Utópico. escrita por DihDePaula


Capítulo 22
Capítulo 21 - Distrações.




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Sebastian estava cansado de esperar, cansado de esconder o que sentia. Por isso assim que viu Luna na sacada não pensou duas vezes antes de pular para a sacada dela e resolver aquilo de uma vez por todas e foi a melhor decisão que ele poderia ter tomado. A sensação de tê-la em seus braços era algo maravilhoso, sentir os lábios quentes e macios dela se movendo contra os seus era uma das melhores sensações do mundo, isso se não fosse a melhor.

Com um dos braços continuou a abraçar a cintura de Luna, já o outro se ergueu levando a mão até a face dela e desferindo uma leve carícia assim que ele separou seus lábios dos dela. Ele a fitava com um sorriso em seus lábios, naquele momento podia observar um brilho diferente em meio aos olhos azuis dela e ele ficava feliz em saber que ele era a razão daquele brilho.

— Vamos fazer da forma que você falou, vamos viver o agora. Mas independente do que aconteça no futuro, eu quero que você me prometa que nunca vai duvidar disso. Nunca vai duvidar do que eu sinto por você, não importa o que aconteça. — A expressão dela era uma mistura de tristeza e seriedade.

Sebastian não conseguia entender o que seria tão ruim ao ponto de fazer Luna proferir palavras daquelas, não podia acreditar que ela tenha feito algo tão ruim assim. Ficava triste por ela não confiar nele o suficiente, mas talvez não fosse nem questão de confiança e sim de medo da reação dele. Sebastian apoiou sua mão no rosto dela e ficou acariciando de forma leve, sentiu Luna inclinar a face deitando a mesma sobre sua mão e suspirou.

— Cada vez que você fala assim eu fico mais preocupado com você. Tudo bem, eu prometo que não importa o que aconteça eu vou lembrar disso, nunca vou duvidar dos seus sentimentos por mim. — Ele soltou um suspiro e desferiu um pequeno beijo na testa de Luna.

Não demorou para a jovem o abraçar e afundar a cabeça no peitoral dele, Sebastian se manteve em silêncio e a abraçou de volta. A mão que estava no rosto se moveu até os fios negros e lentamente começou a acariciar os mesmo de forma terna. Ele pensava e pensava, mas não conseguia chegar a nenhuma conclusão para Luna dizer aquelas coisas.

Não iria adiantar ele ficar pensando sobre aquilo, a menos que ela lhe contasse ele demoraria bastante para descobrir, já que ele não faz a menor ideia de pôr onde começar a procurar respostas.

— Vamos deixar isso para lá. — Ela pediu.

Sebastian assentiu e observou Luna erguer a cabeça para fita-lo com um pequeno sorriso em seus lábios, não demorou para ele sorrir em retribuição. Ela se esticou um pouco e logo ele sentiu os lábios calorosos de macios dela sobre os seus, ele continuou a acariciar a cintura e os cabelos dela conforme seus lábios se moviam de forma sincronizada. Por ele passaria o resto de sua vida fazendo exatamente aquilo, se perdendo em meio aos lábios dela.

Era um beijo calmo no início, mas ao poucos o mesmo acabou se intensificando. Ele sentiu as mãos dela deslizando por sua nuca e sorriu entre o beijo, em seguida sentiu uma pequena mordida em seu lábio inferior e suspirou mediante aquilo.

Os lábios continuavam a se mover de forma intensa, ao mesmo tempo, que as línguas se moviam em total sincronia. Os lábios dela tinham um sabor doce que ele não soube identificar, o perfume de lavanda invadia as narinas o deixando ainda mais extasiado com aquela situação, como ele havia sonhado com aquele momento.

Luna se afastou arfando um pouco e com as bochechas avermelhadas, o que fez Sebastian rir baixinho. Ele se inclinou e desferiu um pequeno beijo nos lábios dela antes de se afastar.

— Isso foi, uau. — Disse Luna e depois começou a rir.

— Vou considerar isso algo bom. — Disse Sebastian sorrindo de forma descontraída.

— Bom não, maravilhoso encaixaria melhor. — Disse a morena sorrindo.

Sebastian deu ombros e soltou uma pequena risada, já estavam naquela sacada a um bom tempo. Provavelmente já era bem tarde e no dia seguinte eles teriam que acordar cedo, seria um dia extremamente agitado.

— Acho melhor a gente ir dormir. — Disse Luna soltando um pequeno suspiro.

— Estava pensando a mesma coisa, amanhã vai ser um dia e tanto. Precisamos descansar um pouco. — Disse o loiro sorrindo.

— Sim, é verdade! Boa noite, Sebastian. — Disse ela sorrindo.

— Boa noite, minha Luna. — Ele observou o sorriso dela se alargar mediante aquela palavra e não pode evitar fazer o mesmo.

Logo seus lábios já haviam se unido novamente se movendo de forma intensa. Sebastian apertou um pouco mais a cintura de Luna, a fazendo ficar ainda mais colada a si enquanto os lábios se moviam em uma sincronia perfeita. Quando já estavam ficando sem ar novamente Sebastian começou a finalizar o beijo com vários selinhos nos lábios da jovem, para no final mordiscar o lábio inferior dela.

— Assim fica difícil querer que eu vá dormir. — Disse a morena rindo.

— Querer eu não quero não, mas precisamos. — Disse dando um último selinho nela antes de se afastar.

Sebastian piscou para Luna e logo já estava em cima da parede da sacada, uma sacada era tão próxima da outra que ele basicamente só precisava esticar a perna para atravessar para o outro lado. Claro, que se ele fosse descuidado despencaria de lá e morreria, o fato dele ser alto também ajudou a chegar do outro lado sem dificuldade.

— Até amanhã, Ma Lune. — Disse Sebastian já na outra sacada.

— Até, Mon Soleil. — Luna sorriu e entrou logo em seguida.

Ele soltou um longo suspiro de alívio e foi direto para a sua cama. Ao menos sabia que naquela noite ele dormiria em paz, sem pesadelos, sem pensamentos ruins. Somente pensamentos e sonhos maravilhosos com Luna e seus lábios macios.

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O acampamento estava agitado, mesmo aqueles que não sabiam sobre os planos de resgate conseguiam sentir a tensão no ar e sabiam que algo estava errado. Eles tentaram manter a maior parte do plano entre somente aqueles que estavam na reunião, fora os Deverpolt e O'Connor que estavam na sala, só quem sabia de algo era Agatha e Bruce, que também teriam seus papeis a desempenhar.

Mark soltou um suspiro e foi em direção a parte mais afastada do campo de treinamento, ele tinha um cinto com uma bolsa pendurada ao lado de seu corpo, ela não era grande, era do tamanho certo para as pequenas facas negras que ele gostava de usar no início das batalhas.

Fechou os olhos assim que parou em frente ao alvo e respirou fundo enquanto levava sua mão a bolsa e retirava três facas dali. Ao abrir os olhos esverdeados os mesmos se focaram no alvo a sua frente, não demorou para ele posicionar a faca em uma das mãos. Os barulhos ao seu redor aos poucos parecia não lhe importar, tudo que importava no momento era o alvo.

No segundo seguinte ele atirou a primeira faca acertando o centro, sem mover o corpo de lugar atirou outra. Acertado o alvo que estava ao lado, novamente arremessando direto no centro, estava com uma expressão séria e concentrada. Fez uma careta em seguida, caminhou até os alvos e recolheu às duas facas. Voltou a se afastar dessa vez acrescentando uma distância bem maior entre ele e os alvos.

Ele estava a uma distância considerável e haviam três alvos a sua frente, voltando a se concentrar e a ignorar todos os outros que estavam no campo de treinamento. Pegou mais uma faca, ficando com duas em cada mão e silêncio arremessou as mesmas em uma sequência rápida e precisa, atingindo os três centros.

—Parece que errou um. — Disse uma voz feminina.

Ao olhar por cima de seu ombro viu Beatrice, filha de Brian. Franziu o cenho, mas logo em seguida abriu um sorriso caloroso e maneou a cabeça de forma negativa, ele não tinha errado, ele nunca erra. Aprendeu a atirar facas aos 6 anos e a mira dele com certeza era a melhor e mais precisa, apesar de ser bastante habilidoso com a espada e em luta corpo a corpo. Sua distração favorita era o arremesso de facas, era uma forma que achava de se concentrar ou de se acalmar e o momento estava tentando fazer os dois. Ele apontou para uma arvora que estava a pelos menos 5 metros atrás dos alvos e disse.

— Olhe de novo, talvez perceba que eu não errei. — Ficou em silêncio observando a face da jovem.

E quando ela espremeu os olhos para tentar enxergar algo de diferente sorriu logo em seguida. Mark se virou para encarar a árvore e observou o ponto onde sua faca tinha acertado, a cobra estava imóvel suspensa somente pela faca que pressionava sua cabeça contra a árvore.

— É, você é bom. — Disse a jovem em um resmungo.

— Obrigada, achei que estava no tour com Elena. — Disse Mark se aproximando dos alvos, não demorou para ouvir os passos da O'Connor logo atrás de si.

— Para ficar segurando vela? — Bufou a morena— Dispenso, resolvi fazer o meu próprio tour.

Mark retirou as facas e voltou a depositá-las em sua bolsa lateral, ao ouvir as palavras da jovem ele começou a rir e deu ombro. Justo, aqueles dois provavelmente estavam se agarrando em alguma parte do acampamento e usaram o tour como desculpa para isso. Como se ninguém tivesse reparado os olhares e sorrisos no dia anterior. Mark começou a caminhar na direção da árvore para pegar a última faca que faltava.

— É uma cobra grande, o couro dela vai dar um belo cabo ou uma bela bainha para alguma de suas armas. — Disse a morena enquanto o acompanhava.

— Gosto dos meus em cores neutras, como o bom e velho preto. Mas posso fazer para uma das minhas irmãs ou para você se quiser. — Disse Mark dando ombros.

Quando pararam em frente a árvore Mark se impulsionou e pulou em direção a árvore, depois de se elevar a alguns metros ele cravou as pequenas garras contra a madeira se prendendo a ela, aos poucos ele começou a se mover escalando a mesma. Eles não podiam fazer uma grande transformação fora da lua cheia, mas pequenas mudanças físicas eram fáceis. Assim que chegou na altura que estava sua faca ele girou a mesma para ter certeza de que a cobra estava morta.

Ao constatar que realmente estava ele retirou a faca e segurou o corpo do animal morto na mesma mão, logo se desprendeu e deixou seu corpo ir em direção ao chão. Aterrissou sem muitos problemas ou vergonha, ergueu a cobra e observou o animal, tinha mais de um metro e estava gorda. Daria para fazer um bom espeto e o couro seria bem útil.

— Por que você faria algo para mim? Nem me conhece e eu não te pedi nada. — Questiona a jovem em um tom petulante.

Mark revira os olhos e a encara com o cenho franzido, não estava com muita paciência. Estava apreensivo por causa do que aconteceria a noite, tudo poderia dar incrivelmente errado, incluindo em relação ao disfarça de Luna.

— Só para ser gentil, se não quer é só falar que dou para outra pessoa. — Resmunga ele se virando e caminhando na direção de onde ficavam as ferramentas de artesanato.

Ele não esperou para ouvir resposta, isso que ele ganhava por tentar ser gentil . Nem entendia o porque da garota estar tão na defensiva, até onde se lembrava não a conhecia, então não poderia ter feito nada estúpido. E como não era do feitio dele sair se envolvendo com várias mulheres, tinha certeza que não tinha feito nada nesse sentido.

Assim que parou na frente da pequena cabana ele adentrou e constatou que estava sozinho, jogou o corpo da cobra sobre uma bancada e logo tratou de acender algumas tochas para iluminar o local para que ele pudesse trabalhar.

Enquanto estava começando a retirar o couro de forma calma e cuidadosa escutou a porta ser aberta e fechar logo em seguida. Se manteve em silêncio concentrado naquilo que estava fazendo, não pretendia estragar o couro e queria tirar inteiro, assim seria melhor aproveitado.

— Achei que ia me dar porque queria algo em troca ou ia dar em cima de mim. — Resmungou Beatrice.

Mark soltou um longo suspiro e continuou com o que fazia, manteve o silêncio por um tempo. Pensando em como responder aquilo, não entendia o porque estava sendo tratado daquela forma se não fez nada a ela.

— Primeiro lugar eu nem tenho tempo ou cabeça para pensar em mulheres, segundo se eu um dia der em cima de alguma mulher é porque eu quero ficar com ela de verdade e não porque quero diversão. Me divirto atirando facas e caçando. — Disse ele dando ombros. — Não creio que você tenha algo que me interesse em si, em questão de querer algo em troca. Não sou do tipo de cara que gosta de coisas caras, sou um cara bem simples.

— Não entendi, coisas caras? — Perguntou ela confusa.

— Para querer algo de você em troca, não era a isso que se referia? — Perguntou ele se virando para ela e deixando a cobra de lado por um instante.

— Ontem recebi certos tipos de propostas de alguns caras de seu Clã, incluindo de eles me darem alguma iguaria ou arma especial em troca de ter algum envolvimento com eles. Por isso quando você mencionou sobre me dar algo fiquei na defensiva. — Ela ficou em silêncio por uns segundos e tornou a falar. — Mas pelo visto te julguei errado.

— Tem alguns caras que são bem babacas mesmo, não posso fazer nada quanto a isso a menos que eles tentem te agarrar a força, algum deles tentou? — Ele questionou sério, mas suspirou aliviado quando ela negou com a cabeça. — Não que eu ache que precisaria interferir, pelo que ouvi é uma excelente guerreira e saberia se cuidar. Mas minha mãe nos ensinou a respeitar uma mulher a cima de qualquer coisa, suas vontades, seus limites e seus desejos. Eu nunca usaria algo desse tipo.

— Como eu já disse, te julguei errado. — Ela disse séria.

— Com toda certeza, o dia que eu tiver tempo e cabeça para ir atrás de uma mulher não vou perder tempo com propostas indecorosas e insignificantes. O dia que eu encontrar uma mulher que me desperte a vontade de ter algum tipo de envolvimento pretendo ir direto ao assunto, não gosto de enrolação. — Suspirou ele virando de costas, voltando a retirar o couro. — Ainda mais que agora, eu não tenho cabeça para isso, tenho que manter tudo em ordem até a missão da Luna acabar. E quando voltarmos para Borthen teremos um trabalho infernal para ajudar a colocar a cidade em ordem.

— Acha mesmo que a missão dela vai ser um sucesso? — Pergunta Beatrice.

Ele solta um suspiro e continua a manejar a faca de forma cuidadosa retirando o couro, já está quase no final, anos de prática o fizeram ágil. Ele maneou a cabeça positivamente, acreditava que sua irmã conseguiria completar a missão. Sabia que ela era determinada o suficiente para isso.

— Você não a conhece, mesmo que ela seja descoberta ela mataria Travis e Albert no mesmo instante. E isso tornaria a invasão mais fácil, o problema é que eles têm medo de nós, mas também tem medo deles. Depois de mortos eles não poderão fazer nada e vamos mostrar a eles que não somos tão ruins, bom pelo menos não se não formos irritados. — Ele soltou uma pequena risada e deu ombros.

Assim que terminou de retirar a pele da cobra ele começou a cuidar do couro, havia uma mistura que ele deveria mergulhar o couro e deixar algumas horas, foi exatamente isso que ele fez. Voltou para a mesa e começou a limpar a mesma e aproveitou para limpar a faca, quando a mesma já estava limpa a jogou dentro da bolsa.

Ele pegou o corpo da cobra e se virou para sair da cabana, mas Beatrice ainda estava parada ali em silêncio o observando. Sem se importar muito com aquilo caminhou na direção da porta e parou bem a frente da jovem com um pequeno sorriso nos lábios e apontou para a porta.

— As damas primeiro, ou pretende ficar aqui? Perderia um belo churrasco de cobra. — Disse sacudindo o animal morto.

Ela soltou uma pequena risada e concordou com a cabeça antes de se virar e ir em direção a porta. Mark gostou de vê-la rindo, ela ficava ainda mais bonita. Mas um rostinho bonito não poderia vagar por sua mente naquele momento, tinha muita coisa para se preocupar e seu coração estava bem guardado a sete chaves. Ficaria assim por bastante tempo.

 


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Notas finais do capítulo

Mil perdões pela demora! Mas obrigada por não desistirem de mim ♥



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