Heart and Soldier II - O Retorno da Esperança escrita por Sapphirah


Capítulo 6
Capítulo 6 - Sem Esperança




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/757396/chapter/6

Alphys foi até o subsolo no dia seguinte e estava acompanhada de Undyne, já que ela se ofereceu para ir junto. Elas foram andando até o Monte Ebbot e se lembraram do caminho que haviam feito há anos quando saíram do monte. Porém, ao chegarem lá, elas ficaram chocadas ao verem o amontoado de cinzas que se espalharam pela entrada do subsolo. No céu, uma nuvem gigantesca de cinzas e poeira dominou-o, tampando a luz do sol.

Undyne: Mas que diabos... Tem cinzas até aqui fora!

Alphys: Devemos ter cuidado, fique atenta se alguém aparecer... P-por favor.

Undyne: Certo... Pode deixar.

Alphys não estava acostumada a dar ordens, principalmente com Undyne ao lado dela, porém, ela viu que Undyne não parecia se importar se tratando de Alphys. Ao entrarem, Undyne invocou uma lança e manteve sua posição de guarda enquanto andava, olhando para todos os lados. Enquanto isso, Alphys continuou andando e examinando as cinzas que estavam espalhadas pelo chão. Ao chegarem à sala do trono, elas olharam assustadas para o cenário a frente. As flores do jardim haviam sumido e no lugar haviam mais cinzas e dejetos de metal espalhados. Havia pouquíssima luz no local, fazendo com que a lança fluorescente de Undyne emitisse seu próprio brilho. Elas também notaram que haviam vinhas e raízes queimadas pelos pedaços de metal e calor. Esse lugar havia sido completamente abandonado desde que Asgore deixou a sala do trono. Alphys imediatamente pegou um desses metais e percebeu que estava quente, deixando-a ainda mais tensa.

Undyne: O que é isso?

Alphys: E-eu... n-não entendo... Quando saí, eu desliguei o gerador de energia... O núcleo deveria ter sido desligado.

Undyne: Alguém o ligou de novo? Quem?

Alphys: Impossível... S-só eu tenho como ligar o gerador.

Ouvindo isso, Undyne teve um mau pressentimento. Ela segurou sua lança firmemente e encarou furiosamente ao redor, prevendo que alguém estivesse ali. Andando um pouco mais até fora da antiga capital, Alphys viu o estado do núcleo e de fato, estava todo destruído. Podia-se notar manchas de petróleo e um líquido estranho saindo das fendas de metal. Estava muito calor no local e Undyne estava suando muito, mesmo sem sua armadura. Porém, ao ver aquele líquido estranho saindo dos pedaços de metal, Undyne estava curiosa para saber o que era aquilo, mas Alphys interviu.

Undyne: O que é isso?

Alphys: Não Undyne!

Alphys pegou-a pelo braço e Undyne se virou assustada, não entendendo essa reação repentina. Undyne pode notar que ela estava muito tensa e pálida e Alphys não se atreveu a olhá-la.

Undyne: ... O que foi?

Alphys: Eu... acho melhor... irmos embora agora.

Undyne: Hey, espere um pouco, eu quero dar uma olhada.

Alphys: ...Não... não...

Undyne tinha se aproximado ainda mais dos destroços do núcleo e parou quando ouviu um barulho estranho e assustador de dentro, fazendo ela ter escalafrios. Ela apontou a lança nos destroços do núcleo e esperou que alguém aparecesse. Ele emitia um som que ela nunca havia ouvido antes. Alphys estava tremendo de agonia e começou a puxar o braço dela.

Undyne: Quem está aí? APAREÇA!

Alphys: Undyne, vamos embora logo!

No fundo dos destroços elas viram alguém aparecer rastejando pelos destroços. Undyne pensou que era algum monstro do tipo gosmento, mas na verdade, ela viu um monstro bizarro, seu corpo estava deformado e derretia enquanto rastejava. Esse monstro possuía várias faces de outros monstros juntos. Undyne ficou agoniada de vê-lo e começou a correr, levando Alphys junto. Ela correu como se tivesse uma avalanche atrás alcançando-a e ao saírem do Monte Ebbot, elas puderam descansar. Undyne estava chocada com o que viu e Alphys não conseguia olhar para ela, tremendo.

Undyne: Mas que monstro bizarro era aquele? Nunca vi algo assim em toda a minha vida, como esses monstros pararam lá?

Alphys: Undyne... por favor, não conte a ninguém sobre isso.

Undyne: Alphys... Você sabe de alguma coisa?

Alphys: ... Não, eu... vou descobrir isso... eu... preciso de um tempo.

Undyne: Hey, quer que eu te acompanhe até sua casa?

Alphys: ... Não, eu posso ir sozinha.

Undyne viu-a indo embora sem olhar para trás. Ela ficou confusa ao ver tal atitude vindo de Alphys, ela foi embora mesmo sem agradecer a ajuda dela. Enquanto isso, Alphys chegou até sua casa e se trancou em seu laboratório, agoniada. Undyne quase descobriu aquilo e ao pensar que eles estavam ali e que todos poderiam descobrir tudo, ela começou a tremer e a chorar.

Alphys: ... O que eu faço agora? Eu não contei a ninguém antes sobre isso...

Naquela mesma noite, na casa dos irmãos esqueleto, Papyrus estava aproveitando seu dia de folga para cozinhar tipos diferentes de comida que havia aprendido na superfície, ele se interessou em aprender a cozinhar várias massas e estava vendo seu programa de culinária favorito. Logo, alguém destrancou a porta e Papyrus se virou para ver um esqueleto mais alto, vestindo roupas casuais e com um envelope na mão, mostrando seu sorriso usual. Papyrus saudou-o como sempre quando viu-o chegar.

Papyrus: Sans! Venha ver minha nova especialidade.

Sans: E ai mano. Fazendo algo comestível?

Papyrus: Engraçadinho... Estou aprendendo a fazer lasanha, ouvi que os humanos adoram isso.

Sans: Bom, então vou dormir, me avise quando estiver pronto.

Papyrus: Ei! E como foi hoje? Conseguiu o emprego?

Sans: ... Parece que a fórmula que Alphys fez me deixou menos intimidador pros entrevistadores.

Papyrus: SANS!

Sans: Hehe... Brincadeira. Eu falei que sei física quântica, depois de fazer vários testes eles falaram que posso lecionar.

Papyrus: Wowie! Estou tão feliz por você ter conseguido um emprego, sabia que conseguiria.

Papyrus não resistiu e abraçou seu irmão alegremente. Dessa vez, ele não precisava mais se abaixar para abraça-lo que nem antigamente, mesmo que estivesse acostumado a ver seu irmão menor que ele. Para Sans, receber esse abraço de seu irmão era novidade e ele não sabia bem como reagir.

Sans: Bom... Tenho que guardar meu contrato.

Papyrus: Certo.

Papyrus logo o soltou e voltou até a cozinha alegremente, enquanto Sans se dirigiu a seu quarto. Ele guardou os papéis que recebeu da universidade e tirou seus sapatos, se deitando na sua cama e dormindo rapidamente. Enquanto dormia, ele começou a sonhar que estava em outra dimensão.

Sans abriu seus olhos e percebeu que estava em uma planície deserta. O gramado era baixo e haviam pouquíssimas árvores, ele se levantou e não entendeu porque estava lá. Repentinamente surgiu um nevoeiro e atrás dele surgiram criaturas negras, com olhos brilhantes, iguais aos monstros possuídos no subsolo, eles olhavam fixamente para ele e se aproximavam lentamente. Sans continuava parado, encarando os monstros à frente. Logo, um deles se transformou num lobo, correndo em direção a ele. Sans ativou seu olho esquerdo e invocou ossos do chão, porém o lobo atravessou os ossos facilmente e o atacou, empurrando-o para trás. Indignado, ele se levantou e estendeu sua mão para controlar a alma do lobo. Sem sucesso, o lobo continuou se aproximando dele lentamente, rosnando. Sans também notou que estava cercado por vários lobos famintos. Ele tentou novamente usar sua magia e vendo que ela não funcionava, ele continuou encarando-os com desespero.

Dali, uma luz surgiu do alto de um monte, chamando a atenção de todos eles. Seu brilho aumentou aos poucos e os lobos se sentiram amendrontados pela luz, correndo do local e desaparecendo na névoa. Sans olhou para aquela luz e lá havia alguém. Seu brilho surgiu de seu peito e ele podia notar seu cabelo voando.  Ele não conseguiu identificar quem era, logo o brilho aumentou de tal forma que ele acabou acordando, ouvindo seu nome. Papyrus estava chamando-o várias vezes e batendo na porta.

Papyrus: Sans! Está aí?

Pensando em seu sonho e em quem era aquela pessoa, ele sentou-se na cama e lembrou-se do jantar. Quando saiu do quarto, Papyrus estava do outro lado da porta.

Papyrus: Undyne nos chamou pra falar algo importante, se arrume logo.

Sans: É sobre o que?

Papyrus: Você se esqueceu? Ela e Alphys voltaram do subsolo depois do terremoto, acho que descobriram algo.

Sans: Ok.

Sem se importar muito, ele voltou e pegou seu casaco usual. Mesmo que ele tenha crescido, ele gostava de usá-lo. Mas o que aconteceu no monte realmente chamou sua atenção. Depois de notarem uma fumaça saindo de lá, ele sentiu que o mal havia retornado mais forte. Além do casaco, ele olhou seu emblema e sem questionar, pegou-o e saiu de casa com Papyrus.

Longe dali, perto do Monte Ebbot, vários daqueles monstros bizarros saíram do núcleo, rastejando até a saída do subsolo em fila. Quando alcançaram o topo, eles viram a vista do vilarejo e exclamaram entre si, surpresos. Eram quatro monstros que estavam lá, junto com alguém atrás deles. Ele os guiou até a saída e estava dando ordens a eles.

?: Vejam o que te esperam afora, minhas criaturas. Vão até lá e reencontrem seus amigos.

Os monstros ouviram-no e saíram ansiosos, indo até o vilarejo. Eles se rastejavam pelo solo e deixavam seu rastro de líquido pelo chão. Aquela pessoa observou-os enquanto entrelaçava os dedos de suas mãos.

?: ... Suas experiências podem ter sido falhas, minha cara, mas... Estou perto de conseguir o que estive procurando a minha vida toda... Em breve, eu terei o artefato.

Ele esboçou um sorriso malicioso e desapareceu como um fantasma, deixando os monstros andando até lá.

Undyne havia marcado uma reunião na casa de Toriel e havia chamado todos. Alphys não a respondeu e Mettaton também não pôde aparecer, ele estava viajando em uma turnê e tentaria voltar o quanto antes. E sem saber onde Asgore estava, Undyne contou somente com Toriel, Papyrus e Sans. Antes de dizer a eles o que havia visto, ela suspirou fundo.

Undyne: Eu preciso dizer o que descobrimos lá, e o que vimos não é bom.

Papyrus: O que descobriram?

Undyne: Quando chegamos lá, a saída estava cheia de cinzas espalhadas. Havia um monte delas até dentro da sala do trono. E também vimos que tinham pedaços de metal em todo lado, ainda quentes. E quando fomos ver... O núcleo estava destruído.

Toriel: Mas como? Alphys não desligou o gerador?

Undyne: Ela me disse que desligou, mas... parece que alguém está por trás disso.

Toriel: Então vai tudo voltar... As trevas...

Papyrus: Esperem! A humana falou que vai voltar! Esperem só, quando ela souber...

Undyne: Papyrus, eu não acho que...

Sans: ... Tem razão mano, eu também acredito.

Papyrus: Viram? Até meu maninho acredita!

Mesmo que ele tenha dado razão para seu irmão, Sans não estava confiante da mesma forma, mas ele não queria deixar Papyrus desapontado. Já Undyne e Toriel olharam para ambos, desacreditadas. Toriel estava triste só de lembrar-se da partida dela. Ela queria acreditar que Frisk iria voltar. Então, Toriel olhou para Undyne firmemente.

Toriel: Undyne... Eu sei que não é fácil, mas... Temos que ter esperança nela, só podemos contar com ela para ajudar todos nós.

Undyne não estava acreditando no que ouviu, ela não conseguia acreditar que Frisk iria voltar, não depois de ter abandonado todo o contato que tiveram entre eles. Ela olhou para baixo com relutância e fechou seu punho.

Undyne: ... Como vocês conseguem... ela se foi tem três anos, ela fez a escolha dela...

Toriel: Ela fez isso para o nosso bem!

Undyne: EU NÃO ACREDITO MAIS!

Undyne havia dito com furor e bateu seu punho na mesa, fazendo com que todos na sala fiquem paralisados. Após isso, Undyne saiu da casa, sem falar mais nada. Ela estava inconformada, vendo-os com esperança a fez sentir raiva de si mesma e ela não queria mostrar sua fraqueza na frente de todo mundo. Aos poucos ela sentiu sua alma se desabar, sem esperança, ela ainda estava preocupada por Alphys e se perguntava se voltaria a falar com ela. Undyne só se perguntava se havia feito algo errado que a chateou.
      Alguns minutos depois, enquanto andava engolida em seus pensamentos, ela ouviu um grito de uma mulher por perto e se virou assustada até onde o grito veio. Ela correu até lá e ela ouviu vários gritos, acompanhado de um som bizarro e assustador por perto.

Undyne: Droga, não me diga que...

Ao ver mais de perto, as pessoas estavam bloqueando o caminho e depois de muito empurrar, ela conseguiu entrar na casa e viu uma mulher cercada na parede, encarando assustada o monstro à frente. Era um daqueles monstros que Undyne havia visto no subsolo, ela também podia sentir um cheiro de limão fortemente no local vindo da presença dele. O monstro logo viu que alguém mais entrou, olhando até a porta onde Undyne estava.

Undyne: NÃO SE APROXIME DELA!

Ela encarou-o com fúria e pegou seu emblema que estava em sua mão, levantando-o para cima e proclamando em voz alta.

Undyne: Poder da luz, me guie!

O emblema brilhou novamente e ela sentiu uma onda de energia preenchendo-a, mas dessa vez, seu brilho não a fez se transformar e a energia do emblema se dissipou rapidamente. Undyne olhou para seu emblema, tensa e confusa, não entendendo por que isso aconteceu. Ela então resolveu invocar sua lança para lutar contra ele.

Undyne: “O que houve? Por que não me transformo mais?”

Ela continuava encarando o monstro bizarro quando ele começou a rastejar pelo chão, sorridente e faminto. Undyne mandou todos recuarem e deu vários passso atrás junto com aquele monstro até ambos saírem de casa.

Undyne: Venha e lute comigo!

Ela avançou e usou sua lança para fazer um corte nele. Após isso, ele estendeu seu braço e acertou-a com um golpe, empurrando-a. Ela caiu para trás e viu que o corte causado no peito dele se fechou.

Undyne: ... O que?

O monstro abriu suas mandíbulas e rugiu para ela. Undyne encarou-o furiosamente com a lança na mão enquanto se levantava para ataca-lo novamente, ela não iria desistir e iria derrota-lo mesmo sem se transformar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Heart and Soldier II - O Retorno da Esperança" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.