A Flor de Lótus escrita por Lihchan42


Capítulo 5
Capítulo 4 – Exame Chuunin


Notas iniciais do capítulo

Eu ainda estou viva, me desculpem a demora, dessa vez eu acabei demorando mais de 2 meses pra terminar um capítulo...
A faculdade me tomou um tempo danado e tive uns probleminha pessoais no caminho(dentre eles o desânimo e a vontade de desistir de tudo, até de continuar essa fanfic...), mas com a ajuda de amigos eu consegui superar isso e terminar pelo menos esse(aee).

Agradecimentos super especiais para meus novos peixinhos betas: Hozu, Toast e Hitsu. Obrigada por aceitarem me aguentar e quebrarem a cabeça comigo para melhorar minha escrita~(devo ter dado muito trabalho á eles haha~)

Enfim, chega de papo, deixo com vocês mais uma parte da história. Boa leitura a todos e nos vemos nas notas finais~ (tem recadinho)



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Anri estava ao ponto de começar a fazer a quinta barreira quando sentiu a presença de alguém ao seu lado direito, o lado oposto na qual tinha chegado até aquele local atrás da pedra. Sua reação acabou sendo lenta ao se virar para ver quem atrapalhou sua concentração. 

— Quem está aí?! — perguntou meio desconfiada, colocando seu braço esquerdo sobre seu peito. Seu olhar seguindo em direção ao movimento na água, a névoa do local atrapalhava um pouco sua visão que começava a ficar embaçada. 

Logo agora que meus sentidos estão me deixando aos poucos... Droga. 

Pensou a garota, tentando ao máximo ficar atenta à pessoa que se aproximava de onde ela estava. Se percebesse que um ataque fosse desferido em sua direção, ela tentaria defender com sua mão direita que estava livre. 

— Hm? — ela ouviu a pessoa murmurar, por um momento passou por sua cabeça que conhecia aquela voz de algum lugar, mas de quem poderia ser? A névoa em sua volta dispersando lentamente, revelando o contorno de um corpo um pouco mais alto que o seu. 

Será que....? 

Anri deu um passo para trás ainda em posição defensiva, não retirando sua atenção do indivíduo que estava chegando cada vez mais perto de si. Antes que a garota pudesse fazer outra pergunta, é interrompida por uma voz masculina. — Anri? — foram as únicas palavras que ouviu. 

Não pode ser... 

Assim que o vapor em torno do local se foi, a princesa conseguiu identificar claramente quem era a pessoa em sua frente. Por um momento não acreditava no que via, sua visão ficando cada vez mais embaçada, sua surpresa ficou estampada em seu rosto ao perguntar, já que não confiava tanto em seus sentidos. — Gaara...? 

O rapaz avançou mais alguns passos à frente, entrando no campo de visão da garota que ainda não conseguia processar o que estava ocorrendo. — Hum — ele concordou. Gaara ao observar melhor quem estava ali, sentiu suas bochechas ficarem levemente ardentes. 

— O que está fazendo por aqui? — Anri perguntou um pouco receosa, colocando a mão direita que estava livre sobre a outra, cobrindo seus fartos seios. Sua respiração começando a ficar descompassada e pesada. 

— Eu entrei nas águas termais de meu quarto, mas senti um chakra estranho para esses lados e então vim ver o que era... — o rapaz respondeu virando seu rosto para o lado, com seu rosto ficando um pouco avermelhado com aquela situação. Antes que pudesse continuar a falar, viu a garota começar a agir de modo estranho. A princesa sentiu seu corpo se tornar pesado e sua visão ficar mais embaçada. 

— Droga... — foi seu sussurro antes de cambalear para o lado enquanto fechava os olhos, quase caindo de cabeça sobre a grande pedra se não tivesse retirado suas mãos sobre o peito para tentar aliviar sua queda. — Anri! Você está bem? — mesmo diante do modo como se encontravam, o ruivo foi até sua companheira e tentou ajudá-la a se equilibrar. Assim que tocou em seu braço com a mão direita, sentiu que a pele dela estava mais quente que a água das fontes termais. 

— Você está com febre... Devo chamar alguém para te ajudar — ele falou preocupado, vendo que Anri respirava descompassadamente e tremia um pouco. Gaara ia falar mais alto para que os outros companheiros que eram seus vizinhos o escutassem, mas é interrompido pela garota que colocou rapidamente sua mão direita sobre a boca do rapaz. 

— Não... Não chame ninguém. Nem mesmo Hanabi pode saber que estou assim, nem ela, nem ninguém... — a princesa disse entre respirações pesadas, abrindo apenas o olho esquerdo para observar a pessoa em sua frente. — Por favor, Gaara... — pediu, antes de perder totalmente a consciência, seu corpo caindo sobre o kazekage que a segurou delicadamente para que não afundasse nas águas quentes. 

— Anri! — ele disse, com o corpo inerte da garota em seus braços. Suas bochechas ardiam com aquela situação já que sentia a pele quente da garota contra a sua, além de seus grandes seios tocarem seu peitoral mesmo não sendo de forma proposital. — Preciso tirá-la daqui... — comentou enquanto levava suas mãos para os braços da princesa, a virando de leve para que seu rosto e corpo virasse para o lado e ele conseguisse carregá-la no colo. 

Mas antes de completar a ação, reparou em profundas cicatrizes em suas costas. A coloração delas já estavam meio esbranquiçadas por serem bem antigas, sua atenção foi retirada por um segundo para pensar no que poderia ter acontecido para chegar àquele ponto, mas Gaara rapidamente lembrou do que deveria fazer naquele momento ao sentir a pele bem quente da amiga. 

— Como chegou a isso...? — se perguntou o ruivo agora carregando-a em seus braços para fora das termas, o rosto dela tocando em seu peitoral, fazendo com que a toalha que estava enrolada em seu cabelo caísse na água, revelando seus cabelos ondulados. 

Ao sair totalmente da fonte, ele então reparou que haviam duas varandas separadas por uma grande parede. — Então foi assim que acabamos parando na mesma fonte... Rokudaime, o que você planejava com isso? — sussurrou não acreditando no que via, principalmente por não ter reparado que o local teria dois acessos. 

Após o pequeno momento de reflexão, o kazekage dirigiu-se rapidamente para seu quarto ao reparar que a princesa começava a respirar descompassadamente. Sua vergonha se esvaiu ao ver o estado da garota, correndo até o cômodo, ajeitando-a em seu futon, colocando um lençol sobre seu corpo. Pegou o roupão que utilizara antes e se vestiu, pensando no que poderia fazer em seguida para ajudar a companheira. 

Ela não quer que ninguém saiba... O que faço agora? 

Gaara então fechou seus olhos, relembrando de um dia em Suna. 

Ele e seus irmãos estavam andando pela vila, era um dia calmo como qualquer outro e resolveram sair por um momento para relaxarem. Ao passarem em um corredor meio estreito para conseguirem chegar à rua principal, repararam que um garotinho estava sentado em frente a uma porta. 

Não parecia ter nada de anormal acontecendo, até o momento em que a pequena criança cai para o lado meio ofegante. A garota de cabelos loiros com dois rabos de cavalo e olhos verdes corre em sua direção, pegando-o no colo gentilmente. 

 O que ele tem, Temari perguntou o homem de capuz indo ao encontro da irmã juntamente do kazekage. 

 Ele está ardendo em febre. Onde será que estão os pais dele...?  ela se perguntou olhando para os lados preocupada, a criança ainda respirava com dificuldade e não conseguia manter sua consciência plena diante a sua situação. 

— Não temos tempo pra isso, precisamos tratar essa criança agora. Essa deve ser a casa dele, vamos apenas deixá-lo descansar e avisamos os pais quando voltarem — o encapuzado disse enquanto tentava abrir a porta. Após um pouco de esforço, o objeto cedeu, revelando uma pequena cozinha. 

A loira apenas soltou um suspiro e olhou para o ruivo atrás de si, este apenas assentiu com a cabeça, fazendo um gesto com a mão para que ela fosse em frente. Sem escolhas, a garota deu um passo, adentrando o local, os três exploraram o edifício até chegarem em um pequeno quarto com a parede cheia de rabiscos feitos com caneta preta. 

 Este deve ser o quarto dele...  comentou o kazekage olhando em volta, reparando no simples cômodo. Temari assim que avistou a cama, deitou o garotinho que ainda ardia em febre.  Gaara, tente achar umas toalhas limpas. Kankuro, pegue um pouco de água da torneira em algum recipiente.  ela ordenou enquanto colocava algumas cobertas sobre o pequeno corpo em sua frente. 

Assim que ouviram as ordens, os dois foram à procura dos itens, voltando o mais rápido possível com as coisas em mãos.  O que você fará com isso?  Gaara perguntou curioso, observando a irmã pegar uma toalha, colocando-a na água dentro de um pequeno balde que o irmão conseguiu. 

 Esse é um dos métodos para se abaixar a febre. Molhamos uma toalha na água em temperatura ambiente e deixamos sobre a testa da pessoa doente.  respondeu a garota, torcendo a toalha para tirar o excesso de água, levando-a em seguida para a testa da criança.  Precisamos sempre ficar renovando a toalha, fazendo o mesmo processo para que a temperatura do corpo abaixe a cada troca. 

Kankuro nada disse, já que sabia desse método. Mas o rapaz mais novo que nunca havia passado por isso se surpreendeu com o que acabou de aprender, tentando ajudar a Temari a cuidar do garoto que aos poucos voltava a respirar normalmente prestando atenção em tudo que ela fazia. 

Após algum tempo, os pais do garoto chegaram à casa e foram recepcionados pelos três irmãos que explicaram o que aconteceu. Deixando assim a pequena criança sobre os cuidados do casal que agradeceu e se desculpou por terem se ausentado naquele dia. 

Ao relembrar dessa cena, Gaara se dirigiu para fora do quarto, seguindo em direção à um banquinho na qual havia um balde de madeira ao lado e uma torneira em sua frente. — Vou tentar fazer o que aprendi com Temari... — sussurrou, pegando o balde e o colocando embaixo da torneira, fazendo com que a água caísse dentro do objeto. 

No momento em que o volume da água chegou na metade do recipiente de madeira, o ruivo fechou o registro e voltou ao quarto com ele em mãos. Antes de chegar próximo à garota deitada em seu futon, pegou uma toalha em seu armário. 

Espero que eu consiga fazer tudo certo... 

Pensou, sentando-se ao lado da princesa que ainda ofegava, suas bochechas levemente coradas. O rapaz pegou a toalha e a colocou na água morna, retirando-a de dentro do balde e a espremendo para retirar o excesso do líquido, colocando em seguida sobre a testa de Anri. 

Ao sentir o toque do tecido, a garota estremeceu um pouco e uma pequena lágrima brotou de seu olho esquerdo, ainda fechado. Ela se revirou um pouco embaixo dos cobertores e retirou o braço direito para fora, como se estivesse procurando por algo, apertando firmemente os dedos em sua mão. 

— Por favor, não me deixe... — sussurrou, enquanto apertava mais seus dedos, ao ponto de quase perfurarem a carne da palma de sua mão. Gaara ao reparar que ela não pararia de apertar, pegou os dedos e fez com que eles se fechassem em torno dos seus. 

Ela está delirando... Se continuar assim, ela irá se machucar sem perceber... 

Pensou o rapaz, observando mais lágrimas brotarem dos olhos fechados de sua amiga, enquanto ela balbuciava para alguém não ir embora. Assim que mudou o olhar para a mão da garota, percebeu que em seu pulso havia várias marcas de cicatrizes. 

Deve ser por isso que ela não retirou as luvas ao jantar... Quantas cicatrizes, o que será que levou a elas? Em suas costas também haviam várias delas... 

— Não se vá... — Anri falou novamente entre respirações meio pesadas, apertando mais os dedos do ruivo que utilizou sua mão livre para limpar algumas lágrimas do rosto de sua amiga. — Eu não sou a pessoa em questão, mas estarei aqui ao seu lado — o kazekage sussurrou, enquanto pegava a toalha de sua testa para colocar na água novamente. 

Aos poucos a princesa começava a se acalmar, seus delírios ficando menores e ela não sussurrava mais os pedidos para alguém não a deixar, o que deixava o companheiro menos preocupado. Mesmo que a febre começasse a abaixar, ela não soltou a mão dele, o que fez com que Gaara não tivesse escolha a não ser ficar ao lado dela pelo resto da noite. 

~~ 

O som de pássaros cantando e os primeiros raios de sol surgiam em direção ao quarto das águas termais. Assim que a luz bateu nos olhos fechados da garota de cabelos ondulados e escuros, ela os abriu lentamente, acordando de seu sono profundo. A primeira coisa que viu foi os pequenos fios de um tecido branco. 

— Hum...? — disse, ao sentir abaixo de seu rosto a leveza e a textura macia de um pano. Seus sentidos eram recobrados aos poucos e ela percebeu que sua mão esquerda estava apoiada em algo quente e firme, enquanto que sua outra mão estava entrelaçada em algo. 

Assim que Anri processou tudo que tinha acontecido na noite anterior, seu rosto começou a ficar vermelho e sentiu sua pele começar a queimar, seus pensamentos entrando em conflito. 

Espera só um momento, será que?! Eu estou completamente nua, coberta apenas por um lençol, deitada ao lado do kazekage, com uma mão enlaçada com a dele e a outra em seu peitoral?!! 

Pensou, ao descobrir que sua mão esquerda estava tocando justamente o peitoral definido de Gaara que estava descoberto. Ela retirou rapidamente a mão do local e o usou para puxar o lençol mais para perto de seu corpo nu, rolando um pouco para longe do garoto que ainda estava dormindo ao seu lado como se nada estivesse acontecendo. 

Ele deve ter descoberto todas as minhas cicatrizes, Anri sua besta, por que deixou algo assim acontecer? Aliás, como que ele apareceu ali...? Será que o hokage fez isso de propósito? Argh, o pior de tudo... Ele me viu nua! 

Em meio a tantos pensamentos, a princesa começava a apertar os dedos do rapaz sem perceber, fazendo com que ele começasse a recobrar os sentidos. Em meio ao conflito interno dentro da garota, uma voz repentina aparece por trás da porta de entrada do quarto. 

— Ei Gaara, já está acordado? Vamos tomar o café da manhã — assim que escutou essas palavras e o som da porta sendo tocada por uma mão, o desespero tomou conta de Anri. Ela soltou rapidamente sua mão enlaçada ao kazekage e juntou com sua outra mão, fazendo com que apenas o dedo indicador e médio ficassem voltados pra cima. 

Técnica de transformação! 

Pensou, segundos antes de uma fumaça a envolver e a porta do quarto se abrir por completo, revelando um rapaz de cabelos escuros vestido com um roupão. Ao olhar o local, ele ficou um pouco desconfiado ao ver algo se mexendo embaixo dos lençóis ao lado de seu irmão ainda adormecido e com o peitoral descoberto. 

Kankuro ficou um tempo em silêncio, observando a pequena elevação abaixo do tecido ao lado de Gaara se mover lentamente. Antes de fazer qualquer coisa em relação a aquilo, ficou apenas prestando atenção e pensando no que poderia ser. 

Após um minuto dos lençóis se mexendo, uma pequena cabeça de esquilo brota por debaixo do tecido, parecendo que estava se sufocando embaixo de tanto pano sobre sua cabeça. Assim que o pequeno animal conseguiu respirar, olhou para a porta, encontrando os olhos negros da pessoa parada na entrada. 

Os dois começaram a se encarar, um silêncio tomou o local, até que uma rápida sequência de eventos a seguir muda a atmosfera entre eles. O moreno retirou uma kunai escondida abaixo da faixa que prendia seu roupão, pegando-a com sua mão direita e atirando na direção do esquilo que se assustou com esse ato e apenas fechou seus olhos verdes, esperando algo atravessá-lo. 

Milímetros antes da ponta afiada encontrar seu alvo, é parada por uma porção de areia que ficou situada no caminho entre o animal e o objeto. O ruivo que até então estava deitado de qualquer jeito ao lado, tinha levantado sua mão esquerda para fazer sua areia proteger a pequena criatura. 

— Kankuro, o que está fazendo? — perguntou o Kazekage enquanto abaixava sua mão esquerda, a utilizando para se equilibrar no momento de levantar a parte de cima de seu tronco. A areia começando a se desfazer, escorrendo para o chão junto da kunai, fazendo o esquilo suspirar aliviado. 

— Gaara, por que tem um esquilo dentro de seu quarto? E ainda por cima embaixo dos lençóis? — desconfiado, Kankuro olhou novamente para o roedor que se escondeu novamente embaixo do tecido. 

O irmão suspirou e observou o outro, respondendo em seguida. — Considerando que eu esqueci a porta aberta do quarto, é de se esperar que entrasse um animal assim... Me dê alguns minutos para me trocar e irei tomar o café da manhã, Kankuro. 

Após observar por mais um tempo o lençol se remexendo por conta do pequeno esquilo, Kankuro fungou de leve e tentou relaxar seu corpo antes de começar a falar. — Vou te esperar para que possamos tomar o café juntos, até lá, recomendo se livrar dessa criatura estranha. — e assim fechou a porta de leve. 

Gaara suspirou e virou seu olhar para o tecido que se movia levemente sobre o roedor, antes de sua mão esquerda ir em direção à ponta do lençol, ele deu um sorriso discreto. — Ele já se foi, não há mais necessidade de se esconder, Anri... 

Assim que ela escutou essas palavras, fez alguns movimentos com as pequenas patinhas de esquilo, fazendo com que uma fumaça aparecesse e ela voltasse ao normal, suspirando aliviada que agora conseguia respirar e não precisava se preocupar em ter algo afiado voando em sua direção novamente. 

— Pensei que ia morrer... — comentou enquanto colocava sua mão direita sobre seu peito, seu corpo novamente coberto pelo lençol já que ela se encontrava embaixo dele antes de voltar à forma humana. 

— Me surpreende você não ser uma kunoichi mesmo com essa habilidade de se transformar. Esse foi um dos seus treinamentos como princesa? — o kazekage tentou quebrar o clima que ficou após o ocorrido, se ajeitando um pouco para se acomodar melhor sobre o futon em que estava sentado desleixadamente. 

Anri concordou com a cabeça, seu semblante ficando meio sério ao se relembrar do passado, apertando o tecido com suas mãos. Antes que pudesse falar qualquer coisa, é interrompida pelo companheiro que começou a fazer algumas perguntas. 

— Pode ser impertinente de minha parte mas... Gostaria de saber a razão para você ter me proibido de contar que estava com febre. 

O silêncio predominou entre os dois, a garota virou seu olhar para baixo, observando seu corpo coberto pelo lençol. — Eu não queria deixar a Hanabi preocupada com isso... — ela sussurrou, fechando seus olhos por um momento. 

Se ela soubesse, ela ficaria muito preocupada e iria atrás dessa estranha presença. Não posso permitir que ela se machuque novamente por minha causa... 

Assim ela se perdeu em pensamentos, até voltar à realidade de sua situação quando Gaara voltou a falar. — Quando nos encontramos pela primeira vez, algo estava a incomodando também... Você não quis dizer isso à sua companheira para não preocupá-la? Isso teria relação com as cicatrizes em suas costas e punhos...? — o kazekage perguntou suavemente, tentando não pressioná-la tanto, o que acabou levando ao contrário do que ele esperava. 

A princesa que até então estava acuada, ficou mais ainda e apertou com mais força o tecido sob seus dedos, virando o rosto ao lado oposto ao do rapaz para que ele não visse sua expressão sombria. 

— Desculpe Gaara, mas essas coisas eu não poderei lhe revelar... — respondeu enquanto se levantava do futon com o tecido ainda envolta de seu corpo, andando em direção à porta do quarto que dava para as fontes. — Pelo menos, não agora... — sussurrou essas últimas palavras, que não foram ouvidas pelo rapaz que apenas observou ela saindo do local, desaparecendo na névoa do lado de fora. 

Acho que acabei a pressionando demais. Devo me desculpar com ela depois... 

Gaara pensou, colocando sua mão direita livre em sua nuca, percebendo que não deveria ter feito tantas perguntas de uma vez. Ele suspirou e se levantou também, ajeitando o roupão e seguindo em direção ao banheiro situado fora do quarto. 

Assim que Anri chega perto de seu aposento, ela rapidamente entra e fecha a porta de correr atrás de si, apoiando suas costas sobre ela, deslizando até que estivesse sentada sobre o chão. 

Ele realmente viu minhas cicatrizes e ainda percebeu que eu escondi algo da Hanabi...  

A garota juntou seus joelhos e os abraçou junto do lençol, tentando digerir tudo que havia acontecido minutos antes. Seu coração começou a acelerar um pouco ao perceber que conseguia sentir o cheiro de Gaara no tecido, soltando-o rapidamente, fazendo-o cair no chão em sua volta. 

Agora que parei para pensar... Eu acabei dormindo com o kazekage e ainda por cima, acabei respondendo ele de forma grosseira agora pouco... Anri sua burra!! 

Enquanto se debatia em pensamentos e ficava vermelha, alguém bateu de leve na porta do seu cômodo, despertando Anri de seus devaneios. Uma voz repentina apareceu por detrás dela. — Anri, está acordada? Daqui a pouco estarei indo tomar o café da manhã, seria bom você acordar e também ir para nos aprontarmos. 

Era a voz de Hanabi, a princesa parou tudo que fazia e olhou para o relógio pendurado na parede oposta, perto da porta. — Ah, estou acordada Hanabi. Irei tomar um banho ainda e assim que eu estiver pronta, irei comer, pode ir na minha frente! — a garota respondeu, se levantando rapidamente. 

— Está bem, só não se atrase — a outra voz disse antes de sumir completamente. — Eu vou demorar um pouco para eu não me encontrar com os dois... — Anri sussurrou antes de se lembrar da cena em que estava deitada ao lado de Gaara, fazendo suas bochechas arderem de vergonha. 

Para afastar esses pensamentos, a garota balançou sua cabeça e se concentrou em pegar o lençol jogado no chão para dobrá-lo e colocar sobre seu futon, seguindo em direção ao armário para pegar algumas toalhas e ir tomar um banho, desejando que a água do chuveiro levasse embora toda a vergonha que passou na noite anterior e no momento em que acordou. 

~~ 

Perto da pousada, um garoto de cabelos castanhos claros corria em direção à um local aberto onde continha alguns tocos de madeira cheio de marcas fincados no chão. Seus olhos escuros demonstrando preocupação enquanto procurava por algo. 

— Miya, onde você está? — ele gritava, olhando para todos os lados. Até que perto de algumas árvores um pequeno cachorro marrom aparece no meio de um gramado alto. — Miya! — gritou, indo em sua direção correndo. 

Mas antes que pudesse se aproximar mais, um punhado de fumaça circundou o pequeno animal e ele se transformou repentinamente em um monstro de quatro cabeças, seus olhos vermelhos e cheios de ódio mirando o garoto que parou sua corrida no caminho. 

— O, o que houve com você, Miya?! — perguntou com seus olhos marejando de medo. Suas pernas tremiam e ele caiu de joelhos no chão, enquanto a criatura em sua frente ia em sua direção com as bocas abertas para devorá-lo. 

O garoto apenas fechou os olhos e esperou o monstro lhe devorar, mas antes que sentisse alguma dor, ouviu uma voz gritar por seu nome e sentiu o hálito quente do animal, seguida de um grande estrondo em sua frente. Ao abrir os olhos, reparou que a grande criatura foi detida por uma grande rede. 

— Toki, você está bem? — uma garota perguntou, indo até ele junto de outro garoto que ficou à frente dos dois, observando o inimigo se debatendo abaixo do que ele havia jogado segundos antes. — Miki, a Miya... — ele tentou dizer entre soluços. 

— Nós vimos o que aconteceu, mas não temos escolha agora... Alguém deve ter feito isso com ela, precisamos dar um jeito nisso, mesmo que ela tenha sido sua preciosa companheira... — o outro garoto disse, segurando uma kunai na mão direita e outra rede na mão esquerda. 

— Me desculpe Toki... — a garota falou, antes de se levantar e pegar uma shuriken de sua bolsinha presa na perna esquerda. A última coisa que o garoto caído viu, foi o monstro saindo da rede e indo em direção aos amigos que já estavam preparados para o ataque. 

~~ 

Após ter tomado o café da manhã e não ter se encontrado com Gaara e Kankuro, Anri estava em seu quarto junto de Hanabi que terminava de ajeitar seu cabelo. — Anri, você tem certeza de que vai revelar que é uma princesa diante todos? 

Anri que estava passando uma maquiagem leve em seu rosto, parou o que estava fazendo, observando os objetos situados na pequena mesinha em sua frente. — Sim, não posso mais esconder isso. Ainda mais agora que o comércio da ilha com o exterior está crescendo... 

Antes que a loira pudesse argumentar sobre o que sua amiga disse, as duas ouvem alguém bater na porta do quarto. A princesa fez um leve sinal com a cabeça e voltou a passar o pincel em seus lábios, pintando-os com um tom rosado leve, enquanto Hanabi foi em direção à porta, abrindo-a. 

— Oh, olá Kazekage-sama, o que deseja? — a garota perguntou, ficando de frente ao ruivo que lhe cumprimentou com um leve aceno de cabeça. — Olá Hanabi, vim ver se vocês já estavam prontas para irmos até o local do exame. Uma das empregadas me informou que estavam no quarto de Anri fazendo os preparativos... — ao virar sua cabeça um pouco para o lado, ele observou o interior do quarto, seus olhos encontrando os da princesa que eram refletidos pelo espelho em frente dela, fazendo-a corar um pouco. 

— Eu acabei agora de me aprontar... — Anri comentou, deixando o pincel de antes sobre a mesinha e se levantando lentamente, fazendo o tecido de sua roupa farfalhar atrás dela, revelando um longo quimono todo decorado com flores de lótus e garças. Em sua cabeça uma coroa em forma de lótus cintilava juntamente da flor amarela que parecia sua marca registrada. 

A visão da garota vestida totalmente diferente de como haviam se encontrado pela primeira vez deixou Gaara um pouco fascinado, o ar em volta da princesa parecia mais maduro e transparecia a aura de uma realeza devido às suas vestes, acessórios e a maquiagem leve, o que realçou mais ainda sua beleza. 

— Ei, Gaara. Elas já estão prontas? Ou aquela pirralha ainda está se aprontando para nos atrasarmos mais ainda? — os três ouvem a voz vinda do corredor onde o kazekage ainda se encontrava parado. Anri ao ouvir essas palavras, andou apressada até a porta do quarto e parou ao lado do ruivo, colocando sua cabeça para fora, na direção de onde veio a voz. 

— Eu já estou pronta para sua informação, cara pintada — ela falou, assustando o rapaz que foi um pouco para ao lado ao perceber a cabeça da garota na porta. — O que foi? Tem algo de errado? — perguntou, ao reparar que o indivíduo havia parado por um momento para encará-la de cima a baixo. 

— Você é aquela pirralha? Por que está vestida assim? — o encapuzado piscou algumas vezes, tentando digerir a aparência da pessoa em sua frente. — Espera, acho que já sei a resposta... Você é a noiva do Rokudaime, certo?! — ele perguntou todo feliz por ter jogado a hipótese no ar, tendo a certeza de que era essa a designação de Anri. 

Gaara, Anri e Hanabi quase caíram no chão com o que Kankuro havia dito. A princesa que já estava furiosa com o rapaz, deu mais alguns passos para fora e ficou de frente a ele. — Eu não sou tão velha assim pra me casar com o Hokage-san! Eu farei 17 anos! — gritou, começando assim uma discussão com o indivíduo. 

— Ai, esses dois... — Hanabi comentou, colocando sua mão sobre a testa enquanto suspirava. Gaara que até então estava em silêncio, apenas observou seu irmão e sua nova amiga discutindo no corredor, fazendo com que alguns empregados fossem até eles para tentarem apartar a discussão. 

Ela é dois anos mais nova que eu e possui todas aquelas cicatrizes... Pelo que você passou, Anri? 

Pensou, seguindo em direção aos dois, parando a briga entre eles. — Já basta. Nós estamos atrasados para comparecermos ao Exame Chuunin. Kankuro, pare de ficar tentando começar uma briga com alguém que acabou de conhecer. — tentou dizer seriamente para o irmão que apenas resmungou e virou seu rosto para o lado. 

— Isso vale para você também, Anri — a loira foi até a amiga, vendo que ela fez o mesmo movimento que o encapuzado, mas para o lado contrário. — Esses dois são iguais... — comentou baixinho, suspirando novamente enquanto guiava a garota pelos corredores atrás da dupla de homens que seguiam na frente. 

Um silêncio tinha se formado entre os quatro, que era quebrado apenas pelos empregados das fontes termais que os cumprimentavam com leves reverencias. Ao saírem do estabelecimento, Kankuro seguiu em frente sem se importar com os outros, ainda furioso pelo acontecido mais cedo. 

— Ele está de mau humor desde que acordou, já me desculpo pelas confusões que ele causou agora pouco — Gaara disse, olhando para o indivíduo em sua frente enquanto andava ao lado de Anri e Hanabi. 

— Eu que devo me desculpar com você, Gaara... Fui um pouco grossa mais cedo também — a princesa falou, apertando de leve o tecido que cobria seus braços. Seus olhos encarando o chão em sua frente enquanto caminhava. 

— Eu também devo me desculpar, acabei a pressionando demais com aquelas perguntas — respondeu o ruivo, olhando para o lado, disfarçando a culpa que sentia dentro de si. 

A loira que apenas ouvia os dois ficou um pouco confusa, já que de manhã quando tomou café de manhã com a companheira, não se encontrou com o kazekage em nenhum momento. — Anri, você se encontrou com o Kazekage-sama de manhã? — essa pergunta fez com que os dois percebessem o que tinham acabado de dizer um para o outro, deixando-os um pouco corados. 

— Ahn, sim... Eu encontrei com Gaara antes de tomarmos café da manhã, ele veio até meu quarto perguntar...Se eu tinha uma toalha sobrando... — Anri tentou desconversar, suas bochechas ardendo por causa da vergonha que tinha passado naquela manhã, na qual não poderia revelar nada para a amiga. 

— S-Sim.. Eu percebi que estava faltando toalhas em meu armário — Gaara tentou entrar na conversa, o que deixou Hanabi mais desconfiada do que poderia de fato ter acontecido por conta dessa desculpa esfarrapada, mas em vez de tentar tirar mais informações, deixou isso de lado. 

Os três ficaram em silêncio pelo resto do caminho, a princesa e o kazekage não se atreviam a encarar um ao outro para que nada mais pudesse acabar escapando pelos lábios e expressão dos dois. Ao chegarem ao local designado, encontraram vários grupos de garotos e garotas conversando entre si. 

— Chegaram em boa hora — uma voz tirou os quatro de seus devaneios. Ao virarem seus rostos em direção que ouviram, encontraram o hokage junto de mais alguns ninjas. 

— Nos desculpe pela demora, Rokudaime — Gaara tomou a frente, indo cumprimentar seu companheiro com um aperto de mão. Anri que estava um pouco mais atrás, vai em direção ao homem de cabelos prateados e faz uma leve reverencia com seu longo quimono. — Desculpe a demora Hokage-san, acabei demorando um pouco para me vestir adequadamente para a ocasião. 

— Oh, você está muito bela assim. Mas tem mesmo certeza de que posso revelar sua posição social a todos? — Kakashi fez uma leve reverencia também, voltando a encarar a garota que tinha um olhar sério. — Sim — foi sua única resposta. 

— Certo, então... Todos aqui presentes que farão o Exame Chuunin, formem filas um ao lado do outro de acordo com seu grupo — o hokage disse em voz alta, chamando a atenção de todos ali presentes que começaram a se movimentar para ficarem em posição. 

Ao longe, um trio corria sem parar até onde estava concentrado todos os genins de diversas aldeias. Eles estavam cobertos de sujeira e alguns arranhões pelo corpo, o garoto de cabelos castanhos liderando os outros dois. 

— Conseguiram chegar bem a tempo, Toki, Miki e Kyo — um dos ninjas que já estavam em fila comentou bem baixo para os três que se alinharam assim como os outros, ofegando pela corrida que fizeram. — Tivemos uns probleminhas no caminho — comentou Kyo que ainda recuperava o fôlego perdido. 

Assim que ouviram o hokage voltar a falar, todos os ninjas ali presentes voltaram sua atenção para o homem que segurava um grande chapéu vermelho com o kanji de fogo estampado. Em seu lado direito se encontrava o rapaz ruivo com um chapéu no mesmo estilo em mãos, mas na cor verde e com o kanji de vento. 

Alguns passos atrás e do lado esquerdo de Kakashi, se encontrava uma garota em um longo quimono detalhado, com uma coroa em sua cabeça seguida de vários acessórios com o símbolo da Lótus. — Hoje realizaremos o tão esperado Exame Chuunin, agradeço a todos que estão aqui para participar e também à nossa convidada especial que veio de longe apenas para acompanhar esse evento. Lhes apresento a princesa Anri que veio da ilha de Lótus, a ilha recém descoberta pelo país da água e do fogo. — o grisalho falou, fazendo todos que estavam ali presentes ficarem surpresos, até mesmo Kankuro ao descobrir a verdadeira identidade da garota na qual ele ficou provocando. 

Anri que até então estava atrás, deu alguns passos em frente, ficando na mesma linha que os dois. Ela deu um sorriso leve para todos ali presentes e dobrou seus joelhos, fazendo uma reverencia enquanto segurava parte de seu quimono com as duas mãos. — É com grande prazer que estou aqui para acompanhar tal exame, desejo sorte a todos e muito obrigada pela hospitalidade. 

Assim que ela terminou de falar, antes mesmo que pudesse desfazer a reverencia, algo brilhante surgiu do meio dos participantes do exame indo em direção à sua cabeça, era algo afiado e pequeno. Ao se aproximar mais do alvo todos ali perceberam que era uma kunai que voava em direção à princesa para matá-la... 


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Notas finais do capítulo

Vish e agora? O que será que vai acontecer agora? *musiquinha de suspense*

Vou deixar essa dúvida no ar, alguém tem algum palpite do que virá? Estou de ouvidos, ou melhor, de olhos abertos pra isso haha xDD

Vamos então para as notas finais:

— As partes inteiras em itálico, tirando os pensamentos, denotam o passado, toda vez que eu utilizar isso, é a quebra de cena fazendo os clássicos flashbacks em naruto.

— Uma novidade que eu tenho é que eu criei um grupo no discord para a fanfic, se quiserem entrar nele para interagirem mais comigo ou com outros leitores, fiquem a vontade de entrar, fiz com o intuito de conversar mais sobre a história(olá, leitores fantasmas), entre outras coisas~ (o link é esse aqui: https://discord.gg/xwHcrUZ )

— Se não conseguirem entrar, mandem uma mensagem privada ou até mesmo um comentário pedindo um link que tento mandar outro o mais rápido possível.

— A vestimenta de Anri aqui está como as princesas no estilo do Japão, ou seja, não usando aqueles vestidos super mega elegantes, quem sabe mais pra frente ela não use assim quando houver outra quebra de tempo(hehe).

Acho que falei tudo que precisava, não sei agora... Se tiverem alguma dúvida, é só me perguntarem que ficarei feliz em responder, obrigada pela atenção até aqui e até o próximo capítulo~



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