Elisabeth - O coração de metal escrita por Andy Price


Capítulo 1
Elizabeth, quem é ela?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do primeiro capítulo!



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 Em poucas palavras, eu poderia lhe dizer que sou somente mais uma criança nascida em uma vila pobre com pais camponeses que trabalharam duro para manter-nos vivos e saudáveis, mas certamente a história perderia a graça. Que tal começarmos dizendo que nasci em uma noite fria, minha mãe estava em casa apertando com todas as forças os lençóis da cama ao qual estava deitada. Meu pai havia saído desesperado atrás da parteira que já deveria estar dormindo mas que precisava cumprir a sua função na vila, trazer crianças ao mundo. Quando finalmente chega em casa acompanhado da parteira, ouve-se somente os gritos de minha mãe, eu estava prestes a sair. Seguindo os procedimentos de parto normal, água, panos e muita força para tirar a criança para fora.

— AAAAAAAA! PELO AMOR DE DEUS, ME AJUDA! — Grita minha mãe em completo desespero. Meu pai buscou todos os materiais necessários para que tudo ocorresse bem enquanto a parteira seguia o procedimento para trazer uma criança ao mundo. Depois de uma longa sessão de respiração e contrações, minha mãe finalmente reúne forças para minha saída. A parteira ajuda como pode e logo ouve-se meu primeiro grito seguido de um insuportável choro. Então eu finalmente havia nascido.

— É uma menina, meus parabéns! — Disse a parteira ao meu pai que estava ao lado de minha mãe com as mão vermelhas de tanto que ela as apertou. Em um suspiro, meu pai olha para minha mãe um tanto triste.

— Droga, eu perdi a aposta — Ele diz — Você pode escolher o nome — Sentou-se na beira da cama enquanto a parteira me entrega a minha mãe. Uma criança de olhos claros e cabelos loiros, pele clara como dia e um tanto rechonchuda.

— Elizabeth — Ela diz enquanto acaricia meu rosto gordinho e as bochechas macias e coradas como um pêssego — Ela será a luz dessa família, trará alegria por onde passar, alegrará os que estão tristes e trará muito orgulho a todos nós — Beijou então minha testa enquanto aos poucos paro de chorar.

O tempo dali para frente só me traria duvidas, quando chegada na fase dos porquês, aos 3 anos de idade, perguntei sobre tudo do mundo aos meus pais mas, obviamente nem todas as minhas perguntas foram respondidas. Aos 5 anos de idade eu já imitava os adultos, mas adorava brincar com as outras crianças da vila. Uma vila humilde, todos os vizinhos se conheciam e na maioria das vezes se gostavam — o que não era motivo para evitar brigas —, ajudavam uns aos outros com comida, roupas, e tudo o que eles pudessem doar.

Meu primeiro contato com a tecnologia foi apenas quando eu tinha 7 anos, quando um robô ao qual eu desconheço a origem caiu no meio da mata. Ninguém saiu para procura-lo, ninguém parecia muito interessado no assunto, então eu o levei para o armazém de casa manhã bem cedo. Explorei cada parte do seu corpo redondo até achar algo que me desse a entrada para dentro dele, não era um robô muito grande, tinha quase o meu tamanho. Minha sorte foi que no dia em que eu o levei para o armazém, meu pai não iria utilizar as ferramentas de trabalho. Depois de quase um dia inteiro, muito suor e sujeira por toda a roupa, finalmente consegui concerta-lo. Algo havia atingido seu seu corpo com força, depois de alguns reparos aos quais eu já havia visto meu pai fazer em outros eletros da casa, o robô desconhecido estava pronto para ser ligado. Antes do primeiro teste, pedi emprestado um computador de um amigo do meu pai mas pedi para que ele não contasse a ninguém o meu pedido. Depois da instalação do computador, fiz algumas pesquisas rápidas sobre robôs e percebi que seria melhor reiniciar as configurações do robô que eu havia encontrado para evitar possíveis ataques.

— Você logo, logo estará funcionado… espera só mais um pouquinho… — Digo ao robô enquanto arrumo algumas configurações como língua e a formatação do mesmo. Pela noite, minha mãe bate na porta do armazém.

— Elizabeth querida, você está muito tempo enfornada nesse armazém, não irá jantar?  — Perguntou ela de forma gentil.

— Já vou mamãe, só mais um minuto! — Gritei sem ao menos tirar o olho da tela do computador.

— Não demore, a comida está esfriando — Ela diz sem mesmo tentar entrar dentro do armazém, em seguida ouvi seus passos distantes. Continuei a trabalhar arduamente com vários números e textos enormes de como formatar um robô, mas logo resolvi dar um tempo para respirar e comer algo pois minha barriga havia começado a roncar.

Após o jantar, volto para o armazém e vejo que está vazio. Olho para os lados mas estava muito escuro, a lâmpada parecia ter queimado ou algo assim, eu não entendia o que estava acontecendo então resolvo adentrar o armazém para tentar encontrar algo no meio daquele breu. Meus passos e os grilos eram as únicas coisas que eu estava ouvindo, além de minha própria respiração.

— Caramba… o que aconteceu aqui? — Perguntei a mim mesma, logo tropeçando em algo duro. Então vejo duas fontes de luz, eram os olhos do robô que estavam brilhantes, acidentalmente eu liguei o robô.

— Acessando configurações… — Disse o robô — Deseja restaurar as ultima gravações?

Observo o mesmo quieta enquanto o olho, me sento a seu lado vendo que finalmente havia conseguido acessar suas configurações.

— Não — Respondo com medo dele se lembrar de ser violento ou algo assim.

— Aguarde… deseja inserir meu nome? — Ele pergunta.

— Zero — Respondo ele de forma calma.

— Aguarde… nome inserido. Deseja iniciar?

— Sim… — Respondo com um pouco de medo.

— Iniciando… — Em pouco tempo, as luzes dos seus olhos se apagam. Apavorada em meio a total escuridão, logo vejo o mesmo se ascender novamente. Ele começa a flutuar meio metro acima do chão, então me olha. Rodeia ao meu redor, talvez me examinando, quando termina para em minha frente novamente. — Você é minha criadora? — Ele pergunta.

— A-acho que sim — Respondo um tanto surpresa, não dava para acreditar que ele estava realmente vivo.

— Então eu lhe devo minha vida, senhorita…? — Ele diz de forma calma mas deixa o final da frase vaga, aparentemente ele queria saber meu nome.

— Elizabeth — Respondo o olhando ainda muito surpresa.

— Elizabeth… certo! O que iremos fazer senhorita? — Sua forma animada de dizer, fazia o mesmo parecer um humano. Seria ele um robô ou algum tipo de ser que vem das estrelas? Bom, isso nunca foi minha preocupação, agora ele era meu.


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Notas finais do capítulo

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