Saga Gênesis: Abismos escrita por Niih Froes


Capítulo 20
Capítulo XVIII




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Instituto e Laboratório Baker- Três meses antes

A tempestade parecia estar cada vez mais forte. O céu estava carregada de nuvens cinzas e, ao longo do dia não parou de chover num minuto, era um dia triste. Mesmo que esse clima frio e chuvoso seja o seu favorito naquele momento ele só demonstrava como ela estava por dentro. Ela nunca imaginou que fosse passar por essa dor. A garota acreditou que estava preparada para isso- ela aceitou- mas quando viu o caixão seu mundo desabou. Sem se importar com chuva, com os gritos histéricos da sua mãe e da melhor amiga ou com os raios e trovões que assustavam sua irmã, ela correu, sem se importar o destino- mas o próprio destino lhe guiou- quando suas pernas começaram a doer, ela parou de frente ao Instituto onde seu pai trabalhava.

Caminhava pelos corredores, que em dias normais era cheio de médicos e cientistas transitando por entre as salas, hoje estava vazio. Todos eles estavam no velório.

Quando chegou no último laboratório respirou fundo e abriu à porta. Ainda estava do mesmo jeito. Entrou e sentou na cadeira do seu pai. Ficou uns cinco minutos olhando para porta esperando seu pai entrar e brigar com ela por estar ali- ela precisava ter um fio de esperança- mas ninguém entrou.

— E você se foi papai.- segurou o choro- E ainda não me contou a verdade por trás do Pro-13.- suspirou, tentando se livrar daquela vontade. Olhando novamente para a porta e escutou passos se aproximando.- Eu deveria saber que era você.- o homem sorriu de canto- Seria muita cara de pau se você aparecesse no velório.- respondeu seria e um pouco fria. Entrou na sala e sorriu para a garota.

Ótimo, já está começando, somente precisa de um leve empurram, pensou o Dr.

— Emily, Emily. Seu pai não é quem você pensa que é.- Baker arqueou a sobrancelha na sua direção- Você acha mesmo que eu ia criar essa…- foi interrompido por uma garota irritada.

— Meu pai quem criou.- gritou Emily.

— Que seja.- respondeu quase no mesmo tom da garota- Não importa quem criou e sim para que essa arma serve.- Emily abriu a boca de leve e revirou os olhos e se sentou na cadeira de frente para a garota.

— Arma?!- perguntou Baker.

— Sim, uma arma biológica. Ou você acha que todos esses recursos e ajuda dos americanos era para criar uma vacina?!- a garota deu de ombros e o Dr. bufou irritado pela inocência da garota.

— Eu acredito no meu pai.- Baker revirou os olhos e se levantou indo até o corredor.

— Se não acredita posso mostrar para você.- Emily parou e se virou para o Dr.

Emily não disse nada e apenas deixou o Dr. Bernardi passar na sua frente. Durante alguns minutos a garota seguiu o Dr.

— A onde estamos indo?- perguntou impaciente para o Dr.

— Para o laboratório do seu pai.- Emily ia falar mais uma coisa, mas o Dr. Bernardi não deixou- É um laboratório secreto.- Emily não disse e apenas continuou a seguindo o cientista.

Entraram numa sala aparentemente vazio, mas no canto esquerdo dela tinha uma porta fechada por um sistema de segurança eletrônica e por um código.

— É sério isso?- o Dr. olhou para a garota- Colocar aqui na vista de todos?! Qualquer espião ou agente da Inteligência de algum país entraria aqui.- Alberto riu da garota.

Tão ingênua, pensou.

— A menos que, eles estejam jogando no nosso time. E não se preocupe, eu coloquei isso ontem a noite, especialmente para você.- Emily olhou desconfiada para o Dr..

Alberto tirou uma chave do bolso e destravou a primeira trava de segurança e na segunda digitou uma senha.

— Essa data parece importante para você. Mas por que 1983? Você não era uma criança na época?- a garota perguntou curiosa e o Dr. lhe respondeu sem se virar.

— Foi o ano que você morreu.- respondeu e entrou no laboratório.

— Você nem é tão velho assim e já tá gagá?- Emily gargarlhou. O homem só poderia estar louco, Emily mal completou 17 anos.

— Vejo que dessa voltou em alguém que um senso de humor melhor. Mas quero ver você rir quando descobrir a verdade.- Emily apenas balançou. Pelo menos ela estava se divertindo com a loucura do cientista.

O Dr. andou até o interruptor e acendeu a luz. Depois foi até os arquivos e pegou uma pasta.

— Tome.- deu um pasta para garota.

— Mas o-oquê?!!- Baker revirou e revirou as páginas daquela pasta- Teste em humanos? Que merda vocês estão fazendo aqui?- gritou irritada e nervosa.

— São apenas assassinos e ladrões mais procurados pelo mundo. Ninguém vai dá falta.- disse dando de ombros não se importando com isso.- São somente detalhes.

— Detalhes?! São vidas e elas importam como qualquer outra.- Baker suspirou pesadamente- Meu pai estava no meio disso?- perguntou temendo pela resposta.

— A ideia foi dele.- Emily abaixou a cabeça apertando a pasta na sua mão- Bom, mas eu não trouxe você aqui por isso.- Baker levantou a cabeça e olhou na direção do Dr.- Quero que você dê a ordem para ativarem a arma biológica.- a garota ficou surpresa e chocada para o homem.

— Como?! Quer que transforme bilhões de pessoas em monstros?- o Dr. acenou com a cabeça- Você enlouqueceu realmente. Eu não irei fazer isso.- jogou a pasta no chão e foi em direção a saída.

Porém, ao fundo da sala uma voz se manisfestou.

— Você irá. E irá adorar isso.- Emily parou de andar e se virou. Arregalou os olhos. Aquilo era impossível. Mas aquela voz se manisfestou mais uma vez- O que eu disse sobre não ajudar no projeto pode esquecer, quero você como líder dele.- Emily se virou e encarou o homem que segurava algo nas mãos.

— Papai?!- aquilo não era real. Emily tinha visto ele morto ainda no hospital.

— Ronove, irmã.- sorriu e entregou um livro para a garota- Apenas peguei e tudo fará sentido.- Baker meio receosa pegou o objeto.

— Profecia Gênesis. Mas…- parou de falar assim que tocou o livro.

Sentiu uma dor de cabeça insuportável e seguida um zumbido. Alguns flashs de memória e várias imagens seguidas de uma garota loira. De repente tudo ficou preto, alguns segundos depois viu uma luz. Logo se recompôs e sorriu para os dois homens.

— Irmãos.- sorriu e correu para abraçar Ronove.

—Claro, somente ele é seu irmão.- disse o Dr. enciumado.

— Você nunca foi fã de contatos físicos, Andras.- disse a garota e Ronove acabou rindo.

— Que seja, vamos ao que interessa.- Emily se soltou de Ronove e pegou a folha de Andras assinando a mesma- Agora você precisa apertar esse botão.- apontou para para o canto da sala onde havia um painel e um botão vermelho.

Bem óbvio, pensou a garota.

— Só isso?- Andras acenou com a cabeça.

— Quem iria imaginar que nessa reencarnação eu seria o pai da Emily.- Ronove riu da própria observação.

— Deus gosta de joguinhos.- Andras disse não se importando muito.

— Deveria ficar preocupado.- os dois olharam para a garota- Eu não retornei 100%, talvez nessa vida e nessa época as coisas sejam diferentes.- disse Emily preocupada.

— Sim, iremos ganhar e nosso pai governará. Agora aperte logo esse botão.- disse Andras impaciente. Ronove apenas observou a interação dos dois. Estava com um pressentimento estranho.

Baker obedeceu o irmão e ligou o painel apertando o botão vermelho.

— Quanto tempo vai demorar?- a garota perguntou entediada.

— 3 meses para espalhar o vírus. Até lá apenas aprecie sua vida como humana.- Baker bufou irritada- Calma, logo você vai poder matar alguém.- Andras sorriu- E eu vou me divertir com seu lado humano.- disse e saiu da sala.

— Isso vai repetir novamente? - disse Emily frustada com tudo isso.

— Mas diferente daquela cruzada, irmã, essa batalha iremos ganhar e não somente ela, a guerra também.- Emily olhou para o irmão- Deus e seus guerreiros não terão a vantagem dessa vez e você irá garantir isso, Asmodeus.- Emily/Asmodeus sorriu para Ronove.


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