Era o dia mais importante para Luke e Penelope. O casamento dos sonhos deles estava pronto. Igreja decorada, flores brancas, seus amigos e colegas no altar, todos felizes.

Penelope estava esperando em uma sala privada ao lado da igreja. JJ estava com ela. Luke foi banido do lugar. Era um dos acordos deles. O vestido branco, de renda francesa, presente de JJ e Will e o buque de orquídeas azuis, davam um toque perfeito nela.

Joy, seu filho e marido estavam presentes na cerimônia. Aparentemente Rossi explicou para Joy como tudo se desenrolou e ela entendeu.

 Era o dia que Luke sempre sonhou. Sua avó estava olhando para ele com uma expressão de "cuide bem dela, você apenas precisa cuidar dela" bem expressa no rosto. Ele sorriu fazendo ela entender.

Rossi desceu do altar indo para a sala privada onde Penelope esperava.

— Garcia? – JJ viu a postura da amiga. – Qual o problema?

— Minha cabeça está batendo. – Ela reclamou, tomando outra pílula.

JJ correu para a amiga, ao ver que ela não estava bem.

— Garcie? – JJ perguntou.

— JJ. – Ela olhou para sua amiga. – Eu acho que vou desmaiar.

JJ chegou a tempo de pegar Penelope em seus braços. Colocando Penelope no sofá da sala, JJ colocou uma mão na testa de Penelope e viu o quanto ela queimava.

— Deus Garcie. – JJ tentou fazer a amiga acordar. – Acorde por favor.

Ela não queria deixar a amiga sozinha, porém ela precisava de ajuda.

Rossi viu JJ saindo da sala correndo. Algo estava muito errado.

— Jennifer. – Rossi a parou. – O que está acontecendo?

— Garcia. Penelope. – JJ não conseguia formular uma frase. – Ela desmaiou na sala.

Rossi correu e JJ o seguiu correndo o quanto pode em seus sapatos de salto alto. Rossi entrou na sala e Garcia não parecia nada bem. David a pegou antes de uma convulsão atravessar Penelope e a jogar no chão.

— Chame alguém! – Rossi gritou para o rapaz na porta. – Rápido!

— Sim senhor. – O homem correu para a igreja alertando Luke e Reid.

— Filha. – Rossi a chamou. – Por favor fique com a gente.

Luke parou na porta enquanto observava sua esposa se contorcer e espumar pela boca.

— Já chamamos uma ambulância. – Matt chegou e entrou antes de Luke. – O que está acontecendo?

— Ela disse que sentia uma dor de cabeça e depois desmaiou. – JJ começou a explicar. – No minuto seguinte ela estava com febre e começou a convulsionar.

Luke parecia ter os pés chumbados. Ele não se abalou por uma cerimônia de casamento fracassada. Ele se abalou pela mulher que ele amava estar naquele maldito estado.

Se sentindo com os pés livres, ele deu um passo à frente e se ajoelhou ao lado dela. A convulsão parecia ter passado, ele a pegou nos braços.

— Meu amor. – Luke a embalava como se ele apenas dependesse disso. – Eu ainda preciso de você. Não me deixe agora.

Todos estavam na sala agora. Derek parecia não acreditar no que via. Sua menina ali passando mal. Emily estava no telefone com o hospital que receberia Garcia.

— Não quero causar um acidente, mas ela não parece estar melhorando. – Emily falou ao telefone. – Ela teve uma convulsão e ainda está inconsciente.

Tara fazia uma oração simbólica. Ela não conseguia dizer o que estava sentindo no momento. Com certeza raiva não era. Era um misto de impotência e angustia.

Reid se ajoelhou e começou um monitoramento de pulso em Penelope. Ele sabia que ela poderia ter uma série de doenças que envolvia convulsões. Ele não considerou uma delas por achar que ela não estava em um estado propício.

Will pegou JJ e a levou para se limpar. No intuito de ajudar, ela acabou derrubando um vaso e se cortou com um pedaço de vidro. Matt estava pronto para pegar Penelope e levar ele mesmo para o hospital. A ambulância estava demorando demais.

Luke chorava copiosamente segurando Penelope. Então começou de novo. Reid olhou para Luke que olhou para Rossi e para todos. Em um minuto ela estava imóvel e no próximo ela teve outra convulsão.

JJ se ajoelhou ao lado da amiga e Will estava ajudando a segurar Garcia, enquanto Derek ofereceu sua opinião para acomodar Penelope. A contragosto, porém vendo que era para o bem dela, Luke a deitou em um casaco dobrado e de lado.

Emily abriu as cordas do vestido de Penelope na intenção de ajudar a melhorar. Reid pediu para todos ficarem calmos.

Então veio a terceira onda de convulsões e ela começou a vomitar. Ninguém mais conseguiu conter o choro. Foi quando os paramédicos chegaram.

— O que aconteceu? – O paramédico chefe perguntou.

— Ela teve três convulsões em quinze minutos. – Luke explicou. – Eu não sei o porquê.

— Você é o esposo dela? – O paramédico perguntou.

— Noivo, na verdade. – Luke olhou para a igreja. – Era o nosso casamento.

—Ela bebeu ou comeu algo diferente ontem ou hoje? – Ele estava verificando Penelope.

— Bem pouco. – Luke respondeu. – Na verdade ela estava passando bem mal nos últimos dois dias.

O paramédico fez um pré exame em Penelope.

— Ok. – O paramédico falou. – Parece que tenho uma crise hepática aqui.

— Crise hepática? – Luke perguntou, seguido de Rossi.

— Acredite em mim, agente. – O paramédico olhou para Luke. – Ela precisa ser colocada em dialise agora.

— O que quer dizer? – Rossi perguntou aflito. – Ela está morrendo?

— Se ela não achar um doador logo, ela precisara ficar em diálise até que...  – Ele não concluiu.

— Até que os rins desistam e ela acabe morrendo. – Reid concluiu a sentença. – Precisamos fazer algo.

— Estaremos procurando alguém compatível com ela, porém não conseguiremos um rim de um falecido a tempo.

Penelope foi levada para a ambulância acompanhada de Luke. Reid parecia destruído por fora e por dentro.

Ele saiu da sala e voltou para igreja para informar os convidados do problema. Ele precisava pensar em algo.

Não. Penelope não poderia morrer. Ela era o raio de sol da BAU e ela era uma irmã para Reid.

Depois que todos foram avisados e entenderam, Reid ficou sentado em um dos bancos da igreja.

— Está tudo bem, meu jovem? – A avó de Luke perguntou para Spencer.

— Minha amiga está morrendo aos poucos e eu não posso fazer nada. – Reid disse com a cabeça baixa. – Uma pessoa cheia de vida e cheia de amor.

— Penelope. – A senhora respondeu. – Ela é um anjo e Luke está feliz com ela.

— Eles se amam tanto. – Reid olhou para o altar decorado. – Era para ser um dia feliz. Agora ela está sendo mantida em dialise.

— Há algo que eles possam fazer? – A senhora perguntou.

— Precisam de um doador. – Reid respondeu. – Eles não acharam ninguém disposto a doar.

— E você, meu jovem? – A senhora clareou para Spencer. – Já pensou em desistir de um rim seu por causa dela?

Reid a olhou e sorriu. Ele não pensou nisso.

— Eu desistiria de um por ela. – Reid falou e se levantou. – Obrigado.

— De nada. – Angie respondeu. – Diga ao pamonha do meu neto testar a compatibilidade também.

— Pedirei a toda equipe. – Reid saiu para fora. – Te devo uma senhora.

— Me chame de Angie. – Ela apertou a mão de Reid.

— Obrigado Angie. – Reid sorriu e foi em direção a sala onde quase todos ainda estavam.