Saga Gênesis: Abismos escrita por Niih Froes


Capítulo 14
Capítulo XIII




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Em algum lugar entre Rio- São Paulo, 24 dias e 21 horas antes


— Essa viagem vai demorar?- Emily já se encontrava agitada no banco do passageiro- Afinal, a onde já gente vai, hein?- Lorenzo sorriu enquanto dirigia, tinha esquecido que a garota poderia ser fofa emburrada ou triste - Velhote por que não me conta? Não confia em mim ainda?- Dr. Bernardi olhou pelo retrovisor e revirou os olhos para uma Emily impaciente- Seu filho está perdendo muito sangue, acho que não vai querer que ele morra.- Emily sorriu debochada para o Dr., mas preocupada com o amigo.

— Ele não vai morrer só levou um tiro de raspam. - falou Lorenzo, porém ele parecia levemente preocupado com o garoto.

— Já que quer tanto saber vou dizer.- o Dr. se virou no banco da frente e olhou para Baker - Eu confio em você, somente estou preocupado com seus surtos. Eles já aconteceram antes?- Emily se olhou para irmã estava brincando com seu pelúcia.

— Já aconteceu duas vezes.- Lorenzo virou- se para a amiga assustado, mas logo voltou a olhar a estrada - Uma você presenciou, foi no velório do meu pai, Sophia acabou me tirando de lá. A outra foi com seu filho. Ele foi um babaca.- Alberto sorriu negando com a cabeça, sabia como era o filho.

— Você sabe como o Lucca é. Acho que foi merecido.- Emily olhou sem entender para Bernardi e negou com a cabeça- Mas você acha que seu surto no velório tem algo com o PRO-13 ou com sua alma e subconsciente de cavaleiro?- Dr. observou Emily desfiar o olhar, notou que tinha alguma coisa aí.

— Eu ainda não consigo acreditar que meu pai usou meu sangue e da minha irmã como base para as células do PRO-13.- suspirou Baker triste por não entender o que seu pai queria com aquilo.

— Eu disse que não deveria ter lido o diário do seu pai. Aquele cara era diabólico.- falou Lorenzo arregalando os olhos.

— Não fale assim do meu pai, ele teve seus motivos.- o cientista riu da menina- Enfim, eu meio que já segurei e li o livro.- Emily se virou para janela dando a entender que a conversa tinha acabado.

— Você fez o quê? Baker, você não sabe que pessoas como nós não podemos tocar o livro.- Baker olhou como se estivesse dizendo " você tocou o livro também"- Eu não sabia sobre isso ainda, seu pai me enganou. E pelo visto enganou você.- suspirou cansado.- Quantos anos tinha quando tocou nele?- esperou a resposta da garota que demorou alguns segundos.

— Sete anos.- disse simples sem olhar para o Dr.

— Quê? Por isso seu pai lhe moldou como quis.- Bernardi se virou novamente voltando a olhar a estrada. Lorenzo apenas olhou de relance para as irmãs, estava triste pela Emily. Elas não mereciam passar por aquilo.

— Já estamos chegando. Preciso que você libere a entrada.- disse Lorenzo para o cientista que apenas apertou um botão no rádio e falou com os soldados.

— Por que fica num túnel, tio Lo?- a pequena perguntou para o sargento.

— Princesa não é um túnel e sim, um subterrâneo. E aqueles ali - apontou para dois soldados na entra - Vão cuidar da gente. Eles são amiguinhos, pode pedir o que quiser à eles, diz que foi o tio Lo que mandou.- piscou para garota e voltou a parar o carro dentro do forte.

— Você sabe que ela não vai dá paz para eles, né?- Emily sorriu para a irmã que ria dela.- E você, mocinha nada de apontar aqui.- falou seriamente para menina que sorriu com a língua entre os dentes.- O que você ainda aprendendo com Jéssica, hein?- sorriu para menina, mas logo se entristeceu a lembrar da amiga.

— Relaxa. O bom é que ela te deixa trabalhar por algumas horas.- disse Lorenzo tirando Charlie do carro e mandando os soldados levar Lucca para enfermaria- Onde está o Dr.?- olhou ao redor procurando o cientista pelo estacionamento.

— Ele foi para o laboratório principal do forte.- uma voz suave e uma tenente apareceu no local.

— Olha Emily, ela não está morta. Deixa eu te contar Emmazinha. - Emma arqueou a sobrancelha para o sargento.- Emily sempre acreditou que você estava viva. Palavras dela.- o garoto saiu dali com pequena Baker rindo da cara de surpresa de Emily.

— Já deveria esperar que você estava viva. Mas a pergunta é, por que está aqui? Pensei que estivesse seguindo ordens do meu tio.- Emily olhou fixamente para morena.

— Nosso General perdeu a noção de certo e errado. Por isso estou aqui.- sorriu pela primeira vez naquela conversa. Estava feliz por vê Emily.

— E você acha que se juntando a mim e ao Dr. vai poder bancar a mocinha da história?- sorriu de canto sarcástica.

— Você sempre será minha doce Emily. E não importa qual caminho seguir estarei lá com você.- piscou para mais nova e tentou segurar sua mão, mas mesma se afastou e caminhou até uns dos quartos.

— E por que não estava lá quando meu pai morreu?- Emily sorriu triste e Emmanuelle suspirou frustrada, a garota ainda estava triste com ela.

— Eu não tive escolha, Emily.- gritou nervosa, mas Baker lhe ignorou e seguiu seu caminha até a enfermaria.

[…]

Emily seguiu para uns dos quartos, mas parou quando viu Emma passar por ela, a garota parecia triste, mas não se importou com que ela e continuou seu caminho até o quarto da irmã. Quando chegou lá, viu Charlie brincando com uma mulher.

— Oie maninha. - Charlie sorriu para a irmã e a soldada se virou para mais velha.

— Sua irmã é adorável Dra. Baker. - sorriu para Emily e olhou direitamente em seus olhos.

— É só Emily. Não sou Doutora, ainda não tenho idade para ir à faculdade.- sorriu fraco para mulher- Ei pirralha, não dê trabalho para a…- Emily olhou para soldada esperando ela dizer seu nome.

— Mariana, prazer "Só Emily".- sorriu e apertou a mão de Baker, que teve a leve impressão que a mulher estava flertando com ela.

— Prazer…- foi interrompida por uma Emma que parecia bem enciumada.

— Dra. Baker, o Dr. Bernardi está te esperando no laboratório principal, queira me acompanhar por favor.- Baker olhou confusa para morena que falava muito séria e bem mandona como um soldado mesmo- E sargento Araújo, volte ao seu posto e deixei a pequena Charlie na enfermaria para exames médicos.- Emma saiu do quarto e acompanhou Emily que ainda olhava a mesma confusa.

— Espere.- Emma parou e observou Emily- Até mais sargento.- Mariana sorriu e acenou para a garota. Emma grunhiu irritada.

"Na mosca", Emily soube aí que a morena estava com ciúmes.

— Onde fica a enfermaria?- perguntou Emily e a tenente parou de andar.

— Por que quer saber? Preocupada com a irmã ou com amigo "seu"?- disse com desdém.

— O que vou fazer lá não te interessa. Se me der licença vou perguntar para a outra pessoa.- grunhiu irritada e saiu andando na frente da morena.

— Fica no corredor oeste na sala 3.- Emily apenas ouviu e a ignorou novamente.- Ela ainda está com raiva de mim. Tenho que falar a verdade.- sussurrou e caminhou em direção ao laboratório.

[…]

— Tem certeza que está bem?- o garoto acenou com a cabeça pela terceira vez- Ok, vou enfaixar e você já pode ir.- Lucca sorriu para o sargento. Lorenzo engolir a seco, nunca tinha visto um sorriso tão lindo.

— Obrigado, sargen… quero dizer Lorenzo.- Bernardi sorriu se lembrando do soldado pedindo para chamá-lo pelo nome- Acho que vou procurar pelo meu pai.- disse sério e o moreno notou a mudança repentina de Lucca.

— Você está be...- foi interrompido por Emily e se afastou rapidamente de Lucca se levantando da cama.

— Espero não estar atrapalhando o casal aí.- disse segurando o riso.

— Você sabe que eu não sou viado.- respondeu irritado com a garota.

— É melhor eu me retirar. O laboratório fica ao norte, sala no final do corredor, ao fundo. Até depois, Baker. - sorriu forçado e saiu da sala. O sargento parecia decepcionado com a resposta de Lucca.

— Não precisava falar assim.- Emily arqueou a sobrancelha para amigo tentando manter a calma, não queria outro surto no momento.

— Falar como?- sorriu sarcástico para garota.

— Eu não vim aqui falar sobre isso. Eu vim para me desculpar e entender o que está havendo com meu melhor amigo.- sorriu cansada e se sentou ao seu lado segurando sua mão.

— Eu também lhe devo desculpas. Saber que nunca teria chance com você me deixou cego de raiva.- abaixou a cabeça e apertou a mão da amiga.

— Você não é apaixonado por mim e sabe muito bem disso.- Lucca virou a cabeça para o lado oposto de Emily - Conheço você desde criança sei que não é…- uma voz altera interrompe sua fala.

— Me conhece? Onde você estava quando minha mãe morreu ou quando meu pai me trocava pelo trabalho? E quando meu pai não aparecia nas reuniões e festas de dia dos pais? Ah lembrei, você estava com ele ou se divertindo em Londres. - Lucca esbravejou e levantou da cama indo até a porta.

— Eu estava convivendo com um pai com câncer e que mentiu na minha cara durante todos esses anos.- o garoto parou quando escutou a amiga.- Eu sei como é perder alguém. Desculpe por ficar muito tempo com seu pai, prometo que não fico mais, aquele velho é um saco.- os dois riram com a última declaração. Lucca voltou a olhar Emily e pela primeira vez a viu chorando.

— Eu sempre vou estar ao seu lado, Emily.- sorriu e abraçou Baker que correspondeu o mesmo.


— Não vai me deixar como os outros? E nem me achar um monstro?- Emily chorou e apertou mais ainda o abraço.

— Eu nunca te deixaria. E você não é um monstro, um monstro não é gentil com as pessoas.- eles se soltaram e Lucca segurou sua mão - Mas quero algo em troca.- sorriu de lado.

— O que desejar. - disse de uma maneira que já sabia do que se tratava.

— Me ajuda a ser quem eu sempre fui?- coçou a nuca tímido.

— Lucca Bernardi, me pedindo para sair do armário. É isso mesmo Brasil?- debochou Emily.

— Não seja idiota. E vamos logo, meu pai está esperando a gente.- se virou e puxou amiga pelo corredor.

[…]

O Dr. se encontrava no laboratório, irritado e perdido, não havia pistas suficientes e o tempo estava passando precisam agir rápido.

Enquanto olhava pelo computador, escutou passos se aproximando e eles pareciam muito irritados.

— Vejo que Emily ainda não te perdoou.- disse em tirar os olhos do monitor.

— Ela não me ouvir. E ainda flertou com a sargento Araújo na minha cara.- rosnou irritada. Emma sabia que Emily fazia isso de propósito por pura pirraça.

— Você deveria conversar com ela antes de abandoná-la.- o cientista se virou olhando para a tenente - Agora você realmente perdeu ela.- Emma olhou confusa e assustada para o Dr. - Ela gosta de outra pessoa agora.- sorriu sugestivo.

— Seu filho?- Alberto olhou para garota e revirou os olhos- Mas isso não importa, vou conquista-la novamente.- sorriu confiante.

— Apenas não a magoe de novo.- a tenente engoliu a seco com o tom sombrio do Dr.

— Eu não vou posso garantir isso.- respondeu ainda assustada.

— Vai garantir o quê?- disse Emily que acaba de entrar na sala acompanhada pelo amigo.

— Que sempre vou te proteger.- falou indo até a garota.

— Não preciso que ninguém me proteja.- Emma sorriu maliciosa- E muito menos que essa pessoa seja você.- o sorriu de Emma desapareceu. Uma explosão de risos foi ouvido de Lucca e de Lorenzo que chegou no meio da conversa de Emily e Emma.

— O casal parou com a discussão?- Baker arqueou a sobrancelha para o Dr. - Temos assuntos mais importantes no momento.- Lorenzo bufou irritado e recebeu olhares de todos na sala.

— É que eu vou ficar boiando nessa conversa. Até hoje eu não sei do que se trata essa profecia que vocês falam.- o garoto sorriu amarelo para Emily que negava com a cabeça.

— Eu acho que ninguém sabe toda história aqui, além do velhote e eu.- o cientista revirou os olhos. A garota nunca iria parar de chamá-lo assim - Enfim, tudo começou na queda de Lúcifer e dos outros anjos da rebelião na Terra…- foi interrompida por Lorenzo.

— Essa " rebelião" é a mesma contada na bíblia ou tem uma história na versão da profecia?- Emily bufou irritada com a interrupção do amigo.

— É a mesma. Mais alguma pergunta?- sorriu e Lorenzo por um momento ficou com medo da amiga e negou rapidamente com a cabeça- Como eu dizia, depois disso Lúcifer ficou vagando na Terra ainda vazia e…- foi interrompida novamente.

— Vazia você quer dizer sem ainda a criação de Adão e Eva e os animais?- Emily concordou com a cabeça, ela só queria socar o sargento nesse momento.

— Voltando, depois que houve tudo isso Deus começou a criação. Criou Adão e Lilith- Lorenzo ia interromper novamente, mas Lucca lhe deu um tapa na cabeça- Lilith foi a primeira mulher de Adão, antes me interrompa de novo, ela realmente existiu. Resumindo, Lilith se apaixonou por Lúcifer quando viu ele na fronteira do Jardim do Éden. - o sargento parecia chocado e Lucca sorriu pela sua cara de bobo - Por isso ela foi expulsa do Jardim do Éden. Com o passar do tempo Lilith engravidou de Lúcifer, dando a luz a quadrigêmeos. Mamon, Asmodeus, Andras e Ronove.- Emily olhou para Emma que tinha a mão levanta.

— Seguido essa história, eles são os príncipes do inferno.- Baker sorriu e arqueou a sobrancelha- Ou os cavaleiros do apocalipse?- Emma estava confusa.

— Ambos. Lúcifer e Lilith treinaram eles para preparar sua vinda ao mundo.- todos olharam surpresos, até o Dr. que parecia suspeitar de algo - Sabendo disso, Deus criou quatro anjos guerreiros, Amenadiel, Serafim, Cielo e Celine. A primeira batalha ocorreu logo após Cain matar Abel, instigado por Ronove e Mamon, os irmãos mais velhos.- Emily resolveu se sentar estava com uma leve tontura.

— E como ocorreu essa batalha?- Lucca parecia curioso com o desfecho da história.

— A batalha durou treze dias e treze noites e todos eles morrem. Lilith matou os quatro anjos com sua magia negra, estava em irá pela morte dos filhos. Mas Lúcifer ainda tinha uma carta na manga, usando a magia de Lilith criou quatro armas e espalhou pela Terra. E garantiu com a ajuda de seus servos a reencarnação dos filhos a cada século.- sorriu fracamente, a garota não estava se sentindo bem.

— Então cada tragédia que houve no mundo foi culpa deles?- Lorenzo não consigo assimilar toda essa história.

—Você não pode culpar eles pelas nossas ações, mesmo sendo influenciados por eles a decisão final é nossa.- disse Lucca olhando para Emily.

— Mas qual dos quatro são vocês?- o sargento apontou para o Dr. e depois para Baker.

— Como assim? Emily não me diga que você é um deles?- Emma parecia preocupada e com medo de Emily.

— Eu sou a reencarnação de Asmodeus, cavaleiro da famine ( fome) e o Dr. é Andras, cavaleiro da plague ( praga).- Emily tentou se levantar para se sentiu fraca e se sentou novamente.

— E qual o fim do mundo profetizado? - perguntou Emma indo ao lado da morena, Emily não está bem.

— O mesmo da bíblia.- os meninos olham confusos para o cientista- Os mortos andaram sobre a Terra, em outras palavras os infectados e bolas de fogo cobriram o céu, ou seja, bombas no nucleares. - o Dr. terminou a conversa e se retirou indo para seu quarto.

— Estamos fudidos!- exclamou Lorenzo saindo do laboratório assustado. Lucca preocupado com o garoto foi atrás dele.

— É melhor você ir descansar Emily, você não parece bem.- Emma tentou amparar Emily, mas mesma se esquivou.

— Não preciso de você.- soltou irritada e tentando se soltar de Emma.

— Precisa sim.- Emily empurrou Emma com o ombro a jogando a três metros na sua frente- Você realmente não precisa da minha proteção.- sorriu para a garota de olhos verdes.

— Só estou assim por causa dos surtos e porque não me alimentei direito hoje.- tentou se equilibrar novamente mas quase foi ao chão, Emma a segurou.

— Surtos? Como assim?- a mais nova virou a cara num sinal claro que não queria conversar com a tenente - Tá bom, você venceu. Sabe por que não estive ao seu lado aquele dia?- Emily se virou para a morena- O General tinha dado ordens para ir atrás dos cientistas responsáveis pelo PRO-13, mas ele não sabia que era vocês, então consegui tempo para distrai-lo da missão, por isso terminei com você.- Emma abaixou a cabeça.

— Você deveria ter me contado sobre isso.- a tenente sorriu fraco sem levantar o rosto - Mas você ainda gosta de mim?- a pergunta que estava entalada na garganta desse daquele, quando a morena lhe deixou.

— Eu não gosto de você, eu te amo.- Emma beijou Emily que demorou aos segundos para corresponder.- Senti falta disso.- a mais velha disse em meio ao meio beijo, Baker sorriu e voltou a beija-lá colocando os braços em volta do seu pescoço e sentiu braços fortes na sua cintura lhe apertando.


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