Diário de Bordo escrita por mahouswords


Capítulo 3
Capítulo 3




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Já era um novo dia, não queria encontrar Zoro, e muito menos falar com ele. Na verdade, eu não estava irritada com “ele”, mas sim comigo, para mim nunca fez sentido tudo isso, era óbvio que eu estava errada. Levantei determinada em tira-lo da minha mente

 

- Que saco.

 

O tempo estava chuvoso, eu vestia uma capa de chuva enquanto cuidava a ilha em que se aproximávamos. Depois de duas semanas velejando iríamos finalmente desembarcar. Isso era ótimo, comprar roupas e acessórios sempre foi um remédio, meus pensamentos foram interrompidos por Robin.

 

- Você está quieta, e mal ficou com a gente na hora do almoço, algum problema navegadora?

 

Eu suspirei e dei de ombros para ela.

 

- É obvio que não, estou ótima, porque teria algum problema?

 

Robin cruzou os braços e colocou uma das mãos contra a bochecha e ficou me analisando por alguns segundos, isso me dava medo, ela nunca foi fácil de enganar.

 

- Humn, não é isso que seu rosto me mostra.

 

Mudei de assunto para não ter que responde-la.

 

- Ma ma! Robin, vamos fazer compras assim que chegarmos na ilha? Você vai, neh, onee-chan?

 

-...vamos sim.

 

Ela se afastou com uma careta, com certeza não estava brava, mas iria pedir esclarecimentos em outra hora, mas fiquei aliviada em ver que ela não notou nada de diferente entre Zoro e eu. Depois de uns longos trinta minutos, Sunny ancorou na ilha.

 

- Luffy! Não faça besteiras enquanto estiver fora, isso serve para todos também.

 

- Nami, porque só você e a Robin vão sair? Nós não podemos ir também, isso é injusto!

 

Com certeza Luffy nunca entendeu um não em sua vida, como ele era criança, por mais que falasse era sempre em vão, ate eu começar a me irritar, é claro.

 

- Porque vamos fazer compras e vocês devem tomar conta do navio, quando voltarmos você pode ir para a cidade.

 

- Yoshi!

 

E assim eu e Robin conseguimos sair, andávamos tranquilamente pelas ruas cheias de barro, na verdade era uma tragédia, minhas sandálias estavam sujas, a chuva caia fraca e isso foi me desanimando cada vez mais.

 

- Esse tempo é desanimador, você não se incomoda com a chuva?

 

Robin sorriu, seus olhos azuis focavam-se em mim.

 

- Não me importo, sempre é um bom dia.

 

- Ahh, queria ser assim que nem você... Acho que nunca vou conseguir ser tão madura.

 

- Não sou tão boa pessoa como aparento, mas me diga, porque esta desanimada?

 

- Não é nada demais, digo, não é importante.

 

- Esta bem... Vou ir à livraria, quero comprar alguns livros, nos encontramos depois.

 

- Certo.

 

Ela se afastou, segui sozinha pelas largas ruas, as vitrines pareciam sem graça, nada estava me agradando. Meu humor estava péssimo, no fundo agradecia a ausência de Robin.

 

- Ahh isso esta tudo errado, não, as coisas não podem ser assim... eu... eu não...

 

- Ola senhorita, gostaria de sair desse chuvisco?

 

Olhei para trás e vi um rapaz loiro segurando uma sombrinha preta, suas roupas eram um pouco surradas, até que era bonito. Bonito? Eu não conseguia achar nenhum homem bonito, somente um certo idiota que nem estava ali.

 

- Eu aceito seu convite.

 

O que eu tinha a perder? Nada. Zoro não estava ali mesmo, ora, até parece que uma dama como eu ficaria na chuva, iria aproveitar aquela situação de algum modo. Eu já estava ferrada, vivendo um amor platônico, talvez aquele loiro fosse o homem da minha vida, nunca se sabe.

 

- Podemos tomar um café?

 

- Claro, mas...

 

- Não se preocupe senhorita, eu pago.

 

Aquilo estava estranho, mas tudo bem, afinal era somente um café. Entramos num dos estabelecimentos da cidade, na verdade aquilo estava mais próximo de uma espelunca. Sentamos-nos à mesa, um homem veio nos atender.

 

- Eu vou querer um café simples.

 

- Você não vai querer nada!!

 

- Como é??

 

Aqueles dois homens na verdade eram pilantras, ou melhor, caçadores de recompensas, em que merda vim me meter, e nem minha arma eu tinha trazido. Tente fugir, mas o que fingia ser o garçom me segurou fortemente, prendendo meus braços atrás das costas.

 

- EI!! ME SOLTA!!

 

- O que uma recompensa tão bonitinha como você pode fazer? HAHAHAHA!

 

- Se não me soltarem vão se arrepender amargamente por isso.

 

- HAHAHA, o que vai acontecer?

 

- Como você é idiota, certamente meus nakamas viram me salvar.

 

- Cale-se, ninguém encontraria esse lugar, é um esconderijo perfeito. E outra, antes de lhe entregarmos para a marinha, podemos nos divertir um pouco.

 

Não, hoje não era meu dia. O loiro chegou perto, agachando a minha frente, suas mãos subiam lentamente por minhas coxas.

 

- EI O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTA FAZENDO!! ME SOLTA!! SOCORROOOOO!!

 

- Shiii, fique quieta. Ei cara, tira a blusa dela e amarra na boca.

 

- Não se atreva!!

 

O outro homem rasgou a blusa que eu vestia, amarrando forte minha boca, sentia os lábios queimarem com a ação. O loiro ainda brincava com minhas coxas, dirigindo as mãos para dentro de minha saia, aproximou os lábios de meus seios. Eu me remexia, tentava gritar, mas sempre era parada por um puxão. Droga, como era fraca, e como sempre nessas horas, só conseguia chorar.

 

- Que cheirinho bom que você tem, é uma pena ter que te levar para aqueles homens.

 

Eu queria sair daquele lugar, preferiria uma pancada na cabeça ao ver aqueles homens me molestando. Não, isso não deveria estar acontecendo, quem me salvaria, quem me tiraria dali? Foi tão rápido, senti algo escorrendo sobre mim. Sangue, muito sangue escorria pelo meu corpo, não sentia mais a pressão nos pulsos, cai deitada no chão, puxando o pano que estava na minha boca.

 

- Nami! NAMI!! Você está bem?

 

- Zoro... agora estou melhor.

 

Ele havia me apoiado nos braços, olhei para o lado e pude ver os dois homens em fatias. Zoro sempre tinha o dom de me salvar, era incrível isso, eu era tão apaixonada, boboca mesmo.

 

- Como você veio parar aqui? IDOTA!! E SEU EU NÃO TIVESSE APARECIDO? HÃN?

 

- Mas você veio, neh!

 

- Eu me perdi e acabei parando aqui, essa é a verdade.

 

- Teu caminho sempre te levara pra perto de mim.

 

- ...

 

- Eu estava com medo, com muito medo Zoro.

 

Eu o abracei forte no pescoço, não queria que ele fugisse de mim, eu estava tão segura ali. Não conseguia parar de chorar, quando ele afagou minhas costas nuas.

 

- Já matei aqueles vagabundos, não precisa mais chorar.

 

- Okay...

 

Ele desatou o pano que estava em volta do meu pescoço, e lentamente foi limpando os vestígios de sangue que manchavam meu corpo. Passou pelo meu peito, meus braços e finalmente no rosto. Não em conti, quando notei havia dado um selinho nele.

 

- O que diabos você acha que esta fazendo?

 

- Eu, eu só estou agradecendo por ter me salvado e por estar cuidando de mim.

 

- Isso não tem nada haver!

 

- Tem sim!! Você me beijou um tempo atrás lá na praia, lembra?

 

Ele fechou rapidamente a expressão, me soltou e saiu para perto dos corpos. Enquanto ele os pegava e tocava num canto qualquer, eu ligeiramente sai daquele lugar. DROGA!! MAS QUE DROGA!! Falava para mim mesma parar de chorar.

 

- Mais que raiva!! PODIA SE QUALQUE UM!! MAS PORQUE ELE!??!!

 

O chuvisco, como havia previsto, acabou por se transformar numa chuva torrencial. Não havia mais ninguém na rua, isso era ótimo, afinal estava semi-nua.

 

- NAMI!!

 

- O que você quer?

 

Falei rispidamente, que merda, senão queria nada comigo, então porque me seguia? Ele me puxou para perto de seu corpo, fora tudo tão rápido, quando notei sua boca me consumia com urgência. Diretamente o retribui, esse beijo estava sendo mais tentador do que o da praia, como pudera isso acontecer? Aquela língua cálida vasculhando cada canto da minha boca, foi a coisa mais saborosa que havia provado em minha vida. Nós separamos em busca de ar.

 

- Eu quero isso de você, mais nada.

 

- Porque você está fazendo isso comigo?

 

- Todos os caminhos me levam a você... acho que tenho que concordar com essa frase.

 

Não sabia o que falar, agora ele tirava a blusa e a colocava em mim, estava ensopada, mas ele queria me proteger dos olhares perturbadores. Ficamos nos fitando, meu corpo simplesmente ignorava o frio, meu coração estava tão quente que poderia esquecer do mundo.

 

- Você tem certeza disso?

 

- Na verdade eu não sei, mas o que quero fazer agora é levá-la segura para o navio.

 

Estremeci com suas palavras, quando senti sua mão envolvendo minha cintura. Ele me apoiava enquanto nos dirigíamos para o Sunny. Gostaria de saber certamente o que estava acontecendo entre a gente. De uma coisa eu tinha certeza, não éramos mais simples amigos.

 


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