A Flor de Lótus escrita por Lihchan42


Capítulo 4
Capítulo 3 - Águas Termais


Notas iniciais do capítulo

Olá, me desculpem a demora, tive um bloqueio criativo imenso nesse capítulo (chamei ele até de amaldiçoado) e não tive muito tempo ultimamente por conta da faculdade. Era para ele ter saído 3 dias atrás mas tive muitos imprevistos, mesmo assim farei o possível para postar o mais rápido possível e não a deixarei em hiatus para sempre como outras fanfics minhas.

Uma coisa que eu esqueci de avisar antes, eu estou seguindo o universo do mangá, ou seja, não vi o anime(não me matem por isso) e pode ser que algumas coisas não batam se vocês acompanharam os episódios mesmo(pode ser que tenha alguns elementos no caminho do anime por conta de umas informações aqui e ali que não revelarei agora por conta de ser spoiler). Mas é isso, não estranhem e qualquer dúvida perguntem que responderei com o maior prazer.

Capítulo totalmente cheio de falas, sanação de dúvidas e geração de novas. Prometo que no próximo vai ter mais ação e agradeço ao que colocou para acompanhar a história, me deixa feliz saber que mais gente acompanha além dos meus queridos amigos, obrigada mesmo.

Boa Leitura~



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— Sim. Vim da vila de Lótus situada bem na divisão entre o país do fogo e da água... Sou Anri, a princesa de Lótus. — a garota de longos cabelos escuros deu uma leve reverencia em direção ao hokage, mostrando seu respeito a ele. — Conto com você para nos guiar pelo exame chuunin. 

— Será uma honra — o homem respondeu fazendo os mesmos gestos. — Como sei que não está habituada com a vila de Konoha, amanhã após a primeira etapa do exame pedirei a alguém que a guie pelos arredores. 

— Não há necessidade disso, não se preocupe comigo Hokage-san — pediu um pouco afobada, colocando suas mãos em frente ao corpo em sinal de negação. — Eu ficarei bem, se eu ficar perdida pergunto para as pessoas que estiverem próximas, realmente não precisa se preocupar com isso. 

— Mesmo que não veja necessidade, devo colocar guardas por perto, principalmente por você ser uma princesa. Não quero que nada aconteça com você estando em nosso país — prosseguiu o grisalho dando um leve suspiro por baixo da máscara. 

Anri ficou em silêncio, parecia que nada que ela pudesse dizer iria mudar a opinião da pessoa em sua frente. — Eu ia pedir para o Naruto e os outros ficarem ao seu lado, mas todos estão em uma missão... Eles provavelmente seriam suas melhores companhias considerando que vocês tem quase a mesma idade — no momento em que ela escutou o nome da pessoa que iria escoltá-la se estivesse pelas redondezas, imaginou uma massa branca com uma linha em espiral rosa no centro. 

— Comida? — sussurrou mais para si do que para os indivíduos em sua volta, o que arrancou alguns risos da dupla de kages. — Hum? Falei algo estranho? — ela começou a sentir suas bochechas queimarem por conta da reação dos dois. 

— Realmente, naruto seria a pasta de peixe. Mas dessa vez nos referimos a uma pessoa mesmo, ele é bem barulhento e cabeça dura — Kakashi deu uma breve pausa, relembrando do garoto que foi seu aluno. — Só que mesmo sendo assim, ele é realmente uma boa pessoa... — mesmo que Anri não conseguisse ver os lábios do hokage, sabia que ele deveria estar sorrindo. 

— Então espero conhecê-lo algum dia e reforço novamente que não há necessidade de colocar alguém comigo, Hokage-san. Principalmente quando não há pessoas disponíveis no momento — ao ouvir essas palavras, o grisalho apenas deu um leve suspiro, colocando sua mão direita sobre a nuca. 

— Rokudaime, não conheço tanto Konoha como vocês mas posso me candidatar a protegê-la. Isso se Anri não se importar... — o ruivo que ficou em silêncio apenas acompanhando a conversa decidiu se intrometer. Quando seus olhos se encontraram com os da garota, ela rapidamente desviou o olhar para o lado — Não vejo problemas com isso, mas eu poderia acabar te incomodando por ter de ficar ao meu lado por conta do meu status... — sussurrou as últimas palavras. 

— Isso não seria um incômodo, e na certa o Naruto faria a mesma coisa se estivesse aqui — Gaara pegou algo de um bolso escondido em sua calça e levou sua palma fechada em direção à moça, chamando sua atenção. — Irei protegê-la com a minha vida se for preciso, pois somos companheiros agora, certo? — perguntou abrindo os dedos, demonstrando o amuleto na qual ela dera alguns minutos antes. 

A princesa ficou sem palavras com os argumentos utilizados por seu novo amigo. Deu um longo suspiro e sorriu, colocando sua mão sobre a dele fazendo com que os dois apertassem o amuleto um contra o outro. — Falando assim, não conseguirei negar. Conto com você então, Gaara.  

Após observar a relação dos dois em sua frente, o hokage retirou sua mão atrás da nuca e a colocou no quadril, fazendo uma pose mais relaxada. — Agora que está tudo certo, devo informar que amanhã o exame acontecerá perto do horário de almoço, espero que estejam descansados até lá. Deixei preparado alguns quartos em uma pousada com águas termais... 

— Águas termais? Não precisava de tudo isso Hokage-san — Anri o interrompe, mas antes que conseguisse continuar seu protesto, Kakashi voltou a falar. — Bem, agora já está feito. Só me digam quantas pessoas estão os acompanhando para lhes dar o número correspondente de chaves... 

— Como a Temari resolveu ficar pela vila de Konoha, vim apenas com o Kankuro — relatou Gaara tomando a frente. A garota aproveitou e resolveu falar também — Vim com uma companheira, Aoyama Hanabi. 

— Apenas uma pessoa? — perguntou o homem, curioso. Ela assentiu de leve com a cabeça e deu um sorriso. — Eu falei que não havia necessidade de pessoas para me proteger, posso dar conta. Além de a Hanabi ser mais voltada para ninjutsus médicos... 

Suas palavras fizeram os dois ali presentes ficarem pensativos, como uma garota considerada a princesa de uma vila conseguiu fazer uma viagem, mesmo que curta, sem esbarrar com pessoas que poderiam desejar o poder de seu status? Ela realmente seria poderosa ao ponto de conseguir se proteger ou realmente não haviam inimigos? Eram muitas perguntas que surgiam ao imaginarem como foi a vida dela até aquele momento. 

— Vocês ficaram em silêncio... Algum problema? — a princesa perguntou, olhando a expressão pensativa da dupla de kages. Os dois apenas se entreolharam e se entenderam com o olhar, mesmo que ela pudesse não ter inimigos à espreita, eles ficariam atentos quanto a isso. — Não há nenhum problema, apenas ficamos pensando o quanto foi tranquila sua viagem até aqui — respondeu o hokage. 

— Daqui até a vila de Lótus dura em torno de um dia se você for habilidoso o suficiente para atravessar o oceano sem necessitar de um transporte marítimo. Como nós duas tivemos alguns problemas no caminho, viemos de barco com alguns comerciantes e demoramos dois dias de viagem — comentou lembrando de sua jornada. 

— Então esteve acompanhada de mais pessoas até chegar ao país do fogo? — Gaara perguntou, imaginando que isso poderia ter afastado possíveis inimigos. — Sim, mas foi até o porto. Depois disso só eu e Hanabi seguimos viagem até chegarmos em Konoha — a última frase fez com que a dupla de kages ficassem um pouco pensativos, mas dessa vez não demonstraram tanto como antes. 

Antes que todos entrassem em silêncio novamente, Kakashi começou a andar em direção à mesa que estava atrás de si, abrindo uma pequena gaveta cheia de objetos. — Deixando isso de lado, Gaara ficará mesmo assim ao seu lado para que não aconteça eventuais problemas — relatou enquanto retirava quatro chaves, duas delas contendo um pequeno papel com uma estrela de cinco pontas gravada. 

— Aqui estão as chaves da pousada. Os que estão com as estrelas correspondem aos quartos de vocês dois. Não fica tão longe daqui, se vocês seguirem para a direita ao se aproximarem da parede com os rostos de todos os hokages conseguirão achar sem problemas o local designado — informou o homem ao se aproximar novamente dos dois, colocando duas chaves na mão de cada um. 

O casal agradece em uníssono apertando as chaves em suas mãos e as guardando nos bolsos de suas vestes. Ao darem uma leve reverencia antes de saírem da sala por terem terminado a conversa, o grisalho pediu ao ruivo para que ficasse por mais um momento antes que fosse embora com a garota. 

Assim que ela fechou a porta, Kakashi começou a dizer em um tom sério. — Godaime, presumo que ficou surpreso com as coisas ditas aqui pela princesa assim como eu. Portanto irei lhe contar sobre o que minha equipe de reconhecimento relatou quando descobriram a ilha de onde ela vem — no momento em que terminou sua frase, voltou a andar em direção à sua mesa. 

— Fiquei surpreso em saber que ela é uma princesa. Quando a encontrei antes, ela não se referiu a si mesma com esse título — comentou Gaara acompanhando os movimentos do companheiro com os olhos. 

— Ela pode ter feito isso para manter a identidade escondida. Devemos levar isso em consideração sobre ela não ter alguns guardas por perto para escoltá-la — o homem disse sentando-se na cadeira e retirando um caderno pequeno de uma gaveta. — Mas antes disso, pelo que eu li nos relatórios, Anri foi a pessoa quem confrontou o time de reconhecimento do capitão Yamato... 

— Sozinha? — o ruivo arriscou perguntar, interrompendo o hokage que concordou com a cabeça e voltou a falar. — Eles descreveram que ela apareceu subitamente os atacando pensando que fossem ladrões. Eles tiveram certa dificuldade em se defenderem por conta do ambiente diferente, parece que havia muito lodo por onde passaram e isso dificultava o movimento do time como um todo. 

— Seria essa a posição que ela relatou sobre conseguir dar conta? Por ter derrotado os homens enviados pelo senhor... Apesar de que ela possuía conhecimento do local onde aconteceu a luta com o time de reconhecimento... — o Kazekage novamente ficou pensativo com o que ouvira, tentando relacionar os fatos. 

— Há muitos mistérios a envolvendo. Ela é uma princesa na qual não temos muitas informações, mas se ela não fizer nada de mal com relação aos países não há necessidade de nos preocuparmos. E provavelmente Anri mostrará um pouco mais de suas habilidades em sua estadia por aqui — o grisalho comentou enquanto folheava o caderno onde havia várias informações. 

— É o que esperamos... Algo que me deixou intrigado quando a encontrei pela primeira vez foi o modo como ela quase caiu no chão se eu não tivesse interceptado a queda. Parece que algo a distraiu por um breve momento para que sua concentração fosse tomada exclusivamente para isso — Gaara relatou, lembrando de como ela olhava para os lados na momento da queda. — Ela não quis nem revelar a razão para sua companheira. 

— Isso é realmente estranho. Será que ela percebeu um possível inimigo nos arredores? Devemos ficar alertas quanto a isso...E sobre o Exame Chuunin que ocorrerá amanhã, Anri se mostrou interessada em como são feito os testes em uma mensagem que trocamos a um tempo atrás. Parece que ela quer mandar algumas pessoas da vila para prestarem o exame. 

— Interessante saber que mais vilas estão se interessando em ingressar no exame, assim a relação com elas podem se tornar maiores, será um grande benefício para todos — complementou o kazekage. — Ficarei por perto dela, qualquer coisa que eu descobrir a mais irei lhe informando, Rokudaime. 

Kakashi apenas deu um breve aceno com a cabeça, concordando com a decisão de seu companheiro. — Você realmente se interessou nela, Godaime... — soltou no ar enquanto observava o rapaz se dirigindo à porta. Ele então parou sua caminhada e voltou seu olhar para o homem sentado. 

— Ela é um pouco misteriosa, principalmente por não a conhecermos bem. Mas é isso que me fez ficar curioso... — assim que terminou a frase, os dois começaram a ouvir algumas vozes altas vindas atrás da porta fechada do escritório. — Acho que eu irei agora, antes que Kankuro tente algo contra a princesa... 

— Deixemos a conversa para amanhã, espero que tenham uma boa noite — o grisalho fez uma leve reverencia com a cabeça, acompanhando com o olhar o ruivo abrir a porta do local, se deparando com a princesa discutindo com o irmão de Gaara e uma kunai fincada na parede oposta à da porta. Assim que o kazekage saiu do local, o hokage encostou sua cabeça em sua cadeira e relaxou, voltando seu olhar para a gaveta aberta de sua mesa. 

Ao reparar mais atentamente no conteúdo dentro dela, algo chamou sua atenção. Duas pequenas chaves juntas com um papel preso em cada uma, o grisalho retirou as coisas que estavam tampando sua visão para o que estava gravado nos papéis e se deparou com duas estrelas de quatro pontas. — Será que eu acabei errando as chaves...? — sussurrou, tentando lembrar o significado de cada gravura. 

Após dois minutos se relembrando do momento em que negociava com o gerente das águas termais, percebeu que havia feito uma confusão e deixou com o kazekage e a princesa as chaves que seriam entregues para o Naruto e a Hinata após sua volta de uma missão no país vizinho. Por um segundo pensou em ir atrás deles para trocar, mas antes que se levantasse da cadeira, apenas resolveu deixar como estava.  

Se o Godaime realmente virou o guarda-costas da princesa, esse é o melhor jeito de ele a protegê-la... 

E voltou a mexer em sua gaveta, redescobrindo algumas coisas que havia colocado ali em sua trajetória como hokage. 

~~ 

Ao fechar a porta atrás de si, Gaara se deparou com seu irmão e Anri um em frente ao outro com olhares furiosos enquanto trocavam insultos. Ele suspirou e deu um passo, se posicionando bem no meio dos dois. 

— Então, o que está acontecendo dessa vez? — perguntou, tirando a atenção dos três ali presentes. — E por que tem uma kunai fincada na parede? — o kazekage apontou para o objeto que estava perfeitamente equilibrado no concreto. 

Hanabi que estava quieta até o momento só observando os dois discutirem tomou a frente e retirou a arma do lugar, colocando-a no pequeno bolso que estava preso em sua perna direita. — Essa kunai é minha, eu apenas tive que usá-la para resolver um problema na qual já foi resolvido pela Anri... 

— Gaara, essa garota tentou me matar! — gritou Kankuro apontando para a loira que apenas o olhou com desdém, antes que o rapaz pudesse continuar a se defender, ele é interrompido pela garota de cabelos escuros. — Mas você fez algo com a Hanabi para ela ter reagido assim, não é culpa dela você ter quase recebido uma kunai na testa! 

Antes que a discussão se iniciasse novamente, Gaara levantou o pulso no rosto do encapuzado e mostrou a chave, retirando totalmente a atenção dele. — Essa é a chave de seu quarto, Kankuro. Vamos apenas parar com as discussões — comentou, soltando o objeto na mão do rapaz que segurou firmemente e concordou meio relutante. 

— Oh, verdade. Aqui está sua chave Hanabi — Anri que havia esquecido completamente da existência das chaves, pegou o objeto que havia deixado no pequeno bolso preso em sua perna esquerda e o depositou nas mãos da companheira que agradeceu silenciosamente. 

— Podemos ir então? — perguntou o ruivo, na qual percebeu que os três concordaram e seguiram andando pelo corredor. O silêncio predominando após tudo que ocorreu até aquele momento. 

Não aguentando aquele clima, Kankuro decide quebrar o silêncio falando com seu irmão que andava mais a frente. — Ei, Gaara. Por que vocês demoraram tanto? E quem é essa pirralha para ela ter ido sozinha falar com o Hokage? 

O rapaz então ficou pensativo, ele poderia falar para o próprio irmão quem ela era ou deveria manter segredo? Seus olhos seguiram em direção à garota que andava a poucos metros atrás de si, ao reparar que estava sendo observada e por ter escutado a pergunta do outro, colocou o dedo indicador da mão direita em frente aos lábios, dando um leve sorriso. 

— Bem, tínhamos muitas coisas a conversar e... Amanhã você descobrirá quem ela é, tenho certeza de que se surpreenderá assim como eu — respondeu com um pequeno sorriso no rosto, deixando o encapuzado um pouco confuso com a resposta. 

Após terem andado alguns metros em direção às cabeças estampadas na rocha, eles viraram à direita como foram instruídos pelo hokage. Nem necessitaram andar muito para acharem a pousada, ao se aproximarem da entrada, alguns dos funcionários já os recepcionavam observando que eles possuíam as chaves dadas pelo hokage. 

— Agora que eu acabei reparando... Vocês não trouxeram nenhuma bagagem? — Gaara perguntou olhando para as mãos vazias de Anri e Hanabi. As duas apenas se entreolharam e sorriram uma para a outra. — Pode parecer que estamos sem bagagem, Kazekage-sama, mas temos nossos outros métodos de transportar eles... — respondeu a loira que apenas apontou para a princesa ao seu lado. 

Anri começou a fazer alguns movimentos com as mãos, assim que terminou uma sequência de selos, mordeu o dedão da mão direita que começou a sangrar e levou a duas palmas ao chão, fazendo com que aparecesse pequenos ideogramas negros no local. — Técnica de invocação! — assim que falou, uma fumaça surgiu repentinamente e no meio dela havia uma grande tartaruga verde escura com algumas malas sobre seu casco. 

— Vocês demoraram em me invocar... — comentou o animal que parecia estar entediado, para a surpresa de Kankuro, Gaara e os funcionários, a tartaruga deu um leve bocejo. Anri e Hanabi se aproximaram da criatura e fizeram carinho em sua cabeça, se desculpando enquanto pegavam os pertences que estavam em cima dela. 

— Tivemos alguns probleminhas no caminho, me desculpe mesmo a demora Ma-kun — falou a princesa que pegava a última mala, colocando-a no chão próximo aos funcionários que mesmo um pouco surpresos, ajudaram-na a pegar seus pertences. 

— Oh, espero que não tenha se metido em problemas novamente, Anri. Não me deixe preocupado como da última vez — a tartaruga comentou, fazendo a garota corar um pouco. — Bem, espero que se cuide, irei retornar para descansar. Até algum dia, Anri e Hanabi — assim que terminou sua frase, desapareceu em um punhado de fumaça. 

— Hoh, então quer dizer que a pirralha já se meteu em problemas antes... Interessante — Kankuro comentou um pouco alto, fazendo todos escutarem. No momento em que Anri escutou isso, fechou seus punhos nervosa, relembrando do acontecimento na qual o animal tinha tocado no assunto. 

— Isso é algo que não te interessa, cara pintada! — gritou grosseiramente, pegando uma mala grande e uma pequena. — Hanabi, vamos para nossos quartos — disse séria, passando pela garota que ficou um pouco preocupada com a reação da amiga. Os funcionários que carregavam as outras pequenas malas a seguiram até a porta de entrada. 

Gaara percebeu a mudança de humor instantânea da princesa, os seus olhos verdes que estavam brilhantes agora possuíam uma sombra escura por conta do que a criatura falara, isso de alguma forma o deixou incomodado, mas não se atreveria a comentar sobre o assunto.  

— Nossa, que grossa — comentou Kankuro após o incidente, o ruivo foi até ele e colocou a mão direita sobre o ombro direito do rapaz. — Kankuro, dessa vez você mereceu isso — foi o único comentário do kazekage antes de dar um leve tapinha no local onde sua mão estava, seguindo o mesmo caminho que as garotas percorreram com os funcionários. 

Assim que as duas chegarem em seus determinados quartos, repararam que estariam uma do lado da outra, ficaram felizes de poder estarem perto. Gaara que chegou após alguns minutos, se deparou com a cena e deu um leve sorriso, percebendo que seu quarto seria ao lado de Anri. 

— Damas e rapazes, o jantar será servido em breve no salão ao lado, peço que se estabeleçam em seus quartos primeiro para que possam desfrutar da comida de nossa pousada. — uma senhora de cabelos brancos amarrados em um coque, vestindo um quimono rosa, começou a falar no segundo em que Kankuro chegou no local. — E espero que deixem a diversão para depois... — soltou uma leve risadinha enquanto encarava a garota de cabelos escuros e o ruivo que ficaram confusos com a frase. 

— No mais, espero que gostem de sua estadia por aqui — terminou fazendo uma reverencia longa, juntamente com os outros funcionários. Os quatro agradeceram e adentraram em seus respectivos quartos com suas bagagens. 

Ao adentrar o quarto, Anri observou bem o cômodo na qual havia uma pequena estante baixa com um espelho no canto esquerdo e um futon bem no centro com kanjis do nome da pousada. Do lado direito estava situado um pequeno armário com uma das portas abertas onde ela conseguia ver um roupão branco e algumas toalhas organizadas. Em um canto perto da porta, havia uma mesa baixa com um vaso de flor bem no centro. 

— Coisas simples realmente são as melhores... — comentou sorrindo, deixando as malas do lado da mesa e indo até o armário, retirando o roupão branco, jogando-o sobre o futon. Ela começou a se despir, mas antes que retirasse os acessórios em torno de suas mãos, parou com a ação. — Acho melhor eu não tirar essas coisas... — murmurou, deixando-as como estavam. 

Com todo o resto retirado de seu corpo, colocou o roupão delicadamente, sentindo a maciez do tecido. Mas não poderia ficar muito tempo apreciando, ela ainda possuía uma tarefa a fazer. — Aquele chakra estranho de antes pode estar por perto... — sussurrou andando em direção à porta de correr do lado oposto ao da porta de entrada. 

Seus dedos lentamente tocaram a pequena maçaneta, empurrando a porta para o lado. O ambiente que Anri presenciou a deixou sem palavras, a alguns metros após um tablado de madeira, havia uma pequena lagoa cercada de pedras de variados tamanhos. Vapor deixava o lugar com aparência serena, o que deixava a garota mais calma. 

— Que lugar lindo... — comentou dando um passo para fora do quarto, sentindo em seu pé a madeira meio úmida e aquecida. Quando olhou para o lado direito, percebeu que existia uma pequena porta na qual dava para um pequeno banheiro, logo em seguida havia um local para se banhar com chuveiro e uma torneira com um balde e um pequeno banquinho em sua frente. 

Quero aproveitar, mas esse não é o momento para isso... 

Ao se lembrar em pensamentos o que deveria fazer ali, respirou fundo e deu mais alguns passos em frente, chegando no chão de pedra. A princesa começou a fazer novamente selos com as duas mãos, assim que terminou a sequência, mordeu os dois dedões ao mesmo tempo, fazendo filetes de sangue aparecerem. 

— Técnica de invocação! — falou meio baixo quando colocou as duas mãos no chão, fazendo vários ideogramas negros aparecerem em torno de seus membros. Após alguns segundos, duas nuvens de fumaça brotam do chão, revelando um pequeno esquilo castanho com uma linha vermelha presa na cauda em seu lado direito e no lado esquerdo um pequeno coelho branco de olhos vermelhos e um laço no mesmo tom preso em seu pescoço. 

— Princesa Anri, o que deseja de nós? — perguntam em uníssono, felizes em ver a garota em sua frente. — Ri-chan, Usa-chan, necessito primeiro que não contem nada à Hanabi ou qualquer outro habitante da ilha, isso será uma missão secreta para vocês — ela retribuiu a felicidade dos dois animais com um sorriso no rosto, mas assim que tinha começado a falar, seu semblante ficou sério. 

— O que seria essa missão, princesa? — perguntou o coelho, curioso em saber no que deveria fazer. — Eu gostaria que vocês espalhassem essa marca envolta da vila de Konoha, como vocês dois são os mais rápidos e discretos para essa missão, escolhi vocês... Ri-chan — ela pousou o dedo indicador e o médio da mão direita na testa do esquilo, fazendo uma pequena tatuagem em forma de lótus aberta e se virou para fazer o mesmo movimento no coelho. — E Usa-chan. 

— Eu senti uma presença estranha mais cedo, então farei uma proteção temporária na vila com essas marcas para que nada aconteça. Não quero que Hanabi saiba disso para não deixá-la preocupada — Seu olhar se desvia para o lado. As duas criaturas entendem o lado da garota e apenas se entreolham. 

— Princesa, deixe isso com nós, terminaremos a missão rapidamente — falou o coelho, levantando a patinha esquerda. O esquilo apenas concordou e fez o mesmo movimento. — Obrigada — Anri toca as duas patinhas e esboça um sorriso leve. 

— Nós que agradecemos por confiar em nós. Até, princesa Anri — assim que dizem em conjunto, os dois animais pulam e desaparecem por trás das cercas de madeira que limitavam as termas, cada um seguindo para um lado.  

Pelo menos uma coisa feita, agora só necessito esperar... 

A garota se levantou do chão na qual se encontrava agachada e se dirigiu novamente para o piso de madeira, indo em direção à torneira. Seus dedos ainda com um pouco de sangue escorrendo tocam a superfície fria do objeto e com delicadeza ela gira em sentido horário, tomando o devido cuidado para que não caísse nenhum pingo em sua luva de palma e punho. 

— Não posso deixar rastros de que eu fiz outra invocação... — sussurrou, colocando os dois dedos ensanguentados embaixo da água corrente que estava meio quente, sumindo os rastros de que havia cortes ali. — Prontinho, sem evidências — ela observou bem os dedões que não haviam nenhuma cicatriz, além de suas luvas ainda continuarem secas. 

Eles já devem estar me esperando para jantar... Tenho que me apressar antes que suspeitem. 

Pensou, antes de secar cuidadosamente seus dedos no roupão e começar a caminhar rapidamente em direção ao quarto, adentrando ele e fechando a porta atrás de si. Anri foi até sua pequena mesa e apontou para o vaso de flor na qual continha uma pequena rosa vermelha. 

— Me desculpe pequena flor, mas você terá uma nova companheira temporária — avisou, apontando para a terra ao lado da rosa. Em poucos segundos surgiu um pequeno broto laranja circundada com uma fina camada de chakra. 

Assim que acabou de sintetizar uma nova flor, a princesa deu um leve sorriso e saiu do quarto, fechando delicadamente a porta. Seus passos se tornaram apressados pelo corredor até sua chegada no salão onde os três estavam reunidos e apenas a esperando para começarem a jantar. 

— Parece que estou atrasada... — comentou, fazendo uma reverencia para os presentes. No momento em que terminou a ação, saiu andando para o lado de Hanabi que estava sentada de frente a um rapaz de cabelos castanhos. — Minhas sinceras desculpas, fui ver as águas termais e acabei me perdendo no tempo... — ao olhar mais atentamente para a pessoa em frente à amiga, pensou por um momento quem poderia ser. 

— Cara pintada?! — perguntou surpresa após um tempo, não acreditando que era ele sem aquele capuz e as pinturas no rosto que utilizava no momento em que se conheceram. Antes que Kankuro pudesse responder com algum insulto, é interrompido pelo irmão que apenas encenou uma tosse, chamando a atenção de todos. 

— Agora que estamos todos aqui, podemos começar a comer — Gaara comentou tentando quebrar o clima, sorrindo para a princesa que apenas corou de leve. — Não precisavam ter esperado por mim, vocês poderiam ter começado a comer sem minha presença por aqui... — Anri sussurrou um pouco envergonhada por ter feito eles a esperarem. 

Ao ver que todos já estavam começando a comer, ela levou sua mão direita em direção aos hashis que estavam sobre uma pequena tigela preta com adornos coloridos. Antes que seus dedos tocassem o objeto, o rapaz em frente à Hanabi soltou um comentário no ar. — Nem para comer você retira suas luvas? Isso é muito feio de sua parte, pirralha. 

A garota parou o que estava fazendo, receosa com o comentário que ouviu. Seus lábios abriram por um momento e logo após se fecharam, ela não sabia o que falar, virando seu olhar para o lado contrário de onde o rapaz estava, encarando o chão enquanto levava sua mão direita ao seu colo, apertando-a com a outra mão, principalmente o local onde suas luvas de mão e punho escondiam. 

Vendo a reação da pessoa em sua frente, o ruivo ficou um pouco preocupado e ia falar algo para o homem ao seu lado até que é interrompido antes mesmo que pudesse dizer qualquer palavra. — Não vejo problemas com isso, Kankuro-san. Lá em nossa vila ninguém nunca nos obrigou a retirar nossos pertences antes de começarmos a comer, mesmo eles sendo simples luvas — Hanabi resolveu se intrometer, colocando em seguida um pouco de arroz em sua boca. 

— Kankuro, não há necessidades de implicações, principalmente agora. Anri, não ligue para as palavras dele e apenas continue a comer, se ele começar novamente, darei um jeito de pará-lo — o kazekage falou, observando que a princesa em sua frente olhou para ele ainda um pouco receosa. O olhar dos dois se encontraram e ela desviou os olhos para o lado um pouco corada, fazendo um leve aceno com a cabeça voltando a pegar os hashis de antes. 

Depois de ser repreendido por seu companheiro, Kankuro ficou em silêncio, voltando a comer sua comida um pouco nervoso. O silêncio reinou entre os quatro ali presentes, a única coisa que ouviam eram o som dos pratinhos batendo na mesa de madeira e da mastigação dos alimentos servidos. Anri tentava ser o mais discreta possível com o leve desconforto que sentia após ter ouvido as palavras do rapaz de cabelos escuros, o que não passou despercebido por Gaara. 

Ela está tremendo... Seus dedos nem conseguem segurar direito os hashis, será que há relação com as luvas...? Ela ficou assim após Kankuro ter comentado sobre elas, há algo muito suspeito nisso e não posso perguntar agora. O que eu posso fazer...? 

O ruivo se perdeu em pensamentos, eram tantas perguntas sobre a garota em sua frente que não sabia por onde poderia começar a sua jornada para saná-las. Seu olhar seguia cada movimento da princesa, observando atentamente até seu último gole no pequeno copo de cerâmica, vendo-a terminar sua refeição. 

— Obrigada pela comida... — sussurrou ao depositar os hashis sobre a tigela vazia em sua frente. Anri em seguida se levantou e deu uma leve reverencia aos três, lhes desejando uma boa noite, saindo em seguida pela mesma porta que entrou, seguindo em direção ao seu quarto. Hanabi deu um leve suspiro e fez o mesmo, não dando oportunidade para que o ruivo pudesse perguntar algo sobre a reação das duas. 

— Bem, obrigado pela comida. Boa noite Kankuro, irei aproveitar um pouco as fontes termais — Gaara falou, se levantando da almofada onde estava sentado, indo em direção à porta. — Agora todos se foram e me deixam aqui sozinho... — Kankuro comentou meio emburrado com tudo que aconteceu até aquele momento, terminando sua refeição. 

~~ 

Anri ao adentrar seu quarto, reparou no pequeno vaso de flor de antes e observou que agora possuía uma pequena lótus laranja com suas pétalas totalmente abertas ao lado da rosa. 

Eles terminaram o trabalho deles, obrigada Ri-chan, Usa-chan... 

Pensou, dando um leve sorriso. Ela começou a se espreguiçar e foi até o armário, retirando algumas toalhas. — Vou relaxar um pouco e começar o que eu estava planejando fazer... — sussurrou, indo em direção à porta que dava para as águas termais. — Oh, antes disso, vou retirar essa luvas... 

Antes de retirá-las de suas mãos, ela fitou a que estava na mão direita, pensando na reação de Kankuro no jantar. Seus olhos ficaram um pouco obscuros relembrando o passado, mas isso passou no momento em que quase deixou uma das toalhas caírem de seu braço esquerdo. 

Quase... 

A princesa deu um suspiro assim que conseguiu impedir que o objeto caísse, seus olhos agora encarando novamente a luva na mão direita. Fechou seus olhos por alguns segundos e suspirou novamente, retirando-a com um pouco de cuidado, fazendo o mesmo processo com a da esquerda. 

Não tenho razão de usá-las agora que vou me banhar... Ninguém verá essas cicatrizes mesmo. 

Falou consigo mesma em pensamentos, jogando as luvas sobre o futon. Feito isso, saiu do quarto e foi em direção ao chuveiro, colocando as toalhas em um gancho de metal preso a alguns centímetros do local. Anri retirou em seguida o roupão, apoiando-o em outro gancho que havia por ali. 

A garota deu dois passos para o lado e se pôs embaixo do chuveiro, levando sua mão direita até o registro, girando-o até que várias gotas começassem a cair sobre sua cabeça. Ela fechou os olhos e começou a aproveitar a sensação da água em seu corpo, começando assim, seu banho após a longa viagem que percorreu até ali. 

Após terminar de se lavar e secar um pouco de seu cabelo, ela prendeu todos os fios em um coque, colocando uma toalha por cima. — Hora de aproveitar essa fonte — falou meio animada, andando em direção à lagoa. Ao se aproximar mais da água, sentiu o vapor tocando seu rosto e seu corpo nu. 

Anri resolveu colocar primeiro seu pé direito, entrando lentamente naquela água quente, sentia seu corpo todo queimar por alguns segundo até se acostumar com a temperatura, começando a se sentir relaxada e aliviada, parecendo que suas dores e preocupações iam embora junto do vapor. 

Fazia tempo que não aproveitava algo assim... 

Pensou, relaxando um pouco. Ficou alguns minutos com os olhos fechados aproveitando aquela sensação até lembrar de que precisava fazer algo ainda. — Oh, já estava me esquecendo... — comentou baixo, andando pela lagoa. Bem no meio da fonte havia uma pedra meio grande, a princesa se dirigiu para trás dela, de frente para a cerca de madeira na qual separava as águas termais de outro local. Ela então resolveu encostar suas costas nessa pedra para ter um apoio melhor e olhou para o céu, observando a lua e as estrelas. 

— É hora do show —  sussurrou brincando, levantando seus dois braços, juntando suas duas mãos na frente de seu peito, deixando apenas o indicador e o dedo médio para cima, enquanto os outros estavam entrelaçados entre si. Fechou lentamente seus olhos começando a concentrar seu chakra. 

Terei de fazer em partes a barreira das oito pétalas, ou Hanabi descobrirá... Concentrar chakra de pouco em pouco é uma tarefa difícil e Konoha é muito grande... 

Falou consigo mesma em pensamentos, se concentrando em mandar apenas uma certa quantidade de chakra até as marcas em forma de lótus que se encontravam ao redor da vila. Antes que conseguisse com sucesso fazer uma pequena barreira, se deparou com algo estranho. 

Oh, então Konoha já possui uma barreira, mas parece que ela é só levantada de noite... Bem, terei que fazer uma por fora dela para que as duas não colidam e eu possa ter um controle melhor sobre a proteção temporária. 

Pensou, fazendo com que as marcas espalhadas brilhassem em um tom claro de laranja, imperceptíveis para outras pessoas se elas não olhassem atentamente o local marcado. Uma fina camada de chakra começou a envolver a vila a partir delas, formando um escudo invisível, circundando tudo que estava demarcado pelas pequenas gravuras de lótus. 

Após alguns minutos percorridos, a primeira barreira foi feita. Anri começou a se concentrar mais para a segunda barreira, gastando cada vez mais chakra para conseguir fazer as camadas cada vez mais espessas e firmes, tentando ao mesmo tempo não enviar uma grande quantidade de uma vez. 

 Sua concentração era tão grande que no momento em que ia começar a quinta barreira, não reparou em uma movimentação na água da lagoa onde se encontrava. Só acabou percebendo no momento em que já não conseguiria fazer mais nada... 


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Notas finais do capítulo

Capítulo meio grandinho, já me desculpo por isso, mas espero que tenham gostado.

Algumas notas só para sanar dúvidas:

— As frases em itálico são os pensamentos dos personagens

— Naruto é realmente uma massinha de peixe, apesar de ter outro nome além desse, que seria o Kamaboko.

— Futon é praticamente um edredom que você coloca no chão pra dormir como se fosse uma cama.

— Sobre a torneira e o balde, acho que vocês já viram em alguns animes ou em outros locais que em fontes termais há um cantinho para se tomar banho assim.

Bem, qualquer dúvida é só me perguntarem que eu responderei, ook? Dependendo do que for eu posso acabar acrescentando aqui pra complementar, vai que outros leitores possuem também a mesma dúvida, hehe~

— Os desenhos ainda irei fazer para ilustrar partes dos capítulos(no caso, os que já foram), quando eu tiver tempinho atualizarei sempre o link lá de antes.

Enfim, é isso, obrigada a todos que leram até aqui e realmente me desculpem a demora. Até o próximo capítulo~



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