Receita Para Um Perfeito White Day escrita por teffy-chan


Capítulo 1
Capítulo Único - O Melhor Ingrediente


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!

Pois é, resolvi escrever mais uma fic de Negima, esse vício voltou com tudo... maisss se você caiu nessa história de pára-quedas, eis aqui algumas coisas que você precisa saber para entender melhor a história:

* No Japão o Dia dos Namorados é comemorado no dia 14 de fevereiro. Lá é tradição as garotas darem chocolate para os rapazes nessa data;
* O White Day é comemorado em 14 de março, é a data em que os garotos retribuem os presentes das meninas;
* No universo de Negima alguns personagens são capazes de usar magia. Não haverá uso dela na história, porém isso será mencionado, então é bom que todo mundo fique informado sobre isso;
* A Setsuna possui o hábito de chamar a Konoka de "Milady" porque, antes de começarem a namorar, ela era guarda-costas da Konoka. É pura força do hábito.

Muito bem, agora chega de explicações e vamos ao que interessa! o/
Boa leitura^^



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Academia Mahora. Um internato feminino onde vivia todo o tipo de garotas e de todas as idades. O local era tão grande quanto uma cidade, já que havia turmas desde o jardim de infância até a faculdade, mas a classe que mais chamava a atenção era sempre a 3-A, onde havia ginasiais bastante agitadas. Pelo menos metade da turma tinha presenteado seu professor Negi no dia dos namorados, um menino-prodígio que se formou muito cedo e agora dava aula de inglês para garotas mais velhas do que ele. O garoto era maduro demais para sua idade e tentava ser responsável, no entanto, meio que tinha virado brinquedo da turma. Mas havia outra garota que presentou outra pessoa além de seu estimado professor. Uma menina. Sua namorada.

Depois do conturbado dia dos namorados que tiveram, era de se esperar que Setsuna tivesse aprendido a lição. Ela era tão insegura que quase chegou ao ponto de terminar com Konoka na véspera do dia dos namorados por achar que o resto da classe zombava delas pelas costas, e não queria que a garota passasse vergonha por sua causa. Felizmente, tudo acabou se resolvendo no final e elas tiveram um dia dos namorados melhor do que esperavam. As coisas voltaram ao normal depois disso. Quase um mês se passou desde o ocorrido, e agora o White Day estava se aproximando. Bom, ninguém tinha achado estranho duas garotas que namoravam comemorarem o dia dos namorados, então também não deveriam estranhar se elas comemorassem o White Day, não é? Sim, Setsuna já deveria ter aprendido isso.

Mas é claro que não. É de Setsuna que estamos falando afinal. Ela pode ser a melhor guerreira do Clube de Kendo, mas ainda é péssima em lidar com relacionamentos. E ela já tinha retribuído no próprio dia dos namorados, tinha levado Konoka a um encontro, então nem sabia se deveria dar um presente a ela naquele dia. Bem, a classe inteira estava agitada, e Konoka certamente ficaria feliz se ganhasse um presente, então… por que não? Não custava nada afinal.
O problema era: O que deveria dar como retribuição pelo chocolate?

— Já decidiu o que vai dar de presente para a Konoka no White Day? — Asuna cochichou para ela durante a aula de culinária, sobressaltando a garota.
— Ainda não — Setsuna sussurrou de volta, observando Konoka, que formava dupla com Yue — Eu a levei para um encontro no dia dos namorados, mas… ela está mesmo esperando por alguma coisa, não é?
— Bem, ela está ansiosa, embora eu não saiba exatamente pelo quê — Asuna respondeu enquanto tentava descascar uma batata — Talvez ela não esteja esperando exatamente um presente… por que você não a leva para sair de novo?
— Não posso fazer a mesma coisa duas vezes — Setsuna respondeu enquanto assassinava sua própria batata. Parou o que estava fazendo e ficou encarando o legume massacrado — Mas também não posso cozinhar nada para ela, não é? Veja só isso — ela mostrou a batata destruída com pesar.
— Bem… poderia ser pior — Asuna mostrou o resultado do seu próprio legume. Ela tirou tantos pedaços da batata junto com a casca que ela tinha se reduzido ao tamanho de uma cereja — Por que você não compra alguma coisa para ela?
— Isso não! — Setsuna exclamou — Só terá significado se eu mesma fizer…
— Asuna! Setsuna! — a professora interrompeu, aproximando-se das duas — Eu sabia que não deveria ter deixado vocês duas formarem dupla. Vejam só essas batatas! Não sobrou nem metade delas — ela ralhou, fazendo as meninas se encolherem — Francamente, Setsuna, quando você está com a Konoka, se distrai, quando está com a Asuna, parece que cozinha tão mal quanto ela, você precisa tomar jeito! E você, Asuna… aprenda a cozinhar alguma coisa, ou nunca vai conseguir se casar.
— Por que a conversa tem que ir para esse lado? — Asuna exclamou envergonhada.
— Muito bem, vamos ver as outras — a professora ignorou a reclamação dela — Oh, excelente, Konoka! Você descascou os legumes perfeitamente, como sempre — ela elogiou ao examinar o trabalho da garota — Ao menos uma de vocês sabe cozinhar.
— Bem, se você pretende mesmo fazer alguma coisa para a Konoka, então é melhor aprender, e rápido — Asuna murmurou para a amiga, que assentiu com a cabeça.

 


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Setsuna caminhava de volta para seu alojamento, a cabeça perdida em pensamentos. Asuna tinha razão, se ela quisesse fazer um presente para Konoka por conta própria, precisaria aprender a cozinhar alguma coisa o mais depressa possível. O problema é que não se aprendia a cozinhar de um dia para o outro em um passe de mágica.
Mágica…?
É mesmo. Setsuna era essencialmente uma espadachim, mas possuía um conhecimento básico de magia. Se usasse isso, talvez tivesse uma chance.
Mas… não seria correto, seria? Cozinhar biscoitos deliciosos usando magia… será que seria trapaça?

Ela estava tão perdida em seus pensamentos que não notou o garoto à sua frente e trombou com ele no corredor.

— Ai, ai, ai… me desculpe — Negi falou, coçando a cabeça onde tinha batido — Ah, é você, Setsuna.
— Professor Negi — ela falou ao reconhecer o menino incrivelmente inteligente que dava aulas de inglês para sua classe — Desculpe. Eu estava distraída.
— Eu também — ele riu sem graça — Na verdade estou um pouco nervoso com esse fim de semana — o garoto admitiu.
— Ah, é mesmo. Algumas meninas da classe te deram chocolates no dia dos namorados, não é? — ela recordou — Então o senhor vai retribuir?
— Mas é claro! Seria uma tremenda falta de educação não dar nada em troca — Negi respondeu prontamente.
— Entendo… isso deve ser difícil para o senhor — Setsuna comentou. Até onde sabia, pelo menos dez garotas tinham presenteado ele com chocolate. Ela estava preocupada demais com seus próprios problemas na ocasião, então não chegou a dar chocolates para ele, e nem se deu ao trabalho de perguntar quem mais o fez.
— Um pouco. É a primeira vez que passo por isso — Negi admitiu sem graça — E você também, não?
— O que?
— Também é a primeira vez que você vai comemorar o White Day, certo? — Negi perguntou e a garota assentiu, desconcertada — O que você vai fazer? Eu ouvi a Konoka comentando uma vez que você não é muito boa em cozinhar…
— Até o senhor? — Setsuna exclamou — O senhor nos ensina inglês, então pare de falar da minha falta de habilidade em culinária, por favor!
— Está bem, está bem, desculpe! Não quis ofender! — ele ergueu as mãos como quem se desculpa — Eu só queria pedir umas dicas sobre o que fazer no White Day. Não sei nem por onde começar…
— Ah… bem, por que o senhor não prepara alguma coisa usando magia? — Setsuna sugeriu simplesmente — Eu já estou com dificuldade para fazer biscoitos para uma única pessoa, mas o senhor deve precisar retribuir o presente de pelo menos metade da classe, então acho que seria mais prático…
— Mas de jeito nenhum! — ele interrompeu — Isso seria trapaça.
— É… seria mesmo, né? — Setsuna falou retoricamente. Negi tinha razão, ela não podia fazer isso. Konoka tinha se esforçado para fazer chocolates para ela com suas próprias mãos, então ela precisava fazer o mesmo. Sem comprar nada pronto. Sem magia. Sem trapaça — Bem, então sugiro que comece a preparar algo depressa, tipo agora. Só faltam dois dias para o White Day.
— Tem razão, não tenho tempo a perder. Obrigado, Setsuna. Boa sorte para você também — Negi se afastou sorrindo, parecendo mais confiante. Ela gostaria de ter a mesma confiança que ele.

Setsuna voltou a caminhar na direção de seu alojamento, sentindo uma pontada de vergonha de si mesma. Como pode pensar em usar magia para preparar os biscoitos? E pensar que precisou que um garoto mais jovem do que ela lhe dissesse que isso era errado… bem, mas aquele mesmo garoto era seu professor, e o dever dos professores era ensinar seus alunos. Pensar na situação por esse ângulo a fazia se sentir um pouquinho melhor. Mas não resolvia o problema. E ela continuava tão preocupada com essa questão que trombou no corredor novamente, dessa vez com outra pessoa. Estava mais desatenta dessa vez, tanto que acabou tropeçando e caindo em cima da pessoa em quem tinha esbarrado. Levou alguns segundos para perceber que era Konoka.

— Oi, Setchan. Fui até o seu alojamento, mas você não estava… finalmente te encontrei. Ou melhor, você me encontrou — Konoka sorriu para ela, como se não estivesse caída no chão, embaixo da garota nesse exato momento.
— Milady… sinto muito, não estava prestando atenção — Setsuna corou ao perceber a situação em que se encontravam e fez menção de se levantar, mas paralisou ao sentir a mão de Konoka em seu rosto, tocando sua bochecha levemente.
— Que estranho uma espadachim como você estar tão distraída — Konoka disse como quem fala do tempo — No que estava pensando?
— Bem… — Setsuna não sabia o que responder. Não queria dizer que não sabia o que daria de presente para ela no White Day simplesmente porque não sabia cozinhar, embora Konoka soubesse muito bem desse detalhe. Sem falar que o fato de sentir suas pernas enroscando com as de Konoka enquanto ela as movia lentamente para provocá-la não ajudava muito — Eu encontrei o professor Negi agora pouco. Estávamos conversando sobre o White Day e eu fiquei pensando sobre isso…
— Era exatamente sobre isso que eu queria falar com você! — Konoka finalmente manifestou alguma vontade de se levantar e Setsuna saiu de cima dela, estendendo a mão para ajudar a namorada a colocar-se de pé — O que quer fazer no White Day? Eu falei com o meu avô e ele deu permissão para sairmos da escola durante algumas horas nesse dia — ela contou alegremente. Era nessas horas que se via a vantagem de ser a neta do Diretor-Geral da escola. Konoka deveria usar isso mais vezes — Eu pesquisei na internet sobre alguns lugares perto daqui onde podemos ir, queria falar sobre isso com você…
— Milady — Setsuna chamou — Por que você não escolhe onde devemos ir dessa vez?
— O que? Mas eu queria que nós duas escolhêssemos juntas…
— Da outra vez eu te levei onde achei que você gostaria de ir e acabei não te deixando escolher nada — Setsuna lembrou — Por que você não decide dessa vez? Você será nossa guia.
— Mas Setchan…
— Além do mais, eu tenho… hm… treino do Clube de Kendo no sábado. É importante, não posso faltar. Sinto muito — ela disse a primeira desculpa que lhe veio à cabeça. Por mais que desejasse escolher os lugares por onde passearia com Konoka, iria precisar do máximo de tempo possível para preparar algo decente para ela até o White Day.
— Treino do clube, é? — Konoka ergueu uma sobrancelha. Não foi difícil perceber que a garota estava mentindo, mas achou melhor fingir que acreditava. Era por uma boa causa afinal — Tudo bem. Vou caprichar nas escolhas então.
— Sinto muito mesmo por não poder escolher junto com você…
— Está tudo bem, não se preocupe — Konoka abanou a mão — Mas, Setchan… eu sei que você é boa em muitas coisas, e que é incrivelmente forte, mas… não se esqueça que uma pessoa não pode ser perfeita em tudo. E que eu vou continuar te amando mesmo se as coisas não forem tão bem no Clube de Kendo, está bem? — ela falou enquanto acariciava a bochecha da garota. Gostaria de poder ajudá-la, mas essa era uma tarefa que Setsuna precisava fazer sozinha.
— Sei disso, Milady, e agradeço, mas eu não vou falhar. Eu prometo — Setsuna respondeu, segurando a mão de Konoka entre as suas, embora não tivesse a menor ideia de como faria isso.
— Você é sempre tão perfeccionista… mas eu adoro isso em você — Konoka deu um rápido beijo nela e se afastou. Antes de virar no corredor, acrescentou — Ah, Setchan. Se a sua tarefa no Clube de Kendo for muito difícil, não se esqueça de que você pode pedir ajuda às suas amigas. Não precisa fazer tudo sozinha — ela sorriu e desapareceu ao virar no corredor, rumo ao próprio alojamento.

 


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Konoka sabia que Setsuna jamais pediria ajuda para cozinhar, por vários motivos. Por vergonha, por orgulho, e por acreditar que precisava fazer aquilo sozinha. Setsuna esteve sozinha a maior parte da vida, então raramente precisava da ajuda de alguém. Por isso mesmo Konoka comentou com Asuna sobre a desculpa esfarrapada que ela tinha dado sobre precisar treinar no clube, quando na verdade sabia muito bem que o Clube de Kendo não tinha treinos aos sábados. Asuna podia até não ser boa em várias matérias escolares, mas para outros assuntos era bastante esperta. Não demorou para que ela mesma se encarregasse de ajudar a amiga.

Ou pelo menos era essa a intenção. Setsuna não sabia cozinhar, mas Asuna era pelo menos três vezes pior do que ela. Asuna não seria de muita ajuda. Então decidiu chamar alguém que realmente fosse boa na cozinha. E agora, além de Asuna e Setsuna, estavam Nodoka, Yue, Haruna, Ayaka e Natsumi, todas reunidas na sala de economia doméstica, em plena manhã de sábado.

— Garotas, eu agradeço, mas isso realmente não é necessário… eu não quero dar trabalho para ninguém, e vocês devem ter coisa melhor para fazer — Setsuna falou pelo que devia ser a terceira vez enquanto Ayaka fechava a porta.
— Não se preocupe, não é trabalho nenhum! — Ayaka virou-se de frente para ela, batendo palmas — Você quer cozinhar alguma coisa para a pessoa que você ama afinal, é meu dever como Representante de Classe ajudar!
— Eu tenho certeza de que isso não faz parte dos deveres de Representante de Classe — Asuna comentou.
— Bem, ao menos ela está tentando aprender alguma coisa — Ayaka a fuzilou com o olhar.
— E nós não temos nada melhor para fazer — Haruna riu, dando tapinhas no ombro de Setsuna. Ela não era nenhuma especialista na cozinha na verdade, tinha vindo apenas para ver no que aquilo ia dar — Bom, pelo menos eu não tenho. Mas nada é mais importante do que ver a evolução do meu shipp preferido ao vivo e a cores!
— O que…?
— Pare com isso, Haruna, está assustando ela — Nodoka repreendeu — Então, já decidiu o que vai cozinhar?
— Ah… eu pensei em fazer biscoitos caseiros — ela pegou o celular e mostrou a imagem de biscoitos em formato de coração cobertos de canela, seguida pela lista de ingredientes e o modo de preparo.

Sentiu o rosto corar quando as outras meninas se aproximaram para ver a imagem. Céus, aquilo era tão constrangedor… se elas estivessem preparando chocolate juntas para o dia dos namorados, tudo bem, mas apenas Setsuna iria cozinhar hoje. Nenhuma delas tinha a tarefa de fazer nada, porque no White Day era a vez dos garotos presentearem as meninas. Suas inseguranças começaram a voltar. E se as garotas rissem dela por estar fazendo aquilo? Setsuna era a única que estava cozinhando aquele dia, mas ela não era um garoto. Talvez não tivesse sido uma boa ideia fazer biscoitos naquele dia afinal… nem cozinhar ela sabia.

— Que fofo — Nodoka falou, aproximando-se mais da tela do celular.
— Verdade, os biscoitos são uma gracinha — Natsumi concordou — E a receita parece ser bastante simples de fazer.
— Acho que você fez uma boa escolha — Yue disse.
— O que…? — Setsuna olhou para elas, confusa por um instante. Nenhuma das garotas tinha rido. Pelo contrário, tinham gostado da receita. Ah, é mesmo… é claro que não ririam. Eram todas suas amigas, jamais fariam isso. Se elas não aprovassem o relacionamento dela com Konoka, não teriam ido até lá ajudá-la, para início de conversa — Ah… sim, obrigada.
— Certo, agora que você escolheu, vamos ao que interessa — Ayaka falou, prendendo os longos cabelos loiros e colocando um avental. As outras a imitaram — Primeiro, vamos anotar a lista de ingredientes no quadro para ficar mais acessível — ela pegou o celular da garota e escreveu os ingredientes no quadro onde a professora costumava listar os itens que as alunas iriam utilizar durante as aulas:

3 xícaras (de chá) de farinha de trigo
1 e 1/2 xícara (de chá) de açúcar
1 ovo
1 xícara (de chá) de gordura vegetal
2 colheres (de chá) de canela
1 colher (de chá) de fermento para bolo

— Agora vamos pegar os ingredientes — Ayaka falou, devolvendo o celular de Setsuna.
— Ei, quem te colocou no comando? — Asuna reclamou.
— Eu sou a Representante de Classe - ela respondeu como se isso resolvesse a questão.
— E daí? Nós estamos assando biscoitos aqui, não estamos na sala de aula — Asuna rebateu.
— Quer ficar no comando então? Ótimo. Vá em frente — Ayaka falou.
— Ótimo! Então… peguem os ingredientes — ela repetiu a mesma coisa que Ayaka tinha dito e as meninas pegaram o que estava escrito na receita — E agora… hã… façam biscoitos!
— Asuna, se fosse simples assim eu não precisaria da ajuda de vocês — Setsuna lembrou.
— Ah, certo. É claro. Eu sabia disso — a garota respondeu — Então… o que diz na receita?
— "Coloque todos os ingredientes em uma tigela e misture bem. Vá amassando até formar uma bola" — Nodoka leu.
— Ah, isso é moleza! — Asuna exclamou, jogando todos os ingredientes dentro da tigela mais próxima. Literalmente.
— Asuna, não! Você tem que quebrar o ovo antes! — Setsuna exclamou, mas era tarde demais. Asuna jogou o ovo, com casca e tudo — Caramba, até eu sabia disso…
— Ops… foi mal.
— Tudo bem, vamos tentar de novo — Natsumi pegou novos ingredientes e outra tigela e se afastou para que Setsuna assumisse a tarefa. Ela se lembrou de quebrar o ovo e não colocar a casca junto dessa vez.
— E agora? — ela perguntou.
— "Vá amassando até formar uma bola" — Yue leu o próximo passo da receita.
— Sério? Para quê isso? — Setsuna indagou sei entender.
— Sei lá, é o que está escrito aqui — Yue deu de ombros. Ela também não era nenhuma especialista em cozinha, mas quera ajudar como pudesse. E já ajudava muito mantendo Haruna sob controle.

Então Setsuna obedeceu e começou a amassar. Só que ficou com muita farinha de um lado e com muito ovo do outro e a massa mais parecia um quadrado do que uma bola.

— Acho que não deu muito certo — Setsuna falou enquanto observava o resultado.
— Que bola quadrada foi essa que você fez, Setsuna? — Asuna indagou, observando a massa deformada mais de perto.
— Não enche! Eu disse que não sabia cozinhar! — ela exclamou, jogando a massa de volta na tigela com violência.
— Ah, olha. Agora parece que a farinha e o ovo se misturaram direito. Não está mais com um pedaço mole e o outro duro - Natsumi apontou. Setsuna observou o interior da tigela e viu que a amiga tinha razão. Os ingredientes pareciam ter se misturado corretamente quando ela jogou a massa de volta na tigela.
— Parece que a sua especialidade é mesmo a força bruta, hein Setsuna — Haruna comentou maldosamente — Coitada da Konoka. Fico imaginando se vocês fazem algum tipo de "brincadeira" suspeita quando estão sozinhas…
— Não se atreva a falar desse jeito da Milady! — Setsuna arremessou a primeira coisa que encontrou contra ela que, nesse caso, era a massa. Por não ser um objeto letal Haruna conseguiu segurá-la e, quando a massa foi parar nas mãos da garota, tinha se tornado uma esfera perfeitamente redonda sem nenhum motivo aparente — Mas o que…? Como raios isso aconteceu?
— Não faço a menor ideia, mas você deveria me agradecer! — Haruna exclamou.
— Não vou te agradecer coisa nenhuma — Setsuna resmungou, pegando a massa de volta - Bem, e o que eu faço com isso agora?
— Vejamos… — Ayaka virou-se para a receita — "Pegue pequenas porções de massa e abra na mesa, que deve estar polvilhada com um pouquinho de farinha de trigo".
— Polvilhada? — Asuna repetiu confusa — É para usar biscoito de polvilho? Você vai dar biscoitos de polvilho para a Konoka, Setsuna?
— Eu não! A receita diz claramente que são biscoitos doces — a garota conferiu a receita outra vez. Aparentemente também não tinha entendido — Por que está mandando usar biscoito de polvilho aqui?
— Não é biscoito de polvilho, suas tontas! — Ayaka exclamou — É para polvilhar… colocar um pouco de farinha e espalhar com cuidado, entenderam?
— Que modo estranho de falar — Asuna comentou.
— E como vamos abrir a massa? Setsuna perguntou.
— Aqui diz que pode abrir a massa com o auxílio de um rolo, com cortadores de biscoito ou mesmo uma xícara de café — Nodoka leu — Depois, corte os biscoitos e coloque em uma assadeira que deve estar untada com manteiga e polvilhada com farinha de trigo.
— Ah, polvilhar de novo? — Asuna reclamou — Tem certeza de que não é para colocar biscoito de polvilho?
— É claro que não! — Ayaka respondeu.
— Espera, é muita coisa de uma vez só — Setsuna disse, tentando absorver todas aquelas informações — Para começar, o que é uma assadeira?
— Ah céus… estou começando a achar que você é um caso perdido — Ayaka murmurou, massageando as têmporas.
— Não é isso aqui? — Asuna perguntou, segurando um objeto.
— Isso é uma batedeira, Asuna — Yue informou.
— Então é isso? — Setsuna arriscou, segurando outro objeto.
— Isso é um escorredor de macarrão — Nodoka respondeu.
— Vocês são piores do que eu pensava — Haruna comentou assombrada enquanto retirava um objeto do armário - Isso é uma assadeira.
— Isso? — Setsuna observou o objeto como se tivesse algo de errado com ele - Isso não é uma assadeira. Isso é um tabuleiro.
— É a mesma coisa!
— Não é não! — Setsuna rebateu — Isso é um tabuleiro. E a receita diz assadeira. Essa receita está errada.
— Pare de inventar desculpas só porque você não sabe cozinhar…
— E nem você! — a garota a interrompeu — Suas notas também não são lá grande coisa. Acha que eu não sei disso? Você só está aqui para arranjar confusão.
— Que ultraje! Eu vim aqui te ajudar! — Haruna exclamou dramaticamente.
— Bem, então me ajude dizendo como se usa essa coisa. Porque tem algo de errado com essa receita, e isso que você está segurando não é uma assadeira.
— Setsuna, isso é uma assadeira — Nodoka garantiu — Assadeira e tabuleiro são a mesma coisa.
— Céus, será que você nunca presta atenção nas aulas de culinária? — Ayaka exasperou-se — O que você fica fazendo afinal, observando a Konoka a aula inteira ao invés de prestar atenção na matéria? — ela encarou a garota, que corou e se encolheu, sem jeito — É sério que é isso que você faz?
— Calma, Representante, não está ajudando em nada — Haruna falou — Está vendo, Setsuna, é por isso que eu disse que estou aqui para te ajudar. Talvez você não tenha o dom para cozinhar, mas isso não é o fim do mundo. E existem outras formas de presentear a Konoka!
— Existem…? — Setsuna a encarou, temendo o que estava por vir.
— Mas é claro que sim! Por exemplo… já que cozinhar não é o seu forte, então talvez você poderia… amarrar uma fita ao redor de si mesma e "se dar" de presente para a Konoka, por exemplo.
— Amarrar uma fita…?
— Sim! — Haruna assentiu, um sorriso maldoso formando-se em seus lábios — Só uma fita e nada mais. Sem o uniforme escolar, sem… bom, acho que você entendeu aonde eu quero chegar. Tenho certeza de que a Konoka vai adorar esse presente.
— Pare de dizer esse tipo de coisas, sua pervertida! — Setsuna exclamou, terrivelmente corada. Uma imagem mental disso formou-se em sua cabeça involuntariamente, e ela tentou afastá-la com todas as suas forças — Não envolva Lady Konoka nos seus pensamentos impuros. E o que nós fazemos ou deixamos de fazer não é da sua conta.
— Mas eu só estava… ah! — Haruna interrompeu-se, um súbito pensamento passando por sua mente — Não me diga que vocês… Setsuna, até aonde vocês já foram? Me conta! — ela começou a sacudir a garota pelos ombros.
— Até… até o que? — Setsuna demorou alguns instantes para entender do que Haruna estava falando.
— Bem, vocês já estão namorando há… quanto tempo mesmo?
— Desde as férias de verão — Setsuna respondeu.
— Ah, é isso mesmo — Asuna comentou, também alheia aos pensamentos maldosos de Haruna — A viagem até aquela ilha infernal ao menos serviu para juntar vocês. Mas continua sendo as piores férias da minha vida.
— Sim, já se passaram alguns meses desde a viagem das férias de verão — Haruna retomou o interrogatório — E vocês estiveram muito mais próximas desde então, é claro.
— Haruna, pare com isso, está deixando ela apavorada — Yue avisou.
— Ora, qual o problema? Somos amigas, temos o direito de saber — Haruna respondeu sem encará-la — Então, me diga… até onde você e a Konoka foram?
— Ah… eu… não! - Setsuna finalmente entendeu do que a garota estava falando e a empurrou para longe, com certa violência — Eu nunca fiz o tipo de coisa pervertida que você está pensando!
— Hã, Setsuna… eu entendo que você esteja constrangida e irritada, e tudo o mais, só que… — Natsumi apontou para a mesa, onde Haruna tinha caído. Ela estava esparramada no chão, aos pés da mesa, completamente nocauteada. A tigela com massa de biscoito tinha caído em sua cabeça, sujando seus longos cabelos negros — Você estragou a massa de biscoito.
— Ah, não… não, não, não! — a garota correu inutilmente até a tigela vazia e a encarou por longos segundos. Demorou um pouco para perceber os cochichos das meninas ao seu redor.
— Podemos começar tudo de novo.
— Mas os ingredientes já estão quase no fim…
— Acha mesmo que isso vai dar certo?
— Com a Haruna aqui? Não, com certeza não.
— E o tempo já está acabando…
— Fora daqui — Setsuna voltou-se para Haruna quando ela se levantou — Tudo isso foi porque você ficou me provocando. Saia daqui. Todas vocês, saiam, por favor.
— O que? — Asuna exclamou ofendida — Mas nós queremos te ajudar…
— Eu pedi para saírem. Agora — Setsuna repetiu. Ela costumava ser muito polida e ficava envergonhada facilmente, mas era de dar medo quando ficava irritada. As garotas não pensaram duas vezes antes de deixar a sala. Antes de fechar a porta, ela acrescentou — Sei que queriam ajudar, e agradeço. Mas desse jeito não vou chegar a lugar nenhum. Parece que isso é algo que preciso mesmo fazer sozinha.
— Se você insiste… boa sorte então — Asuna respondeu, deixando a sala.

Setsuna trancou a porta e examinou a bagunça que reinava no local. Ela teria que arrumar tudo sozinha, mas só depois que os biscoitos estivessem prontos. Era algo importante que ela precisava fazer para Konoka, então não faria sentido se as amigas a ajudasse, por melhor que fossem as intenções delas. Sem ajuda. Sem magia. Sem trapaça.

Setsuna reuniu novos ingredientes, encarou a receita desde o começo e respirou fundo. Aquilo não deveria ser tão difícil assim… como Konoka conseguia cozinhar tão bem enquanto ela mal sabia fritar um ovo? Precisava se acalmar. Já tinha visto Konoka cozinhando várias vezes. Ela fazia parecer tão fácil… como ela fazia aquilo?

Ah, é claro. Setsuna estava se esquecendo do mais importante. Cozinhar era mais do que seguir as instruções de uma receita ou misturar ingredientes. Era colocar seus sentimentos em cada gesto que fazia. Precisava depositar seus sentimentos por Konoka, o amor que nutria por ela em cada ingrediente daquela massa, enquanto os misturava para que o resultado ficasse realmente bom. Talvez o formato não ficasse tão bonito quanto na imagem da receita, mas agora estava mais confiante de que iria conseguir preparar algo centenas de vezes melhor do que qualquer coisa que já tenha feito nas aulas de culinária.
E, com um sorriso confiante, recomeçou a cozinhar.

 


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Depois de muitas tentativas e de acabar com quase todo o estoque da despensa (e torcendo para que a professora jamais descobrisse que ela e as amigas tinham invadido a cozinha no fim de semana), Setsuna finalmente conseguiu terminar os biscoitos. E, na manhã seguinte, foi até o alojamento de Konoka. Ela estava se sentindo mais confiante até chegar na porta e se lembrar que a garota dividia o quarto com Asuna. E se ela também estivesse no alojamento agora? Asuna era sua amiga, mas não queria fazer isso na frente dela. Ela permaneceu parada por alguns instantes, a mão erguida no ar, indecisa se batia na porta ou não, até que ela se abriu e Konoka surgiu no corredor.

— Setchan? — ela falou surpresa — O que está fazendo aí parada?
— Hã… eu ia bater na porta quando você a abriu, Milady — ela respondeu a primeira coisa que lhe veio a cabeça, por algum motivo escondendo o embrulho às costas, o que não fazia o menor sentido, já que pretendia entregá-lo a Konoka.
— Ah. Nesse caso, entre — Konoka abriu espaço para a garota passar — Eu ouvi um barulho e pensei que fosse a Asuna. Ela disse que ia atrás do Negi para "salvá-lo" do White Day — Konoka falou, deixando escapar uma risada.
— Salvá-lo?
— Sim — Konoka confirmou, fechando a porta — Parece que algumas das meninas que foram presenteadas acharam que os biscoitos de algumas eram melhores do que os delas e estavam brigando por causa disso, então a Asuna foi salvá-lo. Ela disse que voltaria em dez minutos, mas já faz uma hora desde que saiu, então acho que não deve voltar nem tão cedo — ela contou.

É verdade, Negi também tinha feito biscoitos para o White Day. Setsuna se esqueceu completamente disso. Talvez devesse ter perguntado a ele sobre alguma receita mais simples… não, no que ela estava pensando? Não podia pedir ajuda de um garoto mais novo do que ela para uma coisa dessas! Além do mais, aquilo provavelmente era muito mais fácil para Negi. Ele era um mago experiente, estava acostumado a fazer poções. Dizem que fazer poções é praticamente a mesma coisa que cozinhar, só o que muda são os ingredientes. Setsuna nunca tinha preparado uma poção na vida, mas, se fosse verdade, explicaria o motivo da briga das amigas.

— Falando no White Day — Setsuna disse como quem não quer nada, mostrando o embrulho que trazia às costas hesitante — Fiz para você, Milady.
— Setchan! Então você fez mesmo! — Konoka atirou os braços ao redor do pescoço da garota e a apertou em um longo abraço. Quando se afastou, pegou o embrulho envolvido em papel branco com cuidado. Sentou-se na própria cama enquanto desembrulhava o papel. Após alguns segundos de hesitação, Setsuna sentou-se ao lado dela — Ah, que fofos! Ficaram uma gracinha! — Konoka exclamou enquanto segurava um dos biscoitos entre os dedos. Não era bem verdade. Setsuna não tinha aprendido a usar o cortador de biscoitos corretamente, então a maioria dos biscoitos ficaram tortos, alguns até deformados. Poucos ficaram realmente com o formato de coração.
— Você é muito gentil, Milady, mas eu sei que não estão tão bons quanto os que você costuma fazer — Setsuna falou sem graça.
— Não importa se o formato não ficou igual ao do cortador de biscoitos. O importante mesmo é que você fez esses biscoitos para mim — Konoka sorriu para ela — Muito obrigada, Setchan — ela comeu um dos biscoitos. Estava macio e no ponto certo. Se Setsuna tinha errado alguma coisa, talvez fosse na quantidade de açúcar. Estava doce demais. Doce do mesmo jeito que ela era. Setsuna podia ser forte e protetora a maior parte do tempo, mas também era a pessoa mais amável e tímida que Konoka conhecia. Era uma das coisas que Konoka mais amava nela. Esse contraste único na personalidade da garota.
— Como pensei, eu não devia ter te dado isso — Setsuna falou de repente, vendo que Konoka estava calada por muito tempo. Ela fez menção de pegar a caixa de volta — Sinto muito, Milady, foi uma péssima ideia…
— Setchan — Konoka tirou a caixa de biscoitos do alcance dela — Pare de me chamar de "Milady". Quantas vezes preciso te pedir para me chamar pelo meu nome? Você não é mais apenas minha guarda-costas, lembre-se disso. E você também precisa ter mais confiança em si mesma. Os biscoitos ficaram ótimos.
— Jura, Mil… digo, Konoka? — a garota falou incrédula — Não precisa dizer isso só para fazer eu me sentir melhor…
— Não estou mentindo — Konoka respondeu — Se não acredita, por que não prova você mesma?

Setsuna assentiu e esticou a mão para pegar um biscoito mas Konoka a impediu de fazê-lo ao atirar os braços ao redor do pescoço dela novamente, beijando-a dessa vez. Setsuna piscou, surpresa por um momento, mas logo correspondeu ao beijo. Ela abraçou a garota de volta, enlaçando a cintura da menina com uma das mãos enquanto afagava as mechas de seus cabelos longos com a outra distraidamente. Sentiu Konoka descer uma das mãos e acariciar suas costas enquanto a trazia para mais perto e aprofundava o beijo. Setsuna sentiu o gosto do biscoito misturado ao sabor de Konoka enquanto a beijava. Ela estava certa, tinham ficado bons afinal. Depois de perceber isso, sua confiança pareceu retornar e ela decidiu ousar mais, coisa que raramente fazia.

Era raro mesmo. Konoka ofegou sentir a mão da garota descer até um pouco além da cintura e levantar parte da barra da blusa, a mão roçando em sua pele, enquanto a beijava com cada vez mais vontade. Konoka sentiu sua pele arrepiar diante dos toques da namorada e o coração bater mais rápido, junto com o dela. E pensar que um mês atrás as duas tinham passado por tantos problemas, quase chegaram a terminar… parecia um verdadeiro milagre estarem assim, juntas e felizes novamente.

Um milagre que Konoka desejava que durasse por muito mais tempo do que o beijo que foram obrigadas a encerrar, pois ambas estavam sentindo falta de oxigênio.

— Ei, Setchan… o que foi isso, hein? — Konoka provocou após recuperar o fôlego — Você raramente se empolga tanto assim…
— Ah… desculpe, eu… fui longe demais? — ela indagou preocupada.
— Não, não. Eu só estava brincando — Konoka riu — É que você não costuma fazer isso.
— Eu estava com saudades de você — Setsuna murmurou, corando levemente — Não temos passado muito tempo juntas ultimamente, já que os professores sempre nos separam durante as aulas, e por estarmos em clubes diferentes, e tudo o mais… — a garota encolheu os ombros. Konoka sorriu para ela. Realmente, Setsuna era a garota mais doce e mais forte que poderia existir.
— Bem, então hoje nós vamos matar a saudade passando o dia inteiro juntas! — ela exclamou, colocando-se de pé — Eu pensei em vários lugares legais para passearmos. Não esqueça de que você me deixou no comando, então eu serei a guia dessa vez!
— Tudo bem. Iremos aonde você quiser, Konoka.
— Quantas vezes preciso dizer para… ah… — a garota interrompeu-se, arregalando os olhos — Você me chamou… pelo meu nome.
— Sim. Você me pediu para fazer isso, não foi? — Setsuna lembrou. Em seguida notou que por algum motivo Konoka tinha corado terrivelmente diante daquele simples ato — Ei, Mil… Konoka! Você está bem?
— Sim… é que eu estou muito feliz — Konoka sorriu — É tão difícil você lembrar de fazer isso sem eu pedir. Deve ser um milagre do White Day — ela riu. Em seguida pegou uma bolsa, que tinha preparado previamente, e o celular, e virou-se para a namorada — Bem, então não temos tempo a perder! Vamos?
— Sim, Milady.
— Ah, o que é isso? Você tinha acabado de me chamar pelo meu nome! — Konoka reclamou enquanto saía do alojamento, fechando a porta atrás de si.
— Desculpe, Konoka, é força do hábito…

Bom, algumas coisas não mudavam assim tão fácil. Mas pequenas mudanças aconteciam aos poucos. Uma pessoa podia aprender a fazer algo que parecia completamente impossível se fosse para fazer alguém que ama feliz. E uma pessoa afobada podia aprender a ser mais paciente para acompanhar o ritmo da pessoa que era importante para ela.

— Setchan — Konoka chamou enquanto atravessavam o pátio da escola — Como foi o treino no Clube de Kendo ontem?
— Hein? — a garota piscou, confusa por um instante, e em seguida lembrou-se de que tinha dito para Konoka que tinha treino de Kendo como desculpa para arranjar tempo para fazer os biscoitos. Ainda sentia-se mal por ter mentido para ela, e não parecia ter sentido contar a verdade agora, então decidiu responder apenas o que realmente importava — Hã… foi bem difícil. Mas acho que o resultado valeu a pena.
— Mesmo? Que bom. É isso o que importa — Konoka respondeu, segurando a mão dela. Setsuna tinha a impressão de que a garota não estava falando do Clube de Kendo, mas resolveu deixar o assunto de lado. Setsuna sorriu levemente, entrelaçando os dedos com os dela. Konoka tinha razão. O importante é que valeu a pena todo o esforço e que o resultado ficou bom. Em todos os sentidos possíveis.




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Notas finais do capítulo

Olá de novo e obrigada por ter lido até aqui! Só quero deixar um aviso: Se você decidir fazer biscoitos caseiros algum dia, por favor, jamais se baseie em nada do que você leu aqui. É sério, algumas das gafes culinárias descritas ao longo da história são baseadas em fatos reais então, se você tem amor ao seu estômago jamais, eu repito, jamais use essa história como base para cozinhar alguma coisa. Depois não diga que eu não avisei.
Ah, você quer saber quais gafes culinárias foram baseadas em fatos reais? Pergunta lá nos reviews que eu te conto. Aproveita e me diz o que achou da história ;D
Kissus^^