Reade bufava sobre sua mesa com as mãos no rosto, sufocado por mais um dia exigente de trabalho.

Com Jane e Kurt numa missão externa na Europa, ficava difícil dar andamento em algumas coisas dentro do comando. Estava sem seu casal de agentes principal e Zapata estava mais uma vez longe com a CIA.

Realmente aquele não deveria ser seu dia.

Tinha pelo menos três casos sem nenhum andamento e não conclusivos, a corregedoria estava em seu encalço para saber o porque as investigações não projetavam nenhuma pista mais concreta dos respectivos crimes.

Colocou os pés sobre a mesa para tentar relaxar e pensar no que poderia fazer, quem sabe fechar os olhos e relaxar, contar até mil poderia ser a solução para aquele péssimo dia.

— Reade, precisamos falar sobre meu desenvolvedor de telemetria que está mais parecendo uma máquina de lavar louças de tão velha. - Patterson entrou impaciente e a passos firmes pela porta. Como sempre séria e bem irritada, a loira não perdia tempo com rodeios e sorrisos. - Existe todo um cartel aí fora, planejando algo terrível e nem sequer sabemos o que pode ser porque aquela coisa simplesmente não consegue dados em tempo real.

— Esse aparelho não tem mais de um ano, Patterson. Isso não é uma loja de troca de produtos pelo menor valor. - Respondeu Reade de forma seca e intransigente.

— Ótimo, se pelo menos meu maravilhoso ajudante conseguisse mapear os dados como você me prometeu que ele faria. - Revirou os olhos e ali Reade sorriu entendendo o problema do mal humor: Roman.

— Eu não disse que ele fazia esse tipo de coisa. - Reade tentava segurar o riso para não deixá-la mais irritada. - Ele está em estado probatório para saber se realmente podemos contar com ele. sabe que aquela perseguição em Moscou cinco anos atrás, afetou a ele também.

— Então porque não o colocou com a Jane e com Weller? Assim eles conseguiriam um pouco de terapia familiar. Mas não, tinha que ser a pobre Patterson que não nada da vida a não ser cuidar de todo o centro de inteligência do FBI de Nova Iorque. - Patterson mesmo vermelha de raiva, respirou fundo e se acalmou. - Peço perdão pelo acesso de raiva, eu ando um pouco ... pressionada.

— Eu, mas que tal resolvermos isso? Chame Roman aqui e vamos conversar os três. - Reade tinha a solução em mente e estava pronto para colocar em prática. Patterson teve muita resistência depois da ida de Rich para Phoenix por alguém novo dentro do departamento de inteligência. Porém sabia diante de testes que Roman poderia ajudá-los com suas experiências, como um consultor estratégico delas, afinal que criava todos os antigos enigmas das tatuagens?

— Reade! - Roman exclamou entrando e sentando-se. - Minha adorável chefe disse que gostaria de falar conosco. Olha, eu quero dizer que estamos tendo progresso com nossa nova dinâmica.

— Sim, estou me tornando uma homicida em processo, Roman. Obrigada! - Ela bufou, tentando não explodir com o comentário.

— Gente! - Reade chama a atenção. - Preciso que me digam o que vocês descobriram até agora sobre o cartel.

— Conseguimos saber os nomes do casal do crime. Os Moreles são os reis do tráfico em El Paso, coordenam tudo por lá, inclusive eventos de fachada para repassar suas cargas. Se você acreditar, o próximo será um desfile de moda texana.

— Pode acreditar? Desfile de cowboys. - Roman gargalhou com a ideia tão tola de cowboys desfilando numa passarela. - Isso é ridículo.

— Bom, eu espero que se acostume. - Disse Reade simplesmente. - Preciso de ambos juntos e infiltrados nesse desfile.

— O QUE?! - Disseram os dois em uníssono.

— Jane e Weller estão fora e vocês são os únicos que podem nos ajudar.

— Reade, eu tenho coisas pra resolver com meu desenvolvedor de telemetria.

— E eu não tenho nada pra fazer, mas não quero desfilar. - O olhar assustado de Roman, surpreendeu Patterson pela sinceridade, até para quem nunca teve medo de nada. Realmente Moscou o transformou em outra pessoa.

— Algo ruim pode estar acontecendo estão colaborando com isso. - Reade colocou a mão nos bolsos. - Só até nos ajustarmos melhor, certo? - Roman e Patterson se entreolharam e com desdém ela cria a coragem de dizer o que precisava.

— Tudo bem, Reade. Eu farei. - Disse Patterson.

— Eu também, Patterson adora me ver em calças apertadas. - Ela bateu o pesado fichário na cabeça dele. - AUTCH!

— Não acredito que Reade fez isso comigo. É inaceitável. - Ela se debruçou sobre sua tela interativa, em choque com a notícia de ter que sair do conforto de sua sala, para o campo.... com Roman.

— Olha nem eu estou feliz em tem que andar com aquelas calças criminosas pra todo mundo ver. - Disse ele se encostando na mesa ao lado dela e cruzando os braços sobre o perto. Ele tinha um cheiro hipnotizante como as flores na primavera. Ele estava maravilhoso detrás daqueles óculos e da barba já grande o suficiente para ser macia e acariciável.

— E eu terei que ir com você, mais tempo de trabalho em equipe. - Patterson suspirou longamente tentando absorver a sensação.

— Isso tudo aí pode ser amor por mim. Cuidado chefe. - Ele chega perto dela e fica bem além do espaço vital de ambos. Patterson via o homem loiro e forte sobre ela como em seus sonhos mais profundos e pecaminosos. - Por mais que a ideia de chefe e subordinado seja excitante. - Patterson ficou paralisada quando ele colocou uma mecha de seu cabelo para trás da orelha, roçando levemente o dedo áspero sobre a bochecha, dando-lhe um calor de antecipação. - Se não tivéssemos câmeras aqui, mostraria que pode fazer outras coisas com seus lindos lábios, que simplesmente me ridicularizar o tempo todo. - Ele se afasta abruptamente, fazendo Patterson piscar várias vezes com a quebra da tensão. - Bom, preciso voltar para minha adorável cela. Boa noite, chefe. - Ele foi se dirigindo a porta da sala enquanto Patterson controlava seu coração em pulos, porém não sem antes mais uma mensagem atrevida dele. - Caso queira me visitar essa noite, minha cela é a 132. - Piscou para ela e foi embora.