Russian Roulette escrita por STatic


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Ainda existem habitantes nesse site? Espero que sim!! Oláa, como vocês estão? Não, isso não é uma miragem, eu ainda estou por aqui. Não muito, mas as vezes a saudade bate.

So, eu escrevi essa história há milhares de anos atrás, e apaguei, e reescrevi porque sim. É bem pequenininha, mas eu gosto dela e não queria mais ela apenas mofando no meu dropbox então vim compartilhar com vocês.

Eu ouvi essa música um dia e esse momento da Kate que nós não vimos me veio a cabeça imediatamente, achei que descrevia muito bem nossa personagem. Porém, como toda arte, a musica pode ser interpretada de maneiras diferentes e se você acha que NADA A VER, finjam dsksndlk

Boa leitura! Escutem a música (Russian Roulette, Rihanna) e quem não conhece - eu estou te julgando -, aproveitem!



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KATE POV

Eu não sabia o que estava fazendo ali. Em algum lugar no fundo da minha mente, uma vozinha sussurrava que eu havia perdido a cabeça. De alguma maneira, com uma pequena parte do meu ser, eu concordava com ela. Eu não devia estar ali. Quanta coisa podia dar errado? Quanto nós poderíamos perder se acontecesse? Se acontecesse, por que havia uma chance maior do que eu gostaria de admitir de que ele simplesmente me mandasse embora. E eu entenderia. Me mataria por dentro, mas eu entenderia.

Eu queria mandar aquela vozinha para o inferno.

Mas, novamente, o que eu teria a perder, quando já parecia que eu tinha acabado de perder tudo? Tudo o que importava, ao menos.

A noite estava fria – minhas roupas encharcadas apenas corroborando esse fato – e meu corpo tremia. Apesar de querer muito culpar completamente o clima, eu tinha certeza de que tremia por motivos completamente diferentes. Eu estava com medo. Um medo congelante que ameaçava me prender no lugar e me deixar ali para sempre, uma presa fácil dos meus próprios pensamentos.

Apesar da hora e das circunstancias desfavoráveis, algumas pessoas ainda caminhavam apressadas ao meu redor, tentando escapar da chuva e desviar da maluca parada na calçada. Eu podia sentir seus olhares confusos ou irritados, talvez alguns preocupados, queimarem minhas costas. Não importava.

Não importava por que, apesar da voz que me dizia para me virar e voltar pelo mesmo caminho pelo qual eu havia vindo, outra voz – mais grave, mais faminta – me dizia o contrário. Ela me implorava pelo próximo passo. Implorava que eu largasse as possibilidades e que trabalhasse com ações. Que me movesse e acabasse logo com isso, que fizesse o que eu queria fazer a tanto tempo, apesar do medo.

Respire, respire fundo

Acalme-se, ele diz para mim

Se você jogar, jogue para ganhar

Pegue uma arma e conte até três

Estou suando agora, me mexendo devagar

Sem tempo para pensar, é a minha vez

O prédio familiar se estendia bem a minha frente, como se me desafiasse a acabar de vez com a distancia entre nós.

Eu não havia pensado. Com a realização de tudo o que havia acontecido naquele dia, eu não havia pensado. Ainda me recordava vagamente da expressão não tão amistosa do taxista quando eu entrara no carro, a roupa e cabelos molhados pingando audivelmente no estofado. Novamente, não importava. Tudo o que queria, no momento, era chegar até ele. Eu sabia que só tinha uma chance.

Entretanto, no momento em que pusera meus pés na rua e encarara o prédio a minha frente, minha resolução diminuíra dolorosamente.

E você pode ver o meu coração batendo

Dá para ver através do meu peito

Estou apavorada, mas não vou embora

Sei que preciso passar nesse teste

Então, simplesmente aperte o gatilho

 

Respirando fundo, decidi me mover antes que desistisse completamente. Sorri fracamente para o porteiro, ignorando seu olhar alarmado. Eu só podia imaginar qual era minha aparência.

O tempo no elevador passou de maneira irregular, se movendo rápido demais, mas não rápido o bastante, e então eu estava parada bem em frente a sua porta. Meu cérebro não registrou completamente as batidas fracas, apenas voltando a funcionar quando a porta se abriu e ele estava ali.

 

Faça uma oração para você mesmo

Ele diz para fechar os olhos

Às vezes ajuda

[...]

 

E você pode ver o meu coração batendo

Dá para ver através do meu peito

Estou apavorada, mas não vou embora

Sei que preciso passar nesse teste

Então, simplesmente aperte o gatilho

 

Nossos olhos se encontraram e eu sabia que ele podia me ler tanto quanto eu podia lê-lo. Um milésimo de segundo no qual seu olhos não estavam cobertos por aquele manto de indiferença, no qual ele não tentou mostrar que ele não se importava mais, que não me queria mais. E então a máscara estava de volta, toda a dureza das últimas semanas voltando as suas feições.

Eu quase acreditei nele, a vozinha que implorara que eu fosse embora tentando me fazer ouví-la, porque eu quase acreditei nele. Quase. Mas ainda teve aquele milésimo de segundo de vulnerabilidade, sem máscaras, apenas confusão e um pouco de preocupação.

Ele não precisou dizer, mas eu quase podia ouvir seus pensamentos: “O que diabos aconteceu com você?” ele perguntaria, antes de me puxar para dentro. Mas isso era antes.

Eu o podia ler, assim como ele podia me ler. Sempre foi assim, e Castle fazia isso bem demais. Bem demais para que fosse seguro, bem demais para que eu não me apavorasse, a possibilidade de alguém me conhecer e amar com aquele nível de comprometimento me deixando sem ar.

Por o conhecer bem demais, a volta da máscara de indiferança me cortou profundamente, assim como sua pergunta, ou sua voz.

— Beckett, o que você quer? – a voz sempre tão doce e calorosa, especialmente quando dirigida a mim, estava fria e machucada.

A minha vida passa diante dos meus olhos

[...]

Tantos não terão a chance de dizer adeus

[...]

E você pode ver o meu coração batendo

Dá para ver através do meu peito

Estou apavorada, mas não vou embora

 

Eu havia feito aquilo. Havia esperado demais, sido egoísta demais, e ele havia se cansado. Uma parte de mim estava surpresa de ele ao menos falar comigo. De alguma forma, eu esperava que ele fechasse a porta na minha cara, gritando sobre quão egoísta e não digna do seu amor eu realmente era, ou até mesmo que chamasse a segurança enquanto despejava todo tipo de blasfêmia.

Mas eu o conhecia, e aquele não era Castle. Por mais que eu houvesse mentido e partido seu coração, ele ainda era Castle.

Eu havia mentido antes, então seria verdadeira dessa vez.

— Você. – respondi simplesmente.

Antes que ele pudesse responder, eu finalmente tomei a coragem necessária e me joguei em seus braços, provando de seus lábios pela segunda vez.

Por mais que agora não nos beijássemos para salvar nossas vidas, ou de alguma outra pessoa, certamente parecia assim. Eu me sentia como se estivesse sufocando, prestes a sucumbir, e ele me resgatasse, me levando a respirar ar puro pela primeira vez em muito tempo.

— Eu sinto muito, Castle. Sinto muito.

— O que aconteceu?

— Ele escapou e eu nem me importei. – disse, ainda lutando com o ar – Eu quase morri, e tudo o que podia pensar era em você. Eu só quero você.

Castle me encarou por um segundo, e eu podia ver a máscara se desfazendo lentamente. Eu sabia o que ele estava fazendo, ao me observar daquela maneira. Ele havia passado os últimos quatro anos fazendo aquilo: me observando, conhecendo cada detalhe meu, e agora bastava um olhar e ele sabia tudo o que eu estava sentindo.

E então ele colou nossos lábios novamente, e eu pude sentir minhas costas atingirem a porta, a fechando atrás de nós, sua boca quente contra minha pele, cada centímetro do meu corpo queimando.

Sorri enquanto ele tocava minha pele, suas mãos e beijos urgentes, e pude sentir o sorriso aumentar quando ele colou nossas testas e eu abri meus olhos, encontrando os dele abertos e focados totalmente em mim. Meu coração perdeu uma batida, e ele pegou minha mão.

Olhei nossas mãos unidas por um segundo, e então o deixei me guiar pela sala. Onde quer que ele fosse, eu estaria.

Então, simplesmente aperte o gatilho.


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Notas finais do capítulo

Eu não sei quando - ou se - eu vou aparecer aqui novamente, mas sei que estou em divida com outras histórias, então as chances estão aí hahahha

Beijo e me contem o que acharam!


PS: ESCUTEM A MÚSICA, TCHAU



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