Sweet Dreams escrita por TiaDosWhisky


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

Baseada num write prompt que vi no tumblr, criei essa fanfic aqui. Espero que gostem.



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Marinette Dupain Cheng

Quando seus dias se resumiam a ser uma vai estudante, auxiliar seus pais e sua maior preocupação era ter uma das melhores notas da escola e fugir de Chloe tudo estava indo muito bem.
Porém logo que se tornou Ladybug, assumindo a responsabilidade de cuidar de toda a cidade, principalmente de seu parceiro, Chat Noir que a cada dia que passava ficava mais próximo da mestiça, se tornando muito querido pela mesma, que acabava sempre com medo de perdê-lo a cada risco que o gatuno corria a ajudando a salvar a cidade de akumas.
O acontecimento que estava já se tornando um péssimo hábito, interrompeu mais uma vez sua noite de sono foi, trazendo para a moça num péssimo filme de terror passando diante de seus olhos, a imagem que se repetia em sua mente sempre que podia.
Chat sendo transformado em pedra para salvá-la de uma akumatizada.
— Gatinho! — Marinette acorda gritando em meio às lágrimas que caiam descontroladas de seu rosto.
Aquela dor no peito era tão real que sequer conseguia manter seu fôlego.
Desesperada, uma vez que seus pais saíram mais cedo e não queria os incomodar, pegou seu telefone e discou para sua amiga Alya que era a única pessoa com quem podia conversar uma hora daquelas.
— Aly... — chama chorosa a amiga do outro lado da linha que atendeu ao quinto toque.

Adrien Agreste

Estava mais uma vez sonhando com sua mãe desaparecendo e sua Lady o deixando também, quando algo o acordou para seu alívio.
Embora um pouco confuso pelo som de seu telefone tocando, o modelo parisiense esfregou seus olhos por algumas vezes até finalmente conseguir ler o que estava escrito em seu visor.
— Marinette...? — lendo em voz alta encarou seu kwami sonolento antes de atender ao telefone.
Primeiro conseguiu ouvir soluços que o deixaram preocupado a ponto de se levantar da cama chamando Plagg para perto.
Algo estava muito errado com sua princesa.
— Aly... — ela conseguiu falar após um tempo muito longo para o Agreste.
Indeciso sobre falar algo ou não, Adrien decidiu ficar em silêncio para que ela pudesse tomar seu tempo para falar.
Provavelmente deveria ter discado o número errado, mas sua preocupação com o estado de sua amiga era maior que qualquer coisa, logo o silêncio lhe pareceu mais vantajoso.
— Eu tive um sonho tão ruim... Não posso dizer sobre o quê, mas dói tanto. — Marinette conta nervosa recebendo um resmungo baixo do rapaz.
Incapaz de continuar em silêncio, Adrien decidiu a ajudar, mesmo que fosse a distância.
— Mari, respira fundo. — pediu calmo sentando em sua cama de novo.
— A-Adrien!? — Dupain gagueja nervosa o fazendo sorrir aliviado.
Bem, ao menos sua princesa não estava mais tão triste.
— Foi só um pesadelo, não se preocupe. — dizendo calmo recebe um grito que o deixou em choque por alguns segundos.
Será que ela morreu de vergonha do outro lado da linha?
— Que garota mais escandalosa. — Comenta Plagg indo pra debaixo do travesseiro do Agreste se esconder.
— Jesus! Me perdoe, Adrien! Não era pra ligar pra você! — implorou a moça do outro lado da linha em pânico. — É que eu estava chorando e não vi onde eu cliquei! Me desculpa! — pediu o fazendo rir do outro lado da linha.
Claro que ela tinha discado errado. Marinette jamais se abriria daquela forma com ele. Sabia bem disso, ainda sim, não havia nada a se envergonhar.
Também tinha seus próprios pesadelos, alguns mais reais que outros que por vezes o tirava o sono também, mas ainda sim, gostava de saber que até mesmo alguém tão brilhante e tão feliz quanto Marinette tinha seus sonhos sombrios.
— Não há problema, Marinette. — responde o modelo em tom divertido.
A ouvir gaguejar do outro lado da linha o fez um bem tão grande que já até havia se esquecido da sua angústia alguns minutos atrás.
— Eu te acordei né? — ela concluiu após um silêncio constrangedor. — Como eu sou burra! Muito, muito, muito, muito, mais muito burra mesmo! — ouvindo estalos que deveria ser ela batendo em sua testa, se preocupou mais uma vez.
— Na verdade, não estava conseguindo acordar de um pesadelo. Sua ligação me ajudou. — Adrien conta descontraído, recebendo um som surpreso.
— Sério? — Dupain pergunta parecendo sentar sobre a cama.
O som das molas era o mesmo de quando foi jogar videogame, logo não precisava ser um gênio pra concluir que nada a perturbou mais que a ideia de incomodá-lo, como a garota incrível que Mari era.
— Pois é. — Agreste dando de ombros deita em sua cama. — Sobre o que foi seu pesadelo? — indagando por fim esperou uma resposta.
— Não foi nada de importante, Adrien. Desculpa mesmo atrapalhar. —Cheng tentou encerrar o assunto em vão.
— Vamos lá Mari, confia em mim. Se for importante pra ti pra mim é também. — pede com certa curiosidade.
Deveria ser algo grande pra abalar a fortaleza de alegria e motivação que Marinette Dupain Cheng era. E se o pesadelo tivesse algo a ver com alguma brincadeira de Chloe era iria se ver com ele.
— Eu sonhei que perdi alguém muito especial pra mim. — falando num sussurro quase impossível de ouvir, a mestiça bufou no final.
— Ah, sim...
Seria uma incrível coincidência o fato de terem o mesmo sonho?
Bem, talvez, ainda sim, só serviu para deixar o loiro mais à vontade ainda pra falar sobre o que sonhou também.
— Sonhei com a minha mãe indo embora. — diz de uma vez sentindo seu peito pesar muito menos com aquilo.
Desabafar era realmente ótimo. Ainda mais quando a pessoa era a única em todo mundo que sabia que não o julgaria tampouco contaria a outros sobre aquela conversa de madrugada.
— E alguém que também gosto muito me deixando também. Foi muito ruim. Sei como você está se sentindo. — continuou a confessar fitando o teto escuro respirando fundo para não chorar.
Trazer aquele aperto de volta era uma péssima ideia, mas temia que se continuasse guardando acabaria se tornando algo como seu pai e ao contrário de qualquer filho normal, virar alguém como seu pai estava fora de cogitado. Sua meta era se tornar o mais diferente possível daquele homem mais gelado que o ártico.
— Aquele aperto é horrível, não? — Dupain comentou pensativa recebendo um murmúrio de concordância.
— Pareceu que meu coração estava sendo apertado por uma máquina de  compactar coisas. — observa a arrancando um sorriso.
Ao menos conseguiu a fazer rir.
— Bem, e se ficássemos pensando em coisas boas? — Cheng propôs animada.
— Tipo, os croissants dos seus pais? — ele sorri abertamente sonhador.
O que não daria por um deles?
— Ou talvez o dia que a Juleika conseguiu tirar uma foto? — Marinette recordando derrubou algo.
— O dia que você ganhou a competição de chapéus também serve princ., digo, Mari! — consertou antes que Dupain percebesse.
— Ah! E o dia que nós jogamos aqui em casa!? — ela quase grita em êxtase.
Definitivamente a tarde que passou com sua colega de classe foi mágica. Afinal de contas ela jogava bem e entendia de animes. Tinha como ser mais incrível?
— O dia que nós quase nos beijamos gravando o filme foi miauvilhoso...! — deixou escapar sem conseguir se conter.
Algumas vezes seu lado Chat aflorava de uma maneira assustadora quando sua princesa estava por perto.
Porém aquilo não deveria acontecer uma vez que suas identidades eram secretas e sua Lady o proibiu de contar.
— Como...? — Mari parece se assustar no telefone.
— Nada. Ahnm, sua vez. — riu nervoso coçando a sua cabeça.
Deus, foi por pouco.
Como que por mágica, Marinette, que sequer conseguia o olhar nos olhos começou a conversar com Adrien sobre tudo que era possível.
Lembraram-se de vários bons momentos, compartilharam lembranças boas de quando eram mais novos e sem se dar conta conversaram até que o sol despontasse no horizonte o fazendo cobrir seus olhos pela luminosidade repentina no seu quarto.
— Caramba. Já são quase seis da manhã! — Adrien pensou alto checando seu despertador, que tocaria em quinze minutos.
— Tem razão! Melhor desligamos! — Dupain responde em tom de concordância.
— Até mais tarde, Mari! — o modelo se despedindo animado coloca-se de pé na cama.
— Hey! — ela o chamou a atenção fazendo voltar seu ouvido ao telefone. — Te amo, Chaton... — despediu-se em tom baixo.
— Também te amo, Bugboo. — retornou no automático antes de desligar o celular e cair à ficha.
Marinette. Todo aquele tempo, Marinette Dupain Cheng era sua Lady, a garota dos seus sonhos. A mulher da sua vida. Deus. Como nunca se deu conta disso antes?
— Plagg! A Mari me chamou pelo apelido que my Lady me deu! — ao se jogar na cama o rapaz mexeu com o bichano.
— É, cara. Marinette é sua Ladybug. — ralhando mal humorado o bichano revira os olhos.
— Então minha conclusão está certa? — comemorou abraçando seu travesseiro.
Sentia-se tão feliz que poderia gritar pela cidade inteira.
— Só precisou de anos, um telefonema de madrugada e um pouco dos neurônios que te restam, mas finalmente você chegou lá. — Comenta despreocupado se afastando do Agreste.
Aquele kwami só podia ser alérgico a felicidade alheia.
— Há quanto tempo você sabia? — Adrien exige saber desconfiado.
— Ah, desde sempre, mas você não está se atrasando pra o colégio parado aqui? — lembrou ao portador que saiu correndo em desespero.
Agora mais do que nunca precisava chegar ao colégio depressa. Sua Lady morava por lá e tinha muito a conversar com ele.
Louvado fosse o erro cometido por Marinette naquela madrugada.
Em silêncio, o bichano esperou até que o som da água caindo tomasse conta do cômodo pra pegar o aparelho de Adrien e ligar para o número de telefone de Ladybug.
— Plagg!? — Tikki o saúda do outro lado da linha.
— É sou eu. Ela também ligou os pontos? — perguntando a velha amiga que ri, faz um sinal negativo.
Aqueles portadores deveriam ter distúrbios mentais. Não era possível.
— Sim. Finalmente. — contou aliviada em tom baixo.
— Ótimo. Falamo-nos em breve. Não se esqueça de fingir surpresa. — Plagg a instrui sério.

Ladybug não precisava saber que deram um empurrãozinho para que seus portadores fossem felizes. O importante era que agora mais do que nunca estariam mais ligados sem nenhum segredo entre eles.

Desligando o aparelho o gatuno se afastou, foi até onde guardava seu queijo e pegou um pedaço bem grande dele. Mesmo que o garoto nunca soubesse, fez por merecer cada milímetro daquele maravilhoso pedaço de queijo.


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