precioso tempo tentando agradar uma mulher! E convenhamos, não é como se você precisasse me seduzir para conseguir... - Desviou o olhar. - Somos casados, afinal de contas. 

 - Tem razão, não preciso. 

 Hinata abaixou a cabeça. Por alguma razão não gostou do que ouviu. Sasuke aproximou-se novamente dela, segurando seu queixo e fazendo-a olhá-lo nos olhos. 

 - Acontece que você ainda não me conhece, Hinata. Então aí vai a primeira coisa que precisa saber sobre mim: eu só faço o que quero. E, a partir de agora, quero que você me queira. Quero que você escolha ir para cama comigo. Não só hoje, mas todos os dias do nosso casamento. Quero fazer sexo comvocê. Quero te dar e receber seu prazer. - Pausou seu discurso, respirando fundo por um momento, e só então continuou: - Por isso mandei enfeitarem o quarto. Fiz isso porque você merece. Porque quero que sinta-se feliz... Comigo.

 Aquilo a pegou completamente desprevenida. Olhos arregalados, boca levemente aberta e rosto em brasas - essa era ela naquele momento. Não conseguia pensar em uma resposta coerente para... Aquilo. Por isso disse a primeira coisa que passou pela sua cabeça: 

 - Fazer sexo todos os dias deve ser um pouco demais até para você.

 E ele riu. Não uma gargalhada, mas uma risada ainda assim. Como se tivesse achado seu comentário tão inacreditavelmente bobo, que não conseguiu segurar uma breve risada. Foi nesse instante que Hinata compreendeu o que havia de diferente em Sasuke um pouco antes de beijá-la e também agora: emoção. Por apenas um instante, seus olhos, todo seu rosto, esteve repleto de emoção. Como se estivesse vazando. E aquilo era ternura, carinho... Era como se ele olhasse para algo precioso. Só que ele olhava para ela... Será possível que... Talvez.

 De repente, estava com pressa. Respirando rápido, afobada. Precisava saber se talvez... 

 - Sasuke, por que aceitou casar-se comigo? - Ele olhou-a em dúvida. Estaria debatendo sobre contar ou não a ela? - Tudo bem. Eu sei que teve a ver com a empresa. Só estou curiosa sobre o porquê de ter me aceitado como noiva.

 - Não aceitei.

 - O q-quê?

 Como assim não aceitou? Então o que foram os últimos cinco meses? Sasuke estava estranhamente quieto. Aquilo era constrangimento? Ela não fazia ideia. Não sabia lê-lo ainda. Frustrada, Hinata estava quase quebrando o silêncio quando ele voltou a falar:

 - Hinata, lembra-se do evento beneficente realizado no Valentine's Day deste ano? 

 - Hã? A-ah, sim. Para a construção do hospital público infantil. Mas o que isso tem a ver? 

 - Eu estava lá. Na verdade, fui o anfitrião do evento. 

 - Você? Eu não sabia... Para ser sincera eu não me lembro de ter te visto.

 - Ah, mas eu me lembro de você. O motivo de você não saber que eu era o anfitrião, é que não gosto de usar caridade para me promover, então sempre encarrego outra pessoa de ficar sob os holofotes. Enfim, foi naquela festa que te vi pela primeira vez.

 - Mas... 

 - Deixe-me continuar. É claro que eu já conhecia a HYŪGA Group, até mesmo já havia sido apresentado ao seu pai, mas aquela era a primeira vez que te via. Você me encantou, Hinata. Estaria mentindo se dissesse que o que me atraiu no primeiro momento não foi sua beleza, afinal, você é belíssima, todavia, eu já conheci centenas de mulheres lindas antes e nenhuma delas tinha a sua... Doçura. Naquela mesma festa, fui informado que você foi a maior doadora da noite e não apenas isso, você estava profundamente envolvida com outras instituições, sendo voluntária, fazendo trabalho manual... 

 Hinata ouvia atentamente, agora sentada na cama. Não fazia ideia de que ele já a conhecia antes do Mi-Ai. Por que será que não disse antes? 

 - Aquilo atiçou minha curiosidade sobre você - continuou, alheio às suas dúvidas. - Não são todas as herdeiras que se interessam por causas sociais, você deve saber. Mais raras ainda são aquelas que realmente se dedicam ao trabalho voluntário, ao invés de apenas preencher um cheque gordo e dar-se por satisfeitas. Porém, quando indaguei casualmente sobre você para um conhecido... Bem, ele me disse que não era uma boa hora para me interessar por um Hyuuga.

 - Ah. 

 A reputação de sua família esteve tão perto assim de ser destruída? Se os rumores até mesmo escaparam dos corredores da empresa para os ouvidos de Sasuke... Sentiu-se corar de vergonha. De certa forma teve culpa naquilo. 

 - Não se preocupe. No mundo dos negócios rumores desse tipo são comuns. E no caso da HYŪGA Group não passou disso: rumores. 

 Hinata sorriu, agradecida. Desde que Sasuke apareceu em suas vidas nenhum único comentário maldoso sobre sua família foi ouvido. Ele continuou, então, a contar sua história: sobre como começou a observá-la de longe, durante festas e eventos beneficentes, nunca aproximando-se e nunca sendo notado. 

 - Honestamente, Hinata, foi um pouco frustrante seu total descaso para comigo. Eu tenho a impressão que mesmo se eu tivesse parado ao seu lado por horas, você não notaria minha presença.

 - Desculpe, Sasuke! Eu realmente... 

 - Tudo bem. Isso só serviu para me provar que você era diferente. Sem querer me gabar, mas qualquer outra mulher que fosse objeto de minha atenção por tanto tempo, já estaria apaixonada. - Sorriu, convencido. Sem querer se gabar uma ova. - Mas não você. E isso me atraía ao mesmo tempo em que me irritava. - Suspirou, assumindo uma expressão séria. - Foi nessa época que tomei conhecimento da real situação de sua família, de como chegaram àquele ponto, e resolvi intervir. Por nenhuma outra razão que não negócios, que fique claro. Seu pai hesitou em abrir mão do controle da empresa, mas era isso ou declarar falência. Foi assim que a Mangekyou Holding tornou-se dona de 43% das ações da HYŪGA Group e eu, o acionista majoritário. 

 - Dessa parte eu já sabia. Não que meu otou-san tenha me contado, mas Shizune, a secretária dele, é minha amiga e colocou-me a par da situação. Ainda assim, eu não consigo entender o que isso tem a ver com você ter aceitado tornar-se meu noivo. 

 - Já disse: eu não aceitei. Nosso noivado foi a condição que impus para realizar a compra das ações de seu pai, por um preço que quitaria todas as dívidas e ainda sobraria. 

 Choque. 

 O mais estarrecedor dos choques. 

 Sabia que havia sido usada como moeda de troca, mas ouvir isso de seu marido deixou um gosto amargo em sua boca.

 - P-por quê? 

 - Porque naquela época eu já havia aceitado que você não me notaria pelos métodos normais, então um noivado pareceu uma boa ideia. 

Capricho. Ele se prendeu a ela por puro capricho. Somente para chamar a atenção da primeira garota que não se jogou aos pés dele logo de cara.

 Burra!

 Burra! 

 Burra!

 Como pôde esperar por algo diferente? Ela queria chorar. De fato, seus olhos encheram-se de lágrimas.

 - Hinata? Hinata pare de pensar seja lá qual for a bobagem que está pensando, agora mesmo! - Sasuke exclamou, as sobrancelhas franzidas em preocupação.

 - Você n-não sabe o que estou pensando... - Hinata quase estapeou-se por não ter conseguido disfarçar a mágoa em sua voz.

 - Posso apostar que é alguma bobagem sobre eu ter feito tudo isso por capricho. 

 Ela arregalou os olhos e corou por ele ter adivinhado. Depois recriminou-se por reagir assim, não havia feito nada de errado. 

Sasuke suspirou. Olhou para um lado, depois para o outro, então voltou a encará-la e recomeçou a falar:

 - Há algo que você precisa saber, Hinata. Seu pai não aceitou minha proposta logo de cara. Ele chegou a desistir do negócio depois que anunciei minha... Condição especial. Hiashi só foi concordar semanas depois, quando deixei claro que queria me casar com você, não por já ter 27 anos e precisar de uma esposa, mas porque... 

 - Por que...? Diga.

 - Porque durante o tempo em que banquei o seu stalker, eu acabei desenvolvendo certos.. - deu um pigarro - sentimentos por você. 

Sentimentos?

 - Q-que tipo de sentimentos? 

Dessa vez Hinata tinha certeza que Sasuke estava corando. 

 - Do tipo... Romântico. 

Sentimentos românticos? Ele parecia ter dificuldades para expressar-se, mas se quisesse que Hinata realmente acreditasse nele, teria que fazer melhor do que aquilo. Ela não facilitaria.

 - Eu não entendo, Sasuke. Sentimentos românticos? Seja mais específico, por favor. 

 O homem franziu o cenho para sua falsa inocência. Não tinha jeito, ela o faria dizer as palavras. 

 - Eu quero dizer, Hinata - disse, aproximando-se perigosamente dela - que eu me apaixonei por você e - segurou seus cabelos com a mão esquerda, fazendo-a olhá-lo nos olhos - eu espero que um dia você possa retribuir meus audaciosos sentimentos. 

E ele a beijou. De novo. Só que mais profundo dessa vez. E por mais tempo. Ele estava apaixonado por ela? E ainda por cima por quase um ano inteiro? Hinata não sabia o que pensar. Por isso parou de tentar e começou apenas a sentir. 

 Nunca havia sentido tanto ao mesmo tempo.

 O segundo beijo deles foi o oposto do primeiro. Não havia suavidade ali. Sasuke a beijava como se ela fosse um oásis e ele, uma pobre alma perdida no deserto que acabara de encontrar salvação. E Hinata o correspondia à altura. 

Quando respirar fez-se necessário e ambos afastaram-se por um momento, ele tentou falar algo, mas foi interrompido pelos lábios dela. Teriam tempo para conversar depois. Tudo o que ela precisava agora era que Sasuke continuasse fazendo-a sentir-se amada como nenhum outro homem jamais fez. Era a noite de núpcias deles, afinal. 

 ***

 Horas mais tarde, quando os gemidos no quarto e os movimentos dos corpos cessaram definitivamente e a mulher já havia confirmado, várias vezes, a maciez dos lençóis carmesins, um casal de recém-casados encontrava-se na varanda de um quarto de hotel, na cidade de Tokyo, observando as estrelas, enquanto nus deitados sob uma coberta. Aquela era uma bela visão independente do ângulo.

 - Então você gosta de observar as estrelas... Sasuke, você me surpreende. 

— Surpresa foi o que eu senti quando descobri que você é fã de lutas. 

Hinata deu um sorriso envergonhado. Aquilo era um segredo, mas Sasuke descobriu durante a investigação sobre o seu passado - que ele fez bem antes do Mi-Ai, vale lembrar.

 - É meio que um prazer culposo. Gosto da adrenalina das lutas, apesar de só assistir. Não conte para ninguém. 

— Hn. 

 Hinata estava satisfeita. Podia arriscar dizer que estava feliz. Durante todo o noivado, quando pensava nessa noite só podia esperar que os dois consumassem o casamento sem maiores problemas. Nunca passou pela sua cabeça que Sasuke iria declarar-se apaixonado por ela e então fazê-la ter vários orgasmos durante as horas seguintes. Muito menos que passariam o resto da noite na varanda, observando as estrelas em uma cena super clichê enquanto ela dizia as seguintes palavras:

 - Acho que consigo.

 - O quê?

 - Retribuir os seus ousados sentimentos... Um dia. 

 - Hn. - Foi tudo o que Sasuke respondeu. Contudo, em seus lábios e olhos havia um sorriso. 

Um sorriso. 

Talvez ele não fosse tão parecido com seu pai assim. Talvez, somente talvez, pudessem ser felizes juntos. 


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Notas finais do capítulo

Aqui vai um pequeno glossário com algumas palavras que aparecem na fanfic:

Kekkon Omedetou: nome da fic e significa parabéns pelo casamento!!

Omiai kekkon: titulo do capítulo e significa "casamento arranjado"

Quimono= típico traje japonês

Wataboshi= chapéu usado por noivas japonesesas durante o casamento

Imouto: irmã mais nova (acho que todos já sabem, mas aproveitando, otou-san: pai e onee-sama: irmã mais velha)

Mi-Ai: um tipo de entrevista dos pais com os noivos. Sasuke ter aparecido sozinho foi uma ofensa k (também é comum ambas as partes investigarem o passado dos noivos)

Yui-no: ritual onde o noivo é aceito pela família da noiva. Ambas as famílias trocam alimentos e sake para selarem o acordo. A noiva da uma saia pro noivo pq simboliza fidelidade, Itachi kkk

KANZASHI: um tipo de presilha



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