Disney History escrita por Lily Hime


Capítulo 3
O Lobo da Chìnà


Notas iniciais do capítulo

Oi oi pessoas lindas do meu coração!
Como vocês estão?

Antes de começarem, eu só gostaria de lembrar que, apesar de eu ter mantido o nome dos idiomas, os locais onde se passa a fic são ou inventados por mim ou lugares fictícios oficiais da Disney, como a Terra do Nunca (Tinkerbell e Peter Pan) e países como Enchancia e Wei-Ling (Princesinha Sophia)

E só por garantia, tudo o que eu escrever em outros idiomas vão estar listados nas notas finais com seus significados

Só isso mesmo.

Boa leitura!



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Lee Yang

Num dojo não muito grande, 12 crianças na faixa dos 8 a 12 anos faziam movimentos repetidos, em sincronia. Cada uma delas sabia aquela sequência de cor e salteado de tanto que já fizeram. Não muito longe delas, observando-as atentamente, um jovem estava de pé, com os braços cruzados e os olhos ligeiramente cerrados, prestando atenção em cada movimento, tendo certeza que não estavam errando.

— Tudo bem! Por hoje está bom! — Gritou o jovem rapaz de 21 anos.

As crianças pararam o exercícios e relaxaram. Algumas até se jogaram no chão exaustas do treino de 2 horas quase sem pausas. O jovem professor riu baixo de seus pupilos e bagunçou seu próprio cabelo preto.

— Vamos lá pessoal. Vão tomar um banho e podem ir embora. Tenho certeza que os pais de vocês estão esperando em casa. — Ele ajudou uma das garotas mais jovens a levantar.

— Sim senhor! — O grupo respondeu, alguns altos e animados, outros tão baixos que eram quase um sussurro. Então correram todos para os vestiários.

Um pouco mais tarde, Lee Yang viu as últimas das crianças partirem em seus carros e carruagens antes dele mesmo se dirigir aos chuveiros e tirar seu uniforme para colocar sua roupa mais casual. Terminando de arrumar sua bolsa, ele olhou para o relógio em seu pulso.

Os números “15:26” piscavam e vermelho no fundo preto do relógio de pulso de couro marrom. As aulas começavam às 17h em ponto, então ele tinha tempo suficiente para comer algo antes de se dirigir para a Universidade Dewey.

Indo para o Palace Firefly, a versão franquia de Fast Food do famoso Tiana’s Palace, que ficava a poucos minutos da Academia TriFada e onde todos os funcionários da escola tinham desconto, Yang cruzou seu caminho com Kassandra.

— Hey Kassy! — Ele comprimentou a mulher.

— Ah! Lang, como vai? — Ela sorriu para seu colega professor.

— Acabei de terminar o treino das crianças. Indo comer alguma coisa no Firefly antes de ir pra Universidade. — Yang arrumou a bolsa no ombro, sem tirar o sorriso do rosto.

— Sinto falta dessa época da faculdade… Bem, nem tanto. — Kassy comentou, rindo no final. — Acabei de vir do Firefly. Tenho uma sessão de reforço agora, sabe como é, algumas dessas crianças realmente tem dificuldade. Tenho que ir! Até amanhã!

— Até! — Ele acenou enquanto a loira andava em direção a Academia Preparatória.

Voltando a andar em direção ao restaurante, Yang não demorou muito para chegar e se dirigir a uma das filas. Ele fez o pedido, pegou sua comida, e sentou numa das mesas vazias do lugar não tão vazio assim.

Olhando vagamente a sua volta, Yang parou para pensar… A alguns anos atrás tudo isso era muito diferente.

Não muito sabem, afinal, Yang não exatamente sai por aí falando sobre isso com todos, mas ele é filho do Capitão Gancho. Ele não tinha certeza de como, mas de alguma forma, sua mãe, Lee Ziyi, acabou no navio de Gancho para “ser dele”.

Ziyi no entanto conseguiu fugir de Gancho e voltar a sua terra natal, onde teve seu filho sozinha. Ela era uma mãe carinhosa e amorosa, e com todo o esforço que podia reunir, ela criou Yang.

Yang era capaz de lembrar bem do sorriso amoroso da mulher, os olhos negros dela sempre brilhando de amor e orgulho quando olhava para ele. Ela o abraçando depois de noites de pesadelos, a voz doce e suave cantando canções de ninar. Ela chamando-o tão carinhosamente de Xiao Láng e Láng Wángzi… Ele sentia falta disso.

Foi um amigo de Ziyi que ensinou para o pequeno Yang as maravilhas das artes marciais e ele rapidamente mostrou seu dom para isso. Somado ao seu esforço, não demorou muito para que Yang conseguisse saber o suficiente para ensinar as crianças mais novas o que conhecia.

Yang se lembrava bem dos dois momentos mais importantes de sua vida. Dois momentos que o levaram até onde ele estava hoje.

O primeiro aconteceu quando ele estava no seu 1º ano do ensino médio no Colégio Huáng, uma pequena escola de bairro próxima de onde ele morava em Chìnà, quando chegou em casa para ver a pequena vila em vivia destruída e encontrar sua mãe morta.

As bandeiras de caveiras cruzadas por espadas eram a prova, e o suficiente para reconhecer como um dos inimigos marinhos de seu “pai”, que ocasionalmente os perseguia para “reivindicá-lo”. Levou meses para que todos os moradores sobreviventes conseguirem reconstruir a vila. Meses em que Yang se dedicou ainda mais em treinar as crianças da vila, tanto para distraí-las, como para distrair a própria mente dos últimos acontecimentos.

E foi em uma dessas aulas que aconteceu o segundo evento.

O exército da Chìnà vinha e ia pela vila desde o ataque, ajudando e trazendo material para as reconstruções. Um dia, enquanto treinava as crianças, a General Mulan veio a vila para ver como as coisas andavam, e encontrou Yang de 15 anos ensinando as pequenas c crianças o básico das artes marciais.

Quando foi falar com ele, a mulher disse que estava encantada com o brilho nos olhos de Yang. A determinação que parecia irradiar dele a todo momento e a gentileza que ele tratava as crianças.

Com um pouco (ou muita) persuasão, Mulan fez com que Yang contasse à ela sua história. E com uma discussão longa cheio de argumentos, ela conseguiu convencê-lo a permitir que a General (a Heroína do país) o levasse para participar do Colégio Real Fada Madrinha. Aos 16 anos, com a matrícula e mensalidades sendo pagas por um de seus maiores ídolos (ou mais especificamente, um casal deles) Yang passou a frequentar a escola mais bem prestigiada do mundo, onde a realeza estudava.

A justificativa de Mulan era que ela viu muito potencial nele.

Ele não tinha certeza de quanto disso era verdade, e quanto das ações dela foram, na realidade, só a forma que Mulan encontrou em seu coração bondoso para ajudá-lo.

Yang não se importava muito no final. O Clã Li acabou por se tornar sua (segunda?) família, e ele gostava de como era sua vida agora.

— Você vai comer esse hambúrguer ou vai só encarar o nada mesmo? — Uma voz tirou Yang de seus pensamentos. — Eu to aqui te chamando a 5 minutos, sabe.

Piscando rapidamente, Yang olha para o garoto de cabelos castanhos que encarava ele com sua própria bandeja com um lanche meio comido, sentado na cadeira da frente e um sorriso provocador.

Park JinHwan.

Ou como Yang o chamava na privacidade de sua própria mente, o filhote de cachorro mais irritante que ele já conheceu.

A família de JinHwan também era da Chìnà, mas enquanto Yang era da região Nordeste (a maior, onde estava a capital e onde Li Mulan nasceu), a mãe e o tio do meio Amabiliano eram do Sul.

Bem, as três regiões de Chìnà eram tão diferentes que quase eram como países separados. A única coisa em comum é o idioma, e ainda assim, os dialetos são só similares o suficiente para se tornar possível as pessoas das três regiões se comunicarem.

Os dois se conheceram quando Yang entrou no Colégio Fada Madrinha. Yang decidiu explorar a floresta na parte de trás do Colégio e acabou indo até a Academia, onde encontrou Hwan tocando um violão com um caderno na frente, apoiado em uma árvore. O dois prédios não ficavam muito longe um do outro, mas a floresta entre elas geralmente desencorajava a alguém se aventurar até o outro lado.

— Eu estava distraído — Yang respondeu, voltando a comer seu lanche

— Não me diga! Eu não tinha reparado ainda, Xiao Láng! — Hwan respondeu ainda com o sorriso irritante que era sua marca registrada estampando o rosto

— Você é capaz de abrir a boca sem ser irritante, Xiao gou? — Yang respondeu.

— Claro! Mas assim não tem graça — Hwan ignorou completamente como foi chamado e alegremente piscou para Yang, que só revirou os olhos exasperado.

Ele ainda se perguntava por que mesmo eles eram amigos. Ah, sim. JinHwan é o tipo de pessoa que gruda em você e nada é capaz de fazer com que ele se solte.

“Filhote de cachorro carente irritante” talvez seja melhor para descrever esse ser na minha frente.

— Gostando do curso de música? — Yang perguntou

— Oh~ É claro que essa é a primeira coisa que você pergunta! — Hwan fala mergulhando a batata frita no ketchup e em seguida a comendo. — Mas sim, eu estou gostando, Sr. Responsável.

— Um de nós tem que ser responsável. Você definitivamente não é o que tem esse papel.

— Owt! Isso doeu! Você é um Nappeun Neugdae isso sim! — Hwan colocou a mão sobre o coração, num ato dramático.

Yang teve que se controlar para não revirar os olhos novamente. Isso era algo muito comum para ele fazer quando Hwan estava por perto.

— Eu tenho que ir — Yang falou se levantando quando terminou de comer — A minha aula começa logo.

— E eu volto pra casa — Hwan suspirou dramático — Vou ficar sozinho! Meu tio está de volta pra Chìnà essa semana, minha mãe ainda está em Freezenberg e vai ficar lá até o fim do mês e-

— Pare de ser dramático, Hwan — Yang interrompeu o garoto mais novo — Eu passo na sua casa mais tarde, se você quer tanto não ficar sozinho. Eu tenho só duas aulas hoje de qualquer forma.

— YES! — Hwan pulou da cadeira onde estava sentado fazendo drama — Eu sabia que tinha um bom motivo para eu gostar tanto de você! Você é o melhor amigo de todos os tempos! Te vejo hoje a noite Lang!

— E você é um puxa-saco quando quer — Yang sorria divertido para Hwan — Se queria tanto só tinha que pedir, não precisava de tanto drama

— Assim não tem graça — Hwan saltou de seu lugar e abraçou Yang fortemente. O garoto mais velho corou um pouco, mas antes que pudesse falar qualquer coisa Hwan já tinha o soltado.

O estudante de música saiu saltitante para fora do restaurante e Yang só pode balançar a cabeça negativamente, sem acreditar realmente no amigo. Ele se dirigiu calmamente até a Universidade Dewey.

Ele ainda chegou cedo para aula, então se sentou e uma das carteiras e começou a arrumar o material. Com isso pronto, ele puxou o livro que estava lendo no momento e foi esperar pela aula começar.

— Boa tarde! — A Professora Anastasia Baumann entrou na sala.

Yang nem mesmo tinha visto o tempo passar, mas comprimentou a mulher assim como os outros estudantes da sua turma. O moreno guardou o livro enquanto ouvia a professora falar.

— Eu quero avisar antes da aula começar que essa Quarta-feira vocês terão que vir durante o período da manhã. Vamos ter uma excursão, junto com as turmas de História, no Museu de História Submarina em Kysten. Teremos inclusive uma palestra com a Princesa Herdeira e Doutora em História Marinha, Attina Atlanticis. — Professora Anastasia falou com um sorriso animado enquanto ajeitava seus longos cabelos ruivos — Vocês terão que fazer uma dupla com um dos alunos das turmas de História, mas isso será sorteado na hora. E vocês não podem se separar deles, por segurança.

Dalí em diante, Anastasia passou a continuar explicando a matéria da aula anterior, mas a mente de Yang não estava prestando muita atenção.

Ele estaria mentindo se dissesse que não estava animado. Ele podia não gostar muito do pai, mas o mar o maravilhou tanto quanto as florestas. Por isso ele fazia Arqueologia Subaquática.

Ter uma palestra com uma das mais bem reconhecidas pesquisadoras sobre a história do mar (e não à toa! ela morava no mar, afinal!) era como um sonho se tornando realidade. Ele só esperava que quem quer que fosse sua dupla nessa excursão gostasse do mar tanto quanto ele. Talvez então, não ficaria incomodado com toda a sua animação que ele sabia que não conseguiria conter.


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Notas finais do capítulo

Glossário
— Xiao Láng - Pequeno lobo (Chinês)
— Láng Wángzi - Príncipe lobo (Chinês)
— Huáng - Amarelo (chinês)
— Xiao gou - Pequeno cachorro/filhote de cachorro (Chinês)
— Nappeun Neugdae - Lobo mau (Coreano)
*Algumas dessas palavras tem um acento típico do chinês transcrito para letras romanas que não fica corretamente aqui no sistema do Nyah!Fanfiction

Só lembrando de Chìnà é o país que eu inventei, baseado na China, e onde se passa o filme de Mulan.
"Amabiliano" seria alguém que nasceu em Amabilia, um país baseado na França, onde se passa o filme A Bela e a Fera.

E aí?
'Cês gostaram? O que acharam?
Não tá muito parado, tá? Eu sempre acho que as coisas ficam muito paradas nas minhas fics...
Espero saber a opinião de vocês!
Arrivederci! =3